- 351 - APPENDIX A Livro de Pazes, HAG, 52ff. Copia das Condic'Oes com que o Ex.m° s . Or Nunes Jdao . da — Cunha, Conde de no Vicente, V. Rey, e Capita.° Geral de estado da India, Gentil hom-e da CAmara- de S.A. aceita por feudatrio ao estado da India, ao Ilustre Sydy Principe e s.Or de Danda Raja pury na forma das CapitulacCies que com o dito Sidy celebrou com ordem do dito S. Or Conde de V. Rey, Dom Jeronimo Manoel, Almirante da Armada Real, e Ceral do Estreito de Ormuz, do Cons. o de S. Mag. de , Capita° Mor das Naos da India. Que o Sidy fatecan reconhecendo o Seu erro, e em satisfacaO de todos os e=1 seus Governadores haviao cometido na administracao de seus Reinos durante a sua menoridade, mandou de gollar os tres governadores, e tutores seus por hauerem tomado catiuos os portugueses, destruhidos os seus barcos, e intentado sedigiozamente a cometer as terras e os portos do estado da India no tempo que por elle gouernarao. Que de hoje para todo sempre nao podera nauegar embarcacao sua, sem tomar cartaz do estado, nem nauegara o porto com tenhgo grr.a os portuguezes que em sinal de feudo reconhecim. to e boa amizade pagar ao estado dous cauallos Arabios. E por quanto hoje se prohibe ao Sedy o Comercio de todos os portos da Arabia que em lugar dos cauallos dar pera prouimento das pracas de sua Magestade, quarenta muras de bate que seram entregues ao feitor de Sua Mag. de de Chaul5 e - 352 cobrara delle conhecimento. Que podera o Sidy ter nesta cidade seu feitor se lhe for necessario para bem do seu contrato e mercancia, e se lhe passaram quatro cartazes, assy a elle Sidy, como a seus uassalos para nauegarem a quaes quer portos, dao sendo de inimigos do estado nem leuando, e trazendo couzas defezas. pello regimento, e pagaram somente os direitos que el-Rey Magor, e seus uassalos costumio pagar dos Cartazes que pedem, acem sinal de boa amizade se concede hum Cartaz cada anno a elle sidy, liure de direitos para hum barco de porte de quinhentos ate seis centos candis 11-ao indo como se declara para portos de inimigos do estado, nem leuando couzas defezas. Que o S. or Conde V. Rey esquecera de hoje para todo sempre as mas Correspondencias feitas pellos Capit'aes daquella fortz.a aos mercadores, officiaes e Soldados de sua de Mag. Que em nome de Sua Mag. de o S. or Conde V. Rey toma, e aCeita Como feudatr° deste estado'de baixo da sua protecc"ao a elle fatecan, e a todos os Seus Sucessores, para os Socorrer em todos Seus apertos, e necessidades Com as foras do Estado. Que sem embargo de ser tomado em boa guerra hum barco do Sidy o S.°17 Conde V. Rey, mandara que or Sinco Cauallos que nelle uieiao destinados, de prezente para Sua pessoa, Se lhe dem graciozamente. Que as fazendas, e tudo o mais que se achou no dito barco ficara• perdido p.a a fazenda Real de sua inag.de e se - 353 repartira Conforme seus regimentos que aos Vassallos do Sidy uinhio em barco se lhes dara Liberdade. Com estas CondicZes recebe o S. Or Conde debaixo da protecCao das armas de Sua Mag. de V. Rey ao dito Sidy, cem fee do Tratado, se assinafao estas Capitulacbes pello S.°r Conde V. Rey, e Sellafao Como Sello das armas Reaes de Sua Magestade, e outro sy pello S. Or fatecan, com o seu sello e chapa Costumada. o Conde V. Rey = Sello das armas Reaes de Portugal = chapa do Sidy de Danda = Registada no L° dos Registos que serue nesta feitoria de Chaul, a fls.45 Verso te 46 por my escriuo da dita feitra. e fazenda abaixo asinado Chaul 5 de Mayo de 670 = Jo-io Roiz. Summary Chaul, 5th May, 1670 The copy of the terms with which the Viceroy, Jo"60, Nunes da Cunha accepted the Siddi Prince, Fateh Khan as ,feudatory to the Portuguese State of India. The terms capit.ulated by Dom Jeronimo Manoel, Admiral of the Royal Navy are as follows:That Siddi Fateh Khan confessed the mistakes committed by him and his governors in the administration of his dominions as he had sent his three governors and guardians to behead the Portuguese captives, destroyed their ships and seditiously wished to attack the lands