1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE LOGÍSTICA DE PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS EM ANGOLA Por: Olga Ndassala da Cunha Vilares Orientador Prof. Sérgio Majerowicz Rio de Janeiro 2010 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE LOGÍSTICA DE PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS EM ANGOLA Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Logística Empresarial. Por: Olga Ndassala da Cunha Vilares 3 AGRADECIMENTOS Agradecimento à Deus pela saúde e força, à minha família por ter acreditado e dado o apoio moral e financeiro, aos meus professores pelo carinho, pela paciência; aos meus colegas pelo companheirismo, ao meu Majerowicz, orientador sem o concluído esse trabalho. professor qual não Sérgio teria 4 5 DEDICATÓRIA Ao meu querido pai José Alfredo, a querida irmã Edith Vilares. 6 RESUMO A República Popular de Angola passa por um processo de reconstrução importante, após anos de guerra. As dificuldades enfrentadas por Angola são diversas, deste infraestruturas logísticas até recursos humanos qualificados e em quantidade que possa dotar o país de gestão mais eficiente. Esta monografia analisa e caracteriza a problemática do processo de gestão de negócios com ênfase na logística de suprimento de petróleo e seus derivados na República Popular de Angola. Como metodologia de pesquisa, foi feita uma revisão bibliográfica e documentos disponíveis em órgãos oficiais, de apoio ao de estudo de caso – A Sonangol. Conclui-se que a Sonangol, principal empresa petrolífera de Angola, vem implementado uma série de medidas com vistas a melhorar o seu processo de gestão, por meio de políticas de formação de quadros nacionais – Angolanização, diversificação da pauta de produção e descentralização. 7 METODOLOGIA Pela sua natureza, a presente monografia será desenvolvida mediante uma metodologia de pesquisa bibliográfico-documental e de estudo de caso. Nesse sentido, o alcance dos objetivos proposto depende de uma boa revisão bibliográfica, a partir do acesso do acervo bibliográfico da biblioteca da UCAM, bem como conteúdos pesquisados em sites especializados nesse campo, como por exemplo, Sonangol, Sonangol Logística, BR Distribuidora, OCDE, Banco Mundial, Banco Nacional de Angola entre outros. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 10 CAPÍTULO I GESTÃO COMPETITIVA EM LOGISTICA DE SUPRIMENTO DA 12 CADEIA DE PETRÓLEO E DERIVADOS CAPÍTULO II ASPECTOS SOCIOESCONÔMICOS DE ANGOLA 17 CAPÍTULO III A SONANGOL: GESTÃO E COMPETITIVIDADE 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 47 9 10 INTRODUÇÃO A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola – SONANGOL é uma empresa paraestatal do ramo petrolífero, responsável pela administração e exploração do petróleo e gás natural em Angola. A SONANGOL foi criada em 1976 e tem como princípio a Angolanização. De acordo com a OCDE (2006), em 2003, o petróleo era responsável por mais de 45 por cento do PIB, por 75 por cento das receitas do Governo e por 90 por cento das exportações; mas não tem contribuído efetivamente para a geração de empregos necessários e para a melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos. Este fato remete a reflexões sobre o problema da gestão da SONANGOL e disponibilidade de infraestruturas de suporte ao próprio suprimento dessa riqueza. No que tange a gestão, se de um lado, a falta de quadro bem qualificado em Angola é expressiva, por outro lado, como empresa “pública”, sua instrumentalização coloca em evidência sérios problemas de gestão competitiva. O presente trabalho visa analisar e caracterizar a problemática do processo de gestão de negócios com ênfase na logística de suprimento de petróleo e seus derivados na República Popular de Angola. a) Apresentar e analisar o panorama socioeconômico de Angola b) Caracterizar a indústria petrolífera e seus principais autores, com ênfase na SONANGOL c) Caracterizar a política de formação de gestores para a indústria de petróleo e seus derivados. d) Apresentar uma discussão técnica sobre a gestão e processo de gestão adequada à área de logística e) Definir e caracterizar o estado da logística de suprimentos em Angola O princípio da angolanização aplicada à SONANGOL compromete a implementação de uma gestão competitiva. Acresce-se a deficiência generalizada 11 de infraestrutura de logística e de sistema de informação. Portanto, a formação de quadro voltado ao processo logístico offshore poderia contribuir para melhoria da gestão e para a implementação de estratégias efetivas e mais eficazes. Há considerável produção científica relacionada a modelos de gestão empresarial. Entretanto, a presente proposta monográfica o processo de gestão SONANGOL, ao longo da primeira década deste século, procurando destacar as áreas de suprimento logístico. Nessa perspectiva, trata-se de um estudo de caso, circunscrito à realidade de Angola. 12 CAPÍTULO I GESTÃO COMPETITIVA EM LOGÍSTICA DE SUPRIMENTO DA CADEIA DE PETRÓLEO E DERIVADO Nesse capítulo apresenta-se a fundamentação teórica sobre a logística de suprimento, o processo de sua gestão, destacando-se a importância destes para a competitividade. 1.1 Logística de Suprimento Diante da competitividade acirrada, a logística, com seus múltiplos canais de distribuição, evoluiu na sua base conceitual, passando a considerar de forma sistêmica todas as atividades que se relacionam direta e indiretamente aos fluxos físico e de informação da cadeia de suprimento. Em 2001, o CLM – Council of Logistics Management – redefiniu termo logística: “a área do supply chain responsável em planejar, implementar e controla eficientemente o fluxo direto e reverso dos produtos, serviços e de toda informação relacionada, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, de forma a atender à necessidades do cliente” (RODRIGUES e PIZZOLATO, 2003). A cadeia de suprimentos é um conjunto de atividades funcionais (transporte, controle de armazenagem, entre outros) que se repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais se agrega valor ao consumidor (BALLOU, 2004). Na concepção de FLEURY et all (2000:42) “o SCM é uma abordagem sistêmica de razoável complexidade, que implica alta interação entre os 13 participantes, exigindo a consideração simultânea de diversos trade-offs”. Isso significa que a função do SCM é a coordenação e interação dos diversos fatores que compõem o canal de distribuição dos processos desde o fornecedor até o consumidor final e vice-versa. CHRISTOPHER (1999) também amplia o conceito, considerando que a logística empresarial abrange as áreas que tratam diretamente com o fluxo de beneficiamento das matérias-primas em produtos acabados, tanto no aspecto interno de uma organização empresarial quanto no aspecto externo, envolvendo todos os fornecedores de matérias-primas e partes que compõem um produto, até o ponto de ocorrência da demanda deste produto pelo consumidor final. Cadeia de Suprimentos consiste em todas as etapas do atendimento das demandas do cliente, o que inclui além dos produtores, fornecedores e transportadores, o próprio cliente (CHOPRA e MEINDL, 2001). 