Diretrizes Setoriais de Sustentabilidade Agronegócios O desenvolvimento do agronegócio, em bases sustentáveis, representa um importante desafio para a economia brasileira e tem um papel relevante no suprimento de alimentos para uma população crescente em nível mundial e no fornecimento de matérias-primas para combustíveis renováveis, contribuindo para a liderança do Brasil neste setor. O Banco do Brasil, no seu papel de agente de políticas públicas, atua como elo entre o Governo e o produtor rural, sendo o maior financiador do agronegócio brasileiro em todos os segmentos e etapas da cadeia produtiva, com a oferta de produtos e serviços especializados atendendo desde o pequeno produtor às grandes empresas agroindustriais, inclusive cooperativas. O correto uso da terra é preocupação constante nas práticas de financiamento do BB ao agronegócio, tendo em vista os inúmeros alertas relacionados à importância do uso racional dos recursos naturais, à manutenção da biodiversidade, ao respeito às áreas de proteção permanente, aos direitos humanos dos trabalhadores e povos indígenas, entre outros. Vários pactos e compromissos foram assumidos pelo Banco do Brasil visando orientar sua atuação sustentável nesse importante segmento da economia, gerando negócios economicamente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos. Dentre os compromissos assumidos destacam-se: Carta de Princípios em Responsabilidade Socioambiental – orientadores estratégicos aprovados pela alta administração da empresa que evidenciam a intenção estratégica do Banco do Brasil em conciliar o atendimento aos interesses dos seus acionistas com o desenvolvimento de negócios social e ambientalmente sustentáveis, mediante a incorporação daqueles princípios a seus produtos, serviços, negócios e rotinas administrativas. Princípios do Equador - conjunto de políticas e diretrizes estabelecido pelo Internacional Finance Corporation (IFC), vinculado ao Banco Mundial e adotados pelo Banco do Brasil desde 2005 na análise de investimento da modalidade project finance. Protocolo Verde - carta de princípios para o desenvolvimento sustentável firmada por bancos oficiais em 1995 (Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia, BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco Central do Brasil) e ratificado em 2008, na qual se propõem a empreender políticas e práticas que estejam sempre e cada vez em harmonia com o objetivo de promover um desenvolvimento sustentável. 1 Grupo de Trabalho da Moratória da Soja (GTS) – Grupo composto por representantes das indústrias de óleos vegetais e dos exportadores de cereais, de organizações não governamentais, do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que tem por objetivo desenvolver estudos que permitam conciliar a preservação do meio ambiente com o desenvolvimento econômico. Com a adesão, o BB se compromete a não financiar a produção de soja em áreas desmatadas a partir de 2006, dentro do bioma Amazônia. Grupo de Trabalho Pecuária Sustentável (GTPS) – criado no final de 2007, o Grupo é composto por representantes dos diferentes segmentos que fazem parte da cadeia de produção de carne bovina no Brasil. Os representantes das indústrias, associações de produtores, comerciantes, bancos, organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e universidades participam dos debates visando a formulação de princípios, normas e práticas que devem ser adotados para a pecuária sustentável . Ao financiar atividades agropecuárias, o Banco do Brasil observa as regulamentações ambientais vigentes exigindo, de acordo com os critérios estabelecidos na legislação, a apresentação de documentos que comprovem a regularidade ambiental do empreendimento. Além da exigência de regularidade ambiental e social do cliente e do empreendimento, o Banco do Brasil observa na concessão de crédito rural as recomendações e restrições dos zoneamentos agrícola e ecológico-econômico (ZEE) e, quando for o caso, o zoneamento agroecológico da cultura. Há também equipe especializada para fiscalização das operações de crédito rural in loco, ocasião em que são verificados aspectos relacionados à correta aplicação do crédito, situação das garantias, do empreendimento e da gestão do cliente. Em caso de não-conformidade, o cliente é