Jornal Informativo da Associação dos Procuradores do Estado do Espírito Santo Ano V | Nº 12 | Dezembro de 2012 | www.apes.org.br Apoio na defesa dos royalties: o veto parcial ao projeto de redistribuição fortalece a argumentação jurídica do ES Páginas 4 e 5 Presidente da Anape vem ao Estado para fortalecer trabalho de valorização do procurador Conquista para advocacia pública no ES: aprovados PL´s sobre modernização da PGE e promoção para os procuradores Página 2 Marcello Terto esteve no Espírito Santo, em novembro para tratar da necessidade de garantir a defesa do Estado sendo feita exclusivamente pelos procuradores. Entre as agendas, uma reunião com a diretoria da Apes e o procurador-geral do Estado, Rodrigo Júdice. Apes dá boas vindas aos novos procuradores O encontro, na sede da Apes, foi realizado para recepcionar os profissionais empossados na PGE. Eles conheceram a estrutura da Associação, os benefícios oferecidos pela Apes e os desafios para a classe. Página 12 Página 3 Harmonia e animação na festa de fim de ano da Apes A festa foi realizada no dia 29 e o clima era de descontração e harmonia. Os procuradores aproveitaram o momento para rever colegas, colocar a conversa em dia, dançar e até mesmo tocar e cantar, mostrando que os talentos não estão limitados à área jurídica. Páginas 10 e 11 Vice-presidente da República recebe procuradores para tratar de temas de interesse da advocacia pública Página 9 2 | | APES EM AÇÃO VALORIZAÇÃO DA CLASSE DEZEMBRO 2012 DEZEMBRO 2012 | APES EM AÇÃO | 3 Santuzza da Costa Pereira Presidente da Apes Associação dos Procuradores do Estado do ES No último dia de trabalho legislativo, os deputados estaduais aprovaram dois Projetos de Lei de iniciativa do Executivo, considerados importantes para os procuradores de Estado. Os textos foram elaborados com a nossa participação efetiva, com a Apes sugerindo melhorias para a estrutura da PGE e para nossa situação funcional. Presidente da Anape em defesa da atuação dos procuradores do Espírito Santo A votação foi acompanhada por vários integrantes da classe, inclusive pelo nosso procurador-geral, Rodrigo Júdice, e por mim. Estivemos no Plenário da Casa, conversamos com deputados sobre a importância das matérias, que foram aprovadas por unanimidade. As mudanças vão dar mais agilidade aos trabalhos da PGE e conferir maior mobilidade à carreira. O PL 59/12, além de permitir uma maior mobilidade à carreira, ainda privilegia o mérito do procurador. O texto altera o artigo 32 da LC 88/96, cujo teor organiza os níveis de escalonamento dos 120 de procuradores de Estado. A partir da sanção da lei, os advogados públicos integrarão uma estrutura organizada em quatro níveis de categoria, com possibilidades de promoção diferenciadas. Isso porque, também ficam alterados os artigos 48, 49 e 50, que tratam dos critérios e formas de promoção. Além do tempo de efetivo exercício da profissão, atividades acadêmicas, cursos de formação, publicação de matérias doutrinárias, entre outros aspectos ligados ao aperfeiçoamento dos procuradores, passam a ser levados em conta nos critérios de promoção. Já o Projeto de Lei Complementar 60/2012, que reestrutura o órgão, foi aprovado com emendas. Com mais de 15 anos de vigência, a LC 88/96 já não mais atendia às necessidades atuais da nossa Procuradoria. Como sabemos, algumas modernizações aconteceram neste período, mas de forma pontual e precária, por meio de decretos. Com a aprovação das mudanças, ficam normatizadas, da forma legal adequada, novas atribuições, bem como criados outros setores na estrutura da PGE. Esta é uma merecida vitória para a PGE e para nós, procuradores de Estado. A mudança na estrutura da Procuradoria nos permite uma atuação mais ágil e em harmonia com as novas demandas de trabalho do órgão. Além disso, conseguimos uma oportunidade maior de, ao crescermos no desempenho de nossas atividades, ascendermos, também, no quadro funcional da PGE. É um passo a mais para que possamos alcançar o reconhecimento pleno de nossa função. Mas, neste fim do ano, também temos novidades em outras áreas: a PGE está com novos procuradores, nomeados no final de outubro. Muitos deles passam a atuar diretamente junto às Secretárias e