1.2 Processo de gerenciamento em logística A gestão logística é a parte da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla o efetivo, eficiente para a frente e inverter o fluxo e a armazenagem de bens, serviços e informações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumo, a fim de atender ao cliente e dos requisitos legais (CHRISTOPHER, 1999). Segundo (BALLOU, 2004), cadeia de suprimentos abrange todas as atividades relacionadas com o fluxo e a transformação de mercadorias desde o estágio de matéria-prima (extração) até o usuário final, bem como os respectivos fluxos de informação. A abordagem sistêmica é aquela que não se limita ao desempenho individual, mas trata a logística em suas diversas fases. No estabelecimento de 14 parcerias com fornecedores e no desenvolvimento do canal de distribuição, preparando-o para atender as demandas do mercado, a aplicação do gerenciamento pode proporcionar resultados positivos aos participantes da rede integrada. Para MENTZER (2001), o gerenciamento da cadeia de suprimentos implica a coordenação sistêmica e estratégica das funções de negócios tradicionais e táticas ao longo destas funções de negócios, para melhoria do desempenho em longo prazo das empresas individualmente e da cadeia de suprimentos como um todo. Já para WISNER (2005) o gerenciamento de cadeias de suprimento envolve duas etapas em paralelo: (a) a gestão do suprimento com ênfase para os produtores e (b) o transporte e a logística com ênfase para os distribuidores. De acordo com FLEURY et all (2000), o processo de implantação do conceito de supply chain management - SCM passa necessariamente por seguintes fases ou processo: Ø Relacionamento com os clientes; Ø Serviço aos clientes; Ø Administração da demanda; Ø Atendimento de pedidos; Ø Administração do fluxo de produção; Ø Compras/suprimento; Ø Desenvolvimento de novos produtos. Estes processos visam o desenvolvimento de equipes focadas nos clientes estratégicos, buscando entendimento comum sobre características de produtos e serviços, fornecer um ponto de contato único para todos os clientes, atendendo de forma eficiente as suas consultas e requisições, captar compilar e atualizar dados de demanda, com o objetivo de equilibrar a oferta com a demanda, 15 atender aos pedidos dos clientes sem erros e dentro do prazo de entrega, desenvolver sistemas flexíveis de produção que sejam capazes de responder às mudanças no mercado, gerenciar relações de parceria com fornecedores para garantir respostas rápidas e melhoria de desempenho, buscar o mais cedo possível o envolvimento dos fornecedores no desenvolvimento de produtos. Por isso, a integração entre os participantes de uma cadeia possibilita em longo prazo, o planejamento estratégico integrado para o desenvolvimento de atividades logísticas. 1.3 Competitividade em Logística de Suprimento De acordo com NOVAES (2004), a moderna logística procura incorporar: a) prazos previamente acertados e cumpridos integralmente, ao longo de toda a cadeia de suprimentos b) integração efetiva e sistêmica entre todos os setores da empresa c) integração efetiva e estreita (parcerias) com fornecedores e clientes d) busca da otimização global, envolvendo a racionalização dos processos e a redução de custos em toda a cadeia de suprimentos e e) satisfação plena do cliente, mantendo nível de serviço preestabelecido e adequado. Vários fatores podem influenciar, de forma positiva ou negativa, nos resultados da cadeia ou de seus elos, tais como: as mudanças de preços, provocadas por variações cambiais; os custos de produção; a diferenciação de produto, que exerce um importante papel na formação de estratégias competitivas; a estrutura de mercado; os ganhos de produtividade; a confiabilidade e prazos nas entregas; a qualidade; a disponibilidade dos serviços pós-vendas; a inovação 16 tecnológica; o investimento em capital físico e humano; a influência dos meios institucionais; a infra-estrutura etc.. Por isso, para que haja competitividade na cadeia, faz-se necessária uma integração efetiva entre seus elos, os quais devem estar direcionados para as necessidades e expectativas dos consumidores finais. Também, todas as informações e recursos devem ser repassados aos elos, de acordo com essas necessidades e expectativas previamente levantadas (DURSKI, 2003). 17 CAPÍTULO II ASPECTOS SÓCIOECONÔMICOS DE ANGOLA Nesse capítulo faz-se um estudo de caso, no qual é feito uma resenha sobre a República de Angola e o processo de recuperação pós-guerra civil. 2.1 Breves Relatos Sociais e econômicos da República Popular de Angola A República Popular de Angola é uma ex-colônia portuguesa situada na costa do Atlântico Sul da África Ocidental, e faz fronteira com República da Namíbia, República do Congo, República Democrática do Congo e a República da Zâmbia. É um país tropical com 1.246.700km2 de superfície territorial, subdividido em 18 províncias (municípios) e sua capital é Luanda. Possui duas estações (seca e chuvosa) e as temperaturas variam máximas de 27ºC e e mínimas 17ºC, respectivamente. Além do Português (língua oficial), o país possui outras línguas nacionais como: Umbundu, Quimbundo, Quicongo, Tchokwe (BPI, 2004). De acordo com OECD (2008), em 2007, Angola possuía 17.024.000 habitantes. Quanto à Indicadores sociais, esperança de vida é de 47 anos (PNUD, 2009) e taxa de alfabetização de 67,4% (BNA, 2010), o Índice de Desenvolvimento Hunamo – IDH 0,564 (143º país 18 do ranking mundial) e a mortalidade infantil é de 131,9/mil nascimento (192º do ranking mundial); segundo (PNUD, 2007). Quanto à religião, 51% da população é católica, 17% protestante; 30%; tradicional (animista) e 2% de outras práticas. Quanto a economia, em 2007, o Produto Interno Bruto Real (PPC) de Angola foi de US$ 91,286 bilhões (62.º do ranking) – segundo BNA (2009) - e a renda per capita foi de US$ 5.898 (90.º), segundo FMI (2007). A moeda nacional de Angola é Kwanza (kz), sendo que US$1,00 equivale a kz 92,527 (ou € 1,00 equivale a kz 128,70), segundo BACEN (2010). 