Comemoração dos 25 anos do
Programa de Planejamento
Energético da COPPE
Dos choques do petróleo e dos
contratos de risco à abertura de
mercado
Paulo Metri
26/11/04
Reserva e consumo de petróleo em 2003
por regiões e alguns países
Regiões
Países
América do Norte
Estados Unidos
Europa e Ásia Central
Rússia
Noruega
Cazaquistão
Azerbaijão
Reino Unido
Alemanha
França
Reserva
comprov.
Consumo
em 2003
Em bilhões
de barris
% do total
mundial
Em milhões
de barris/dia
% do total
mundial
63,6
30,7
105,9
69,1
10,1
9,0
7,0
4,5
-
(continua)
Fonte: BP – Statistical Review of World Energy - 2004
5,5
2,7
9,2
6,0
0,9
0,8
0,6
0,4
-
24,1
20,1
19,8
2,5
0,2
0,2
0,1
1,7
2,7
2,0
30,1
25,1
25,9
3,4
0,3
0,3
0,1
2,1
3,4
2,6
Reserva e consumo de petróleo em 2003
por regiões e alguns países (continuação)
Regiões
Países
Oriente Médio
Arábia Saudita
Irã
Iraque
Em. Árabes Unidos
Kuait
Qatar
Ásia e Pacífico
China
Índia
Japão
Reserva
comprov.
Consumo
em 2003
Em bilhões
de barris
% do total
mundial
Em milhões
de barris/dia
% do total
mundial
726,6
262,7
130,7
115,0
97,8
96,5
15,2
47,7
23,7
5,6
-
(continua)
Fonte: BP – Statistical Review of World Energy - 2004
63,3
22,9
11,4
10,0
8,5
8,4
1,3
4,2
2,1
0,5
-
4,5
1,4
1,1
nd
0,3
0,3
22,6
6,0
2,4
5,5
5,9
1,8
1,5
nd
0,4
0,4
28,8
7,6
3,1
6,8
Reserva e consumo de petróleo em 2003
por regiões e alguns países (continuação)
Regiões
Países
América do Sul e Central
Venezuela
Brasil
Argentina
África
Líbia
Nigéria
Egito
Total do mundo
Reserva
comprov.
Consumo
em 2003
Em bilhões
de barris
% do total
mundial
Em milhões
de barris/dia
% do total
mundial
102,2
78,0
10,6
3,2
101,8
36,0
34,3
8,9
6,8
0,9
0,3
8,9
3,1
3,0
4,6
0,5
1,8
0,4
2,6
-
6,0
0,7
2,3
0,5
3,3
-
-
-
0,6
0,7
1147,8
100,0
78,2
100,0
Fonte: BP – Statistical Review of World Energy - 2004
Produção líquida de petróleo de alguns países
em 2003
(produção menos demanda interna em milhões de barrís por dia)
•
•
•
•
•
•
•
Arábia Saudita* – 6,6
Países da ex-União Soviética* – 5,7
Noruega – 3,0
Irã* – 2,4
México – 1,8
Canadá – 0,8
Reino Unido – 0,6
Fonte: Le Monde 01/10/2004
* Cifra de 2002
Necessidade de importação de petróleo de
alguns países em 2003
(demanda interna menos produção em milhões de barrís por dia)
•
•
•
•
•
•
•
Estados Unidos – 12,6
Japão – 5,6
China – 2,9
Alemanha – 2,6
França – 2,1
Índia – 1,6
Brasil* – 0,4
Fonte: Le Monde 01/10/2004
* Cifra de 2002
Impacto do aumento permanente de 5 dólares por
barril, ao final de um ano (dados em %)
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Estados Unidos
Países da Zona do Euro
Japão
Polônia
Rússia
China
Índia
Argentina
Brasil
México
África do Sul
Turquia
Fonte: Le Monde 01/10/2004
No PIB
- 0,4
- 0,4
- 0,2
- 0,3
0,7
- 0,4
- 0,5
- 0,2
- 0,2
- 0,4
- 0,2
Na inflação
0,3
0,3
0,1
0,4
1,3
0,1
1,0
0,1
1,2
nd
Na bal. comerc.
- 0,1
- 0,1
- 0,2
- 0,4
1,8
- 0,3
- 0,6
0,1
- 0,2
0,2
- 0,9
- 0,3
A situação internacional
• Cerca de 2/3 da energia consumida no mundo é proveniente
do petróleo e de gás natural
• Os Estados Unidos (EUA) são responsáveis por 25% do
consumo anual de petróleo do mundo (cerca de 20 milhões de
barris por dia - bpd)
• Os EUA possuem somente 2,8% das reservas mundiais, que
são suficientes para quatro anos de auto-abastecimento
• A cada ano, cerca de 60% da necessidade de petróleo dos
EUA são importados (12 milhões de bpd)
• Cada americano consome de energia total 8 toneladas
equivalentes de petróleo (tep) por ano e cada europeu 3,4 tep,
sendo que cerca de 62% do consumo das fontes primárias,
nos EUA, são de petróleo e gás
(continua)
A situação internacional (continuação)
• Dos demais membros do G7, Japão, Alemanha, França e
Itália são dependentes totais do petróleo externo. Só Reino
Unido e Canadá são auto-suficientes
• O petróleo é produzido acima das necessidades do país, com
possibilidade de exportação do excedente, basicamente, em
áreas de conflito ou instáveis politicamente, como: Oriente
Médio, Costa Oeste da África, Cáucaso, Venezuela e Rússia
• Hoje, o mundo desenvolvido não está procurando reduzir o
seu consumo, enquanto países emergentes, como a China e a
Índia, têm seus consumos crescentes.
