Folha de S.Paulo - Usina prevê fusões e avanço estrangeiro - 20/01/2008
ASSINE
BATE-PAPO
BUSCA
E-MAIL
Página 1 de 3
SAC
SHOPPING UOL
São Paulo, domingo, 20 de janeiro de 2008
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Usina prevê fusões e avanço
estrangeiro
Grandes projetos sustentam aquecimento da demanda
por máquinas e equipamentos agrícolas, segundo
fabricantes
Entrada de múltis faz com que safra se mantenha e
aumenta tendência de concentração, com a venda de
unidades sem capital
Joel Silva - 13.mar.2007/Folha Imagem
Trabalhador
opera
equipamento
em usina de
cana-deaçúcar em
Lins (SP),
inaugurada
em 2007
DA SUCURSAL DO RIO
O usineiro Eduardo Farias, do Grupo Farias (um dos dez
maiores produtores de álcool do país, com dez usinas em
cinco Estados), prevê que o setor passará por um processo de
compra e fusão de empresas, em que os mais capitalizados
engolirão os menores, e avisa: ""sou comprador".
As expectativas do setor são as de que as fusões resultarão em
maior concentração da produção em menos empresas e de
aumento da participação estrangeira. Estudo interno do
BNDES confirma a tendência de fusões.
"Os investidores estrangeiros não dependem da atividade do
setor para captar dinheiro e devem ocupar mais espaços
comprando empresas menores", afirma Josias Messias,
presidente da publicação especializada "Jornal Cana", de
Ribeirão Preto (SP).
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2001200807.htm
5/4/2010
Folha de S.Paulo - Usina prevê fusões e avanço estrangeiro - 20/01/2008
Página 2 de 3
O presidente do sindicato dos fabricantes do Açúcar
(Sindaçucar) e do álcool (Siamig) de Minas Gerais, Luiz
Custódio Cotta Martins, diz que 7,5% da cana produzida no
país é processada por multinacionais e que no Estado de
Minas a proporção é de 14%, em razão da presença de
grandes investidores, como Soros e Infinity, e de grupos
como Cargill, Bunge e Dreyffus.
""Vamos enfrentar uma dificuldade conjuntural por dois anos.
Quando só existiam empresas nacionais no setor, se havia
crise, o pessoal parava de plantar, e, na safra seguinte, a
produção caía e os preços voltam a subir. Com as múltis, isso
não acontece. Elas não param. Não haverá diminuição. A
tendência é só de aumento. As usinas que não tiverem capital
para resistir, serão absorvidas pelas outras", afirma Martins.
Não há consenso sobre o número exato de projetos em fase de
implantação. Os números variam entre 90 e 110. Segundo a
Unica, está prevista a entrada em operação de 29 usinas
durante o ano de 2008, das quais 13 estão localizadas no
Estado de São Paulo.
Segundo estatísticas do Ministério de Minas e Energia, há no
país 367 usinas em funcionamento, das quais 16 produzem
apenas açúcar, 78 produzem somente álcool e o restante tem
produção mista.
O Centro-Sul concentra 78% do total de unidades instaladas e
responde por 91% do álcool produzido.
Equipamentos
A desaceleração de projetos de implantação de usinas,
segundo as empresas, não diminuiu o nível de ocupação
industrial dos fabricantes de equipamentos, em razão das
encomendas de usinas completas de grandes investidores e,
ainda, da demanda por caldeiras para a produção de
bioenergia a partir do bagaço da cana.
A Sermatec Indústria e Montagens, de Sertãozinho (SP),
afirma que está com 100% de sua capacidade ocupada até
2009 e que os projetos em fase final de contratação
asseguram a ocupação plena até 2010.
""Os grandes grupos nacionais e estrangeiros, que planejam a
longo prazo, não interromperam nem adiaram projetos. Isso
também nos deu possibilidade de planejar a médio prazo, o
que nunca havia acontecido no Brasil. Antigamente, ninguém
falava em três anos de pedidos em carteira no nosso setor",
disse Marcelo Tapanelli, superintendente da Sermatec.
Ele diz que a empresa planeja construir uma "fábrica de
usinas" nas regiões de expansão do álcool (Mato Grosso do
Sul, Goiás e Minas Gerais) e que acredita que o problema
conjuntural da produção será superado. Segundo ele, a
desaceleração de investimentos começou em meados de 2007
e é percebida na fase de consulta, que antecede as
encomendas.
Executivos dizem que é difícil quantificar a desaceleração,
porque ela se dá entre empresas nacionais já atuantes no setor,
que fazem seus próprios projetos e fracionam a compra dos
equipamentos entre vários fabricantes. Ao contrário dos
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2001200807.htm
5/4/2010
Folha de S.Paulo - Usina prevê fusões e avanço estrangeiro - 20/01/2008
Página 3 de 3
novos investidores, que encomendam o projeto completo.
(ELVIRA LOBATO E PEDRO SOARES)
Texto Anterior: Estrangeiros mantêm seus investimentos
Próximo Texto: Frase
Índice
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em
qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2001200807.htm
5/4/2010
Download

Folha de São Paulo 2008