2.1.1 Efeitos da guerra civil em Angola De acordo com BPI (2004), o grau de desenvolvimento econômico e social de angola está fortemente ligado aos infortúnios provocados pela guerra civil, que perdurou cerca de 40 anos (1961 – 2002) entre a intensificação da luta pela independência - processo de luta contra a dominação e exploração colonial portuguesa, culminou com a independência em 11 de novembro de 1975 - e a consolidação da paz, em 2002, quando morte do líder da UNITA. A guerra civil em Angola provocou forte concentração populacional em Luanda, deterioração das infraestruturas de transporte e de produção (agrícolas e industriais), agravado ainda com grandes problemas de minas anti-pessoais, o que dificulta o deslocamento da população e seu estabelecimento em outras áreas urbanas. Esse conflito armado que durou de 1975 a 2002, teve como protagonistas três grupos: a União Nacional pela Independência Total de Angola (UNITA), apoiado pelo regime sul-africano do apartheid, o Movimento para Libertação de Angola (MPLA), apoiado pela ex-URSS e a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), apoiada pelos EUA. De acordo com o Boletim 0.3 – OPLOP, 19 nesse período morreram mais de 500 mil civis, além de grande número de refugiados. O governo de Angola vem implementando ações com vistas ao reassentamento de 4 milhões de pessoas e a realocação de 100 mil ex-militares, mediadas estas inseridas na estratégia econômica de fomentar o mercado interno e restabelecer regiões com vocação agrícola (OPLOP Boletim - 0.3). 2.1.2 Aspectos relevantes da economia Angola A economia de Angola foi bastante afetada pela guerra civil que durou quase trinta anos (1975-2002), colocando o país juntamente com Guiné-Bissau entre os mais pobres do planeta (BNA, 2009). Quanta as infraestruturas de transportes, a guerra e o abandono afetaramnas seriamente. Em 1994, apenas 8 mil dos 75 mil km da rede de estradas e rodovias encontravam-se pavimentadas, e o restante estava em péssimas condições (BPI, 2004). Com o processo de paz e reconstrução re-estabelecido, em 2003, iniciaram-se trabalhos de reconstrução de estradas e limpeza de minas. No campo ferroviário, as três principais linhas que ligam os mais importantes portos atlânticos ao interior e que, em 1973, transportavam 9,3 mil toneladas/ano, encontram-se encerradas à exceção de pequenos trechos, nas proximidades de Luanda e do Lobito, servindo as minas nas fronteiras com a República Democrática do Congo (ex-Zaire) e a Zâmbia. O Transporte aéreo desempenhou um fundamental durante a guerra devido à insegurança no território, mantendo na atualidade a sua posição dominante, decorrente da quase ausência de alternativas (BPI, 2004). Todavia, Angola apresenta boas taxas de crescimento apoiadas principalmente pelas exportações de petróleo. Estas jazidas estão localizadas em quase toda a extensão da sua costa marítima (BNA, 2009), tendo as explorações deste bem representado 61% do PIB de 2004. 20 A economia de Angola cresceu 19,8% em 2007, contra 18,6% registrado em 2006, em função do aumento da produção e do preço do barril de petróleo. De acordo com OCDE (2008), o setor não-petrolífero também obteve bom desempenho, dos quais se destacam: a construção, a agricultura, a manufatura e serviços financeiros (Bancos). A inflação manteve-se estável nos últimos dois anos, com o índice de preços ao consumidor o aumento de 12 por cento em 2006 e 11,8 por cento em 2007. Esta é uma diminuição significativa da taxa de inflação de 19 por cento em 2005 (OCED, 2008). Em 2008, as exportações FOB foram de US$ $43,23 bilhões, fortemente baseados nos seguintes produtos: petróleo, diamantes, minerais vários, madeiras, peixe, café, algodão e sisal. Por outro lado, as importações do país foram de US$ 11,41 bilhões. Os principais produtos importados foram: alimentos, bebidas, vegetais, equipamentos elétricos e viaturas. Ainda em 2008, a inflação anual foi de 12,5% e a dívida externa de Angola era de US$ $8,835 bilhões. A dívida pública interna reduziu-se de dezembro de 2008 a Junho de 2009, passando de US$ 13.387 milhões para US$ 10.868 milhões, segundo BNA (2009). A Figura 1, a seguir, mostra a participação de cada setor produtivo na economia de Angola, registrada em 2006. Observa-se que, realmente, a participação da indústria de petróleo e gás, embora tenha caído para 57% do PIB (contra 61% em 2004), ainda tem grande peso para a economia de Angola. A seguir, vem o setor de comércio (varejo e atacado) com 15% de participação no PIB e o de diamante participa com 2% apenas. 21 Figura 1 - PIB por Setor em 2006 (em percentagem) Fonte: OCDE (2008) Gráfico 1 - Crescimento real do PIB e PIB per capita (US$ a preços constantes de 2000) Conforme o Gráfico 1, o PIB per capita de Angola vem crescendo anualmente, desde 0 fim da guerra civil, quase dobrando em apenas 7 anos (2002 22 – 2019); um ritmo mais acelerado do que a média constatada na África ao Sul do Saara. 23 CAPÍTULO III A SONANGOL: GESTÃO E COMPETITIVIDADE Nesse capítulo faz-se a caracterização da empresa Sonangol, sua estrutura organizacional, produtiva e de distribuição, bem como a sua importância para Angola. 3.1 Sonangol e a Angolanização A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola – Sonangol é uma empresa paraestatal do setor petrolífero, responsável pela administração e exploração do petróleo e gás natural em Angola, conforme a Diretiva 52/76, que a instituiu. O processo da sua criação decorre da tomada e nacionalização da Companhia ANGOL, feita pelo governo do MPLA, logo após a proclamação da independência e da libertação do país de exploração colonial portuguesa. De fato, a Cia ANGOL – ANGOL Sociedade de Lubrificantes e Combustíveis SARL foi fundada desde 1953, como subsidiária da Companhia Portuguesa da SACOR. Após a tomada e nacionalização pelo poder de Angola, a ANGOL foi dividida em duas: Sonangol U.E.E. e a Direção Nacional de Petróleos (Sonangol, 2010). Após sua constituição em 1976, a Sonangol teve que utilizar e adequar as instalações deixadas pela Texaco, Shell, Mobil e Fina, além de obter a assistência técnica da Sonatrach (empresa de Argélia) e da ENI (empresa da Itália). Esse processo ocorre ainda na 1ª República (1975 - 1992), pois teve como marcos jurídicos, de início e final, a Lei Constitucional de 11 de Novembro de 1975 e a Lei Constitucional de 16 de Setembro de 1992 (WALTER, 2007). Em outras palavras, 24 “A constituição da SONANGOL em 1976 foi o marco pioneiro e do princípio da Angolanização (processo que visa não só substituir alguns profissionais estrangeiros por nacionais nas empresas privadas, como também melhorar as condições sociais dos mesmos) da atividade petrolífera nacional. O princípio da Angolanização da atividade petrolífera tem, porém, âmbitos objetivos e