autarquias estaduais. Os órgãos devem contar com atividade exclusiva dos procuradores do Estado, uma garantia constitucional e também uma antiga luta da Apes, mas que, durante muito tempo, foram ignoradas. O assunto, inclusive, foi tema de conversa do presidente Anape, Marcello Terto, com a diretoria da Apes e o procurador-geral. Terto esteve no Estado, em novembro, para fortalecer a nossa atuação em assuntos de interesse dos advogados do Espírito Santo. Outra novidade é a nova página da Apes na internet. O site está mais leve e dinâmico, com atualização de fotos, novidades e tramitação de matérias de interesse da classe no Congresso. Acompanhe pelo www.apes.org.br . No mais, que venha 2013 com muito – e bom - trabalho e novas conquistas. APES Rua Ulisses Sarmento, 24 - Salas 802 a 805 - Ed. Leon Trade Center - Praia do Suá - Vitória/ES - (27) 3315-5555 - [email protected] www.apes.org.br DIRETORIA PRESIDENTE Santuzza da Costa Pereira (SPT) VICE PRESIDENTE Cezar Pontes Clark (SPFI) DIRETOR FINANCEIRO Marcelo Amaral Chequer (PSJ) SECRETÁRIO GERAL Dax Wallace Xavier Siqueira (PSJ) DIRETORIAS ESPECIAIS DIRETORIA JURÍDICA: Harlen Marcelo Pereira de Souza (PCJ) DIRETORIA COMUNICAÇÃO-SOCIAL: Carla Giovannotti Dorsch (SPT) DIRETORIA DE ASSUNTOS ECONÔMICOS-ADMINISTRATIVOS: Ricardo Cesar Oliveira Occhi (NJE) DIRETORIA DOS DECANOS: Cibele Vieira Machado de Moraes (Procuradora do Estado Aposentada) CONSELHO SUPERIOR: Jasson Hibner Amaral (NJE); Arlette Uliana (PPI); Maria da Penha Borges (PFI); Katia Boina (SPT); Alexandre Nogueira Alves (PFI); Luiz Colnago Neto (PTR); Durval Cardoso (Procurador do Estado Aposentado); Olga Maria Queiroz Coutinho (Procuradora do Estado Aposentada) CONSELHO FISCAL: Guilherme Roussef Canaan (PCJ - titular) Maria Thereza Silva Marques (PTR - titular) Carlos Dorsch (Procurador do Estado Aposentado - titular) Brunno Colodetti (CEI - suplente) Maria Madalena Selvatici Baltazar (PTR - suplente) EX-PRESIDENTES 1984 a 1986: Aroldo Limonge Vice Agesandro da Costa Pereira 1987 a 1989: Luiz Fernando Garcia Marques 1990 a 1991: José Ricardo Júdice 1991 a 1992: Anníbal de Rezende Lima 1992 a 1993: Gladys Bittran 1994 a 1995: Álvaro Manoel Rosindo Bourguignon; 1996 a 1997: Jorge Rodnitzky; 1998 a 2001: Erfen Ribeiro Santos 2002 a 2005: Christiano Dias Lopes Neto 2005 a 2007: Gustavo Calmon Holiday EXPEDIENTE Apes em Ação é uma publicação da Associação dos Procuradores do Estado do Espírito Santo Tiragem: 300 exemplares Jornalista Responsável: Raquel Salaroli [email protected] Impressão: Gráfica Lisboa Projeto gráfico e diagramação: Conceito Propaganda A convite da presidente da Apes, o presidente da Anape, Marcello Terto, reforçou, no Espírito Santo, a necessidade da atuação exclusiva dos procuradores, inclusive em ações das autarquias. Entre as agendas, reunião com o procurador-geral, Rodrigo Júdice, e diretores da Apes. O presidente da Associação Nacional de Procuradores do Estado (Anape), Marcello Terto e Silva, participou de reuniões no Espírito Santo para reforçar a importância dos procuradores nos processos que envolvem o Estado, inclusive nas ações referentes às autarquias e órgãos da administração indireta. Ao lado da presidente da Apes, Santuzza da Costa Pereira – que também preside o Conselho Deliberativo da Anape - , Marcello reuniu-se com o procurador geral do Espírito Santo, Rodrigo Júdice, em 20 de novembro. Na pauta do encontro, a tentativa de fazer com que o Espírito Santo se alinhe ao que já ocorre em outros Estados, onde os procuradores atuam de forma efetiva nos processos de autarquias e órgãos da administração indireta do governo estadual. Durante o encontro, realizado na PGE, o presidente da Anape ressaltou que “os procuradores do Estado passam por concurso público para prestarem serviços ao Estado, que deve ter uma defesa única”. Marcello Terto ainda destacou a atuação das procuradorias para reforçar a importância da conciliação, nos processos envolvendo o Estado. O procurador-geral garantiu que a PGE tem se empenhado para garantir a defesa única do Estado. Segundo Júdice, o trabalho está sendo feito de forma gradativa, para que não haja descontinuidade na defesa dos órgãos. Recentemente, vinte