and ports of the Portuguese State during the time they governed for him. That from today onwards, Siddis embarkations will not navigate without obtaining passport from the State. Nor his - 354 ships will navigate to any port inimical to the Portuguese. The Siddi will also give two Arab horses in recognition of feudality and good friendship. And while the commerce of all the ports of Arabia is prohibited to the Siddi from today onwards, he will give 40 bags (Muras) of rice to be delivered to the Factor of Chaul in place of the horses. That the Siddi could have his Factor in that city if necessary for the good of his contract and commerce and will be issued four passports in order to navigate to any port friendly to the Portuguese. He will, however, not carry or bring any defensive material and will pay only the same duties as was being paid by the Mughal King and his vassals for the passports. As a mark of good friendship, the Siddi will be given one passport yearly for a ship that could carry 500-600 khandis weight to friendly ports without having any defensive material. That the Viceroy in future will forget the past bad correspondence made by the Captain of that fort to the merchants, officials and soldiers of His Majesty. That on behalf of His Majesty, the Viceroy takes and accepts the Siddi and his successors as feudatories under his protection in order to help him in all their hardships and necessaries with State's forces. That despite one ship of the Siddi was taken away in old war, the Viceroy will order to return it alongwith five - 355 horses brought by him in that ship. That the goods and other items found in the said ship will remain the property of the Royal Revenue and in case it is divided as per the regimens, it would be restored to the vassals of Siddi, who came in it. With these conditions, the Viceroy receives the said Siddi under the protection of Royal Arms. Signed and sealed by the Siddi and the Viceroy, Chaul, 5th May, 1670 (copy in the grand Livro de Phzes, folios 52 52v) - - 356 - MoncOes do Reino N° 76, 1710-1713, f1.68. Dom Rodrigo da Costs V. Rey da India Amigo. EV El Rey uos emuio muito Saudar. Hauendo mandado ver o que me escreuestes em carta de 4 de Janeyro deste anno a serca da noticia que tiuestes da Armada que El Rey Mogor intentaua fazer para a qual tinha nomeado por General a hum-Frances, cujo intento se se conseguisse tinheis por infaliuel quebrarmos com elle, por ser sem duuida, o dito General daria grandes motiuos a isso, e que sobre este Negocio havieis escrito a Juliana Diaz da Costa Portugueza, que se acha com grande valimento na assistencia do do.t° Rey e se uos tinha offerecido para sollecitar os negocios desse Estado cuja carta lhe mandartes, por uia do Padre Jo-ao de Abreu, da Comp.a de Jesus, a quem o dito Rey estimaua muito. E pareceo me agradeceruos as deligencias que emprendestes para se desuanecer o intento Del Rey Mogor Lancar esta Armada nos mares da India, que certamente seria nosso prejuizo como em impedir actteiclo do General Frances. E vos emcomendo me deis conta do que tem Resoltado dellas. Escriia em Lx. a a 29 de 7. bro de 1710. Rey Para o V. Rey e Cap. m g. 1 do Est. o da India. - 357 - Lisboa, 29th September, 1710 Summary In response to the letter dated 4th January 1710 of the Viceroy Dom Rodrigo da Costa regarding the intention of the Mughal King to raise a fleet under a French General, the Portuguese king writes to him that he (Viceroy) might have already written to Dona Juliana Dias da Costa serving in Mughal Court in this respect in order to dispel the intention of the Mughal King to put that fleet in the Indian waters. He further asks him to let him know the result of his efforts in this regard. - 358 MonCoes do Reino N. os 77 E 78, 1711-1713, f1.73. N° 10 Snor Pareceo me conveniente e precizo a minha obrigacdo fazer prezente a V. Mag. de que El Rey Mogor Se conserua com , com a mesma paz este Estado, e Vassallos de V. Mag. de na'o So e amizade que Seu Pay teve com Nosco, Mas ainda com