06/11/2011 PRINCIPAIS MICOSES: SUPERFICIAIS/CUTÂNEAS SUBCUTÂNEAS SISTÊMICAS Os fungos causadores de micoses podem ser encontrados no solo, plantas e em animais e até mesmo na nossa pele (sem causar doença). Você tem alguma pomada forte contra fungos???? Existem vários tipos de micoses, dependendo do local afetado e do tipo de fungo (micoses superficiais, micoses cutâneas, micoses subcutâneas e micoses sistêmicas). 1 06/11/2011 CLASSIFICAÇÃO DAS MICOSES 1.MICOSES SUPERFICIAIS Pitiriase versicolor................Malassezia furfur Tinea Nigra............................Hortaea wernickii Piedra Branca.......................Trichosporon spp. Piedra Negra..........................Piedraia hortae 2. MICOSES CUTÂNEAS (DERMATOFITOSES) – secreção de queratinases Dermatófitos..........................Trichophyton –Microsporum - Epidermophyton Candidíase..............................Candida albicans 3. MICOSES SUBCUTÂNEAS Esporotricose...................................Sporothrix schenckii Cromomicose e Micetomas.............Diversos fungos demáceos 4.MICOSES SISTÊMICAS Paracoccidioidomicose.........Paracoccidioides brasiliensis Histoplasmose.......................Histoplasma capsulatum Aspergilose............................Aspergillus fumigatus Criptococose..........................Cryptococcus neoformans Candidíase...............................Candida albicans 1. MICOSES SUPERFICIAIS Os fungos se alimentam de queratina (uma proteína responsável pela impermeabilização da pele) encontrada na superfície cutânea, unhas e cabelos). As micoses superficiais são infecções limitadas às camadas superficiais queratinizadas ou semi-queratinizadas da pele, aos pêlos e unhas. 2 06/11/2011 1. MICOSES SUPERFICIAIS PITIRÍASE VERSICOLOR ("micose de praia” ou “pano branco”) Infecção fúngica superficial (tronco, a face, pescoço e couro cabeludo). A Malassezia furfur é uma levedura que depende de lipídios para o seu metabolismo. Não é isolada no meio ambiente, pois vive saprofiticamente na pele humana, como comensal. Fatores: ↑ Temperatura, ↑ umidade, imunodepressão, hiperhidrose • Adolescente e adultos jovens- Áreas seborréicas do pescoço/tronco • Crianças: face e região das fraldas; menos descamativas. • Imunocomprometidos: acometimento do folículo pilo-sebáceo (foliculite pitirospórica) Pitiriase versicolor - Malassezia furfur Pitiríase versicolor = alterações na pigmentação cutânea (branco ao marrom), em área de maior oleosidade da pele. 3 06/11/2011 1. MICOSES SUPERFICIAIS TINHA NEGRA (CERATOFITOSE NEGRA): superficial, assintomática, da camada córnea. Infecção fúngica Afeta regiões palmares, ocasionalmente plantares, como máculas não escamativas, de coloração que varia do castanho ao negro. É considerada dermatose rara, sendo mais comum em regiões tropicais e subtropicais. Crianças e mulheres (comum). Etiologia: Phaeoannellomyces werneckii Stenella aracquata 1. MICOSES SUPERFICIAIS Tricomicose nodosa (piedras) PIEDRA PRETA: (Piedrai hortae) Nódulos ou placas de cor escura grudados aos cabelos. Afeta somente o couro cabeludo. PIEDRA BRANCA: (Trichosporon beigelli) Nódulos de cor branca ou clara aderidas aos pêlos (massa de leveduras). Ocorre em pêlos pubianos, genitais e axilares (raramente couro cabeludo), barba e bigode. 