Tubo Digestivo Alto Avaliação Semanal – Correcção 1- Quais são as manifestações clínicas mais comuns (anamnese e exame fisico) da úlcera péptica perfurada? Dor de instalação súbita, contínua, muito intensa, muitas vezes sem posição antálgica, localizada na região epigástrica ou generalizada a outros quadrantes abdominais. Ao exame físico, salienta-se a presença de sinais de irritação peritoneal (mobilidade da parede abdominal diminuída, c ontractura, percussão dolorosa, descompressão súbita dolorosa) e, nas formas mais graves, sinais de choque (hipotensão, taquicardia, taquipneia,...). 2- Como faz a avaliação inicial de um doente com evidência clínica de hemorragia digestiva alta? A primeira prioridade é avaliar a estabilidade hemodinâmica do doente (tensão arterial, pulso, características das extremidades,...). Assegurar esta estabilidade através da administração de fluidos (manter a volemia). Colher sangue para hemo grama e estudo da coagulação (avaliar necessidade de corrigir alterações). Com o doente estável, avaliar a presença e caracterizar a dor e/ou vómito, e indagar a ntecedentes pessoais (episódios prévios semelhantes, antecedentes de doença péptica, ingestão medicamentos a, alcoolismo crónico, doenças da hemostase, vómitos de repetição,.. .). 3- Que alterações pode encontrar no exame fisico de um doente com carcinoma gástrico em estadio avançado? Alterações do estado geral: emagrecimento, palidez se houver anemia associada, icterícia se houver metastização hepática. Alterações do exame abdominal: hepatomegalia com ou sem nódulos palpáveis, massa ou massas palpáveis causadas pelo tumor primitivo ou pelos implantes peritoneais, ascite. Podem ainda ser palpadas adenomegalias cervicais (ex: gânglio de Virchow). 4- Caracterize a disfagia de um doente com carcinoma subestenosante do esófago. Disfagia permanente e progressiva (quanto à evolução), fixa (quanto à localização) e selectiva (em relação ao tipo de alimentos que a desencadeia). A evolução inferior a 12 meses sugere também organicidade. Não responde a estímulos emocionais. 1 Tubo Digestivo Alto 5- Como orienta o estudo laboratorial e imagiológico de um doente com suspeita clínica de colangite? Faça referência aos resultados que espera encontrar. A alteração mais vezes associada à colangite é a interrupção parcial do fluxo de bile para o duodeno, ao nível da papila ou acima dela, a maior parte das vezes por litiase. As proteínas inflamatórias de fase aguda (PCR elevada) e o leucograma (leucocitose, neutrofilia) são úteis para acompanhar a evolução da infecção. Estudo da função hepática: Transaminases (TGO e TGP), y -GT e Fosfatase alcalina (elevação destes parâmetros); Bilirubinas total e directa (ambas elevadas); Amilase e Lipase séricas (para excluir pancreatite aguda). A ecografia é o exame imagiológico escolhido para iniciar a avaliação. Identifica dilatação das vias biliares, pode visualizar o cálculo biliar, sobretudo se estiver localizado proximalmente, e possibilita o diagnóstico de litiase vesicular. Se houver dilatação da via biliar principal, realizar CPRE que confirma o diagnóstico (coledocolitiase) e é terapêutica (remove o cálculo) com resolução do quadro séptico. 6- Quais são as manifestações clínicas mais comuns (anamnese e exame físico) de um doente com carcinoma cefalopancreático em estadio avançado? Anamnese: queixas sistémicas (astenia, anorexia, emagrecimento) frequentemente com mais de 2 meses de evolução; dor nos quadrantes superiores do abdómen, por vezes com irradiação dorsal; icterícia de instalação gradual e contínua, colúria, acolia, esteatorreia, prurido. Exame fisico: Icterícia, emagrecido, vesícula de Courvoisier (menos de 50% dos casos), hepatomegalia metastática, ascite, lesões cutâneas de prurido. 7 - Quais as causas mais frequentes de hepatomegalia dolorosa? As causas mais frequentes de hepatomegalia dolorosa são: hepatites (víricas, alcoólicas, secundárias a fármacos), abcessos hepáticos e hepatomegalia por congestão vascular (insuficiência cardíaca congestiva descompensada, trombose das veias hepáticas). 2