procuradores aprovados em concurso público tomaram posse e dez deles vão atuar, exclusivamente, em ações de autarquias e órgãos da administração indireta. Entre os setores que passarão a ter defesa dos procuradores estão a Superintendência de Polarização Industrial (Suppin) e o Procon. Nesses órgãos, as assessorias jurídicas eram feitas por comissionados, o que é inconstitucional. “O governador do Estado, Renato Casagrande, fez esse compromisso e deu legitimidade para a PGE assumir os serviços das autarquias e preservar a segurança jurídica”, afirmou Júdice. Na véspera da reunião com o procurador, Marcello Terto e Santuzza tiveram outras agendas na defesa dos procuradores de Estado. Na noite de segunda-feira, 19, os advogados foram convidados para a reunião da Frente Nacional dos Prefeitos, realizada em Vitória. Os procuradores conversaram com o governador sobre o mesmo tema da reunião na PGE: o trabalho dos procuradores nas autarquias. Ainda ocorreram agendas com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Pedro Valls Feu Rosa, com a deputada federal Iriny Lopes e a senadora Ana Rita Esgário, do PT/ES. Iriny colocou-se à disposição da Anape e da Apes para o debate de assuntos de interesse da classe. Já a senadora Ana Rita comprometeu-se a intermediar com os integrantes da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o apoio ao Projeto de Lei 7.412/10. A matéria dispõe sobre a destinação dos rendimentos originados por depósitos judiciais, distribuídos entre Tribunais de Justiça, Ministério Público, Defensorias Públicas e Procuradorias Gerais dos Estados e Distrito Federal. O PL já foi aprovado na Câmara e tramita no Senado. O objetivo dos procuradores é aprovar um repasse para as PGE´s equivalente ao valor das Defensorias. 4 | APES EM AÇÃO | EM DEFESA DO ES DEZEMBRO 2012 EM DEFESA DO ES DEZEMBRO 2012 | APES EM AÇÃO | 5 Royalties: procuradores em defesa dos direitos do ES Autor do livro “Royalties de petróleo e federação”, o procurador do Estado Claudio Penedo Madureira analisa a situação do Espírito Santo, na questão da distribuição dos royalties e participações especiais decorrentes da exploração do petróleo, nos termos da Constituição Federal. Com atuação na Procuradoria de Petróleo, Mineração e outros Recursos Naturais, o advogado comenta o momento vivido pelo Estado, um dos principais produtores do país, junto com o Rio de Janeiro. Os dois entes da federação lutam para manter o veto da presidente Dilma Rousseff aos trechos do projeto, aprovado pelo Congresso Nacional, e que tratam da redistribuição dos royalties referentes aos contratos já assinados. Acompanhe, resumidamente, parte da argumentação jurídica do procurador em relação ao tema. O procurador Cláudio Madureira lançou, recentemente, livro sobre os royalties. AGU, BEM VINDA A BORDO! Ao que parece, temos uma nova aliada na discussão jurídica relativa à distribuição dos royalties de petróleo aos Estados e Municípios: a AGU. Tal se infere do texto da Mensagem nº 522, que reproduz as razões do Veto Presidencial ao PL nº 2.565. Nesse documento, a Presidente Dilma informa que consultou, além da Advocacia Geral da União, os Ministérios das Minas e Energia, da Fazenda e de Planejamento, Orçamento e Gestão. Mas, como as razões apresentadas compõem-se, em sua maioria, de argumentos jurídicos, afetos à inconstitucionalidade de dispositivos do Autógrafo vetado, é factível que se suponha que foram ouvidos, além do Advogado-Geral da União e de sua equipe, as Consultorias Jurídicas desses Ministérios, que se qualificam, por expressa disposição legal, como órgãos vinculados da AGU. Consta da Mensagem nº 522 que “os royalties fixados na legislação em vigor constituem uma compensação financeira dada aos Estados e Municípios produtores e confrontantes em razão da exploração do petróleo” e que “devido a sua natureza indenizatória, [...] incorporam-se às receitas originárias destes mesmos entes”. Essa constatação jurídica desautoriza a sua distribuição a Estados e Municípios não impactados nos moldes propostos pelo PL nº 2565. Nisso se funda o Veto Presidencial. Esse posicionamento da AGU reproduz o cerne do entendimento sustentado pela PGE/ES em todas as suas manifestações