subjetivos de desenvolvimento diversificados, aos quais voltaremos mais adiante” (WALTER, 2007). A partir de 1992 até os dias de hoje, Angola assiste o processo designado 2ª República em decorrência da Lei Constitucional de 26 de Setembro de 1992. O desenvolvimento de Angola e a indústria petrolífera, em particular, conheceram vários nuances em seu processo de desenvolvimento, como reflexo da disponibilidade de recursos – técnicos e financeiros, e instrumentação política a que tem sido submetido. Com efeito, conforme WALTER (2007), a indústria de petróleo e gás de Angola não tem sido capaz de gerar empregos suficientes, a fim de atender ao princípio fundamental da Angolanização. Isso se deve ao fato de ser uma atividade offshore e outras insuficiências como, ausência de infraestruturas básicas, capacidade econômica, pouco desenvolvimento tecnológico endógeno, ou seja, esta indústria depende da importação de quase a totalidade dos equipamentos e serviços, falta de quadros especialistas no mercado local. Atualmente, um dos grandes desafios para a economia angolana consiste em equacionar e/ou condicionar fato de que os próprios empresários angolanos devem ser os artífices e colocados em primeiro plano no projeto de desenvolvimento econômico e empresarial do país. Ou seja, angolanos defendem a tese da angolanização e cobram maior presença (expressiva) dos angolanos na 25 indústria transformadora e nos serviços, como fator crucial para a criação de bases sólida de consolidação de grupos empresariais nacionais. Ainda de acordo com WALTER (2007), o petróleo constitui para o povo angolano um recurso transmissor de confiança, segurança ou tranqüilidade, de que o futuro lhes reserva uma melhor vida e que o país poderá sair da situação em que se encontra num futuro breve e alcançará o tão desejado crescimento e desenvolvimento econômico. Outro desafio importante de Angola está na adoção de ações que visam “reduzir” a forte dependência dos recursos petrolíferos, e consequentemente, a exposição do país a fortes flutuações de preços internacionais. Isso implica a promoção e desenvolvimento de outros setores importantes da econômica e apostas na formação de quadros, bem como plano de relançamento da produção agrícola e industrial, para substituir as volumosas importações e gerar emprego, começa lentamente a dar os seus resultados e a economia não petrolífera começa a ganhar espaço. 3.2 Desempenho da indústria petrolífera de Angola O sector petrolífero tem sido a indústria mais ativa em Angola, operando com sucesso e atraindo o investimento estrangeiro durante décadas. As receitas do petróleo continuam a representar uma parte significativa do PIB e das receitas do Estado (WALTER, 2007). Segundo Ministério dos Petróleos, Angola possui 12,5 bilhões barris de reservas costeiras e de alto mar. Tabela 1 - Evolução das Explorações do Petróleo Bruto Angolano Ano Produção (U.M.: Mil BBLS) Faturamento (Mil US$) 2003 302.440 8.521.976 2004 343.865 12.196.166 26 2005 438.742 22.308.408 2006 495.919 30.393.320 605.980 42.122.018 2007* Fonte: Ministério dos Petróleos (*) Previsão Em 2004, Angola exportou 33,63% da sua produção à China; 33,28% para os Estados Unidos da América e 5,45% para a índia. No mesmo ano, por continente, a Ásia recebeu 51% da oferta petrolífera angolana, ao passo que a América ficou com 40,01% (Revista Sonangol Magazine, 2007). Cerca de 48,3 bilhões de dólares norte-americanos foram investidos em atividades petrolíferas em águas profundas e ultra-profundas em Angola, desde a década de 90 até ao primeiro semestre de 2007. Até 2011, cerca de 51,6 bilhões de dólares norte-americanos serão investidos na exploração e produção petrolífera em águas profundas e ultra-profundas (Revista Sonangol Magazine, 2007). Ainda de acordo com a Revista Magazine (2007), a produção angolana em águas profundas foi iniciada em Dezembro de 1999 com o campo Kuito (Bloco 14), seguindo-se-lhe os campos Girassol, Xikomba A e B (Bloco 15), Dália e Rosa (Bloco 17), Benguela/Belize Lobito/Tomboco (Bloco e 14). Também entrou em produção o campo Grande Plutónio (Bloco 18). O desenvolvimento destes campos requereu a introdução e o teste de novas tecnologias, 27 designadamente os 'risers towers' do Girassol, os 'conectors matis (the modular advancedtie-in system)', a completação inteligente e os tabulares expansíveis. Futuramente, será introduzida a técnica de bombeamento e de separação submarina em águas profundas. De acordo com OCDE (2008), em 2008, Angola tornou-se o maior produtor de petróleo da África, ao superar a Nigéria, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Angola produziu 1,82 milhões de barris diários, enquanto a Nigéria obteve 1,73 milhões de barris. A expectativa é de em 2009, Angola alcance 1,9 milhões de barris diários (Ministério dos Petróleos, 2008). Tabela 2 - Evolução da Produção de Petróleo Bruto Por Bloco de Exploração (U.M. Mil BBLS) BLOCOS 2005 2006 2007* 2008* 2009* Bloco 0 135.616 138.924 130.191 110.800 134.005 Bloco 2 11.005 7.909 6.767 9.381 9.327 Bloco 3 41.815 37.929 34.101 28.535 24.061 Bloco 4 - - - 6.591 10.950 Bloco 14 20.410 38.421 67.989 58.567 70.131 Bloco 15 152.000 206.450 193.648 218.926 234.763 Bloco 17 88.983 79.961 171.297 184.717 179.128 Bloco 18 - - 8.894 71.308 73.000 5.063 5.015 4.889 4.805 4.293 454.891 515.609 617.786 693.630 739.858 Congo FS/FST Total Geral Fonte: Ministério dos Petróleos de Angola. (*) Previsão 28 Quanto ao gás natural, Angola LNG (Gás Natural Liquefeito) é um consorcio formado entre Sonangol e a Chevron, produz 1 bilhão de metro cúbico de gás natural diário proveniente da produção em blocos offshores. A expectativa é de que a produção de gás natural por esse consórcio alcance 5,2 bilhões de toneladas de gás por ano até 2012 (OCDE, 2008). Atualmente, o governo de Angola procura investir também em fontes de energias renováveis, e a grande aposta volta-se para o biocombustível. Portanto, Angola pode se tornar no mais importante produtor de bicombustíveis da África, pois a Sonangol, a companhia brasileira Odebrecht e a firma angolana Damer assunaram recentemente acordos para a instalação da Companhia de Biocombustível – a Biocom. Esse negócio envolve US$ 200 milhões em investimentos para a plantação de 30 mil hectares de cana de açúcar, que produzirão combustíveis suficientes para acionar, anualmente, uma usina de 140 MW. Esse projeto de biocombustivel será localizado em um dos três clusters criados pelo governo, com vistas a alavancar a sua entrada na cadeia de valor agroindustrial. Os três clusters são: Futila em Cabinda, Viana em Luanda e Catumbela em Benguela. O cluster de Vianda-Luanda é o maior de todos e o mais avançado, com 119 contratos já assinados em vários setores agrícolas e industriais (OCDE, 2008). 