notificado e a não regularização da situação pode ensejar a liquidação antecipada da operação. Como forma de melhor capacitar seus funcionários, diretamente envolvidos no atendimento aos produtores, são realizados cursos específicos como o de Agricultura Familiar, Crédito e Risco Socioambiental, Desenvolvimento Regional Sustentável e a capacitação orientada para a aplicação dos Princípios do Equador. Visando permitir o incremento de negócios com os setores da agropecuária sustentável, considerados estratégicos para o Conglomerado, vários programas especiais foram desenvolvidos. BB Armazenagem – instalação, ampliação e modernização de sistemas de armazenagem para incremento e melhoria da capacidade estática. BB Florestal – implantação, manutenção e ampliação de sistemas florestais para incremento e melhoria da produção de madeira reflorestada. BB Fruticultura – incentivo ao desenvolvimento da cadeia produtiva da fruticultura, com incremento da produção, melhoria da produtividade, das condições de beneficiamento, industrialização e padronização e demais investimentos necessários às melhorias de qualidade e das condições de comercialização de produtos frutícolas. BB Pecuária – incentivo ao desenvolvimento da pecuária nacional, com atendimento aos segmentos da bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, avicultura, suinocultura, 2 ovinocaprinocultura e aqüicultura e pesca, englobando piscicultura, carcinicultura, mitilicultura e ranicultura, visando colaborar para a expansão da pecuária nacional, mediante aumento da produção, da produtividade e da qualidade, com a conseqüente geração de emprego, renda e excedentes exportáveis para o país; estimular as práticas de responsabilidade ambiental, a rastreabilidade, o melhoramento genético e o controle sanitário exigidos pelos mercados interno e externo; BB Produção Orgânica – apoio financeiro à atividade agropecuária conduzida segundo as normas do sistema orgânico e agroecológico de produção, abrangendo as despesas de custeio, investimento e comercialização previstas no plano de manejo elaborado para a atividade a financiar e aprovado pela Instituição Certificadora. Por meio do Programa o banco contribui para uma maior disponibilidade de produtos alimentares sem o uso de agrotóxicos, para a preservação e ampliação da biodiversidade dos ecossistemas, favorecendo a melhoria ambiental e, consequentemente, a qualidade de vida, o aumento da renda do meio rural, propiciando a geração de emprego e a manutenção do homem no campo. BB Biodiesel - financiamento de custeio, investimento e comercialização, viabilizando assistência ao setor de forma sistêmica, nas fases da produção agrícola, do processamento industrial, da distribuição e comercialização, visando colaborar para a expansão do processamento de biodiesel no País, a partir do incentivo à produção de oleaginosas que constituem matéria-prima desse combustível, à instalação de plantas agroindustriais e à comercialização, de forma a contribuir para a produção de volume suficiente ao cumprimento das metas de adição de biodiesel ao diesel, estipulados pelo Governo Federal, atualmente de 5%, caracterizando o combustível B5. O BB dispõe de linhas de crédito que apóiam modelos de produção diferenciados, tais como: sistemas agroflorestais (SAF), integração lavoura-pecuária (ILP) ou lavoura-pecuária-floresta (ILPF), plantio direto, além da recuperação de áreas de reserva legal, áreas de preservação permanente, áreas degradadas, inclusive pastagens, bem como implementação de práticas de conservação de água e de solo como terraceamento, curvas de nível e barragens de contenção de águas pluviais. Os compromissos socioambientais do Banco do Brasil estão expressos em sua Agenda 21, que foi atualizada no final de 2010 com novas metas de sustentabilidade para o período de 2011 a 2013. No tocante ao processo de financiamento do Agronegócio, o Banco tem buscado aprimorar constantemente os seus critérios e instrumentos voltados para a mitigação dos riscos socioambientais, incentivando boas práticas no manejo dos recursos naturais indispensáveis para a produção agropecuária. “Ser um banco competitivo e rentável, promover o desenvolvimento sustentável do Brasil e cumprir sua função pública com eficiência”, esta é a nossa missão. 3