jurídicas sobre o tema, desde os pareceres e notas técnicas que encaminhamos ao Governo e à nossa Bancada Parlamentar, como forma de orientar a defesa de nossos interesses no plano político, aos fundamentos da ADIN nº 4.846, em que questionamos a constitucionalidade do artigo 9º da Lei nº 7.990/1989. Esse pensamento foi reproduzido, ainda, em artigos que publiquei em periódicos científicos e no livro “Royalties de Petróleo e Federação”, também de minha autoria, amplamente divulgados pelo nosso Procurador-Geral e por colegas da PGE/ES. Por tais razões, não podemos mais afirmar que esses são “os nossos argumentos”, ou “os argumentos da PGE/ ES”. É que, em rigor, a propagação das nossas teses, pelas mais diversas fontes, do discurso político às manifestações judiciais e acadêmicas anteriormente citadas, fez com que esses argumentos acabassem transferidos aos demais atores jurídicos, que, agora, deles podem se servir livremente, como parece ter feito a AGU nesse episódio. A notícia é excelente e merece ser festejada. Afinal, a AGU, como órgão de Advocacia Pública, tem a prerrogativa de exercer o controle interno do agir administrativo no que se refere aos aspectos jurídicos. Assim, suas manifestações jurídicas, sobretudo aquelas firmadas em âmbito consultivo, são proferidas com a finalidade de orientar a correta aplicação do Direito pelo poder público. É verdade que também a PGE/ES exerce controle da legalidade sob as posturas administrativas, e que, quando o faz, atua com imparcialidade e independência em relação aos gestores públicos. No entanto, essa manifestação da AGU, um órgão jurídico da União, que, para além da sua autonomia técnica, não tem envolvimento emocional com o tema, cer- tamente contribuirá para que prevaleça, no debate jurídico, a tese segundo a qual os royalties de petróleo têm por finalidade a compensação (ou indenização) dos Estados e Municípios impactados. Sendo assim, resta-nos dizer, com entusiasmo: “AGU, bem vinda a bordo!”. CLAUDIO PENEDO MADUREIRA - Procurador do Estado, Doutorando em Direito pela PUC/SP e Mestre em Direito Processual Civil pela UFES. 6 | APES EM AÇÃO | DEZEMBRO 2012 CONGRESSO CONGRESSO DEZEMBRO 2012 | APES EM AÇÃO | 7 Trabalho do procurador é referência jurídica, afirma presidente da OAB ATIVIDADES O s dias seguintes foram dedicados à apresentação de teses, palestras e debates sobre os temas relacionados à discussão central do evento: prerrogativas do procurador e o impacto de sua atuação na administração pública. O Congresso também foi palco de atividades como a reunião do Conselho A delegação do Espírito Santo participou dos debates, reuniões institucionais, defesa de teses e momentos de confraternização, dentre as inúmeras atividades realizadas durante o XXXVIII Congresso Brasileiro de Procuradores de Estado. A pós quatro dias de discussões, análise de teses e reuniões institucionais, o XXXVIII Congresso Brasileiro de Procuradores de Estado, realizado em Foz do Iguaçu, no Paraná, de 16 a 19 de outubro, foi encerrado com avaliações positivas sobre o evento. Já na solenidade de abertura do encontro, a importância dos advogados do Estado foi ressaltada nos pronunciamentos dos participantes. Entre as autoridades presentes à abertura do Congresso, estavam o presidente da Associação Nacional dos Procuradores de Estado (Anape), Marcello Terto e Silva; o governador do Estado, Beto Richa (PSDB); o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante; o procurador-geral do Estado do Paraná, Julio Cesar Zen Cardozo; e a presidente da Associação dos Procuradores do Estado (Apep), Isabela Martins Ramos. Em seu discurso, o presidente do Conselho Federal da OAB, destacou a qualidade técnica e profissional com que os procuradores de Estado desenvolvem suas funções em todo o país. Cavalcante ressaltou que os procuradores são “referência na área jurídica em razão de terem seus cargos providos a partir de concursos públicos rigorosos, sempre com bancas integradas por representantes da OAB”. O presidente da OAB nacional alertou que o governante eleito tem o direito de eleger as políticas que pretende adotar, mas isso não pode ser feito a qualquer custo. “Cabe ao procurador do Estado dar a formatação