Alimentação no 1º anos de vida •Alimentação –Essencial para o desenvolvimento somático e psicomotor e para um funcionamento do sistema imunitário adequados. ––Objectivo •Alimentação equilibrada –Prevenção da malnutrição e de estados deficitários em macro e micronutrientes ––Controlo da ingestão energética, proteica e de gordura visando a prevenção do risco das doenças crónicas na idade adulta (obesidade, aterosclerose, HTA, DM tipo2…) •Alimentação ––Infância – •Velocidades de crescimento elevadas a necessidades nutricionais específicas e elevadas •• Período “crítico” – compromisso nutricional na lactância pode afectar irreversivelmente a actividade de vários sistemas fisiológicos e conduzir a patologias diversas “A Alimentação é um dos factores do meio ambiente que grande influência tem sobre a saúde e que se for incorrecta por carência, excesso ou desequilíbrio cedo ou tarde pode surgir a doença” Rego de Aguiar •Períodos de alimentação criança (AAP) ––Lactância • Até 4-6 meses • Alimentação láctea exclusiva (leite materno ou fórmula) ––Período transicional • 2º semestre (até ao ano de idade) • Início da diversificação alimentar ––Período de adulto modificado •1 ano até 2 anos •Alimentação cada vez mais semelhante à do adulto Necessidades nutricionais –Necessidades hídricas »Pode variar com temperatura, aumento de perdas, carga renal de solutos •Até 7 Kg – 150 ml/kg/dia •7-10 kg . 1 l/dia –––Necessidades nutricionais do lactente • Muito grandes • Inversamente proporcionais à idade da criança (variam com a velocidade de crescimento) ––0 – 2º mês: 90-120 Kcal/kg/dia –3º mês - 5º mês: 90-110 Kcal/Kg/dia –6º m - 8º m: 80-100 Kcal/kg/dia –9º-12º m: 90-100Kcal/kg/dia •Energia: 30% gorduras (1/3 saturadas) Alimentação láctea exclusiva •Idealmente até aos 6 meses (ESPGHAN) –Limite mínimo: 17 sem ••Leite materno –Opção mais adequada, de forma exclusiva –•Fórmulas infantis –Oferecem a ÚNICA alternativa ao aleitamento materno segura e nutricionalmente adequada. ••Leite de vaca em natureza desaconselhado até aos 12 meses »Baixo teor de ferro e baixa disponibilidade »Elevado teor proteico (caseína/p.soro = 80/20), ausência de taurina »Elevado teor em sais minerais (Na, calcio, fósforo, potássio) »Elevado teor em gorduras saturadas »Composição desequilibrada de LC-PUFA »Risco de hemorragia GI Aleitamento materno •OMS – “gold standard” ––Paradigma do fornecimento nutricional que se identifica totalmente com as necessidades do lactente nos primeiros meses de vida (excepto vit D e K) •Mais nenhuma opção confere ao lactente tanto valor nutricional, imunológico, psicológico e relacional. •––Adapta-se às limitações fisiológicas do tubo digestivo e da função renal ––Início da lactância deve ser precoce (1ªs horas) •–Alimento dinâmico (adaptado às necessidades e saciedade do lactente) •Colostro (4-6 dias) / Leite de transição (6º-15ºdia) / Leite maduro •Variação ao longo da mamada •Variação circadiana - Intervalo entre as mamadas (>2h) ––Oferecer uma ou as 2 mamas (começar pela última mama oferecida na mamada anterior) ––Tempo de mamada: 15-20 min •90-95% do leite é extraído nos primeiros 5 minutos •Prolongar a mamada favorece aparecimento de gretas ––Aconselhada alimentação variada da lactante, incluindo 500 ml de leite ••–Desaconselhado consumo: tabaco, café e álcool •Peso como melhor indicador do aporte adequado (desmistificar falsas hipogalacteas) –––Por volta dos 3-6 meses, as crianças exclusivamente amamentadas mostram habitualmente uma desaceleração ponderal comparativamente às crianças alimentadas com fórmula (sem atingimento estatural significativo) •Motivos: ––Fórmulas com concentrações mais altas de alguns nutrientes (proteínas, zn, ferro) ––Lactentes alimentados com fórmula tendem a ingerir maiores quantidades de leite ––•Do ponto de vista