3.1.1 Organização e estrutura de produtiva da Sonangol Com a conquista da independência, várias companhias de petróleo abandonaram Angola, por uma razão ou outra, deixando para trás as infraestruturas e ex-empregados. A Sonangol comprou as instalações da Texaco, Fina e Shell e através de um acordo de aquisição dos Mobil; absorveu ex-funcionários de empresas petrolíferas que já operaram em Angola. Apesar de ter o governo 29 como acionista único, "Sonangol sempre foi governado como uma empresa privada e está sob estritos padrões de desempenho para garantir a eficiência e a produtividade". Após a incorporação da Sonangol, um comitê de gestão foi estabelecido para criar as infra-estruturas necessárias para a empresa começar a desenvolver seus negócios. A comissão de gestão foi mais tarde convertida num conselho de administração (APS Review Oil Market Trends, 2007). A Sonangol é uma concessionária que detém de 45% do total de petróleo exportado de Angola. Várias companhias podem participar apenas por meio de joint ventures e como produtoras agregadas à Sonangol. Atualmente, segundo OCDE (2008), grandes companhias de exploração em mar aberto operam em Angola, tais como Chevron Texaco, TotalFinaElf e ExxonMobil, embora companhias privadas menores e companhias nacionais de petróleo do Brasil e da China também desempenham um papel ativo e crescente. A indústria petrolífera teve a sua evolução fora das estratégias da economia do Angola independente, nas estratégias do passado colonial. Afirmando-se como um sector de continuidade, desenvolveu-se de uma forma geral incorporado na economia internacional e de fora da lógica da economia nacional. Segundo (WALTER, 2007), o sector procura ainda, continuar a uniformizar acordos futuros, fortalecer e clarificar papel dos diversos intervenientes da indústria. Por essa razão, o Governo procura garantir que o regime jurídico confira estabilidade suficiente aos contratos existente para continuar a atrair investimento estrangeiro no sector e no país em geral. A O Grupo Sonangol é uma importante patrocinadora das artes, esportes e serviços humanitários em Angola e na África. Sonangol é parte do Ministério dos Petróleos, que possui a seguinte estrutura funcional (Fig.2): 30 Figura 3 - Organograma do Ministério dos Petróleos Fonte: Ministério dos Petróleos de Angola A estrutura funcional do Grupo Sonangol é formada por um Conselho de Administração (vide Figura 4), que é o órgão de decisão preliminar em questões de estratégia global e da autorização para despesas de investimento para o Grupo. É o Conselho de Administração que determina as estratégias corporativas em relação ao desempenho, rentabilidade e expansão internacional do Grupo Sonangol. 31 Figura 4 – Organograma Funcional do Grupo Sonangol Fonte: Sonangol O grupo possui várias subsidiárias (mais de 30), que normalmente têm a própria Sonangol como principal cliente, a saber: • Sonangol Pesquisa e Produção é uma Holding que responde pela área de pesquisa, exploração, prospecção e produção de hidrocarbonetos; • Sonair atua no ramo aeronáutico; • Mercury Telecom (ou MSTelcom) é responsável pela gestão da área de telecomunicações da Sonangol; • Sonaship é a subsidiária que atua no ramo naval, 32 • Sonangol USA atua no mercado norte americano, • Sonangol Ltd atua no mercado inglês, • ESSA (Empresa de Serviços e Sondagens de Angola) é a empresa que atua no ramo de formação e capacitação de técnicos para a área petrolífera e segurança industrial; e, Sonangol Shipping de transportes hidrocarbonetos, que possui • ainda presença no Congo, em Cabo Verde (através da Sonangol Cabo Verde) e na China (através da empresa China Sonangol International Holding) e em Singapura. Além destas, a Sonangol tem participações em empresas de • segmentos bancários, financeiros (Banco Africano de Investimentos – BAI, Banco do Comércio e Indústria - recentemente privatizado, Kwanda Suporte Logístico, Sodimo administração de imóveis, Sonagas Exploração de Gás Natural, Sonadiets infraestrutura corporativa) e também está presente em capitais como: Brazzaville – Congo; Hong Kong – China, Houston – EUA, Londres – Reino Unido e Singapura – Singapura. No contexto da estrutura produtiva, segundo MARTINI (2005), o negócio da indústria petrolífera é composta de cadeias produtivas e estas possuem, entre seus componentes, os sistemas produtivos que operam em diferentes ecossistemas. Neste contexto, existe um conglomerado de instituições de apoio, composto de instituições de crédito, pesquisa, assistência técnica, entre outras, e um aparato legal e normativo exercendo forte influência no desempenho do negócio. Conseqüentemente, a política busca mobilizar conceitos e instrumentos de intervenção nas cadeias produtivas, para melhorar o desempenho em relação a algum indicador específico. Entretanto, estas intervenções só são eficazes quando 33 é possível compreender sistematicamente o que ocorre em todos os sistemas em que a produção se insere (MARTINI, 2005). Ainda de acordo com MARTINI (2005), a indústria do petróleo é segmentada nos seguintes elos: Exploração e Produção (E&P); Refino; e Distribuição. Em uma abordagem mais ampla, podem ser acrescentados a petroquímica, os serviços de sondagem e o apoio logístico, conforme a Figuras 2 e 3. Figura 2 – Esquema da Indústria Petrolífera A estrutura da indústria do petróleo segue o percurso das jazidas até os consumidores. Em uma ponta da cadeia, a da matéria-prima, estão os hidrocarbonetos — petróleo e gás natural. Na ponta oposta estão os 34 consumidores, que recebem os derivados de petróleo: gasolina, óleo diesel etc. Nesta indústria há também uma divisão básica das atividades em upstream, que são as atividades de exploração e produção, e downstream, as atividades de transporte, refino, distribuição e comercialização. Figura 3 – Logística do petróleo – da produção ao consumo Fonte: JIMBE (2009) O petróleo dá origem a dezenas de derivados com usos diversificados. Seus usos podem ser energéticos — como combustíveis para transporte, indústria e residências — e não-energéticos — como asfalto, lubrificantes, plásticos e solventes. A maior parte do volume de derivados de petróleo se destina ao uso energético (MARTINI, 2005). 35 Quadro 1– Principais Derivados de Petróleo e seus Usos Fonte: Análise Setorial da Gazeta Mercantil, 1999 apud MARTINI, 2005. 