Exmo. Sr. Vereador ZICO, Presidente da Sessão Legislativa em
Homenagem aos 100 anos do Rito Brasileiro;
Soberano Gr.’ Primaz do Rito Brasileiro, Ir.’. NEI INOCENCIO DOS
SANTOS 33º;
Autoridades Maçônicas presentes; meus Irmãos, cunhadas e
sobrinhos; meus senhores e minhas senhoras:
Primeiramente gostaria de externar que me sinto imensamente
lisonjeado de estar aqui, nesta tribuna, me dirigindo à vocês,
local onde personalidades do legislativo carioca aqui se
manifestam, desde a inauguração desta Casa Legislativa, em
1923, inclusive o nosso Irmão ÁLVARO PALMEIRA que exerceu o
cargo de vereador desta cidade em 1934. Sinceramente é muita
emoção.
Sr.’. Presidente fui honrado pelos meus pares para discorrer sobre
o Primeiro Centenário do Rito Brasileiro de Maçons Antigos,
Livres e Aceitos, completado, em 23 de dezembro de 2014, o que
nos remete a história deste rito pujante, nacional, mas nunca
xenófobo, legal e regular perante a Maçonaria Brasileira e
Mundial.
Nossa história começa quando maçons brasileiros, na primeira
década do século XX, sentem a necessidade da criação de um rito
de cunho nacional, que expressasse o nosso jeitinho de ser, mas
sem perder o caráter universal da maçonaria.
Assim os Irmãos Maçons Nilo Peçanha, Lauro Muller, Lauro
Sodré, José Veríssimo da Costa, Ticiano Daemon, Guimarães
Natal e outros, que à época possuíam a mais alta expressão
social, intelectual e política, passam a se reunir com esse intuito,
e, finalmente, pressionados pela eclosão da I Guerra Mundial,
submetem um projeto para a criação do Rito, que aprovado pelo
Conselho Geral da Ordem, culmina com a elaboração do Decreto
Nº 500, de 23 de dezembro de 1914, de autoria do Grão Mestre
Geral Lauro Nina Sodré e Silva que “aprova o reconhecimento e
incorporação do RITO BRASILEIRO entre os que compõem o
Grande Oriente do Brasil, com os mesmos ônus e direitos”
Esse Decreto é a nossa Certidão de Nascimento.
Contudo o Rito não prospera apesar de esforços do Almirante
Veríssimo José da Costa, que sucedeu à Lauro Sodré, quando este
deixa o Grão Mestrado Geral, para assumir a presidência da
Província do Párá.
O Rito adormece, ainda ocorrem tentativas de ressurgimento nos
anos de 1921, em São Paulo e, mais tarde, nos anos 40, sob
influência do segundo grande conflito mundial.
Embora ambos períodos tenham sua importância histórica para o
Rito não vamos aqui nos delongar.
O foco desta esforçada oratória é destacar a Reimplantação
Vitoriosa do Rito Brasileiro, levada a termo pelo então GrãoMestre Geral ALVARO PALMEIRA, que ocorre em 19 de março de
1968, quando proclama o Decreto 2080, que proporciona as
condições de se instalar a Oficina Chefe do Rito Brasileiro, e,
ainda, sob a influência das ideias do Maçom Português Miguel
Antonio Dias, expressas, na Edição de 1864, do compêndio
maçônico intitulado BIBLIOTECA MAÇÔNICA, PALMEIRA
configura a doutrina do Rito, bem como a sua estrutura
administrativa e dos 33 Graus: os três primeiros, os simbólicos,
iguais aos da maçonaria tradicional, contudo, os seus 30 Altos
Graus, diferentes, misteriosos e nacionais, objetivando a
formação moral, social e cívica do maçom do Rito Brasileiro.
PALMEIRA materializa o Supremo Conclave do Brasil, os seus
rituais nos seus diversos graus, a Constituição do Rito, elabora
Tratado de Amizade e Reconhecimento com o Grande Oriente do
Brasil, participa da fundação de Lojas Simbólicas e de Altos
Corpos que vão consolidar o Rito no cenário Maçônico brasileiro.
Apesar da sua importância para o Rito ele não assume a sua
Primazia, mas está ao lado dos primeiros Primazes orientandoos, e também elaborando as suas famosas instruções – é o
Grande Instrutor do Rito.
O primeiro Grande Primaz do Rito foi UMBERTO CHAVES, em
1968; depois no mesmo ano assume ADHMAR FLORES; em 1971,
assume CÂNDIDO FERREIRA DE ALMEIDA, quando tem início as
Convenções Nacionais do Rito Brasileiro, que ocorrem à cada dois
anos (hoje estamos na XV).
Finalmente, em 1985, assume NEI INOCENCIO DOS SANTOS 33º,
nosso atual Grande Primaz, que nesses quase 30 anos tem
percorrido o nosso Brasil, incansavelmente, visitando Lojas
Maçônicas e Altos Corpos, e incentivando a criação de outras. Eu,
inclusive, tomo a liberdade de cunhar para o Soberano Irmão o
Título de GRANDE PROPAGADOR DO RITO BRASILEIRO.
Sr Presidente, meus Irmãos, senhores e senhoras, acredito que eu
tenha conseguido, de forma bastante sintética, abordar os
principais aspectos da nossa história, reavivando a memória de
uns e esclarecendo outros sobre a jornada de 100 anos de
existência do nosso rito, que ainda é jovem, fraterno à todos os
maçons, independente do Rito que praticam, especialmente em
seus Graus superiores - venham nos visitar!
É um rito com seus mistérios, mas não é hermético; é um rito
teísta, como a maioria dos brasileiros; e em decorrência da sua
doutrina se firma como o Rito da Maçonaria Social, expressão
que o relaciona indubitavelmente com as questões sociais onde
ele é praticado.
Hoje, no Brasil, somos em torno de 340 Lojas Simbólicas, mais de
180 Altos Corpos onde são desenvolvidos os 30 graus filosóficos
do Rito. No Paraguai já temos uma Loja Simbólica regular e em
Portugal está em andamento a criação de um Alto Corpo.
No ensejo, cito Saint Exupèry: “O importante não é chegar, o
importante é partir”.
O nosso Rito nestes 100 anos de existência, embora já
consolidado, pois é o segundo Rito praticado na Maçonaria
brasileira, não se deu por satisfeito - ele busca crescer ainda
mais, se aperfeiçoar, disseminar aos maçons a sua doutrina
fraterna, no sentido de estar aberto à todos os Ritos, inclusive
nos Altos Graus.
O modo de praticar a Maçonaria pode variar (diversidade dos
Ritos), mas os objetivos gerais e finais são os mesmos, assim ela
é uma, e como tal é o nosso sentimento de fraternidade.
Enfim Exmo. Sr. Presidente; autoridades maçônicas presentes;
meus Irmãos e minhas cunhadas; meus sobrinhos e sobrinhas;
meus senhores e minhas senhoras - este é o Rito Brasileiro Inquieto, progressista, alegre e feliz!
Muito Obrigado.
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100 anos do Rito Brasileiro - Supremo Conclave do Brasil Rito