clínico, esta desaceleração não deve ser valorizada Vantagens da amamentação Para o Filho -Composição adequada de nutrientes - Digestibilidade e absorção fáceis - Adaptado ao aumento da permeabilidade intestinal e imaturidade renal - Movimentos de sucção (desenvolvimento maxilares) - Reforço da relação mãe-filho - Propriedades anti-infecciosas (lactoferrina, lisozimas) - Diminuição das doenças imunomediadas (IgA, macrófagos) - Diminuição risco sensibilização alérgica (redução da permeabilidade intestinal às macromoléculas) - Melhor desenvolvimento emocional e intelectual Para a mãe -Comodidade - Económico - Involução uterina mais rápida - Diminuição incidência Ca mama - Anti-concepcional Gratificação psico-afectiva •Contra-indicações ao aleitamento materno Relativas à mãe - Infecção HIV - Toxicodependência - TP bacilífera - Mãe com fibrose quística (homozigotia) - Neoplasias, quimioterapia - Psicose materna grave Relativas ao RN - Galactosemia e outras metabolopatias •Fórmulas cada vez mais próximas do leite materno ––Única alternativa aceitável ao aleitamento materno quando este não é possível ––Proteínas: ••Diminuição gradual do teor proteico (recomendações actuais formulas início – 1,8 a 2,2 g/100 kcal) •–Aumento relação proteínas soro/caseína (60:40) –Enriquecimento com lactalbumina (beta) –Adição de diversos aa (taurina e carnitina) cuja concentração é superior no leite humano que no leite de vaca »Efeitos benéficos: desenvolvimento GI e do sistema imunitário, microflora intestinal, absorção ferro »Actualmente não existem recomendações precisas sobre a suplementação das fórmulas com estes aa –Gorduras: ••Devem constituir 40-55% do aporte calórico total •Podem ser de origem animal ou vegetal •Ácido linoleico deve constituir 3 a 6% da energia total (500 a 1200 mg/100 kcal) e a relação linoleico/alfa-linolénico deve ser de 5 a 15. •Ácido oleico deve representar 40% dos ag totais •No leite humano a quantidade de LC-PUFA estão em maior concentração – –Algumas fórmulas actuais são suplementadas com estes acidos gordos embora não existam actualmente normas que recomendem a sua suplementação –––Hidratos de carbono ••Lactose deve ser o HC predominante, embora se possa incorporar glucose e dextrinomaltose •Não deve conter amido nem outros espessantes • –Minerais e oligoelementos: ••Valores mínimos –Ca – 40 mg/100 ml –P – 20 mg/100 ml –Fe – 0,7 mg/100 ml –Zn – 0,2-0,6 mg/100 ml ––Outros componentes (sem recomendações específicas sobre a sua suplementação) •LC-PUFAS (ácidos gordos polinsaturados de cadeia longa) –Parecem melhorar o desenvolvimento acuidade cerebral e capacidade cerebral de processamento de informação »Estudos ainda controversos ••Nucleótidos –Constituem 20% do N não proteico no leite materno –Implicados no desenvolvimento sistema imunitário e facilitam absorção de ferro »Parecem diminuir episódios de diarreia –LIMITAÇÕES DAS FÓRMULAS »»Teor proteico superior leite materno (>15g/l vs 9-11 g/l) pq - Proteínas de menor valor biológico que leite materno (esta diferença é maior nos leites de soja – teor proteico + elevado que leites feitos a partir do leite de vaca) »»Presença de β-lactoglobulina (APLV) »»Ausência de lipase (absorção diminuída de lípidos) »»Ausência de numerosos factores hormonais, enzimáticos e imunomoduladores –Preparação fórmula •Colocar 1º a àgua e só depois o pó – 1 medida rasa por cada 30 ml de água – Depois agita-se o biberão até dissolver o pó. – O biberão só deve ser preparado na altura da refeição––Água: »Teor em sódio < 25 mg/L »Ferver máx. 1 min ( ao nível do mar), para evitar a excessiva concentração de sais »Ebulição não necessária se água engarrafada »Teor de nitratos < 25 mg/l para evitar metahemoglobinemia–•No fim de cada refeição o biberão e a tetina deve ser bem lavados –Não devem guardar-se