ECONOMIA MICRO E MACRO AULA 03: A ELASTICIDADE E SUAS APLICAÇÕES TÓPICO 03: APLICAÇÕES DOS CONCEITOS DE ELASTICIDADE CONCEITUANDO RECEITA TOTAL, RECEITA MÉDIA E RECEITA MARGINAL A receita total ( ) é obtida pela multiplicação da quantidade vendida pelo preço de venda do bem. Por exemplo, a receita total da venda de 20 livros, a R$ 10,00 cada, é R$ 200,00. Onde: é o preço de venda do bem ou serviço i; é a quantidade vendida do bem ou serviço i. A receita média ( vendidas , ou seja, ) é a dividida pelo número de unidades .Por exemplo: R$ 200,00 divididos por 20 unidades é igual a R$ 10,00/UNIDADE. Já a receita marginal ( ) é a variação (ou modificação) na causada pela venda de uma unidade adicional do bem, que nesse caso, também é R$ 10,00 (se o preço não variar), pois para cada unidade vendida a receita aumenta em R$ 10,00 (receita marginal). De forma genérica, RT = f (P;Q), temos: ou em termos de derivada da função RT: RMg = dRT/d (valor da derivada no ponto) Onde: é a receita total de venda do bem ou serviço i no período 0; é a receita total de venda do bem ou serviço i no período 1; é a quantidade total vendida do bem ou serviço i no período 0; é a quantidade total vendida do bem ou serviço i no período 1. RELAÇÃO ENTRE A ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA E RECEITA MARGINAL Existe uma relação entre elasticidade-preço da demanda e receita marginal com implicações na Receita Total, em decorrência da política de preços praticada pela empresa. Assumindo que a relação entre a RMg e a EPd seja: Vejamos, o rol de possibilidades das relações entre as variáveis, de acordo com a fórmula acima e com o quadro especificado a seguir: FÓRUM A empresa aérea Voe Bem decidiu baixar em 30% o preço da passagem aérea e a empresa Voe Melhor, ficou preocupada em estimar o impacto da redução de preço da sua concorrente sobre o número de seus passageiros. Promova com seus colegas uma discussão sobre o assunto, com base no conceito de elasticidade preço (sensibilidade) da demanda. Ainda na mesma linha de raciocínio debata as seguintes questões: SERÁ QUE QUANDO UMA LOJA DE DEPARTAMENTO PROMOVE UMA LIQUIDAÇÃO DE ELETRODOMÉSTICO, ELA PODERÁ PROVOCAR UM TUMULTO DE PESSOAS NELA? E CASO FOSSE UM REVENDEDOR DE GÁS DE COZINHA? O TUMULTO SERIA O MESMO? OLHANDO DE PERTO Portanto, com o auxílio do coeficiente da elasticidade-preço da demanda podemos avaliar com mais segurança, “O que ocorre quando a empresa muda seu preço, a receita total cai ou sobe?” ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Nesta atividade, iremos discutir a importância para o produtor dos conceitos de elasticidade preço da demanda e elasticidade preço da oferta. Leia o texto abaixo e responda as questões propostas: a) Identifique a importância da elasticidade preço da demanda para os produtores de leite, quando seu preço aumenta; b) Identifique a relação entre os aumentos significativos de produção e de produtividade da pecuária leiteira e o aumento da elasticidade preço da oferta; c) Comente as consequências para o produtor de leite, nos casos de: 1. Uma elasticidade preço da demanda crescente; 2. Uma elasticidade preço da oferta baixa. d) Analise a (as) razão(ões) se numa condição de curto prazo a elasticidade preço da oferta de leite é baixa. Será que essa mesma condição ocorre no caso do longo prazo? Justifique. ENVIE SUAS RESPOSTAS POR MEIO DO SEU PORTFÓLIO NO SOLAR. BOM TRABALHO! EXPORTAR PARA EQUILIBRAR O MERCADO Leia o texto Exportar para equilibrar o mercado Um dos mais importantes indicadores utilizados na análise econômica é a elasticidade de preço, de oferta e de demanda. A elasticidade-preço resulta da divisão entre a variação percentual da quantidade ofertada ou demandada, pela variação percentual do preço. Dois exemplos: a) se a elasticidade-preço da oferta for 1,2, um aumento de 10% do preço recebido, pelo produtor, em relação ao preço dos insumos, resultará em aumento de 12% na quantidade de leite, podendo o mesmo raciocínio ser feito quando se