jurídica para adequar as políticas públicas aos princípios do artigo 37 da Constituição Federal, tais como o da moralidade, legalidade, eficiência e publicidade dos atos”, afirmou. das inúmeras reuniões e audiências realizadas com parlamentares e representantes do governo federal em defesa das prerrogativas dos procuradores. Ao final do evento, foi decidida a sede do próximo Congresso: o estado da Paraíba vai receber, em 2014, procuradores do Estado de todo país. Três teses do Espírito Santo foram aprovadas com louvor no Congresso nal à privacidade; discute o princípio da publicidade versus o direito à privacidade; aponta a ilegalidade na divulgação nominal da remuneração dos servidores; e mostra a posição do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o assunto. Outro ponto destacado Temas diretamente ligados à advocacia pública prenderam a atenção de procuradores do Estado presentes no evento. em seu discurso foi a necessidade de os procuradores de Estado contarem com prerrogativas pro- advocacia pública. fissionais fortes para exercer sua missão, Com um discurso em defesa das dispondo de independência técnica para prerrogativas da classe e da ousadia em dar a interpretação mais adequada às defendê-las em prol da sociedade nas normas, sempre tendo como foco princi- diferentes unidades da federação, o Prepal o interesse público. A necessidade de sidente da Anape, Marcello Terto, lemuma remuneração compatível com a im- brou que “não se fala mais em direita ou portância da classe também foi abordada. esquerda mas, em bons e maus gestores O prestígio das Associações dos procuradores e a parceria feita com a OAB também foram temas da fala do presidente nacional da Ordem. Ophir Cavalcante falou da necessidade de reconhecimento da importância da Anape e das associações estaduais, inclusive pelo trabalho de política institucional junto ao Congresso Nacional, onde as entidades representam uma importante voz na defesa dos interesses dos advogados de forma geral, e, mais especificamente, da Deliberativo da Anape, órgão presidido pela procuradora do Espírito Santo e presidente da Apes, Santuzza da Costa Pereira. A realização mensal das reuniões do Conselho foi destacada, pelo presidente da Anape, Marcello Terto. O procurador ressaltou, dentre as principais atividades da nova gestão da Anape, a realização mensal dos encontros do Conselho, além públicos. E, é nos momentos de crise, em um momento em que o país enfrenta o julgamento do mensalão, e a sociedade clama por transparência é que se faz prioritário o fortalecimento das Procuradorias-Gerais de Estado”. Terto destacou, ainda, a contribuição prestada pelos homenageados do evento, Bernardo Cabral, Elias Lapenda e Diogo de Figueiredo Moreira Neto, na construção de uma advocacia pública madura e das garantias constistucionais. Além da participação da delegação capixaba, com procuradores do Estado inscritos como congressistas no XXXVIII Congresso Nacional dos Procuradores de Estado, realizado no período de 16 a 19 de outubro, em Foz do Iguaçu, Paraná, o evento teve uma importante contribuição do Espírito Santo: três teses de procuradores do Estado foram aceitas, fizeram parte da programação e foram referência nas discussões do Congresso. Os autores das teses são os procuradores Gustavo Calmon Holliday, Gabriel Boa Vista Laender e Pedro Sobrino Porto Virgolino. A tese de Holliday aborda a ilegalidade da divulgação nominal dos agentes públicos, acompanhada da respectiva remuneração. O texto analisa os aspectos desrespeitados na forma usada para divulgação dos dados de servidores públicos, com fundamento da lei de acesso à informação. O procurador trata da questão, com base no direito constitucio- O estudo do procurador Gabriel Laender analisa o tratamento conferido pela doutrina e pela jurisprudência do STF e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao arbitramento judicial de honorários para defensores dativos, os profissionais nomeados pelo juiz da causa para assumir a defesa de pessoas que não podem custear seu próprio advogado privado e as custas processuais. O texto demonstra que o entendimento jurisprudencial sobre o tema é confrontado com decisões judiciais envolvendo a