4 06/11/2011 2. MICOSES CUTÂNEAS CANDIDÍASE MUCOCUTÂNEA: Infecção aguda ou crônica da pele, unhas e mucosas causada por leveduras do gênero Candida. Saprófita do TGI, boca, pele, vias respiratórias e pavilhão auricular Candida = fungo oportunista SAPRÓFITA PATOGÊNICO ALTERAÇÕES DO HOSPEDEIRO (umidade, imunidade, doenças sistêmicas, desnutrição, antibióticos) Principais espécies patogênicas: C. albicans C. glabrata C. tropicalis C. parapsilosis C. kefyr C. krusei CANDIDÍASE MUCOCUTÂNEA Candidíase oral / genital Onicomicose / paroníquia / intertrigo Candidíase na região das fraldas Granuloma glúteo infantil Candidíase mucocutânea crônica Candidíase sistêmica Lesões hiperceratósicas, crostosas Crianças com deficiências congênitas do sistema imunológico 5 06/11/2011 Candidíase gastrointestinal Candidíase genital 2. MICOSES CUTÂNEAS DERMATOFITOSES: São causadas por fungos denominados dermatófitos, que utilizam a queratina como fonte de sobrevivência. As lesões decorrem da ação do próprio fungo ou de reações de sensibilidade ao agente ou a seus produtos. Estão incluídos os fungos dos 3 gêneros: Microsporum (a) Trichophyton (b) Epidermophyton (c) (a) (b) (c) Podem ser antropofílicos, zoofílicos ou geofílicos. 6 06/11/2011 Microsporum Trichophyton Epidermophyton Microsporum 2. MICOSES CUTÂNEAS DERMATÓFITOS Trichophyton Epidermophyton Tinha da cabeça (Tinea capitis) Tinha da barba (Tinea barbae) Tinha do corpo (Tinea corporis) Tinha das unhas (Tinea unguium) Tinha das mãos (Tinea manun) Tinha inguinal (Tinea cruris) Tinha dos pés (Tinea pedis) 7 06/11/2011 2. MICOSES CUTÂNEAS TINEA DO CORPO ("impingem") Lesões em anel de bordas avermelhadas e descamativas (coçam). Etiologia: E. floccosum T. rubrum M. canis TINEA DA CABEÇA OU TINEA CAPITIS: Freqüente em crianças, forma áreas arredondadas com falhas nos cabelos, que se apresentam cortados rente ao couro cabeludo nestes locais (tonsurados). É muito contagiosa. Transmissão: Pessoas, animais, objetos • Patogenia: Produção de ceratinases Topografia da lesão = couro cabeludo Infância: 6 a 10 anos / adulto: rara (intertriginosas) Variação geográfica: Brasil: SE/S – M. canis, NE – T. Tonsurans 8 06/11/2011 TINEA DA CABEÇA OU TINEA CAPITIS Infecção Ectothrix = Microsporum spp. “Placa cinzenta” TINEA DA CABEÇA OU TINEA CAPITIS Infecção Endothrix =Tricophyton spp. Múltiplas áreas de alopécia 9 06/11/2011 TINEA INTERDIGITAL: Pés e mãos Causa descamação, maceração (pele esbranquiçada e mole), fissuras e coceira entre os dedos. Localização: Freqüente nos pés (uso calçados fechados que retém a umidade) Mãos (pessoas que trabalham muito com água e sabão). Tinha das mãos • Etiologia: T. rubrum • Clínica: descamação, unilateral,”desidrótico” Interdigital (frieiras) • T. mentagrophytes • T. rubrum Tinea dos pés: causa descamação e coceira na planta dos pés que sobe pelas laterais para a pele mais fina. Descamativa • T. rubrum • E. floccosum Vesiculosa • T. mentagrophytes 10 06/11/2011 TINEA INGUINAL “Micose da virilha, jererê” Forma áreas avermelhadas e descamativas com bordas bem limitadas, que se expandem para as coxas e nádegas. A anatomia da região da virilha = quente e úmida característica desta área do corpo. • Etiologia: Dermatófitos T. rubrum T. mentagrophytes E. floccosum Candida albicans • Clínica: placas eritematosas, bem demarcadas, clareamento central A micose de virilha é confundida com alergia ao tecido elástico das roupas de baixo ou de banho. TINEA INGUINAL Manifestações clínicas: A doença se manifesta pela formação de manchas avermelhadas, úmidas ou descamativas, geralmente acompanhadas de muita coceira. Atingem a região da virilha, mas podem se alastrar até as nádegas e o abdomem. INTERTRIGO CANDIDIÁSICO Provocado pela levedura Candida albicans. Forma área avermelhada, úmida que se expande por pontos satélites ao redor da região mais afetada e, geralmente, provoca muita coceira. 