MODELOS DE JORNALISMO As teorias da notícia vistas são aplicadas para o modelo ocidental de jornalismo. No mundo, existem vários conceitos de jornalismo, cada um com uma própria natureza social, ideológica e cultural. De acordo com Jorge Pedro Sousa (2002) há as seguintes denominações: modelo autoritário; modelo revolucionário; modelo comunista; modelo de jornalismo para o desenvolvimento; modelo ocidental de jornalismo. No modelo ocidental há uma subdivisão: modelo europeu (ou modelo literário) e modelo norte-americano de jornalismo. 1 MODELO AUTORITÁRIO DE JORNALISMO Nos países em que há um modelo autoritário de jornalismo, a atividade jornalística é submetida ao controle direto do Estado, por meio do governo ou de outras instâncias. O jornalismo não pode ser usado para promover mudanças, criticar o governo ou governantes ou para minar as relações de poder. É submetido aos interesses da classe dominante. Porém, não se utiliza da hegemonia, mas da coerção para manter esse domínio. O poder autoritário que decide, por meio de mecanismos de censura, o que deve, ou não, ser publicado. Correspondentes estrangeiros e a Internet são considerados ameaças. 2 MODELO COMUNISTA DE JORNALISMO Em países como Cuba, China ou Vietnã, o Estado domina a imprensa e é o proprietário monopolista dos meios de comunicação. Diferencia-se do modelo autoritário porque nos estados socialistas o Estado é proprietário de todos os meios de comunicação e apóiam o governo e o partido. Enquanto que no modelo autoritário, o Estado pode impor sanções às empresas privadas. Os jornais são os órgãos do Partido Comunista (Pravda, Granma), portanto o acesso aos MCM é restrito aos partidários dos objetivos comunistas. O regime é o da ditadura do proletariado: a imprensa socialista deve estar a serviço do proletariado, impedindo a contrarevolução da burguesia. 3 MODELO COMUNISTA DE JORNALISMO A imprensa se orienta pelos princípios do que se têm de publicar e o que não se pode publicar: é notícia o que serve ao interesse do proletariado, representado pelo partido comunista. O Pravda (Пра́вда, "A Verdade") foi o principal jornal da União Soviética e um órgão oficial do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética entre 1918 e 1991. O jornal ainda existe e está em circulação na Rússia, mas ficou mais conhecido nos países ocidentais por seus pronunciamentos durante o período da Guerra Fria. Existe ainda um certo número de outros jornais menos famosos em outros países que também se chamam Pravda. 4 MODELO COMUNISTA DE JORNALISMO O Granma foi fundado em 3 de outubro de 1965 e nasceu da união de outros dois jornais: os matutinos Revolución e o Hoy. É o órgão oficial do Partido Comunista Cubano e pode ser lido em espanhol pelo http://www.granma.cubaweb.cu/ Em português, há uma edição internacional: http://www.granma.cu/portugues/i ndex.html 5 MODELO COMUNISTA DE JORNALISMO Xinhua: agência chinesa estatal de notícias www.xinhua.org Na China existe o órgão oficial do PCC, Diário do Povo. Como há outros jornais chineses, pode-se dizer que na China se aplica o modelo autoritário de jornalismo. 6 MODELO REVOLUCIONÁRIO DE JORNALISMO Os objetivos deste modelo ou são derrubar um sistema político ou contribuir para o fim de algum controle – estrangeiro ou de uma classe social. Normalmente são clandestinos, mas nos estados de direito democráticos há diversas publicações alternativas com objetivos revolucionários. O Pravda, antes da revolução bolchevique, é exemplo de um jornal que se guiava pela concepção revolucionária, assim como os jornais alternativos que circularam durante a ditadura militar brasileira Hoje, a Internet permite a proliferação de órgãos de comunicação alternativos. 7 MODELO REVOLUCIONÁRIO DE JORNALISMO 8 MODELO REVOLUCIONÁRIO DE JORNALISMO 9 MODELO DE JORNALISMO para o DESENVOLVIMENTO Este modelo foi – e ainda é – praticado em países em vias de desenvolvimento. Em alguns casos é uma etapa anterior ao modelo ocidental de jornalismo. Entende-se que os MCM devem ser usados para a construção da identidade nacional, para combater o analfabetismo e a pobreza e para desenvolver o país. Desta forma, os MCM apoiaram os Estados e governos de acordo com a necessidade de desenvolvimento. 10 MODELO OCIDENTAL DE JORNALISMO Este modelo que a imprensa deve ser independente do Estados e dos poderes. “O campo jornalístico seria uma espécie de ágora, um espaço público onde se ouviriam e digladiariam as diferentes correntes de opinião”. Os Estados que têm uma imprensa “livre”, geralmente têm: • Leis que protegem as liberdades individuais e os direitos de propriedade • Elevados níveis de rendimento econômico, alfabetização e educação. • Existência de oposição legítima • mercado publicitário capaz de gerar receitas suficientes para sustentar a imprensa 11 MODELO OCIDENTAL DE JORNALISMO Aliada à idéia do modelo ocidental está a que a democracia é benéfica para o indivíduo e para a sociedade em geral e que só uma população bem informada pode participar dos processos de tomada de decisão. CRÍTICAS AO MODELO OCIDENTAL DE JORNALISMO As idéias de imprensa “livre” e de livre acesso à imprensa foram exportadas para todo o planeta a partir do Ocidente. Porém, o fluxo de informações se faz dos países ricos para os pobres. Essa doutrina gera uma ingerência nos assuntos internos dos países´, uma imposição dos valores ocidentais e promove um “imperialismo cultural”. Para Noam Chomsky, o modelo ocidental de jornalismo funciona como um modelo de propaganda. 12 CRÍTICAS AO MODELO OCIDENTAL DE JORNALISMO Chomsky afirma que o jornalismo ocidental na verdade funciona como um modelo de propaganda do governo e de grandes corporações por 4 fatores: • Recrutamento, pelas empresas, de jornalistas respeitadores dos conceitos e normas internas. • Interiorização, pelos jornalistas, das limitações impostas pelos proprietários e pelos poderes político e econômico. • Auto-censura derivada dos mecanismos de controle • Dependência do índice de audiência • Existência de filtros para as notícias, que atuam com naturalidade 13 CRÍTICAS AO MODELO OCIDENTAL DE JORNALISMO Para Chomsky, esse modelo de propaganda é de difícil detecção nos países democráticos porque os meios jornalístico são privados, criticam o governo com freqüência, se proclamam defensores da comunidade e da liberdade. No entanto, Chomsky classifica o jornalismo americano como modelo de propaganda pelos seguintes filtros: • Concentração da propriedade e orientação lucrativa das empresas jornalísticas • Publicidade como primeira fonte de rendimento das empresas jornalísticas • Pauta baseada nas fontes oficiais do governo e empresas dominantes • Dependência do índice de audiência • Criminalização de movimentos anti-EUA 14