NÍVEL DE EXPECTATIVA DE UNIVERSITÁRIOS CONCLUINTES DA UFAM QUANTO AO MERCADO DE TRABALHO Ana Elisa Freire Ponciano(1) Larissa Nogueira Negreiros(1) Patrícia Yamamoto(1) Saasha Kathleen da Silva Vital(1) Msc. Igor Gomes Menezes(2) Prof. Dr. José Humberto da Silva Filho(3) Departamento de Psicologia RESUMO: Segundo Gondim (2002), a representação da percepção e da avaliação de estudantes universitários concluintes torna-se significativa sob três aspectos: 1) sua formação escolar, a partir de seu ingresso na universidade, 2) suas opções de atuação profissional e 3) sua prontidão para se inserir no mercado de trabalho. Com isso, pretendeu-se reunir informações que permitissem fazer inferências acerca da formação da identidade profissional, do perfil demandado no mercado de trabalho por um profissional de formação superior específica, assim como das reais condições de competição no mercado de trabalho. A presente pesquisa teve como objetivo investigar as expectativas dos estudantes universitários em conclusão de curso quanto à sua inserção futura no mercado de trabalho, tendo em vista a função das universidades de formar profissionais qualificados e/ou habilitados intelectualmente para lidar com as transformações científicas, tecnológicas e econômicas do mundo contemporâneo. O método utilizado para a realização da pesquisa foi a aplicação de um questionários de identificação sócio-demográfica e um questionários sobre o nível de expectativa com mercado de trabalho. A coleta de dados foi feita de forma individual e coletiva, em amostra de 100 universitários finalistas da área de Ciências Humanas, da UFAM. A amostra se caracterizou com universitários entre 19 e 48 anos, com média de 21 anos, sendo 60% do sexo feminino. De acordo com os resultados obtidos, há uma correlação negativa entre acessos a livros e internet e idade, ou seja, quanto mais jovem mais acesso a estes recursos. Entretanto, em relação ao apoio financeiro familiar, a correlação foi positiva, pois quanto maior o apoio financeiro, maior o acesso a informações. Quanto à adaptação a novas situações, pôde-se perceber que os homens se adaptam melhor a novas situações do que as mulheres. A participação em projetos de pesquisa, extensão e estágios mostrou uma correlação negativa com apoio financeiro familiar, ou seja, quanto mais ajuda financeira, menos participação há nessas atividades. Na relação idade e inserção no mercado de trabalho pôde-se observar que há uma correlação positiva mostrando que pessoas mais velhas, em especial as mulheres, percebem que há maior facilidade de inserção no mercado de trabalho. A predisposição para trabalhar em qualquer ramo dentro da sua área teve uma correlação negativa de -277 com o apoio financeiro familiar: quanto menor a ajuda recebida, mais predisposição ao trabalho. Depois de formado, o apoio financeiro da família passa a ter mais valor para pessoas mais velhas, tendo em vista a dificuldade de conseguir um emprego com pouco tempo de formado, ocorrendo, assim, uma correlação positiva. Quanto à escolha da carreira, as mulheres recebem maior apoio da família, como mostrado na fraca correlação negativa de -,217. Na fraca correlação positiva de -,219 pôde-se perceber que quanto maior a idade, menos a família interfere na escolha profissional. E, com uma correlação positiva moderada, de 319, ficou claro, que quanto mais tempo de estudo a pessoa tem, mais apta ela se sente para exercer a profissão. As correlações entre os itens foram positivas, e se pôde perceber que: pessoas que se adaptam bem a novas situações, além de desenvolverem suas tarefas com facilidade em trabalhos de equipe e estarem mais abertas a novas experiências, são seguras em suas decisões, realizam as tarefas rapidamente, estão dispostas a trabalhar em qualquer ramo dentro da sua área e se sentem aptas para exercer a profissão; estudantes que não apresentam dificuldade de aprendizagem sentem-se mais seguros em suas decisões; pessoas cujas condições físicas contribuem para o desempenho de tarefas têm apoio da família na escolha da carreira; indivíduos sempre assíduos e pontuais em seus compromissos procuram realizar as tarefas em tempo hábil e têm idades que favorecem a inserção no mercado de trabalho; universitários que estão predispostos a trabalhar em qualquer ramo dentro da área sentem-se aptos para exercer a profissão; estudantes que se identificam com a profissão procuram dispor do conhecimento profissional para contribuir com a sociedade e se vêem como profissionais de sucesso; e pessoas aptas para exercer a profissão já determinaram qual será sua especialização. Assim, este estudo nos levou às seguintes conclusões: pessoas mais velhas e há mais tempo estudando têm mais interesse, sentem-se mais aptas, para entrar no mercado de trabalho. Porém, são estas que contam mais com a ajuda financeira da família ao concluírem o curso. Os que não têm ajuda, participam mais das atividades extra-classe, qualificando seus currículos. E-mail: [email protected] Site: www.lap-am.org ________________________________________ (1) Acadêmica de Psicologia (2) Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) (3) Orientador