•A China foi responsável por 37% do crescimento da
demanda nos últimos quatro anos. Na próxima década, terá
dobrado seu consumo, que será mais de 15 milhões de bpd, e
precisará obter no exterior 80% do petróleo que necessita.
(continua)
A situação internacional (continuação)
• “Temos debatido a concorrência da indústria chinesa e
indiana com a nossa indústria, mas um tipo diferente de
concorrência – a competição pelo petróleo e outros recursos –
representa uma ameaça muito maior à nossa prosperidade.”
diz Paul Krugman
• Ele continua: “Na última vez que os preços atingiram os
níveis atuais, pouco antes da Guerra do Golfo (1991), havia
capacidade de produção excedente no mundo, de modo que
havia espaço para enfrentar sérias perturbações da oferta,
caso elas surgissem. Desta vez, isso não se aplica. (...) Novas
descobertas têm sido cada vez mais raras. (...) Os preços do
petróleo estão altos e podem subir ainda mais.”
(continua)
A situação internacional (continuação)
• Paul Roberts é mais enfático: “Estamos no limiar de um
novo tipo de guerra, entre aqueles que têm energia suficiente
e aqueles que não têm, mas estão cada vez mais dispostos a
sair para buscá-la. Parece cada vez mais provável que a
corrida por uma fatia das últimas grandes reservas de
petróleo e gás natural será o tema geopolítico dominante no
século XXI.”
• Ana Esther Ceceña diz: “Os interesses vitais dos Estados
Unidos, em torno dos quais se organiza toda a atividade do
Departamento de Defesa, compreendem: (...) assegurar o
acesso incondicional aos mercados decisivos, ao fornecimento
de energia e aos recursos estratégicos; (...).
• Hoje, existe disputa entre China e Japão pelo traçado do
oleoduto siberiano, cada país oferecendo mais atrativos aos
russos para o oleoduto vir a lhe abastecer.
A situação internacional (continuação)
• “Técnicos independentes”, tais como, Campbell, Laherrère,
Deffeyes e outros, declaram que:
 a produção mundial de petróleo passará pelo seu máximo
até 2010, ponto a partir do qual o preço do barril será
fortemente crescente (mesmo sem guerras);
 muitos dos estudos sobre a produção futura de petróleo,
realizados pela EIA/ DOE/USA, IEA/OECD, World Oil
Journal, Oil&Gas Journal, BP Review, OPEP e outros, não
são confiáveis, devido aos dados fornecidos pelos governos e
empresas não serem confiáveis;
 casos recentes de reservas reduzidas por estarem
superestimadas, relacionados a empresas – casos da Shell, da
El Paso e da Enron – comprovam a tese.
(continua)
A situação internacional (continuação)
• Continuação da declaração dos “técnicos independentes”:
 Os países da OPEP, nos anos 80, aumentaram suas reservas
para poderem exportar mais, uma vez que a cota de
exportação de um país passou a ser proporcional à sua
reserva, livremente declarada;
 a produção de petróleo dos países que estão a plena
capacidade (todos menos os do Golfo Pérsico) está no
máximo, hoje, e irá passar a ser decrescente, brevemente;
 a produção dos países do Golfo, a partir de certo ano
próximo, irá diminuir, também;
 o consumo anual per capita de energia, que já tocou no
máximo em 1979 com 7 barris equivalentes de petróleo (bep),
irá atingir novo máximo em 2005 com 6,5 bep.
Ferramenta para planejamento do setor de petróleo
DECISÃO
A SER
TOMADA
HOJE
O Brasil está
tomando,
hoje, as
precauções,
acreditando
nas projeções
dos “autores
independentes”?
COMO SERÁ
O FUTURO
(15 ANOS
DEPOIS)?
Sim
Não
Ocorreram
as previsões
dos “autores
independentes”?
Ocorreram
as previsões
dos “autores
independentes”?
DESCRIÇÃO DO
IMPACTO FUTURO NA
SOCIEDADE DEVIDO À
DECISÃO TOMADA
Cenário 1
Sim
Não
Cenário 2
Cenário 3
Sim
Não
Cenário 4
Planejamento do setor de petróleo
• É necessário realizar planejamento energético
estratégico do País que considere aspectos geopolíticos
• Se não houver exportação de petróleo, as reservas
totais (provadas, prováveis e possíveis) do Brasil podem
durar até 40 anos de auto-abastecimento e as reservas
provadas do País, hoje, dão para cerca de 16 anos
• Planejar um mercado fechado de forma que o preço
dos derivados no País seja inferior ao internacional;
para haver o mercado fechado é necessário o monopólio
• O monopólio estatal nacional, socialmente controlado,
é benéfico para a sociedade, enquanto o oligopólio
privado estrangeiro é impossível de ser controlado
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Paulo Metri