11 06/11/2011 TINHA DA FACE Etiologia • T. mentagrophytes • T. rubrum Clínica: Placa assimétrica MICOSE DAS UNHAS (ONICOMICOSE) Várias formas: descolamento da borda livre da unha, espessamento, manchas brancas na superfície ou deformação da unha Etiologia: T. rubrum, T. mentagrophytes, E. floccosum Clínica: 4 tipos Distal e/ou lateral: (+) freqüente Branca superficial: T. mentagrophytes e T. rubrum (HIV +) Subungueal proximal: T. rubrum (HIV +) Distrófica total: Candida spp. e na fase final dermatófitos Distal e/ou lateral Branca superficial Subungueal proximal Distrófica total 12 06/11/2011 MICOSE DAS UNHAS (PARONÍQUIA) Paroníquia ("unheiro") Micose que atinge a pele ao redor da unha. O contorno avermelhado. ungueal fica inflamado, dolorido, inchado e Altera a formação da unha, que cresce ondulada. PREVENÇÃO DAS MICOSES SUPERFICIAIS E CUTÂNEAS •Seque-se sempre muito bem após o banho (dobras de pele, axilas, virilhas e os dedos dos pés). •Evite ficar com roupas molhadas por muito tempo. •Evite o contato prolongado com água e sabão. •Não use objetos pessoais de outras pessoas. •Não ande descalço em pisos constantemente úmidos. •Observe a pele e o pêlo de seus animais de estimação (cães e gatos). •Evite mexer com a terra sem usar luvas. •Use somente o seu material de manicure. •Evite usar calçados fechados o máximo possível. Opte pelos mais largos e ventilados. •Evite roupas quentes e justas. Evite os tecidos sintéticos, principalmente nas roupas de baixo (usar os tecidos leves como o algodão). 13 06/11/2011 3. MICOSES SUBCUTÂNEAS Esporotricose.....................................Sporothrix schenckii Cromomicose e micetomas.............. Diversos fungos demáceos 4.MICOSES SISTÊMICAS Paracoccidioidomicose.........Paracoccidioides brasiliensis Histoplasmose.......................Histoplasma capsulatum Aspergilose............................Aspergillus fumigatus Criptococose..........................Cryptococcus neoformans Candidose...............................Candida albicans MICOSES SUBCUTÂNEAS: Cromomicoses Micetomas Lacaziose Sporotricose 14 06/11/2011 MICOSES SUBCUTÂNEAS ESPOROTRICOSE – Sporothrix schenckii A esporotricose é uma infecção subaguda ou crônica, produzida pelo fungo Sporothrix schenckii. Afeta o homem, outros mamíferos (ratos, eqüinos, cães, gatos e golfinhos) e aves. Habitat natural solo (geofílico), plantas e vegetais em decomposição (ubiquitário) de locais quentes e úmidos. Reação intradérmica: Porta de entrada por via direta e indireta. 15 06/11/2011 ESPOROTRICOSE O S. schenckii é um fungo DIMÓRFICO 25 a 30o C = Fase filamentosa ou forma micelial (ambiente) A forma parasitária, a 37°C = Levedura (charutos ovais), crescendo em lesões dermoepidérmicas, viscerais e ósseas. ESPOROTRICOSE Após a inoculação causa infecção cutânea ou subcutânea (geralmente localizada) podendo associar-se a comprometimento linfático regional. Pode-se apresentar sob as formas clínicas: Cutâneo-linfática Cutâneo-localizada Cutâneo-disseminada Extracutânea Cutâneo-localizada Cutâneo-linfática 16 06/11/2011 ESPOROTRICOSE Cutâneo-disseminada Extracutânea Afeta mais os homens localizando-se geralmente nos membros superiores e face. ESPOROTRICOSE Tem sido freqüente em GATOS (envolvimento zoonótico). No período de 1998 a 2001, no Rio do Janeiro = 178 casos, sendo considerada a maior epidemia por transmissão zoonótica no mundo. No período de 2002 a 2004 registrados 572 casos da doença, sendo a transmissão zoonótica por gatos domésticos retificadora da epidemia iniciada em 1998. 