O ALUNO DA UFAM E O INTERESSE PARA AS QUESTÕES POLÍTICAS
UNIVERSITÁRIAS
Luiz Antônio Oliveira de Souza Júnior (1)
Andreza Diniz Cardoso Medeiros (1)
Daniel Richard Martins Mota (1)
Patrícia Suziane Pinto Lima(1)
Pitaguáras de Oliveira(1)
Msc. Igor Gomes Menezes(2)
Prof. Dr. José Humberto da Silva Filho(3)
Departamento de Psicologia
RESUMO: Na década de 60, participar do movimento estudantil era, acima de tudo,
correr riscos. Risco de perder a vida, perder a esperança, e, especialmente, perder a
liberdade. Numa época em que jovens morriam, lutando por seus ideais, a união de
estudantes era o caminho encontrado por muitos para dar força às suas idéias e
reivindicar uma sociedade mais justa e igualitária. Hoje, com as mudanças no
cenário político-econômico nacional, muitos dos ideais originais do movimento
estudantil se perderam e a maioria dos estudantes parece "aprisionada" dentro de
um sistema em que hoje se questiona se de fato prioriza o coletivo. Através dessa
observação histórico-social percebe-se o quanto o movimento político-estudantil está
mortificado, pois, ainda que a situação social atual não tenha as mesmas exigências
do passado, ainda existem problemas a serem resolvidos, objetivos a serem
buscados e direitos a serem conquistados. Em vista disso, o presente estudo buscou
conhecer qual o nível de interesse dos acadêmicos da UFAM com as questões
políticas
universitárias,
objetivando
captar
suas
opiniões
em
relação
à
representatividade política dentro da instituição. Para este fim, foram entrevistados
120 universitários da UFAM, através de dois questionários: um sociodemográfico e
outro específico sobre o tema, tendo este último 22 questões de atitudes ou
intenções comportamentais, com cinco níveis de resposta (desde concordo
totalmente a discordo totalmente). A amostra foi composta por acadêmicos de 18 a
42 anos, sendo a grande maioria de jovens (85% com menos de 30 anos de idade),
cuja média de idade foi 22,78 anos e desvio padrão de 5,91. O sexo feminino esteve
representado por 55,4% e o masculino por 44,6%. Em relação à área de
conhecimentos dos universitários entrevistados, a grande maioria (77,8%) era de
cursos da área de Ciências Humanas e 22,2% de cursos da área de Ciências
Exatas, sem representantes das Ciências Biológicas. O turno de estudo dos
pesquisados esteve representado por 34,7% matutino, 21,5% vespertino, e 43,8%
noturno. Em relação à classificação socioeconômica desta amostra, observou-se
não existir representante das classes sociais mais elevadas (A1 e A2). As demais
classes sociais estiveram assim representadas: B1 (4,1%); B2 (14,9%); C (47,1%); D
(30,6%); E (3,3%), ou seja, 81% desta amostra são oriundos das classes populares.
Os resultados demonstraram que 41,3% dos universitários declararam conhecer os
planos e projetos da universidade, no entanto, 53,8% desconhecem a sua política de
manutenção e 60,4% desconhece os planos de investimento das verbas destinadas
à universidade. 57% não acompanham as reuniões e decisões de seus
departamentos e apenas 22,3% declaram que sempre que podem oferecem
sugestões de melhorias ao seu departamento. Os representantes estudantis são
desconhecidos por 49,6% e 46,3% declaram não conhecer as propostas de seus
centros acadêmicos. A preocupação com cuidado e a manutenção do patrimônio
publico está presente em 76% dos universitários e 88,4% se preocupam com a
formação de seus professores, seguido de 80,9% que se preocupam com a
qualidade dos recursos pedagógicos da universidade. No entanto, apenas 51,2%
declaram que avaliam com atenção o desempenho do professor no Portal do Aluno.
Em relação às greves dos professores, 72,7% acreditam que, independente do que
é reivindicado, prejudicam sua formação universitária por atrapalhar o calendário
acadêmico. Estes resultados parecem indicativos de que os universitários
demonstram mais preocupação com seus interesses imediatos relacionados à sua
formação acadêmica, do que com as questões políticas que são fundamentais para
manter a garantia destes mesmos interesses. O presente trabalho se mostrou
bastante promissor, sugestivo de que novas investigações nesta área seriam
necessárias, visando identificar este quadro com maior precisão e para orientar
ações de promoção do engajamento ativo dos universitários e não apenas a
perpetuação de uma postura de expectativa passiva em relação ao surgimento das
melhorias desejadas.
E-mail: [email protected]
Site: www.lap-am.org
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(1)
Acadêmico(a) de Psicologia
(2)
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
(3)
Orientador
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62. O aluno da Ufam e o interesse para as questões políticas