no biberão restos de leite de uma refeição para a outra– Diversificação alimentar •Processo de introdução de alimentos líquidos e sólidos para além do leite ––Passagem progressiva de uma alimentação exclusivamente láctea para uma alimentação na qual se incluem novos alimentos mais ricos em texturas, sabores e variedade •Dieta rica em gordura Dieta rica em hidratos de carbono •••ESPGHAN –Iniciar entre a 17ª e 26ª semana •Dependendo da evolução individual do lactente ••No final do 1º ano de vida, maioria dos lactentes obtém metade da energia pelos alimentos complementares Diversificação alimentar - Porquê? – Por volta dos 6 meses, o leite torna-se insuficiente para cobrir necessidades nutricionais (macro e micronutrientes) - Energia, proteínas, ferro, zinco e algumas vitaminas lipossolúveis (A e D) - Crianças exclusivamente amamentadas mais dependentes do início dos sólidos para aporte de vitaminas e minerais - ex: ferro – necessidade de iniciar carne mais precocemente para formulas enriquecidas em ferro) evitar ferropenia (vs Diversificação alimentar - Porquê? 2) Maturação estrutural e funcional do rim e do tubo digestivo • Funções renal e GI para metabolização de nutrientes oriundos de alimentos diferentes do leite tornam-se adequadas aos 4 meses – Maturação renal » 3m – aumento taxa filtração glomerular (permite maior tolerância a àgua e solutos) » Capacidade de diluir urina; » Aumenta capacidade de concentrar urina, embora este valor seja relativamente baixo em relação ao adulto Diversificação alimentar - Porquê? 2) Maturação estrutural e funcional do rim e do tubo digestivo • Funções renal e GI para metabolização de nutrientes oriundos de alimentos diferentes do leite tornam-se adequadas aos 4 meses – Maturação GI » Diminuição permeabilidade intestinal » Exposição a sólidos e passagem de uma alimentação rica em lípidos para alimentação rica em HC associada a respostas hormonais (insulina, H. adrenais) - Condicionantes da adequada digestão e absorção - Aumento progressivo da capacidade e da acidez gástricas - Aumento da secreção de saliva (amilase, lipase lingual) - Maturação de mensageiros e receptores humorais colecistocinina, motilina) - Maturação enzimática (pepsina, ácidos biliares) (gastrina, Diversificação alimentar - Porquê? 3) Desenvolvimento psicomotor e neurocomportamental adequado do lactente para uma alimentação segura • 4-5 meses – Perda do reflexo de extrusão (> 4-5m) – capacidade comer com colher – Abertura da boca quando vê alimento – Vedamento labial que permite indicar recusa ( > 5m) • 6 - 9 meses – Controle dos movimentos cefálicos e capacidade de se sentar sozinho (6m) – Movimentos de mastigatórios reflexos rítmicos que são independentes da dentição (6-9m) – Desenvolvimento da flexibilidade da língua (6-9 m) • 9-12 meses – Capacidade de segurar na colher e pegar no copo Diversificação alimentar - Porquê? 3) Desenvolvimento psicomotor e neurocomportamental adequado do lactente para uma alimentação segura • O desenvolvimento do lactente nem sempre coincide com idade cronológica – Condições que podem comprometer desenvolvimento adequado para iniciar diversificação » Prematuridade » Baixo peso nascimento » Hospitalizações múltiplas » Má evolução ponderal » ADPM » Vítimas de negligência ou abuso » Depressão » Fenda palatina » Alimentação entérica ou parentérica prolongadas » Patologia associada (S. Down , paralisia cerebral, …) Diversificação alimentar - Porquê? 4) Educação alimentar • Treino de sabores e texturas – Doce e salgado inatos vs azedo e amargo implicam aprendizagem (5m) – Exposição repetida a um alimento parece aumentar a sua aceitação » A aceitação de determinado alimentado pode necessitar de 10 a 15 exposições repetidas - Recusa inicial de um determinado alimento não deve interpretar-se como uma aversão fixa e permanente Diversificação alimentar - Porquê? 