Muito Mayores finezas, e Ventages do que elle, e assim corre Or nosso Come'rcio em todos os Seus Portos Liure, e Sem or menor embaraco, tanto assim que ate' a Nosso Respeito absolueo do gouerno de Surrate ao Nababo Nelle estaua chamado Amanato Can, por Ser a Serrimo inimigo da Nasc'do Portugueza, de que dou conta a V. Mag. de para q parecendo lhe agradecer ao dito Rey o affecto com que Nos trata o possa fazer Na certeza do muito que delle dependemos; e a Juliana Dias da Costa como Nossa Procuradora, he toda Sua Valida. Deos g. de e prospere a Real Pessoa de V. Mag. de os felices e ditozos annos todos Seus Vassallos dezejamos. Goa 3. de Dezembro de 1711. - 359 Summary Goa, 3rd December, 1711 The Portuguese Viceroy reports to his King that the Mughal King not only maintains the age-old peace with the State and vassals of His Majesty but also supports the State so much that the Portuguese commerce was running freely in all his ports without any hindrance. He adds further that the Mughal King has relieved the Nawab of Surat (Amanat Khan), the biggest enemy of the Portuguese nation, from the government of that city, while Dona Juliana Dias da Costa continues to be there in the Mughal Court. - 360 Reis Vizinhos N° 8, 1714-1722, f1.28V. Para Assidan Ale Can Generalissimo dos exercitos del Rey Mogor. Vasco Fez Cezar de Menezes do Concelho de Estado do .Muito alto,e muito poderozo Rey de Portugal Alcaide Mor de Alemquer Comendador da ordem de christo, Alferes mor do Reino V. Rey e Capie-a'o geral do Estado da India. Ao estimavel e felicissimo Assidan Alican generalissimo dos exercitos do muito poderozo e Magnifico Rey Mogor. Dou os parabens a V. S. a da Victoria q tem alcancado - Contra o Rebelde que Segaments se opunha a Obedienceado Seu — Rey Soberano, e espero q V. S.a Continue nas mesmas felicidades para que Se exalte o Seu nome em toda a parte do Mundo. Por Carta de Dona Juliana Dias me Certifico haver grande Rey Mogor entregue a V.S.a a Forma° pello qual da a este Estado as Terras de Ponda Com Ordem para o entregar a pessoa minha a qual vay a presenca de V. S.a n-a-o SO para esse Effeito mas tbem para Segurar a V. S.a minha verdadeira Amizade a qualquer o Seja Correspondida por parte de V. S.a fazendo Com que Se obseruem todas as Prauanas e FormCies que o grande Rey Mogor passou a fauor deste Estado, e porq Conue muito ao portos, e Vassallos do grande Rey Mogor a Leuantado, e Pirata Angria Seja destruido, nam auuido q V.S. a Concorra para tudo o q for do agrado de V.S. me achara, Com - 361 arande Vontade. b Deos alumie a V. S.a em Sua Diuina graca. Goa 12 de Janr° de 1716. - V. Rey. Goa, 12th Summary January 1716 Portuguese Viceroy, Vasco Fernandez de Menezes, congratulates the Mughal General Asidan Ali Khan on his victory over ,the rebel (Marathas) and informs him of having received a letter from Dona Juliana Dias confirming the delivery of Mughal King's Farman to (him) Khan for passing over the lands of Ponda (Phonda in Goa) to the Portuguese. He expects him to honour the royal order in the interest of existing friendship as the step will be extremely useful for the ports and vassals of the Mughal King in reducing the pirate Angria. - 362 Reis Vizinhos N° 8, 1714-1722, f1.98. Para Sidy Acut Can General da Armada Del Rey Mogor. Receby com grande gosto a carta de V. S. pois Sempre me deuco huma grande estimacao tudo o que vem de V.S. Ao Cabo Cazil Janden que V.S. me nomea mandey entregar o produzido dos poucos effeitos que Se puderao Saluar do naufragio do barco de V.S. que deu a costa nas prayas de Bardez e Sempre que as embarcacbes de V.S. tomarem este porto lhe mandarey Sem duuida fazer a milhor pacagem e o mesmo entregara a V.S. hul pequena proua da minha amizade. D. s G. e Alumie a V. S. em Sua Diuina graca Goa 27 de Abril de 1720. Conde Dom Luis de Mes. Summary Goa, 27th April' 1720 Viceroy Dom Luis de Menezes acknowledges the receipt of the letter of Siddi Yakut Khan, Admiral of the Fleet of the Moghul and assures him all cooperation in helping his Head