17 06/11/2011 Esporotricose é conhecida como a doença dos manipuladores de rosas. Deve-se tomar precauções ao praticar jardinagem e cultivo de rosas (luvas). CONTÁGIO POR INOCULAÇÃO (ESPOROTRICOSE) CROMOMICOSES Cromomicoses ou cromoblastomicoses = infecções cutâneas e sub-cutâneas caracterizadas pela formação de vegetações verrucosas multicoloridas grosseiras elevadas (micose crônica). Se disseminam nas superfícies dorsais dos pés e das pernas causadas por fungos demáceos de crescimento lento. Cladophialophora spp. Phialophora verrucosa Cladosporium carionii Fonsecaea pedrosoi Exophiala spp. 18 06/11/2011 A cromomicose é uma doença universal (prevalente em zona tropical e subtropical), acomete basicamente homens lavradores. A principal via de contágio se faz através de ferimentos na pele por fragmentos de vegetais ou madeira contaminados. A lesão surge 1 a 2 meses após o traumatismo de inoculação, iniciando-se por pápula, que depois ulcera e passa a ter aspecto de vegetação. A propagação é por contigüidade, ficando circunscrita ao membro afetado, porém incapacitando-o. O aspecto microscópico da cultura não é o mesmo em todos os casos, sofrendo variações na morfologia, fato que leva a identificação das espécies. O tratamento pode ser por eletrocoagulação, exérese cirúrgica, amputação, anfotericina B, 5-fluorocitosina, calciferol, cetoconazol ou itraconazol. 19 06/11/2011 MICETOMAS É uma infecção sub cutânea (síndrome clínica crônica por anos), caracterizada pelo aumento de volume de uma região ou órgão, com a presença ou não de fístulas que drenam um material seroso ou seropurulento no qual podem ser encontrados “grãos”. O Grão é um aglomerado de microrganismos. A tríade de tumefação, fístulas e grãos é usada no sentido restrito para definir o termo micetoma. Os micetomas são doenças das zonas tropicais e subtropicais que predominam em homem adulto lavrador. O fungo penetra por traumatismo com vegetal (exógena) ou em cavidades naturais (endógena). Os locais preferenciais são membros inferiores, regiões cervicofacial, abdominal e torácica. MICETOMAS Micetoma: aumento do volume do pé (Fonte: Fernandes, NC) Os micetomas são classificados em dois grupos: •Actinomicóticos ou actinomicose provocado por bactérias •Maduromicóticos ou maduromicose (fungo verdadeiro fungos ou eumicetos). Diagnóstico: O diagnóstico laboratorial dos micetomas é baseado na observação dos grãos, que drenam espontaneamente das lesões, ou que são extraídos através de punção ou biopsia. 20 06/11/2011 MICETOMAS Cladophialophora spp. Phialophora verrucosa Cladosporium carionii Fonsecaea pedrosoi Exophiala spp. Wangiella spp. Micetoma: fístulas na planta por onde são eliminados os grãos Os mesmos agentes da cromomicose. Elementos das hifas dematiáceas podem se observados nos tecidos e grumos de leveduras de coloração amarelo-clara (corpúsculo de Medlar). LACAZIOSE OU LOBOMICOSE (DOENÇA DE JORGE LOBO) Doença restrita a países da Central e América do Sul (região amazônica) Afeta membros inferiores, superiores e o pavilhão auricular. Desenvolvimento lento de nódulos cutâneos de tamanho e forma variáveis. As lesões crônicas na pele: queloidais, nodulares, ulceradas e verrucosas. Acredita-se que Lacazia loboi (levedura) seja um saprófito do solo ou de vegetação. Antes chamado de Loboa loboi. Um dos habitats de L. loboi também é aquático (ocorre também em golfinhos). Não há tratamento eficaz, e têm sido empregados procedimentos cirúrgicos. 