4) Educação alimentar • Treino de sabores e texturas – Variabilidade de sabor do leite materno é um factor facilitador da aceitação de novos alimentos » Preferência pelos alimentos que experimentam no leite materno (moléculas voláteis que são transmitidas no leite) – Exposição precoce a um sabor aumenta aceitação e define as preferências para a vida » Não adicionar sal e açúcar na dieta do lactente - NOTA: A partir do 6º mês o lactente começa a reconhecer o salgado com agrado crescente (pico 2-3ª de vida) Riscos de uma diversificação PRECOCE: - Maior risco de sensibilização e consequente resposta alérgica a alimentos (+ macromoléculas) - Imaturidadedigestiva/absortiva(enzimática) e permeabilidade aumentada Maior risco de doença infecciosa em geral e GI em particular, nomeadamente diarreia por contaminação de alimentos, com consequente desnutrição -Dificuldade mastigação, maior risco de regurgitação e consequentemente de aspiração - -Maturação neuromuscular inadequada - Dificuldade digestão alimentos sólidos e compromisso do apetite associado a sintomatologia digestiva - Intolerância digestiva na dependência da osmolaridade e incapacidade enzimática - Diminuição da produção de leite materno/ Interferência com biodisponibilidade nutrientes leite materno - Risco de menor qualidade nutricional com compromisso do crescimento e maturação quer por baixa ingestão energética quer por sobrealimentação com excessivo ganho ponderal e risco de obesidade Riscos de uma diversificação TARDIA: - Risco de insuficiência energética do leite em exclusivo com consequente compromisso do crescimento e desenvolvimento -Maior risco de défice de aporte em certos micronutrientes (Zn e Fe) com repercussões imunológicas e do crescimento e maturação -- Atraso desenvolvimento linguagem? - Desenvolvimento muscular promovido pela mastigação (músculos faciais e língua) parece contribuir para desenvolvimento posterior da linguagem - Compromisso - Motoras da aquisição e desenvolvimento das capacidades (coordenação da mastigação, deglutição, …) - Do paladar e das texturas (perda da janela temporal ideal de treino) Diversificação alimentar - Orientações básicas -Lavar as mãos (da criança e do cuidador) antes de iniciar a refeição -- Exercer boas práticas de higiene e manuseamento dos alimentos -- A criança deve ser alimentada na posição sentada - Diminui risco de aspiração - Alimentar pacientemente e animar a criança a comer mas sem forçar - A quantidade de alimentos ingeridos pelo lactente geralmente está de acordo com as suas necessidades energéticas (auto-regulação) -- Se a criança recusar determinado alimento, experimentar com diversas combinações, sabores, texturas e métodos de confecção - Se o lactente recusar determinado alimento não deve ser forçado mas o alimento deve ser oferecido novamente dentro de 1 a 2 semanas Minimizar as distracções durante a refeição - Tornar os pratos animados, com diversas cores e oferta de alimentos variados -- Falar com a criança e manter o contacto visual durante as refeições (período de aprendizagem e amor) -- Iniciar a alimentação complementar com pequenas quantidades e ir aumentando à medida que a criança cresce - - Não adicionar sal, açúcar ou mel aos alimentos até ao 1º ano de vida - Aumentar o nº de refeições não lácteas à medida que a criança cresce Introduzir os alimentos individualmente, em pequenas quantidades e de forma gradual - Intervalo de 3 a 5 dias entre cada um - Proporcionar ingestão adequada de gorduras ( > 25% total energia; 30% saturadas) - Período crítico para estruturação das membranas celulares, maturação do SNC e retina --Aumentar a consistência dos alimentos e variedade de alimentos à medida que a criança cresce - 6-8 meses: papas, purés - 8m: maioria dos lactentes pode comer alimentos que se podem comer com os dedos - 12m: mesmo tipo de alimentos que o resto da família A partir da altura em que são introduzidos: - Consumir carne, peixe ou ovos diariamente - Frutas e verduras ricas em Vitamina A devem ser consumidas diariamente - Leite de vaca em natureza nunca deverá ser introduzido antes dos 12 meses (se possível, o leite materno deve ser oferecido até aos 24 meses) -Evitar uso de refeições pré-preparadas (reservar para situações nas quais não é possível a preparação caseira) -- Dietas vegetarianas não cobrem as necessidades nutricionais nesta idade, a menos que se usem suplementos ou produtos fortificados - Maior risco de deficiências nutricionais (energia, proteínas, vit B12, vit D, calcio, riboflvina) Atraso crescimento, fraqueza muscular, ADPM Diversificação alimentar - Os grandes grupos de alimentos: Tempos possíveis de introdução • Escassos dados científicos baseados na evidência sobre período ideal para introdução dos diferentes alimentos – Grandes influências culturais e sócio-económicas • Cronologia dos diferentes alimentos não pode ser rígida mas deve respeitar características maturativas Ver diapositivo 32 Farinha de cereais / papas: - Pode ser introduzido entre os 4-6 meses (oferecer sempre à colher e nunca em biberão) - Láctea (preparada com água) ou não láctea (preparada com leite do lactente) - Fonte de HC, proteína de origem vegetal (trigo), àcidos gordos essenciais (0,5 – 1 gr/100gr)minerais e vitaminas (tiamina) - Elevado valor energético (400 cal/100 gr) e considerável teor proteico - A partir dos 6 meses devem ser enriquecidos em ferro e com baixo teor de fitatos (redução risco de ferropenia) - 1º alimento? - Argumentos a favor: - Enriquecidos em ferro e zinco - Fácil aceitação (sabor doce inato) e digestão - Fácil alteração da textura - Argumentos contra: - Sabor doce (inato) – dificulta adaptação a outros sabores por perda da janela de tempo ideal GLÚTEN - Introduzir nunca antes do 4º e nunca após 7º mês de vida - Parecem diminuir o risco de Doença celíaca - A introdução de pequenas quantidades de glúten - A introdução de glúten enquanto a criança ainda é amamentada Puré de legumes: - Pode ser introduzido entre os 4-6 meses - Baixo valor energético (40-80 kcal/100gr) - Importante fonte de macronutrientes (excepto lípidos) e micronutrientes, nomeadamente vitaminas - Adicionar 5 a 7,5 ml e azeite em cru a cada dose de caldo de legumes - Não introduzir antes dos 9 meses: - Espinafre, nabo, beterraba, agrião – elevado teor de nitratos e fitatos – metahemoglobinemia (introduzir após 12 meses) e diminui absorção de minerais (fe) - Leguminosas secas - Cada vez mais usado como 1º alimento no início da diversificação - Argumentos a favor: - Idade ideal para iniciar treino sabores - Argumentos contra: - Pobre em ferro risco de Frutos: - Introduzir aos 6 meses - Importantes fornecedores de vitaminas, minerais e fibra. Ricos em antioxidantes e fitoesteróides. - Aconselhado consumo variado e regular - Sempre como sobremesa (volume necessário para suprir as necessidades energéticas seria incomportável sob o ponto de vista de tolerância digestiva devido ao elevado teor de fibra) - Maçã, pêra e banana são geralmente os primeiros frutos a serem utilizados (evitar no 1º ano: kiwi, morango, amora e maracujá) - Os frutos devem ser oferecidos individualmente e não em purés (treino de paladares) - Crus, cozidos, assados ou em vapor Evitar sumo (preferir uso de frutos inteiros) Fornecedores de proteínas de alto valor biológico (carne, peixe e ovos): - Ingestas proteicas elevadas (≥ 4g/kg/dia entre os 8 e 24 meses): risco acrescido de obesidade a) Carne - 20% de proteína de alto valor biológico/100 gr - Importante fonte de minerais (zn e fe hémico) e ácido araquidónico (Estudos recentes mostram a importância da sua ingestão durante o 2º e 3º semestres de vida no desenvolvimento psicomotor aos 2 anos) - Aconselhada introdução aos 6 meses de vida (dada a riqueza em ferro hémico e noção de esgotamento das reservas de ferro a partir do 4º-6º mês ) - Carnes brancas devem ser preferidas (menos gorduras saturadas): frango, coelho, peru, avestruz - Remover sempre a gordura e ossos - Iniciar com 10 gr carne/caldo - Até aos 7 meses: 1 caldo/puré de legumes com 20-30 gr de carne/dia - - A partir dos 7 meses: consumo de carne 2x/dia (máx: 40 gr/dia) em açorda ou com massa/arroz branco a partir dos 8-9m b) Peixe - 20% de proteína de alto valor biológico/100 gr - Rico em aa essenciais; baixo teor em gordura - Peixe magro (pescada, linguado, solha, faneca) pode ser introduzido aos 7 - Quando introduzido, fazer 1 refeição com carne e outra com peixe (máx: 20g/refeição) - Adiar introdução em lactentes de risco? c) Ovo - Rico em proteínas (aa essenciais), lípidos e ferro (pouco biodisponível porque ligado à albumina e fosfolipoproteina) - Gema a partir 9 meses (1 de cada vez com máx de 2-3/semana) meses - Utilização de gema numa refeição obriga à ausência de oferta de carne ou peixe - Clara aos 12 meses Adiar introdução em lactentes com risco atópico? Iogurtes: - Alimento lácteo fresco obtido pela fermentação do leite por bactérias e Lactobaccillus bulgaricus) - Fornecedor de proteínas de alto valor biológico, vitaminas e minerais (Ca) - Papel probiotico (protector infecções GI , regulizador e protecor da flora - Introdução aos 9 meses - Idealmente com leite adaptado - Pode, em alternativa, ser consumido iogurte com leite desde que natural, sem quaisquer aditivos (açucar, natas) - Consumo diário: 200 ml - Oferecer idealmente ao lanche, se possível adicionado a fruta natural (Streptococcus thermophilus cólica) de vaca, Leguminosas secas Feijão, ervilha, fava, lentilha e grão - Importante fonte de energia - Alto teor em protéina vegetal – 8-16g/100gr - Alto teor em hidratos de carbono complexos (30-56gr/100gr) - Muito ricos em minerais (cobre e selénio: lentilha; magnésio e fósforo: - Podem ser introduzidas entre os 9-12 meses (inicialmente o feijão branco previamente bem demolhadas e inicialmente sem casca e em pequenas porções feijão) e em fibra ou preto e a lentilha) sempre Oferta de água - Principal regulador térmico, imprescindível à adequada realização de todas as funções vitais - Em situação de aleitamento materno exclusivo não tem necessidade de ser oferecida - Em situações de calor extremo, vómitos ou diarreia ou leite materno suplementado com fórmula, deve ser oferecida ao lactente várias vezes por dia (100-500 ml) - Quando se inicia a diversificação alimentar a oferta de água deve ser regular de forma a garantir um suprimento de 400-1000 ml/dia - Chás e sumos de fruta contraindicados - Chá – alteração motilidade intestinal e da absorção de minerais - Sumos de fruta – teor de frutose, sacarose ou glucose não desprezível responsáveis por redução do apetite; modulação sintomatologia GI, cariogénico indesejável do paladar, Leite e diversificação alimentar - Idealmente deve ser mantido aleitamento materno até aos 24 meses - Alternativa: Leite de fórmula até 12 meses (idealmente até 36 meses) - Energia fornecida pelo leite vai diminuindo progressivamente: - Até aos 6 meses: 100% - 6-8 meses: 65% - 9-11 meses: 50% - 12-24m – 30% - Quantidade de leite mínima (ou equivalentes)– 500 ml/dia Produtos desaconselhados no 1º ano de vida - Amendoim, nozes e outros frutos secos - Risco de hipersensibilidade e aspiração - Mel - Risco botulismo - Chocolate - Cariogénico; risco hipersensibilidade - Refrigerantes - Guloseimas (gomas, rebuçados, bolos comercializados) - Cariogénico, sintomatologia GI, alteração apetite (OMS)