3.1.2 Modelo de gestão logística da Sonangol A gestão da cadeia logística de abastecimento de uma indústria de petróleo integrada envolve uma série de decisões sobre um conjunto diverso de parâmetros como: dimensionamento da frota de navios petroleiros, facilidades de produção, de refino e de armazenagem, determinação dos níveis de stock, dos níveis de serviço oferecidos, entre outros. A análise isolada de cada um destes aspectos nem sempre produz resultados globais satisfatórios. Assim sendo, tornase necessário abordar este problema de forma sistêmica, baseando-se no conhecimento da engenharia industrial (JIMBE, 2009). De acordo com JIMBE (2009), o estudo da cadeia logística da indústria de petróleo é extremamente peculiar devido à sua dimensão e complexidade. O petróleo é o principal produto comercializado no mercado internacional, atendendo a 40% das necessidades energéticas globais. Isso significa que, no atual padrão tecnológico, em que a energia é a força motriz tanto na produção quanto na 36 comercialização de qualquer produto, o petróleo é um dos elementos chave de todas as cadeias logísticas. A complexidade da indústria não se dá somente pela dimensão, mas também pelas características econômicas, físicas e técnicas do petróleo, que se tornam imperativas na decisão de uma forma organizacional de corporação internacional vertical e horizontalmente integrada. Para JIMBE (2009), essa necessidade pode ser demonstrada pelos altos ganhos proveniente de economias de escala, principalmente no refino e no transporte, e pelo fato de ser uma atividade que envolve riscos de natureza única e específica, como a incerteza geológica e política, além da existência de altos custos fixos. Focada na diversificação das suas aditividades, a Sonangol tem vindo a desenvolver joint-ventures e criar empresas para promover o desenvolvimento social de Angola e da expansão do Grupo. Com sede em Luanda, a Sonangol tem representações em todo o país. Durante três décadas, a Sonangol expandiu-se em um grupo de empresas integradas e no processo tornou-se líder de Angola distribuidor de produtos refinados e promotor de recursos humanos e desenvolvimento social. Todas as empresas do Grupo Sonangol são as unidades de negócios independentes, com sua estrutura de gestão própria (APS Review Oil Market Trends, 2007). No Grupo Sonangol, a Sonangol Logística é uma área de prestação de serviços de logística, voltada para os derivados de petróleo. Seu objetivo volta-se, sobretudo, do ponto de vista da gestão, assegurar as condições de eficiência operacional e rentabilidade de uma linha de negócio da indústria petrolífera, ligadas à movimentação e armazenagem de produtos. A estrutura surgiu provisoriamente em forma de Direção, criada por despacho do Conselho de Administração do Grupo Sonangol, como consequência da reestruturação da Sonangol Distribuidora; bem como, resulta da evolução organizacional do Grupo, da implementação da sua estratégia de desenvolvimento no médio e longo prazos, 37 pró-competitividade do mercado de derivados de petróleo (Revista Sonangol Magazine, 2005). Logística representa uma parte do “downstream”, criada para responder aos desafios da atividade logística primária de combustíveis, derivados de petróleo no intuito também de construir uma área de negócios profícua, rentável, tendo em conta sua sustentabilidade (qualidade e meio ambiente), bem como a satisfação das necessidades crescentes dos clientes. A empresa presta serviços de recepção, armazenagem e entrega de produtos, serviços de transporte primário por “pipe line”, em vagões cisternas, quando as condições o permitem e, eventualmente, por navio. Faz também o transporte tecnológico de LPG, enchimento e reparação de extintores de incêndio (Revista Sonangol Magazine, 2005). Embora seja uma estrutura jovem, o ciclo de gestão da Sonangol Logística compreendeu três momentos: Ø Primeiro, foi feita a comunicação dos propósitos e fins da Logística; Ø Segundo, a implementação das estruturas organizacionais, políticas, ferramentas e métodos de gestão que passaram a ser utilizados pela Sonangol Logística; Ø Terceiro, consistiu no aprofundamento contínuo e operacional da consolidação da mudança e implementação de novos métodos e ferramentas de gestão. A Sonangol Logística prevê a modernização dos equipamentos, utilização de novas tecnologias e aplicação “rigorosa” das normas ISO. A implementação destas mudanças contribuirão para: (i) melhorar o índice de satisfação dos clientes; (ii) redução do tempo médio de atendimento; (iii) aumento das capacidades de armazenagem e rentabilização de capitais. De acordo com ROCHA e COSTA (2009) atualmente, a Sonangol (distribuidora de combustíveis) possui 400 postos de abastecimento em todo o 38 país, tendo sido inaugurada outras 38 bombas de combustíveis, em 2008, das quais, em Luanda, 6 novas e outras 3 como fruto de reabilitação de existentes. Até 2010, a Sonangol pretende atingir mil postos de abastecimento em Angola. Atualmente, a Sonangol detentora do monopólio da distribuição de combustíveis em Angola. Entretanto, o presidente da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (SONANGOL) anunciou que está sendo preparada a "desregulamentação" do mercado para a entrada de outros operadores na área da distribuição, além de investimento de 300 milhões de dólares para garantir a oferta de combustíveis em qualidade e quantidade e atendendo à procura local. Em virtude das deficiências de infraestrutura de transporte, a Sonangol faz chegar combustíveis e lubrificantes aos municípios e províncias até onde é possível a circulação pelas vias disponíveis. Por enquanto, é normal ver quem espere 8 horas, numa fila em Luanda, para abastecer o seu veículo (ROCHA e COSTA, 2009). Ainda de acordo com este autor, tais estrangulamentos da distribuição de combustíveis e lubrificantes se devem: 1º. Incapacidade da frota de transporte de produtos, tanto para reposição dos níveis de armazenagem como de distribuição e comercialização; 2º. Subida vertiginosa dos preços de fretes de transporte de combustíveis, tanto por via ferroviária como por via rodoviária; 3º. Atrasos substanciais na reposição de estoques de lubrificantes a partir de Luanda, agravadas pela interrupção das vias rodoviárias que ligam Luanda aos restantes pontos do país; 4º. Fraca capacidade de arma intermédia dos combustíveis líquidos e gasosos; 39 5º. Estado de sucateamento (deterioração) dos equipamentos de enchimento de gás, nos terminais; Ainda no campo das estratégias da Sonangol, constam: Ø Fidelizar os clientes de grande porte que representam a maior quota do mercado de consumo. Ø Introdução da figura de agente de distribuição de pequena e média dimensão. Ø Redimensionar a rede comercial em todo o país (Plano Director do Desenvolvimento da Rede Comercial). • Elaboração