contratação pelo Estado de advogados com dispensa de licitação, uma questão semelhante à nomeação do dativo. A partir da discrepância percebida no tratamento das situações semelhantes, há uma crítica do papel da compreensão de Direito mais difundida na prática j udicial brasileira, a partir do confronto com as idéias de Theodor Viehweg sobre Direito e racionalidade jurídica. Já o estudo de Pedro Sobrino Porto Virgolino tem como tema “O (NÃO) cabimento de Mandado de Segurança para fornecimento de medicamentos não padronizados”. No texto apresentado, o procurador defende, em síntese, a inadequação do uso do Mandado de Segurança para pleitear fornecimento de medicamento não padronizado, diante da ausência de liquidez e certeza do direito, o que ensejaria a necessidade de dilação probatória não admitida no procedimento da ação mandamental. As três teses dos procuradores do Espírito Santo foram discutidas no Congresso e “aprovadas com louvor”, durante a realização do evento. 8 | APES EM AÇÃO | DEZEMBRO 2012 CONGRESSO Procuradores participam de Congresso Internacional de Direito Tributário VALORIZAÇÃO DA CLASSE A audiência foi articulada pela presidente da Associação dos Procuradores de Estado de São Paulo (Apesp), Márcia Semer. Realizada no dia 30 de outubro, teve como objetivo tratar de questões relacionadas à consolidação institucional das Procuradorias Gerais dos Estados e do Distrito Federal e os riscos à quebra do princípio da unidade dessas procuraturas estaduais concebido como fator de independência técnica dos procuradores, uniformização e racionalidade dos serviços jurídicos Carla Dorsch, Sacha Calmon Navarro Coelho e Jorge Gabriel Rodnitzky Três procuradores do Espírito Santo participaram dos debates e conferências para atualização em Direito Tributário. Entre 19 e 21 de setembro, os procuradores Carla Dorsch, Kátia Boina e Jorge Gabriel Rodnitzky, todos da Sub Procuradoria Tributária (SPT), estiveram no XVI Congresso Internacional de Direito Tributário, realizado em Belo Horizonte, Minas Gerais. Entre os temas discutidos no Congresso, assuntos que fazem parte da rotina de trabalho da setorial na Procuradoria Geral do Estado (PGE). A procuradora Carla Dorsch lembra que o evento foi uma ótima oportunidade para atualizar conceitos e conhecer a atual posição doutrinária de temas essenciais ao trabalho realizado na setorial e à própria PGE, bem como de questões processuais práticas que permeiam as atividades diárias dos Procuradores. O evento, que homenageou o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, foi realizado pela Associação Brasileira de Direito Tributário (ABRADT) e capitaneado por grandes nomes do Direito Tributário Nacional e Internacional. Na ocasião, estiveram reunidos mais de 500 juristas de todo Brasil em torno do tema “Jurisdição Tributária”, que englobou debates acerca da chamada guerra fiscal (federalismo e tributação); do sistema constitucional tributário e pacto federativo, dentre outros. Ela destacou, ainda, que foram objeto de exame assuntos de máximo interesse ao Estado, como o que trata dos royalties pela exploração de petróleo e gás natural, além de outros recursos minerais. Da mesma forma, questões relacionadas a fundos de compensação para atividades de exportação e afins, tema de relevância no Espírito Santo que, a partir de 2013 deve perder os recursos vindos do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap). CCJC da Câmara aprova PEC de interesse da advocacia pública A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), da Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 452/09. A matéria, que recebeu parecer de admissibilidade no dia 27 de novembro, trata das prerrogativas e funções da Advocacia Pública e representa uma vitória para o setor. A proposta aprovada e a PEC 443/09 - que está em análise em comissão especial também na Câmara - pretendem garantir tratamento isonômico entre as funções | APES EM AÇÃO | Pela Anape, estiveram presentes na reunião, além de Santuzza, o presidente, Marcello Terto e Silva; o secretário-geral do Conselho Consultivo, Luiz Henrique Souza de Carvalho; o diretor de assuntos legislativos, Carlos Augusto Valenza Diniz; e o diretor financeiro, Marcelo