BASES TEÓRICAS
PARA O RACISMO
ARIANISMO – é uma doutrina que justifica a
desigualdade entre os homens e adverte contra o
cruzamento das raças. Artur de Gobineau, seu mais
importante teórico classificava os arianos como a
raça ideal por ser pura e assim física, moral e
culturalmente superior as outras “raças”. Previu que
em duzentos anos a população brasileira iria
desaparecer em virtude da miscigenação. As idéias
de Gobineau teve um ferrenho defensor em
Houston Chamberlain, um dos promotores do
Imperialismo europeu na África.
DARWINISMO SOCIAL – teoria da evolução
social baseada na analogia com as ciências
biológicas, substituindo os organismos vivos
pelos grupos sociais em conflito. Seus
teóricos inspiraram-se na obra de Charles
Darwin – A Origem das Espécies (1859) que
pregava a sobrevivência dos mais capazes
como a base da evolução das plantas e
animais. H. Haeckel e George Lapouge foram
os seus principais divulgadores.
EVOLUCIONISMO
SOCIAL
–
interpreta
o
desenvolvimento sociocultural das sociedades
humanas com base no conceito de EVOLUÇÂO.
Defendia que as sociedades se desenvolvem em
ritmos desiguais e com diferentes formas de
organização ou estágios de evolução, variando das
mais simples para as mais complexas. O ponto
máximo do progresso humano seria a sociedade
européia enquanto as outras estariam na fase
primitiva. Seus principais teóricos: Herbert Spencer
(a sobrevivência dos mais aptos) e Lewis Henry
Morgan idealizador dos estágios evolutivos:
selvageria, barbárie e civilização.
EUGENIA – Palavra originária do grego eu
(bom) e gênesis (geração). Propugnada
por Francis Galton e que defendia a
necessidade do Estado formular um plano
com o objetivo de selecionar jovens aptos
a procriarem os mais capazes gerando a
raça pura e defendia a esterilização de
doentes, judeus, criminosos, ciganos e
outros mestiços.
IMPORTANDO O RACISMO
SÍLVIO ROMERO – (Intelectual e Escritor)
aponta como mestres Spencer, Darwin e
Gobineau. Previa que o processo de seleção
natural conduziria ao desaparecimento dos
negros e outras raças impuras.
NINA RODRIGUES – Professor de
Medicina Legal considerava os índios e
negros raças inferiores. Seguidor da
CRANIOLOGIA divulgada por LOMBROSO,
afirmava que os mestiços tinham mentalidade
infantil.
FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEN
(Historiador)– afirma que os índios e os negros não
progrediriam numa sociedade “civilizada” e que a
História brasileira deveria ocultar a fase
escravocrata pois os africanos e seus descendentes
(que deveriam retornar para a África) só nos
causaram mal, nos afastando do processo
evolutivo.
FRANCISCO OLIVEIRA VIANNA – adepto do
arianismo considerando-os destinados a dominarem
o mundo. Defensor do branqueamento da
população, considerava os negros “espantosos na
sua desordem moral e na instabilidade de instintos
e tratava os mestiços como ralé.
MONTEIRO LOBATO – defensor da eugenia,
considerava o caboclo preguiçoso, doente e
incapaz de ajustar-se ao progresso, motivada
pela mestiçagem. Seu personagem, Jeca Tatu
representa
todos
esses
estereótipos.
Posteriormente, Lobato retratou-se culpando
a falta de Saúde e de Educação por essa
situação.
O MITO DA DEMOCRACIA
RACIAL:
O INICIO
“Em
nenhum país do mundo coexiste uma
tamanha harmonia e tão profundo espírito de
igualdade entre os representantes de raças tão
distintas. Homens da raça branca, de raça
vermelha e raça negra; homens mestiços dessas
três raças, todos tem aqui as mesmas
oportunidades
econômicas,
as
mesmas
oportunidades sociais, as mesmas oportunidades
políticas. Franqueados a todos os vários campos
de trabalho, desde a lavra da terra às mais altas
profissões”. (Oliveira Vianna).
Desde o século XIX, relatos de viajantes, cientistas,
jornalistas e políticos europeus e norte-americanos
registraram uma certa surpresa com a convivência
pacífica entre as raças e etnias (brancos, negros e
índios) no Brasil. Essa imagem de um "paraíso
racial", em constante comparação com a turbulenta
experiência norte-americana, contrastava vivamente
com os receios das elites brasileiras que,
especialmente após a tardia abolição da escravidão
e a fundação da República, concebiam a maciça
presença dos negros e a intensa miscigenação,
características visíveis do compósito racial brasileiro,
como obstáculos à inserção do país na modernidade
Todavia, nas primeiras décadas do século XX,
particularmente entre os anos 20 e 40, devido
às transformações econômicas, sociais e
políticas ocorridas no Brasil e à centralidade
do debate intelectual acerca de uma versão
definitiva da identidade nacional, houve a
substituição
da
visão
pessimista
da
contribuição das raças formadoras da
sociedade brasileira por um enfoque positivo,
no qual o intercurso racial transformou-se em
indicador de tolerância e harmonia.
Foi no contexto pós-genocídio nazista que o
Brasil adquiriu ainda maior notoriedade quanto
ao panorama de suas relações raciais e
étnicas. A imagem positiva do país repercutiu
no interior da Unesco.
A controvertida crença numa democracia
racial à brasileira, que teve no sociólogo
Gilberto Freyre a mais refinada interpretação,
tornou-se assim um dos principais alicerces
ideológicos da integração racial e do
desenvolvimento do país e foi suficientemente
substantiva para atrair a atenção internacional
e consolidar-se no imaginário nacional.
Não existe democracia racial efetiva [no Brasil],
onde o intercâmbio entre indivíduos pertencentes a
"raças" distintas começa e termina no plano da
tolerância convencionalizada. Esta pode satisfazer
às exigências de "bom tom", de um discutível
"espírito cristão" e da necessidade prática de
"manter cada um em seu lugar". Contudo, ela não
aproxima realmente os homens senão na base da
mera coexistência no mesmo espaço social e, onde
isso chega a acontecer, da convivência restritiva,
regulada por um código que consagra a
desigualdade, disfarçando-a acima dos princípios
da ordem social democrática. (Florestan Fernandes)
A TEORIA DO BRANQUEAMENTO
Idéia desenvolvida pelas elites por acreditar que a
presença negra na população dificultava o
progresso. Para isso promoveram a imigração
européia facilitando o acesso a terra e ao
trabalho e dificultaram a inserção da população
negra na sociedade pós-abolição.
Por isso a população afro-brasileira ficou “livre do
açoite da senzala e preso na miséria da favela”.
Tornando-se cidadãos de direito mas não de
fato. É a negação da Democracia Racial.
Expectativas acerca do Branqueamento
1. Foram proibidas e/ou dificultadas a imigração
de outros povos, raças ou etnias que não a
branca européia.
2. Na idealização deles, se a raça branca
era superior biológica, intelectual, física e
economicamente, então o sangue negro era
inferior e assim quando feito o cruzamento, o ser
gerado seria, com certeza, branco.
3. O declínio vegetativo da população
negra e mestiça
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BASES TEÓRICAS PARA O RACISMO