21 06/11/2011 4. MICOSES SISTÊMICAS PARACOCCIDIOIDOMICOSE RESPIRATÓRIAS ENDÊMICAS HISTOPLASMOSE CRIPTOCOCOSE SISTÊMICAS OPORTUNISTAS ASPERGILOSE CANDIDÍASE PARACOCCIDIOIDOMICOSE HISTÓRICO: 1908 – LUTZ 1953 – FAVA NETTO (Imunologia) 1958 – LACAZ - SAMPAIO (Anfotericina B) 1971 – Nome da moléstia (Paracoccidioidomicose) DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: MÉXICO →→ ARGENTINA BRASIL > COLÔMBIA > VENEZUELA SÃO PAULO >>CASOS 22 06/11/2011 PARACOCCIDIOIDOMICOSE EPIDEMIOLOGIA O agente etiológico da Paracoccidioidomicose (PCM) é o fungo Paracoccidioides brasiliensis. É um fungo dimórfico, conhecido apenas em sua forma assexuada, saprobiota do solo. Formas de contágio: Inalação de conídios Ferimentos (inoculação) Investigação epidemiológica: isolamento do agente e sorologia PARACOCCIDIOIDOMICOSE Na natureza, o fungo apresenta a forma filamentosa que produz os conídios (células infectantes). Cultivo fase M (bolor) 25C No hospedeiro o fungo se transforma em leveduras (parasitária). Células leveduriformes (37ºC) •As células leveduriformes são arredondadas, com brotamentos simples ou múltiplos, de base delgada (roda de leme ou Mickey mouse). 23 06/11/2011 PARACOCCIDIOIDOMICOSE A paracoccidioidomicose (antes conhecida como blastomicose sulamericana) é uma micose sistêmica autóctone da América Latina (Brasil= 80% dos casos). A PCM acomete principalmente indivíduos: Sexo masculino (90%) Mais de 90% dos casos são do sexo masculino (Homem/mulher = 15:1). Idade entre 30 e 50 anos (rara a incidência abaixo de 14 anos de idade). Sua importância em saúde coletiva está ligada aos custos sociais e econômicos: Ocorre em indivíduos na sua fase mais produtiva de vida Seqüelas secundárias a esta micose, motivo comum de incapacitação para o trabalho. Quando não tratada, geralmente evolui para o óbito. Endêmica nas populações de zona rural. A via inalatória é considerada a principal porta de entrada da infecção. A partir de um foco primário pulmonar, ocorre a disseminação linfática ou hematogênica para diferentes regiões do organismo, inclusive para a mucosa da orofaringe. O pulmão (freqüentemente acometido) dá origem a manifestações clínicas de maneira muito insidiosa, compreendendo tosse seca, posteriormente produtiva, e dispnéia aos esforços. 24 06/11/2011 Acomete órgãos internos como fígado, baço, nódulos linfáticos, além de lesões bucais externas. Seu surgimento pode ser decorrente de co-infecções bacterianas como Mycobacterium tuberculosis ou outros germes comuns. O principal aspecto clínico é representado por: Adenomegalia difusa superficial e profunda Hepatoesplenomegalia Eventual disfunção de medula óssea Lesões de pele e múltiplas lesões ósteolíticas Febre e emagrecimento Complicações: Icterícia obstrutiva ou até síndrome de compressão de veia cava superior (adenomegalia). Diarréia e hipoproteinemia podem ocorrer por envolvimento de vasos linfáticos intestinais com prejuízo da drenagem de linfa e decorrente má absorção intestinal. 25 06/11/2011 Classificação das formas clínicas da PCM Paracoccidioidomicose infecção Paracoccidioidomicose doença Forma aguda/subaguda Forma crônica Unifocal Multifocal Forma residual ou sequelar A PCM crônica do adulto (freqüente) tem uma evolução de vários meses onde predominam: Adinamia Emagrecimento Lesões tegumentares Linfoadenopatia A presença de febre é irregular e em geral pouco intensa. Na boca, nota-se a estomatite moriforme, sialorréia, sangramento, abaulamento dentário e dor. Lesões de pálato mole e faringe causam emagrecimento e à piora do estado geral. dor levando ao O acometimento da laringe e cordas vocais ocasiona diversos graus de disfonia, ou mesmo afonia. 26 06/11/2011 HISTOPLASMOSE HISTÓRICO: SAMUEL TAYLOR DARLING – 1905 Comum nos EUA Comum nos pacientes com AIDS POPULAÇÃO DE RISCO: Tratadores de aves, espeleólogos, turistas (cavernas), agentes controladores de zoonoses, prédios antigos (demolições), etc. O micélio de H. capsulatum (FUNGO DIMÓRFICO) está presente em solos úmidos, quentes e ricos em matéria orgânica = fezes de pombos e morcegos. HISTOPLASMOSE O Histoplasma capsulatum cresce em solos úmidos com elevado conteúdo de nitrogênio, (pH ácido) como o encontrado em fezes de aves e morcegos. Cavernas, árvores ocas, construções antigas e sótãos, são fontes importantes de infecção e, além disso, a própria movimentação do solo proporciona o transporte de esporos pelo ar. 27 06/11/2011 HISTOPLASMOSE: CONTÁGIO Inalação de esporos H. capsulatum Os esporos vão para o ar quando o solo contaminado é agitado e então inalados. A histoplasmose não é transmitida de pessoa para pessoa. 28 06/11/2011 SINTOMAS DA HISTOPLASMOSE A maioria das pessoas não tem efeitos aparentes da doença. Se os sintomas ocorrem dentro de 3 a 17 dias depois da exposição, sendo que a média é de 10 dias. A doença respiratória aguda é caracterizada por sintomas respiratórios, sensação geral de estado de doença, febre, dor no peito e tosse seca. Inalação de esporos H. capsulatum Pulmão Histoplasma capsulatum (leveduras) multiplica-se no interior dos macrófagos e a partir dos pulmões ganham os linfonodos e depois a circulação sistêmica. Produzem focos inflamatórios em outros órgãos como baço e medula óssea. Causam lesões buco-faríngeas (lingua e palato) na Histoplasmose disseminada. A forma disseminada da histoplasmose pode ser fatal se não for tratada 29 06/11/2011 SINTOMAS DA HISTOPLASMOSE A doença crônica nos pulmões parece com tuberculose e pode piorar no curso de meses ou anos. RX Localização bucal em paciente DIMORFISMO TÉRMICO 25ºC 37ºC H. capsulatum: parasitismo intracelular como levedura (reproduzem-se dentro de macrófagos) 30 06/11/2011 MICOSES SISTEMICAS OPORTUNISTAS CRIPTOCOCOSE Leveduras do gênero Cryptococcus apresentam uma grande cápsula de natureza polissacarídica, que envolve a parede celular. A cápsula contém melanina (protege contra lesões oxidativas). A cápsula é um fator de virulência (aderência e proteção contra fagocitose). 31 06/11/2011 CRIPTOCOCOSE Cryptococcus gattii vive em meio ambiente é as árvores são a fonte de infecção desse fungo (floresta Atlântica). Cryptococcus neofomans por sua vez, ocorre geralmente em excrementos secos principalmente de pombos (ricas em nitrogênio). Ambas as espécies Cryptococcus gattii e Cryptococcus neoformans são capazes de produzir lacase, que permite a colonização da madeira, principalmente em avançado estado de decomposição. CRIPTOCOCOSE O primeiro contato com fungo por inalação, produzindo lesão pulmonar primária comumente assintomática, com tendência à regressão espontânea, deixando lesões residuais. A disseminação hematogênica depende da capacidade de resposta do hospedeiro ou da quantidade de fungos inalados. Sua distribuição geográfica por muito tempo foi considerada restrita a regiões tropicais e subtropicais. Entretanto, foi relatada a ocorrência de Cryptococcus gattii em regiões de clima temperado (Vancouver-Canadá). Criptococose humana: C. gattii = doença em indivíduos imunocompetentes C. neoformans = doença em imunodeprimidos. 32 06/11/2011 CRIPTOCOCOSE A interação do hospedeiro com o C. neoformans tem amplo aspecto, que varia da simples colonização até formas graves, que podem levar ao óbito. O C. neoformans tem capacidade de produzir infecção em hospedeiros imunocompetentes, mas de forma autolimitada e subclínica. Graves em imunodeficientes. Nos pacientes com AIDS, as micoses sistêmicas merecem atenção especial, pois tendem a se disseminar. O C. neoformans tropismo (meningoencefalites). pelo sistema nervoso central Têm-se detectado importante e progressivo aumento das infecções fúngicas sistêmicas, principalmente em pacientes imunossuprimidos. Cryptococcus neoformans 33 06/11/2011 ASPERGILOSE Aspergillus spp. estão nas