de Sá Mendes. Na reunião, o vice-presidente avaliou de forma positiva a minuta do projeto que trata da autonomia administrativa. Temer apresentou, no entanto, suas reservas no que diz respeito ao conceito de autonomia funcional capaz de, para ele, comprometer o processo de identidade dos advogados públicos. O presidente da Anape, Marcello Terto, fez questão de enfatizar que os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal têm hoje plena consciência do seu papel constitucional e reforçou o conceito de independência técnica que precisa ser garantido institucionalmente através da autonomia orçamentária e financeira das Procuradorias Gerais. “O exercício da advocacia é naturalmente independente, porque a Constituição garante a inviolabilidade e a imunidade profissional, que, no nosso caso, face às relações de poder que estão próximas, demandam uma estrutura institucional capaz de assegurar essas características da carreira de Procurador do Estado e do Distrito Federal”, enfatizou Terto. Os representantes da Anape discorreram ainda sobre os riscos de quebra do princípio da unidade dessas procuraturas estaduais concebido como fator de independência técnica dos procuradores, uniformização e racionalidade dos serviços jurídicos concebidos pelo constituinte originário, na forma consagrada no julgamento recente da ADI nº 484/PR. “A realidade é que todas as carreiras sobrepostas estão dando lugar a essa unidade, com a constituição de quadros em extinção e a absorção de toda a atividade jurídica do Poder Executivo, e aí se inclui Administração Direta e Indireta, pelas Procuradorias Gerais”, afirmou o presidente da Anape. DIAGNÓSTICO Michel Temer foi informado ainda das ações para a realização do I Diagnóstico das Procuradorias Gerais dos Estados e do DF em parceria com o Ministério da Justiça e do Colégio Nacional de Procuradores-Gerais e de como propostas como a PEC 39/2012 podem prejudicar as duas décadas de avanço institucional das advocacias públicas dos estados. O diagnóstico foi tema de uma produtiva reunião, realizada no mesmo dia, dos integrantes da Anape e de associações estaduais com o Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Flávio Caetano Crocce. O secretário propôs um termo de cooperação com a Anape, para promover a formação de propagadores da cultura do consenso no âmbito das Procuradorias Gerais dos Estados e do Distrito Federal. Sobre as estratégias para o fortalecimento institucional das PGEs, para esse fim, inclusive, Crocce estabeleceu que a nota técnica sobre a autonomia proposta se dará por ocasião da apresentação do projeto numa das Casas do Congresso Nacional. O secretário também determinou a sua equipe agendar para breve a primeira reunião do grupo de trabalho destinado à realização do I Primeiro Diagnóstico das Procuradorias Gerais dos Estados e do DF. essenciais à Justiça. A equivalência é relativa às questões de estrutura e prerrogativas e, também, no aspecto remuneratório, conforme já prevê a Constituição Federal. As propostas foram apresentadas em 2009 como parte dos esforços das entidades de defesa da advocacia pública, como a Associação Nacional de Procuradores de Estado (Anape) e as associações estaduais como a Apes. Com a aprovação na CCJC, a proposta será encaminhada para comissão especial a ser constituída, com a responsabilidade de analisar o mérito do texto legal. 9 Vice-presidente da República tem reunião com procuradores de Estado A presidente da Apes, Santuzza da Costa Pereira, participou de uma audiência com o vice-presidente da República, Michel Temer. Santuzza, que preside o Conselho Deliberativo da Associação Nacional de Procuradores do Estado (Anape), esteve na reunião com a diretoria da Anape e outros presidentes de Associações estaduais de procuradores. Jorge Gabriel Rodnitzky, Misabel Abreu Machado Derci e Carla Dorsch DEZEMBRO 2012 O vice-presidente da República, Michel Temer, tratou de assuntos de interesse da advocacia pública. Participaram da reunião, Marcello Terto, Santuzza da Costa Pereira, Márcia Semer, Luiz Henrique Carvalho, Marcelo Mendes e Carlos Augusto Diniz. 