reduz o preço do leite, relativo ao dos insumos, em 10%, resulta em queda de 12% da quantidade; b) se a elasticidade-preço da demanda for -0,4, um aumento de 10% da quantidade que resultará em queda de 25%, no preço podendo o mesmo raciocínio ser feito quando se reduz em 10% a quantidade, o que causa um aumento de 25% do preço. Pesquisas recentes demonstram que a maior elasticidade-preço da oferta ocorre em sistemas de produção de gado holandês; a elasticidade intermediária, nos de gado mestiço; e a menor elasticidade, nos de gado azebuado. Em outras palavras, os sistemas de gado holandês são os que mais reagem aos estímulos do mercado. Nos últimos anos, a pecuária leiteira nacional tem obtido aumentos significativos de produção e produtividade, em razão da maior especialização do rebanho. Isto significa que a elasticidadepreço da oferta tem aumentado. Em outras palavras, tem aumentado a capacidade de resposta do produtor aos estímulos de mercado. Quanto à elasticidade-preço da demanda de leite, no Brasil, ela está em torno de -0,5, ou seja, ela é pequena. Deve-se registrar que, para o produtor, o que importa é a demanda da indústria, que, muitas vezes, antecipa-se ao comportamento do consumidor. Os conceitos discutidos anteriormente dão bases para a explicação do comportamento do mercado do leite, no ano passado e neste ano. No início do ano passado, o mercado estimulou aumento da produção, que aconteceu rapidamente e em grande volume. Em decorrência do aumento da produção, o preço despencou a partir do meio do ano. Neste ano, a indústria aumentou a demanda, razão por que o preço recebido pelo produtor subiu rapidamente e em níveis significativos. A combinação da elasticidade-preço da oferta crescente com a baixa elasticidade-preço da demanda ajuda a explicar as grandes oscilações do preço recebido pelo produtor de leite. Tal resultado é maximizado pela ausência de mecanismos de estabilização do mercado, como o da política de preço mínimo, e pela estrutura concentrada da indústria de laticínios. Na ausência da política de preço mínimo para o leite – tudo indica que o governo não deseja adotá-la - o mercado externo assume papel de destaque no equilíbrio do mercado doméstico, ora importando ora exportando derivados lácteos. Quanto às importações, elas são conhecidas por todos aqueles que trabalham na cadeia produtiva do leite, mesmo porque, frequentemente, são realizadas com preços artificialmente reduzidos, o que causa mais problemas do que soluções. A novidade, que ganha espaço e tem boas perspectivas, é a exportação de lácteos. Em 2000, as exportações brasileiras de lácteos alcançaram 13,36 milhões de dólares e, em 2001, 25,03 milhões, um crescimento de 87%. Existem indicações de que as exportações serão significativamente maiores que as do ano anterior. Tudo indica que exportar é o caminho para equilibrar o mercado doméstico, mesmo porque o Brasil é competitivo na produção de lácteos. Entretanto, não basta apenas querer exportar, é preciso ter condições de participar, com vantagens, do mercado externo. Qualidade e constância são atributos necessários para entrar e permanecer no mercado internacional, como exportador. Fonte: GOMES, Sebastião Teixeira. Exportar para equilibrar o mercado. Disponível em: http://www.portaldoagronegocio.com.br/cp_leite/Art_158%20-% 20EXPORTAR%20PARA%20EQUILIBRAR%20O%20MERCADO% 20(22-4-02).pdf [1] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) OLHANDO DE PERTO PARA SE APROFUNDAR MAIS NESSE ASSUNTO RESOLVA A LISTA DE EXERCÍCIOS CLIQUE AQUI PARA ABRIR (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) REFERÊNCIAS MANKIW, N. Gregory – Introdução à economia, São Paulo, Cengage Learning, Tradução da 3ª Edição Norte-Americana, 2008, p. 89 – 112. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.ufv.br/der/docentes/stg/stg_artigos/Art_158%20-% 20EXPORTAR%20PARA%20EQUILIBRAR%20O%20MERCADO%20(224-02).pdf Responsável: Prof. Raul dos Santos Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual