ID: 50505488 29-10-2013 Tiragem: 16630 Pág: 10 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 22,43 x 32,67 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 1 Paula Nunes Nuno Crato anunciou ontem, também, o aumento dos benefícios fiscais para as empresas que contratem doutorados. Nuno Crato exige provas de Português e Matemática a quem quiser ser professor Exigência Ministro tem vindo a apertar as regras de acesso à profissão docente e quer também aumentar a exigência dos critérios de acesso aos cursos superiores de Educação. Ana Petronilho ana.petronilho@económico.pt Todos os estudantes do secundário que queiram seguir uma licenciatura para serem professores do Ensino Básico vão passar a ter de realizar, obrigatoriamente, os exames nacionais de Português e de Matemática. Esta é uma exigência do Ministro da Educação, Nuno Crato, ontem revelada durante as jornadas parlamentares conjuntas do PSD e do CDS, e que deverá entrar em vigor “em breve” . Nuno Crato explicou aos deputados que, neste momento, “é possível que um professor do 2.º ciclo faça todo o seu percurso tendo reprovado a Matemática no 9.º ano de escolaridade, tendo passado o Secundário sem ter Matemática e depois, em seguida, ir para uma licenciatura em Educação [Básica]” para depois “ir ensinar Matemática e Português aos nossos jovens no 2.º ciclo”. Cenário que o ministro considera “extraordinário” e que, frisa, “não se pode manter”. Esta vai ser uma exigência para todos os estudantes que queiram seguir os cursos superiores de Educação Básica que dão acesso à profissão de educadores de infância, professores do 1.º ciclo do ensino básico e professores do 2.º ciclo do ensino básico, nas áreas de Matemática, Ciências Naturais, Português, História e Geografia. Nuno Crato tem vindo a defender uma maior exigência nos requisitos de acesso à profissão, tendo já introduzido a prova de acesso - que vai entrar em vigor no próximo ano - para todos os professores contratados. Além disso, o ministro já anunciou que está a preparar alterações no diploma que define os critérios para os cursos de Educação. Sem ainda ter avançado muitos pormenores, Crato já fez saber que vai dar mais peso à componente científica das licenciaturas de Educação, principalmente às disciplinas que o estudante irá leccionar, posteriormente. Alterações que também em breve deverão entrar em vigor. Mais benefícios fiscais para quem contrate doutorados Nuno Crato revelou ainda no Parlamento que foram reforçados os benefícios fiscais para as empresas que contratem doutorados. Segundo o artigo 236º “É possível que um professor do 2º ciclo faça todo o seu percurso tendo reprovado a Matemática no 9º ano. Isto não se pode manter”, diz Nuno Crato. da proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2014, o sistema geral de incentivos fiscais às empresas (SIFIDE II) vai ser estendido por mais cinco anos, até 2020. Além disso, com a contratação inicial de doutorados, passam a ser consideradas até 120% do quantitativo das despesas para efeitos de IRC. Hoje são apenas consideradas 70% das despesas. Esta era, também, uma intenção do primeiro-ministro, que em Maio já tinha anunciado a medida para aumentar, ao nível dos países do Norte da Europa, o número de investigadores contratados pelas empresas. “Precisamos que as empresas, que o tecido produtivo, se apoderem do grande conhecimento e da capacidade de inovação que está nos jovens doutorados pelas nossas universidades”, defendeu ontem Crato para quem esta aposta pode ser uma das saídas da crise. ■