Constable Kazi Janden (Zanodin) in salvaging the ship wrecked off the sea coast of Bardez. - 363 Mon9Zes do Reino N° 102-B, 1731-1735, fls.710-710V. N° 10 Senhor Este Estado se conserua por hora em paz com os vezinhos; e tendo me dado cuidado a facilidade com que o Marata Se fez derepente no principio do inuerno, Senhor de muitas fortalezas, e Serras do Sidy, por traicib de hum principal cabo Seu que lhas entregou, e a dilligencia que fez para conquistar tambem as pra9as maritimas do mesmo Sidy com dous exercitos que lhe aplicou, e muitos mezes as tiuergo atacadas, ultimamente cessou o receo, porque despersuadido o Marata da esperanca da Conquista, Sendo o Sidy Socorrido dos Inglezes de Bombaim, a mandando eu a Rogo de hum, e outro partido, que me conuidargo para declararme em Seu fauor, duas fragatas de Guerra ao porto de Danda a mediar entre ambos, encarregando esta Comissao a AntOnio Cardim Froes que por muito pratico, estimado entre aquella gente era o mais proporcionado medianeiro, Retirouse o Marata Sem Conseguir a Conquista, nem ajustar a paz, que era o que nos Conuinha, porque em quanto os vezinhos se occugg-o com guerra entre sy, Conseruase o Estado liure de o inquietarem, pode entre tanto preuenirse Com fortificacOens, e Meyos para nao Receyar que os inquietem. 0 Rey Canara me pedio o Socorresse com embarcacZens de guerra, que Comboyassem as Suas de mantimentos para o exercito que tem nas terras ja Conquistadas aos Naires, onde uay continuando a guerra contra Cananor, que lhe tem Rezistido vigorozamente, eu assim pella dependencia que o N; - 364 Estado tem do mantimento que Costuma conduzir dos Seus portos, Como para Se facilitar a obra em que actualmente Se trabalha de fortificar em Lugar dominante da barra a Feitoria de V. Mag.e no porto de Mangalor, lhe tenho assistido com as embarcacbens pedidas. 0 Angria he o unico vezinho que por mar me da cuidado pello grande embaraco, que faz ao Comrcio, tendo augmentado as Suas forpas maritimas com a Armada do Sidy que pella traiclo ja Referida chegou a poder do Marata que lha Cedeo, e achandose assim Com mais de doze Pallas, e trinta, ou quarente galuetas, esta hum grande Corsario, vzando da Ligeireza das Suas embarcacOens para atacar Sem Risco, e Se Retirar quando o Considera. Tem Significado por uezes querer pass Comigo, mas ao mesmo tempo toma as embarcaOes de nossos mercadores, e Rezoluendose a escreuerme com expedicaens de paz, nqb Receou dizerme que tomaua as duas embarcacaens por nao Leuarem Cartaz Seu, po que lhe respondi como me parepeo que Convinha, e conheco Ser precizo cuidarze muito em se Conseguir a Sua destruicaO para o que me parece Ser muito necessaria hua Armada Correspondente a que elle tem mas n-ao ha meyos para isto nem vejo que facilmente o5 possa hauer neste Estado. Deos guarde a muito alta, e muito poderoza Pessoa de V. Mag.e felices annos. Goa 19 de Janeiro de 1734. - 365 - Summary Goa, 19th January, 1734 The Portuguese Viceroy reports to his King that the State maintains peace with the neighbours. But the Marathas, who suddenly raided in the beginning of the winter, have become the lords of many forts and hills of the Siddi on account of the treason of one of his principal captains who delivered them maritime places and two naval detachments. The Marathas attacked many times but finally the fear ceased as the Siddi was helped by the British from Bombay. Adding further, he states that he had sent two warships under the able charge of AntOnio Cardim Froes to the port of Danda to mediate between the both and the Marathas retired without achieving the conquest. He also adds that the Angria is a unique neighbour who had greatly embarrassed the State's commerde, having expanded his naval force by adding Siddi's fleet due to the said treason. Adding further, he states that now the great pirate was using his rich ships to attack without any fear and has desired peace with him Wiceroy) while capturing the ships of the Portuguese merchants at the same time for not carrying his permits.