10 | APES EM AÇÃO | DEZEMBRO 2012 ATUALIDADES ATUALIDADES DEZEMBRO 2012 Festa de confraternização dos procuradores Já é tradição: a cada fim de ano, a Apes realiza uma festa de confraternização para os procuradores de Estado. Este ano, o encontro foi realizado no dia 29 de novembro e contou com a presença de procuradores da ativa - incluindo os que tomaram posse recentemente - e também os advogados públicos já aposentados. A noite foi de bate-papo, descontração e agradecimento. Os homenageados deste ano foram o procurador-geral do Estado, Rodrigo Júdice, e a procuradora recentemente aposentada, Arlette Uliana. Para animar ainda mais a festa, os procuradores que, além da competência jurídica, têm talento musical deram uma “canja”: tocaram e cantaram, ajudando a dar um clima ainda mais divertido descontraído, ao encontro. | APES EM AÇÃO | 11 12 | APES EM AÇÃO | DEZEMBRO 2012 ATUALIDADES Apes propicia confraternização mensal entre procuradores do Estado Um momento de encontro entre os procuradores do Estado, marcado por boas conversas e intercâmbio de informações importantes para o exercício das atividades, mas com um clima informal. Assim foi o primeiro encontro realizado pela Apes com os procuradores, na sede da Procuradoria Geral do Estado (PGE) no dia 3 de outubro, quando, no intervalo de trabalho dos advogados, a Associação promoveu um lanche com os profissionais. vessem uma oportunidade de se encontrar, para conversas informais sobre suas atividades e também como uma forma de, mensalmente, confraternizarem. Isso porque, na nova sede da PGE, os procuradores se veem com menos frequência do que ocorria na sede anterior. Apesar de ofecer mais espaço e melhor estrutura para o trabalho, na atual sede, a procuradoria ocupa vários andares do prédio, o que dificulta o encontro entre os colegas. Participaram do encontro, profissionais da ativa e cinco procuradores aposentados. A ideia surgiu para que os advogados ti- Depois do sucesso do primeiro encontro, a intenção é promover os lanches para confraternização entre os procuradores todos os meses. A descontração deu o tom do encontro. Sem tema específico para tratar, os colegas aproveitaram o momento para um ‘café com prosa’. O ‘bate-papo’, organizado pela Apes, foi o primeiro. Mas a intenção é, a partir de 2013, realizar a atividade de confraternização todos os meses. Empossados na PGE participam de encontro com diretoria da Associação Os procuradores do Estado empossados no último dia 12, participaram de um encontro com a diretoria da Apes, na sede da Associação. A reunião foi realizada no fim da tarde de 22 de novembro, e contou com a presença dos empossados, dos direitores da Apes e de alguns procuradores em atividade e outros já aposentados que foram dar boas vindas aos novos advogados do Estado. Os novos procuradores foram convidados pela Associação para conhecer a entidade, saber sobre as ações desenvolvidas em prol da procuradoria, da advocacia pública e da classe. No encontro, a presidente da Apes, Santuzza da Costa Pereira, explicou como funciona a Associação e falou sobre as principais lutas institucionais e de classe desenvolvidas pela Entidade. Um dos destaques foi a atuação da Apes e da Anape junto ao Congresso Nacional, na defesa de matérias de interesse da advocacia pública, das procuradorias e dos servidores públicos em geral. Santuzza detalhou as prin- cipais matérias debatidas com os deputados e senadores e explicou em que fase de tramitação estão, na Câmara e no Senado, os principais textos legais defendidos pelos procuradores. Também foram discutidas informações sobre os honorários de sucumbência recebidos pelos procuradores do Estado do Espírito Santo. Valores pagos, forma de pagamento, projetos futuros da Apes nessa área, foram algumas das dúvidas esclarecidas aos empossados. Os nomeados também foram informados sobre como se associarem à Apes e à Anape e, ainda, sobre as vantagens dos convênios firmados pela associação para os procuradores e outros benefícios para os associados. Ao fim do encontro, os procuradores empossados participaram de um lanche feito para homenageá-los e dar boas vindas à Associação. E receberam o convite para a festa de confraternização de fim de ano, tradicionalmente realizada pela Apes, que aconteceu no dia 29, no Le Buffet Lounge.