Introdução Som • definição • características Música • conceitos fundamentais • comparação com características do som Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 1 Som Som • forma de energia mecânica que se propaga causando compressão e rarefação das moléculas de um meio elástico e inercial (sólido. Líquido, gasoso) • decai radialmente com o quadrado da distância da fonte emissora Quatro elementos • • • • fonte excitadora (ex. dedos + cordas) superfície vibratória (ex. caixa do violão) meio de propagação (ex. ar) receptor (ex. ouvido) Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 2 Onda sonora rarefação compressão Características principais • amplitude, freqüência, comprimento, velocidade, fase, potência, etc. Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 3 Amplitude Pico + Nível zero Pico - (ou vale) Amplitude a • Distância de um ponto da curva ao nível zero • Medida instantânea de energia • Quanto maior, mais forte o som Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 4 Período e Freqüência 1 ciclo 1 ciclo 1ciclo Período T • Tempo (em segundos) de duração de um ciclo Freqüência f • • • • Número de ciclos por segundo: Hertz (hz) Inverso do período (f = 1/T) Quanto maior a freqüência, mais agudo o som Ouve-se de 20 a 20.000 Hz Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 5 Comprimento e Velocidade Comprimento de onda • Semelhante ao período, só que mede a distância física (milimetros) de um ciclo • = c/f – onde c é a velocidade do som e f a freqüência • inversamente proporcional à freqüência – som agudo => pequeno comprimento – som grave => grande comprimento Observações • graves são dificilmente “localizáveis” Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 6 Velocidade Velocidade de propagação: c = f • diretamente proporcional `a freqüência e ao comprimento de onda • depende do meio e da temperatura – 344 m/s no ar – 1500 m/s na água – 5000 m/s no aço Efeito Doppler • mudança de velocidade causando mudança de freqüência – ex.ambulância passando Observações • importante nos efeitos de eco, reverberação, etc. Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 7 Fase 90º 180º 0º 0º 90 º 180 º 270 º 360 º 270º Fase • depende do instante em que a onda começou • medida em graus, sendo 360 º o ciclo completo importância • cancelamento:microfones, alto-falantes • efeitos: chorus, flaging, etc. Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 8 Formas de onda Simples (senoidal): Não existe na natureza! • x(t) = A sen (ft + ) A = amplitude f = freqüência = fase inicial Complexa (composta de senoidais): Serie de Fourier • f(t) = ak + a0senf0t0 + a1senf1t1 + ... + ansenfntn • f0 é chamada de freqüência fundamental • as outras são chamadas de parciais • harmônico = parcial múltiplo de f0 Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 9 Onda complexa: exemplo O conteúdo harmônico • é um dos responsáveis pelo timbre de um instrumento • é chamado Resposta em Freqüência ou Espectro Síntese aditiva: • Toda onda pode, teoricamente, ser obtida a partir de senoidais • Instrumentos percussivos tem parciais não harmônicas Fundamental 2° harmônico 3° harmônico resultado Representação temporal e espectral Onda dente de serra Frequencia Onda senoidal Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 11 Envoltória Envoltória: • Indica como a energia do som se distribui no tempo • Segundo elemento marcante na definição do timbre. Cada instrumento tem o seu • Existe uma envoltória para cada parcial ataque decaimento sustentação relaxamento tempo Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 12 Ruído Ruído • Sinal não desejado com espectro de freqüência pouco harmônico. Tipos • Inerente aos equipamentos de áudio • Externo Faixas de freqüência • Ruído rosa: predominante na faixa musical (baixas) • Ruído Branco: igual em todas faixas Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 13 Ruído: tempo e freqüência Sinal musical Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE Ruído 14 Potência de uma onda sonora Volume (nível de audio): decibel (dB) • 1 dB = menor mudança de volume perceptível • É uma medida relativa entre tensões, correntes, potências ou pressões acústicas dB = 10 log10 (nível/nível de referência) Existem vários níveis de referência • • • • dBm: 1 miliwatt dBu ou dBv: 0.775 volt dBV: 1 volt dB SPL: 10-12 watt/cm2 (limiar da audição) Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 15 Sound Pressure Level (dB-SPL) 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0- Turbina de avião, caixa da bateria a 10cm Cantor de rock gritando no microfone Chimbal a 15 cm (limiar da dor) Pico de um piano 94 dB SPL, teste de sensibilidade de microfones Violão dedilhado a 30cm 74 dB SPL, teste de sensibilidade de microfones Bate papo normal Cochicho Nível de gravação de um estúdio Limiar da audição para jovens 10-12 watt/cm2 Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 16 Dinâmica Dinâmica • variação de volume Em uma gravação • é muito importante capturar a dinâmica mais larga possível – orquestra: 60 a 110 dB • respeitando os limites do meio (fita) para evitar distorções (medida a 80 dB, 1 KHz) • pensando em não deixar o som ser mascarado pelo ruído Relação sinal-ruído (NSR) • deve ser a maior possível – Fita cassete NSR = 50 dB – CD NSR = 90 dB Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 17 Música Qual é a relação entre os parâmetros físicos do som e da música? A nota tem 4 parâmetros básicos: • • • • altura (dó, re´, ...) intensidade (ff, p, ...) duração (semínima,...) timbre (violão, flauta, ...) Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE = freqüência (Hz) = potência (dB) = duração (seg) = espectro, envoltória... 18 Altura Correspondência • toda altura corresponde a uma freqüência (a fundamental) • exemplo: Lá 4 = 440 Hz Em música: Altura • • • • nome (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si) acidente (#, b, bb, duplo sustenido e bequadro) oitava (0,1,2,...,9) Em MIDI: alturas são codificadas de 1 a 127 teclas altura freqüência Midi note Do2 132 Re2 Mi2 148,5 165 Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE Fa2 176 Sol2 198 La2 220 Si2 247 Do3 264 19 Oitava Se nem toda freqüência corresponde a uma nota, como explicar o mapeamento freq-nota? Oitava 264 Hz 198 Hz 132 Hz Freqüência • dobro da freqüência • sensação de “repetição” • Dividiram a oitavas em um número fixo de alturas (notas) 89 Hz 66 Hz Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 20 Si1 Freqüência Oitavas: Circularidade Lá1 Sol1 Dó2 Ré2 Dó1 Ré1 dó# ré# réb mib fá# sol# la# solb láb sib v v v v v Mi2 Fá1 Mi1 sustenidos bemóis v v Freqüência v v v v v v v v do re mi fa sol la si do re mi fa sol la si do re mi fa sol la si ------ 1ª oitava ------ ------ 2ª oitava ------ ------ 3ª oitava -----Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 21 Porque estas notas e esta divisão? Intervalo: distância entre duas notas ou razão de freqüências • • • • intervalo(dó, ré) = tom intervalo(mi, fá) = semi-tom intervalo(mi, fa#) = tom intervalo (dó,mi) = 2 tons v v v v v v v v v v v v v v v do re mi fa sol la si do re mi fa sol la si do re mi fa sol la si Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 22 Escalas Escala musical: • conjunto de notas que se separam por certos intervalos • Ex. Escala maior – tom, tom, semi-tom, tom, tom, tom, semi-tom – dó =(tom)=> ré =>(tom)=> mi =(semi-tom)=> fá... – ré =(tom)=> mi =>(tom)=> fá# =(semi-tom)=> sol... De onde vem esta convenção? Freqüência • Série harmônica: fundamental + parciais geradas ao se vibrar uma corda Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 23 Escala justa Escala justa: • Respeita as relações encontradas na série harmônica • problema: para cada tonalidade seria preciso construir um teclado (intervalo do-sol ré-la) Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó 1 9/8 5/4 4/3 3/2 5/3 15/8 2 Mi Fá Dó Ré 9/8 10/9 Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 16/15 Sol 9/8 10/9 Lá Si 9/8 Dó 16/15 24 Escala temperada e outros Escala temperada • solução da engenharia musical • a divisão igual por doze: semitom 21/12 • o ouvido faz a correção naturalmente Conceitos correlatos • Tonalidade – Centro de atração. Escala à qual pertencem a “maioria” das notas • Acorde – Tres ou mais notas, pertencentes a uma escala, soando juntas Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 25 Tessitura (extensão) Tessitura: Faixa entre a mínima e máxima altura (freqüência fundamental) • • • • • • Clarinete: Mib3 (~160Hz) a Sol6(1568Hz) violão 80 a 760 Hz violino 200 a 3000 Hz piccolo 500 a 3800 Hz piano 220 a 4000 orgão de tubo 180 a 8000 Hz • • • • voz soprano 240 a 1000 Hz voz contralto 200 a 750 Hz voz tenor 160 a 500 Hz voz barítono 120 a 380 Hz Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 26 Resposta em freqüência de alguns instrumentos Obs: inclui todos as parciais! Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 27 Intensidade Em música • ppp, p, mf, f, ff... • Energia empregada ao tocar Em acústica: • potência/volume • dB (Faixa 0-120 dB) Em MIDI • velocity (1-127) Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 28 Faixas de freqüência e intensidade O que os seres humanos escutam Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 29 Duração Duração: tempo em que o som permanece audível Em música: • figura (mínima, semínima, etc.): unidade de tempo relativa • andamento: numero de unidades de tempo por minuto – ex. 120 (120 seminimas por minuto) Em acústica • milisegundos Depende da forma da envoltória Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 30 Envoltória dos instrumentos Instrumentos percussivos têm rápido ataque e decaimento, e não tem sustentação A duração (forma da envoltória) pode também se alterar segundo a maneira de tocar (ex. pizzicato) Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 31 Exemplos de duração/envoltória Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 32 Timbre O timbre (tone quality) • é o que diferencia um instrumento de outro. Caracteriza-se por: • resposta em freqüência • envoltória dos harmônicos (e inarmônicos) • faixa de intensidade Pode variar segundo outros fatores • modo de excitação (maneira de tocar) • acústica (ambiance da sala) • tipo do instrumento Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 33 Tipos de instrumentos Cordas • dedilhadas (ex. harpa) • tocadas com arco (ex. violino) • percutidas (ex. piano) Sopro • • • • “Embocadura livre” (ex. flauta) Palheta simples (ex. clarineta) Palheta dupla (ex. oboé) “Bocal” (ex. Trompete) Percussão • Altura definida • Altura indefinida Elétricos, eletrônicos e sintetizados por software Geber Ramalho & Osman Gioia - UFPE 34