Quando Suspender o Tratamento Antibiótico XXXIV Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia Octavio Messeder FCCP Coord Serviço de Pneumologia e UTI do Hospital Português Sal. Ba. Prof. Adjunto da FAMED UFBa O dilema da duração do tratamento e da Suspensão do tratamento • PAC PN/PAVM PACS Resolução CLINICA Melhora aparente nas primeiras 48 a 72 h Regime empirico inicial não deverá ser modificado exceto na vigência de deterioração. MICROBIOLOGICA.Culturas seriadas.Falha de erradicar, recorrência, superinfecção. RADIOLOGICA. Valor limitado Monitorando o Tratamento • Após inicio da antibioticoterapia empírica,o esquema antibiótico poderá sofrer alterações a depender da resposta clinica e resultado das culturas. • As manifestações sistêmicas de infecção devem diminuir em 24 a 48h após tratamento adequado. • Persistência de sinais de resposta inflamatória após 72h de tratamento pode-se suspeitar de inadequação de tratamento. Critérios de melhora. O que monitorar • • • • • • Febre Leucometria Purulência de escarro Oxigenação Resolução radiológica Hiato de 72 h para apreciação de resultados. Duração do Tratamento • O tempo de tratamento deve ser o mais curto possível para evitar uso desnecessário de antimicrobianos para: • Prevenir pressão sobre a resistência da microbiota • Prevenir superinfecções • Reduzir colonização com bactérias resistentes • Toxicidade • Reduzir custos Duração do tratamento SBPT • A duração do tratamento de PH/PAVM pode ser reduzida para 8 dias desde tenha sido iniciada corretamente e que o paciente tenha apresentado melhora clinica evidente. • Caso a infecção seja causada por P. aeruginosa ou por outro germe resistente como S. maltophila, Acinetobacter, o tratamento deve ser prolongado por pelo menos 15 dias. (Grau A) J Bras Pneumol. Vol 33 suplemento 1, p.S 1 a S 80 abril 2007 Duração do Tratamento IDSA/ATS • Recebendo o esquema empírico adequado e revelando resposta, o tratamento deve ser de 7 dias. • Exceção se a bactéria isolada for P. aeruginosa. (nível 1) Duração do Tratamento IDSA/ATS • A redução da duração do tratamento de PAVM leva a bons resultados com menos uso de antibióticos. • Necessário garantir a eficiência do esquema empírico inicial e a monitoração da resposta ao tratamento. Duração do Tratamento ALAT 2005 Media de 14 dias na literatura Concorda com a segurança de 8 dias de tratamento com as mesmas exceções do ATS. Pseudomonas aeruginosa Capacidade de desenvolver resistência a todas as classes de antibióticos Resistência pode ocorrer em 30-50% de pacientes recebendo monoterapia.(Hilf, 1 estudo) Sem dados que corroborem a necessidade de terapia combinada. (2 estudos e uma meta analise) Carbapenemico+aminoglicosideo. Beta lactamico+aminoglicosideo. Am J Resp Crit Care Med vol 171.338-416 2005 Comparison of 8 vs 15 Days of Antibiotic Therapy for Ventilator Associated Pneumonia in Adults. A Randomized Trial Chastre J et al JAMA Novembro 19,2003 vol 290 nº19 DESFECHOS • • • • • • • • Mortalidade Recorrência da infecção Dias em VM Dias sem antibióticos SOFA ODIN Sintomas Escore radiológico Permanência na UTI Resultados • Não houve diferença entre os dois grupos no que concerne os desfechos investigados • Em infecções causadas por Pseudomonas o estudo houve mais recorrencia no grupo tratado por 8 dias. • Microorganismos multiresistentes ocorreram com mais frequencia, em pacientes com recorrencia, no grupo tratado por 15 dias. Tratamento de curto período Seleção de pacientes • Pacientes não bacteremicos • Não neutropenicos • Afebril no curso do tratamento Escores • CPIS. Escore clinico de infecção pulmonar. • Superior a 6 associou-se a alta probabilidade de PAVM • Útil também em pacientes de baixa suspeita clinica na reavaliação no 3° dia de tratamento • Identificar pacientes com baixo risco, candidatos a tratamento de curta duração.(Singh et al AJRCCM 2000) • Medida seriada identificando inicio da resposta terapeutica. (Luna et al Crit Care Med 2003)) Marcadores • São os marcadores úteis na decisão de manter, modificar ou suspender o tratamento empirico inicial? • Dosagem de elementos da resposta inflamatória poderiam informar sobre a eficácia do tratamento antes dos resultados microbiologicos. Monitorando o tratamento: Testes Laboratoriais • PCR: (1930)PFA. Expressão e indução no hepatócito regulada por transcripção por IL-6. Marcador de resposta inflamatória. Meia vida plasmática 19h, sem aumento de clearance ou catabolismo nas infecções. Aumento de síntese. Padrões de resposta para PCR Clin Pulm Med; 14 (3) May 2007 PCR Marcador de resolução clinica 47 Pacientes de UTI com PAVM Medidas D4: Sobreviventes 0,62 do nível inicial Não sobreviventes 0.98 do nível inicial Eur Resp J. 2005;25: 804-812 Procalcitonina • 1984 Peptídeo 116 AA • Em estudos de resolução de sepsis mostrou uma redução de 25% em relação ao dia de inicio do tratamento. Procalcitonina: Concentração seriada em soro e BAL em sobreviventes e não sobreviventes em pacientes com PAVM Anesthesiology, V 96 n° 1 Jan 2002 Procalcitonina • Cinética da Procalcitonina como marcador prognostico em PAVM • Medidas dia 1,3,7 n=63 • Desfecho: Curso favorável ou desfavorável.(morte,infecção persistente, recorrência) • Análise multivariada manteve os níveis sericos de PCT como fortes preditores de desfecho desfavorável. AM J Resp Crit Care Med vol 17 48-53 2005 CITOCINAS IL6 IL8 • Dx e Gravidade da doença • Tipos de PAV Não Complicada Complicada: Sepse severa Choque septico Niveis de IL6 Niveis de IL8 Citocinas • IL-6 IL-8 PAVM associada a trauma de cabeça e pescoço. Aumento da resposta inflamatória associado com falta de resposta terapeutica Falta de resposta correlacionada com maior mortalidade. sTREM-1 • Soluble Triggering Receptor Expressed on Myeloid Cells. • Superfamilia das imunoglobilinas. Expressão em fagócitos e regulado especificamente por produtos microbianos. • Em pac em VM pode ser util no DX ou exclusão de pneumonia. NEJM 2004;350 451-8 Interrupção do Tratamento • Aspirado traqueal confiável negativo (ausência de bactérias e células inflamatórias) em paciente sem troca de ATBC nas ultimas 72h tem forte valor preditivo negativo (94%) para PAV e deverá levar a procura de uma origem alternativa para a febre. (nível II) • CPIS de 6 ou menor em pacientes com baixo nível de suspeita clinica é um critério objetivo para interrupção de tratamento empírico.(nível I) Am Respir Crit Care Med vol 171.388-416 2005 Conclusão • A frequencia e gravidade da PN/PAVM requer meios de tratamento e monitoração da resposta eficientes e que possam ao tempo que asseguram segurança ao paciente também possam impedir ou minimizar os tratamento desnecessários e inadequados. • No futuro esperamos ser capazes de identificar, o mais cedo possível, se a resposta ao tratamento está adequada, afim de intervir no paciente com falha terapeutica ou encurtar a duração do tratamento naqueles responsivos,