do plano diretor e de armazenagem • Reduzir Perdas em 8% • Reduzir os custos operacionais em 2% Segundo as declarações do ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, após a conferência da OPEP, em Dezembro de 2009, a refinaria de Luanda estaria operando a 50% da sua capacidade e o país precisa importar o equivalente a 120 mil barris de petróleo diariamente para cobrir o déficit das suas necessidades em combustíveis (EXAME/ANGOLA, 2010). Nesse sentido, amenizou Vasconcelos, a entrada em operação da nova refinaria até 2014, permitirá o melhor equilíbrio ao mercado. A outra medida volta-se para a liberalização do setor, a fim de facilitar a entrada de novos operadores na área da distribuição e o aumenta da oferta de postos de combustíveis em todo o território nacional (EXAME/ANGOLA, 2010). Segundo o diploma do Governo, aprovado pelo Conselho de Ministros no ano passado, o objetivo é garantir a cobertura nacional da distribuição de combustíveis e estabelecer um sistema de tarifas mais transparente. O modelo visa aumentar a eficiência da cadeia de refinação, armazenamento, transporte e distribuição (EXAME/ANGOLA, 2010). 40 “É verdade que a Sonangol já tinha antecipado este passo com o processo de desverticalização, que começou no início de 2009 com a criação da Sonangol Logística. Mas existem dúvidas de que o prazo para a liberalização sugerido no estudo — um ano e meio — venha a ser concretizado. A criação de um órgão regulador — elemento fundamental da proposta do ITG — é uma das questões que suscitou algumas resistências. A exemplo do que já acontece nalguns países — como Brasil, Portugal, Espanha, Chile e África do Sul —, semelhante órgão teria a função de regular o funcionamento do mercado, adoptando um mecanismo tarifário capaz de garantir, tanto do lado da oferta como da procura, condições de competitividade e eficiência (EXAME/ANGOLA, 2010)”. No âmbito da “Angolanização” e no intuito de diversificar e ampliar as áreas de sua atuação, a Sonangol adquiriu a refinaria que era explorada pela Total. Com isso, parece consolidar-se o conceito de integralização da cadeia. Conforme a Revista Magazine (2007), “Com a compra da refinaria de Luanda completa-se a integração da cadeia logística que visa concretizar a visão global do Grupo Sonangol. Foi com esta avaliação lapidar que a coqueluche do sector empresarial público do país assinalou no passado mês de Julho o passo dado num setor do 'downstream' onde a sua intervenção era praticamente inexistente. Numa análise SWOT, diríamos que a fraqueza maior da Sonangol é ao nível da refinação. Na verdade, compreende-se mal que um país que extrai 1,4 milhões de barris, por dia, só refine 65 mil barris na Refinaria de Luanda” (Revista Magazine, 2007). 41 De fato, grupo francês Total detinha a maior parte das ações da Refinaria de Luanda; correspondente a 55,6% no capital da Fina Petróleos de Angola, a sociedade proprietária da referida indústria petroquímica. Depois dessa negociação entre a Sonangol e Total, a Total vendeu a dita participação à Sonangol, cujos montantes não foram revelados. O fato é que, segundo Revista Magazine (2007), a Sonagol facilitou a entrada da Total no segundo contrato do bloco 17 (o 06), englobando todas as áreas ainda por descobrir e sem produção; usada como uma espécie de 'moeda de troca' para conseguir a viabilização desta aquisição (Refinaria de Luanda), que entre outras posições, até então faziam parte dos interesses petrolíferos franceses em Angola. Destaca-se que a Total já é operadora dos dois principais campos do 'suculento' Bloco 17 (águas profundas) - o Dália e o Girassol – atendidos pelos gigantescos FPSO, provavelmente as duas maiores estruturas do gênero existentes atualmente na exploração petrolífera em off-shore em todo o mundo (Revista Magazine, 2007). Antes desta operação, que culminou com a passagem do controlo da Refinaria de Luanda para mãos nacionais, o Estado angolano já detinha 30% do capital da sociedade gestora na sequência da nacionalização das ações nominais sem participação (sem direito a voto nem a dividendos) que o Governo português possuía na Petrangol por altura da independência, em 1975. Depois de tudo o que aconteceu, para além do capital público majoritário distribuído entre o Estado e a Sonangol, a Fina Petróleos de Angola conta ainda com um grupo minoritário de acionista que preenchem um espaço que ronda os 15% do capital societário onde se destacam interesses portugueses (GalpEnergia) e belgas (Revista Magazine, 2007). A seguir, apresentam-se a lista de empresas que participam do processo da logística e distribuição (comércio e armazenagem) de petróleo e derivados em Angola. Todas elas têm a Sonangol com acionista, mas atual com “total” autonomia (Quadro 2). 42 Quadro 2 - Empresas Participantes na Indústria de distribuição Empresa Descrição ou Característica SOPOR (Portugal) Distribuição e comercialização de combustíveis e derivados. Data de Constituição: 1990 Acionistas: Sonangol (49%); Petrogal (51%) SONANGALP Distribuição e comercialização de combustíveis e derivados. Data de Constituição: 1994 Acionistas: Sonangol (51%); Petrogal (49%) ENACOL Armazenagem, distribuição e comercialização de combustíveis e derivados. Tem sede na República de Cabo Verde. Data de Constituição: 1997 Acionistas: Sonangol (32,5%), Petrogal (32,5%), Estado Cabo Verdiano (29,31%) e Outros (5,69%). ENCO SARL Armazenagem, distribuição e comercialização de combustíveis e derivados. Tem sede na República de São Tomé e Príncipe. Data de Constituição: 1998 Acionistas: Sonangol (40%); Estado de S. Tomé (51%); Privados (9%). SONANGOL CONGO Distribuição de combustíveis e derivados. Tem sede na República Democrática do Congo. Data de Constituição: 1998 Acionistas: Sonangol (60%) e Estado Congolês (40%). Fonte: Sonangol A Sonangol tem sido um dos muitos exemplos de afirmação nos que respeita a valorização dos recursos humanos nacionais, apesar de ainda ser insuficiente para as suas ambições, a empresa já emprega cerca de 7.500 trabalhadores (SONANGOL, 2007). Fruto do vínculo existente com outras companhias do sector, pode indiretamente contribuir para a criação de muitos postos de trabalho, e assim reduzir a exportação de trabalhadores expatriados, o que consideramos ser elemento crucial para a Angolanização (Revista Magazine, 2007). Para além da área de engenharia, a Sonangol aposta na formação voltada para colmatar às necessidades da no domínio da gestão empresarial, vertente considerada estratégica para o desenvolvimento sustentado da companhia. Além 43 enviar estudantes para o exterior (EUA, Inglaterra, Portugal e Brasil), a Sonangol lançou, em 2008, a projeto de Universidade de Tecnologia e Ciências (UTEC), um campus localizado em Talatona, com capacidade para 480 alunos, em três turnos, e que por volta do quinto ano de existência pode chegar aos cinco mil alunos. Outras estratégias de gestão da Sonangol voltam-se para: Ø Meio Ambiente enquadrado no contexto da Lei n.