Por que não se utiliza com mais freqüência uma avaliação de personalidade nas organizações? Primeiramente é bom lembrar que existe certo desacordo entre os autores a respeito da pertinência dos traços de personalidade como preditores do futuro desempenho. Na última década, principalmente a partir de 1995, foram publicados vários resultados de pesquisas – ver bibliografia não exaustiva – que evidenciam como a avaliação de personalidade se revela útil no conhecimento do indivíduo fornecendo informações pertinentes que permitem fazer previsões mais exatas sobre o futuro desempenho do profissional. O consenso não existe quanto à utilização mais adequada dos traços de personalidade nas organizações. Na literatura duas grandes correntes se confrontam. A primeira acredita na pertinência da adequação (o desempenho é influenciado pelo ambiente), e a outra na existência de traços universais (existiriam características sempre adequadas e capazes de proporcionar alto desempenho qualquer que seja o ambiente). Cada uma, é claro, acusa a pouca pertinência da outra e os leitores, nesta altura, já terão uma opinião formada sobre o assunto. Nossa experiência nos incita a acreditar que a adequação função-indivíduo é o que mais permite prever o futuro desempenho. Dito isto, por que não utilizar com mais freqüência e pertinência os testes de personalidade nos processos seletivos? 1. Existe um atraso importante entre o estado da pesquisa e a aplicação prática. Os instrumentos considerados os melhores no mundo acadêmico raramente são utilizados nas empresas...que por sua vez utilizam ferramentas cujos valores psicométricos são grandemente questionados nas academias ou cuja utilização não é considerada pertinente em processos seletivos. Deste ponto de vista os instrumentos de Método Funcional possuem uma grande vantagem: são elaborados em conjunto por acadêmicos e por especialistas de RH. L.A.B.E.L. e COMPER foram criados para auxiliar as organizações a gerenciar melhor seu Capital Humano. São instrumentos constantemente atualizados que respondem às demandas e exigências das organizações incorporando imediatamente os conhecimentos da pesquisa à beira do conhecimento mundial. (ex. desde sua aprovação pelo CFP em outubro de 2004, o L.A.B.E.L. já está em sua 14ª versão!) 2. Nem sempre a utilização de instrumentos de avaliação de personalidade é bem aceita pelos responsáveis de RH e gestores. Isto está provavelmente relacionado à percepção da pouca confiabilidade da validade percebida (face validity). Quantas vezes os candidatos não “correspondem” aos resultados dos testes? O fato é que em situação de seleção todo candidato que realmente quer o emprego tende a forjar uma imagem, que responda a um questionário ou não. Os instrumentos de Método Funcional possuem índices de controle que detectam a maioria das falsas imagens e alertam sobre a oportunidade, ou não, de interpretar os resultados. Não impedem que o respondente influencie suas respostas, mas medem esta influência, a evidenciam e permitem uma interpretação bem mais pertinente dos resultados. 3. Existem poucos profissionais de RH realmente qualificados para validar, administrar os instrumentos de avaliação de personalidade e interpretar corretamente seus resultados. Não é por acaso que forçamos todos os psicólogos que querem utilizar o L.A.B.E.L. a seguir uma formação básica: sobre as principais teorias validadas no mundo do trabalho, sobre os rudimentos da psicometria e finalmente sobre a utilização do instrumento. Depois convidamos os utilizadores a se manterem atualizados graças a mini formações on-line disponíveis em nosso site. Para a utilização dos outros instrumentos seguimos o mesmo Moityca Eficiência Empresarial Ltda. caminho. Com isto tomamos um mínimo de precauções quanto à utilização correta das ferramentas e à condução dos processos. 4. Até agora pouca literatura científica está acessível em português, quanto os papers em inglês – veja a bibliografia - relatam principalmente a utilização de testes que não existem no Brasil. O psicólogo brasileiro, que utiliza o L.A.B.E.L., dispõe dos escores destes instrumentos calculados com o Método Funcional. Isto significa escores válidos, muito mais fidedignos dos escores das ferramentas originais e padronizadas a partir de uma amostra de mais de 1400 gestores brasileiros. 5. Raríssimos são os especialistas de RH que calculam realmente os custos de um recrutamento; só se calculam as despesas diretas (desligamento, recrutamento, integração) mas ninguém se preocupa em medir se recrutou um colaborador de desempenho superior (perto de + 1 DP) ou um “colaborador normal”. Portanto é só neste tópico que RH faz realmente ganhar dinheiro às organizações ao lugar de economizar migalhas. Com a utilização de instrumentos de Método Funcional em um processo seletivo se estreita o intervalo de confiança para recrutar colaboradores mais produtivos com maior freqüência. 6. Finalmente, o último obstáculo à utilização de instrumentos mais confiáveis vem do fato que a maioria dos profissionais de RH aprecia a zona de conforto. Poucos são cientistas, preferem aceitar crenças dogmáticas a fatos objetivos. Vivem na ilusão de que mantendo o maior mistério em suas práticas conseguirão proteger a própria função. Nos escores dos instrumentos de Método Funcional não tem nada de misterioso. Os resultados absolutos – exclusividade destes instrumentos – podem ser apresentados e deixados ao respondente o que facilita o estabelecimento de um verdadeiro diálogo. Neste artigo existe muita matéria de reflexão: se já estiver convencido da utilidade da avaliação da personalidade para proporcionar maiores resultados nas organizações experimente os instrumentos de Método Funcional. Se ainda tiver dúvidas por ter tido experiências pouco probantes, a adoção de nossos instrumentos permitirá alcançar novos horizontes profissionais. Querendo conhecer mais, navegue no site da Moityca, nas áreas TESTES DISPONÍVEIS e PUBLICAÇÕES ou entre em contato com Renzo: [email protected]. Renzo Oswald São Paulo, Setembro de 2008 Bibliografia Barrick, M. R. & Mount, M. K. (1991). The big five personality dimensions and job performance: A meta-analysis. Personnel Psychology, vol. 44(1), pág. 1-27. Borman, W.C., & Motowidlo, S.J. (1993). Expanding the criterion domain to include elements of contextual performance. In N. Schmitt & W.C. Borman (Eds.), Personnel selection in organizations. San Francisco: Jossey Bass. Goffin, R. D. & Rothstein, M. G. (1996). 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