vias respiratórias e a infecção depende da imunidade do hospedeiro (mais do que da patogenicidade do fungo). - A aspergilose pode se apresentar como lesões localizadas em unhas, pés, canal auditivo, olhos e forma bronco-pulmonar alérgica. Infecção secundária imunocomprometidos: (crescente) ocorre em pacientes Tratamento prolongado com antibiótico Corticosteróides Carcinoma, tuberculose, pacientes neutropênicos Lesões de tecidos subcutâneos, da pele ou da córnea. - Forma disseminada ou cerebral: alta letalidade, geralmente, associada a neutropenia ou à doenças debilitantes. 34 06/11/2011 ASPERGILOSE Fungos cosmopolitas e presentes na natureza, sendo encontrados em restos orgânicos, no solo, no ar e sobre a superfície de seres vivos, etc. Ocorrência: Distribuição universal. No homem a doença depende do estado fisiológico geral ou local do hospedeiro. As principais espécies patogênicas para os humanos são: •Aspergillus fumigatus •Aspergillus niger •Aspergillus flavus • Aspergillus terreus Agente etiológico: Aspergillus fumigatus (o mais comumente isolado) 35 06/11/2011 O aspergiloma (bola fúngica) é visualizado como uma massa móvel em uma cavidade pré-existente, em geral em um lobo superior. Massa de micélio O diagnóstico baseia-se no quadro clínico, identificação do agente nas secreções brônquicas e tecido pulmonar, achados em RX e TC (sinal do halo), além de pesquisas sorológicas complementares. CANDIDÍASE Candidíases são causadas pela levedura Candida albicans, embora outras espécies de Candida (não-albicans) estejam se tornando cada vez mais importantes. A C. albicans existe como normal no trato oral e gastrointestinal, na área vulvovaginal, na pele e fezes. As candidíases atingem principalmente as mucosas, exemplo candidíase oral, broncopulmonar, vulvovaginal; candidíase mucocutânea crônica, cutânea, ungueal, etc. Está associada a AIDS, neoplasias, lúpus eritematoso, tuberculose ou terapias com esteróides ou agentes citotóxicos, as leveduras podem proliferar e causar auto-infecções. 36 06/11/2011 CANDIDEMIA Em situações de desequilíbrio do hospedeiro, as leveduras crescem excessivamente (sem a microbiota normal). É um problema relacionado ao aumento da população de indivíduos com imunidade baixa. Candida spp. proliferam em soluções glicosadas e formam biofilmes em cateter venoso de posição central. Cateter Venoso Central - faz a ponte entre átrio direito do coração do paciente e ambiente externo (hospitalar animado e inanimado) = risco. CANDIDEMIA A candidemia está associada a períodos prolongados de internação (> 15 dias), pacientes cateterizados, uso de antibióticos de 3a geração. Aproximadamente 95% das infecções sanguíneas causadas por Candida spp. são devidas a dois grupos: Candida albicans Não-albicans (C. parapsilosis, C. glabrata, C. tropicalis, C. krusei, etc.). 37 06/11/2011 CANDIDEMIA Candidemia é um quadro infeccioso que hoje representa a 4ª causa de infecção hospitalar no país. O Brasil = alto índice de candidemia. Wey SB et al., 1989 Cerca de 20 a 70% dos profissionais de saúde são colonizados transitoriamente por Candida spp. em suas mãos. CANDIDEMIA Nas candidemias as taxas de mortalidade bruta são de 57% e de mortalidade atribuída atingem 38%. Candida spp. está associada às taxas de mortalidade mais elevadas do que as observadas com outros patógenos. Condições de risco para candidemia em pacientes hospitalizados Uso de antibióticos Corticosteróides Quimioterapia Câncer Colonização prévia Cateter intravascular ou CVC Nutrição parenteral Neutropenia Cirurgia (intestino grosso) Hemodiálise Prematuridade Diabetes mellitus Baixo peso ao nascer Ventilação mecânica 38