Orçamento e Plano da Região Autónoma da Madeira para 2012 Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Excelentíssimos Membros do Governo Regional, Excelentíssimas Senhoras e Senhores Deputados, Gostaria que esta breve intervenção começasse com a expressão da minha satisfação pela atitude construtiva e pela unidade de propósito encontrada para superar os momentos de dificuldades que vivemos. Não o foi assim. Mais uma vez, a oposição preferiu aproveitar a conjuntura atual para criar fatos políticos que lhe garantam alguma visibilidade na comunicação social. Um ou dois truques parlamentares mais ou menos mediáticos, uma mão cheia de críticas (quase sempre demagógicas) e umas quantas sugestões avulsas (como a medida que sugere o aumento da despesa e a diminuição da receita e que levaria ao não cumprimento do Plano de Ajustamento): da Oposição, foi isto que tivemos. E pouco mais. Por isso, a falta de unidade e de consciência regional apenas quer dizer que há quem - confrontado com o não acolhimento da sua ideologia pela população em geral e na ausência de ideias próprias -, está mais interessado em sobreviver através dos títulos dos jornais do que em defender os verdadeiros interesses da população. Neste debate, a estratégia orçamental do Governo Regional confirmou-se, uma vez mais, como a única proposta política que oferece aos madeirenses um rumo capaz de enfrentar e de vencer os problemas que se nos colocam. Os madeirenses conhecem bem o Programa deste Governo e a sua orientação e com ele, claramente, se têm identificado. Perderam, pois, mais uma vez, a oportunidade de apoiar os interesses da vossa Região e de corroborar a decisão do Governo Regional, que melhor tem interpretado esses interesses. O Governo contou, todavia, com o apoio da bancada parlamentar que o suporta, pelo que o Orçamento para 2012 teve condições para a sua viabilização. A Região está agora mais bem preparada para enfrentar os desafios com que se confronta. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores deputados, Durante o debate parlamentar, as várias bancadas realçaram bem a necessidade de promovermos o crescimento da economia e, consequentemente, o aumento do emprego. Quanto a isto, estou certo, estamos todos de acordo. Não partilhamos, no entanto, é da mesma opinião quanto à melhor forma de assegurarmos esse crescimento. Enquanto a oposição se entretém com propostas demagógicas – que só podem ser apresentadas por partidos que sabem à partida que não terão a responsabilidade de governação a curto ou médio prazo -, as propostas inscritas no Orçamento para este ano traduzem o início da estabilização financeira e o caminho que o Governo tomará. Redução do défice, redução da despesa, redução da dívida, reformas estruturais na Administração Pública, novas políticas sociais, qualificações e crescimento económico - única via para o crescimento do emprego e para a melhoria das condições de vida dos madeirenses. Não são apenas listagens de intenções a desenvolver no futuro! São as soluções para a resolução dos problemas que afetam a madeira, à semelhança do momento em que o país vive e são medidas dominadas por uma profunda preocupação de justiça e de equidade. O Governo apresenta, pois, um Orçamento exigente, mas necessário e responsável. É o orçamento possível e condição necessária para a salvaguarda da saúde financeira do exercício da nossa autonomia. Tem medidas exigentes e reconhecidamente impopulares, mas adequadas à situação que vivemos. Não nos furtamos às responsabilidades. Damos a cara pelas opções políticas que adotamos para responder às dificuldades. E a este respeito, os madeirenses merecem clareza e frontalidade: são medidas que impõem sacrifícios significativos, mas são as adequadas ao momento difícil que vivemos e a bem da Região. O futuro dependerá em muito do que formos capazes de fazer agora. Num período de grande exigência, pede-se à oposição que pare, assim, de brincar com o esforço dos madeirenses. Até porque os cidadãos não compreenderão que se continue na habitual atitude de construir um mediático discurso político em torno deste objectivo, sem que lhe correspondam efectivas medidas. Já o disse e volto a afirmar: não existe margem para hesitação e indecisão. O Programa de Ajustamento Económico e Financeiro estabelece limites estritos para garantir a continuidade do financiamento da dívida pública e dos respectivos défices. E embora o Governo Regional assuma a maior parte do cumprimento desses limites, através de uma grande exigência de contenção ao nível da despesa pública e de forma a minimizar o esforço contributivo imposto aos cidadãos e empresas, é crucial mobilizar todos os madeirenses para o cumprimento das metas a que a Região está vinculada. Sem sustentabilidade das finanças públicas, não há crescimento económico. Esta é a nossa prioridade absoluta - porque só o crescimento económico permitirá reduzir o desemprego, melhorar as condições de vida das pessoas e combater a pobreza e as desigualdades sociais. E é essa prioridade que hoje aqui reafirmo. O Orçamento para 2012, que o Governo aqui apresentou e discutiu, trata de um acordo que tem de ser levado até ao fim, a bem da Madeira e dos madeirenses. Ao mesmo tempo, estrutura uma visão global para a Região e sustenta as políticas necessárias para viabilizar o nosso futuro colectivo. Muito obrigado. O Secretário Regional do Plano e Finanças, 16 de Março de 2012