º 5/98, de 19 de Junho - Lei Geral do Ambiente. Os dois principais temas ambientais do setor da produção petrolífera em Angola são as descargas dos petroleiros e a queima dos gases associados. Ø Fundo de Compensação de Combustíveis (FCC) Ø A SONANGOL E.P – Promotora do desenvolvimento em Angola Ø O Fundo de pensões da SONANGOL – plano de previdência privada e restrito a funcionários da empresa A gestão do Fundo foi confiada à AAA (Angola, Agora e Amanhã) Pensões SA, através da celebração de umcontrato assinando entre a AAA e a SONANGOL Dezembro de 2001; Ø Projeto sociais, culturais e desportivos: foi criada uma Comissão de Projetos Sociais, cuja função é o acompanhamento e regularização da situação contratual dos complexos/condomínios, patrocinados pela empresa 44 CONSIDERAÇÕES FINAIS A economia de Angola foi bastante afetada pela guerra civil que durou quase trinta anos (1975-2002), colocando o país juntamente com Guiné-Bissau entre os mais pobres do planeta (BNA, 2009). Quanta as infraestruturas de transportes, a guerra e o abandono afetaramnas seriamente. Em 1994, apenas 8 mil dos 75 mil km da rede de estradas e rodovias encontravam-se pavimentadas, e o restante estava em péssimas condições (BPI, 2004). Angola apresenta boas taxas de crescimento apoiadas principalmente pelas exportações de petróleo. Estas jazidas estão localizadas em quase toda a extensão da sua costa marítima (BNA, 2009), tendo as explorações deste bem representado 61% do PIB de 2004. A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola – SONANGOL é uma empresa paraestatal do ramo petrolífero, responsável pela administração e exploração do petróleo e gás natural em Angola. A SONANGOL foi criada em 1976 e tem como princípio a Angolanização. O princípio da Angolanização (processo que visa não só substituir alguns profissionais estrangeiros por nacionais nas empresas privadas, como também melhorar as condições sociais dos mesmos) da atividade petrolífera nacional. O petróleo constitui para o povo angolano um recurso transmissor de confiança, segurança ou tranqüilidade, de que o futuro lhes reserva uma melhor vida e que o país poderá sair da situação em que se encontra num futuro breve e alcançará o tão desejado crescimento e desenvolvimento econômico. Outro desafio importante de Angola está na adoção de ações que visam “reduzir” a forte dependência dos recursos petrolíferos, e consequentemente, a exposição do país a fortes flutuações de preços internacionais. 45 Em 2008, as exportações FOB foram de US$ $43,23 bilhões, fortemente baseados nos seguintes produtos: petróleo, diamantes, minerais vários, madeiras, peixe, café, algodão e sisal. Por outro lado, as importações do país foram de US$ 11,41 bilhões. OCDE (2008), em 2008, Angola tornou-se o maior produtor de petróleo da África, ao superar a Nigéria, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Angola produziu 1,82 milhões de barris diários, enquanto a Nigéria obteve 1,73 milhões de barris. A expectativa é de em 2009, Angola alcance 1,9 milhões de barris diários (Ministério dos Petróleos, 2008). Atualmente, o governo de Angola procura investir também em fontes de energias renováveis, e a grande aposta volta-se para o biocombustível. O Grupo Sonangol possui várias subsidiárias (mais de 30), que normalmente têm a própria Sonangol como principal cliente. Focada na diversificação das suas aditividades, a Sonangol tem vindo a desenvolver jointventures e criar empresas para promover o desenvolvimento social de Angola e da expansão do Grupo. Todas as empresas do Grupo Sonangol são as unidades de negócios independentes, com sua estrutura de gestão própria No Grupo Sonangol, a Sonangol Logística do ponto de vista da gestão, assegurar as condições de eficiência operacional e rentabilidade de uma linha de negócio da indústria petrolífera, ligadas à movimentação e armazenagem de produtos. A Sonangol Logística prevê a modernização dos equipamentos, utilização de novas tecnologias e aplicação “rigorosa” das normas ISO. A implementação destas mudanças contribuirão para: (i) melhorar o índice de satisfação dos clientes; (ii) redução do tempo médio de atendimento; (iii) aumento das capacidades de armazenagem e rentabilização de capitais. Atualmente, a Sonangol detentora do monopólio da distribuição de combustíveis em Angola. Entretanto está sendo preparada a "desregulamentação" 46 do mercado para a entrada de outros operadores na área da distribuição. Atualmente, a Sonangol (distribuidora de combustíveis) possui 400 postos de abastecimento em todo o país, tendo sido inaugurada outras 38 bombas de combustíveis. Até 2010, a Sonangol pretende atingir mil postos de abastecimento em Angola. A Sonangol adquiriu a refinaria que era explorada pela Total. Com isso, parece consolidar-se o conceito de integralização da cadeia. A Sonagol facilitou a entrada da Total no segundo contrato do bloco 17 (o 06), englobando todas as áreas ainda por descobrir e sem produção; usada como uma espécie de 'moeda de troca' para conseguir a viabilização desta aquisição (Refinaria de Luanda). Em suma, vários fatores pesam na gestão da logística e distribuição do petróleo e derivados pela Sonangol: 1) Grande presença do estado, que depende das receitas da Sonangol para viabilizar o sustento da máquina pública e viabilizar projetos de desenvolvimento econômico e social, atrelado a “Angolanização”; 2) Deficiências de infraestruturas de logísticas – transportes e terminais, em como reflexo dos anos de guerra civil; portanto, a gestão não é eficiente e o nível de serviço é não satisfaz o cliente plenamente, particularmente o mercado doméstico, pois a prioridade é dada aos grandes clientes do exterior. 3) A estrutura da funcional, sob o lema da integralização da cadeia produtiva, é altamente concentrada e verticalizada; fato que, associado ao ambiente regulatório frágil, gera receios por parte de pequenos e médios investidores potenciais; 4) A Angolanização, na sua essência, é uma filosofia ideal para a sustentação da presença do Estado nessa empresa, e norteia políticas públicas, preserva a riqueza nacional, mas há necessidade de maior flexibilidade e transparência. 47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APS REVIEW OIL MARKET TRENDS. 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