Ord UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS NA OBTENÇÃO E PROCESSAMENTO DE SAL TIPO: PENEIRADO, GROSSO, TRITURADO, MOÍDO E EXTRAFINO. MACAU/RN Aluna: Deborah Cordeiro de Andrade Orientador: Prof. Dr. Humberto Neves Maia de Oliveira Supervisor: Eng. Quím. Francil Nóbrega de Freitas Lopes NATAL Nov/2015 1 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, aos meus professores de Ensino Médio e da Universidade, à minha família, principalmente à minha mãe, ao meu namorado, aos meus amigos e colegas de curso pela ajuda, pela amizade e pelo apoio durante o decorrer do curso e a todos aqueles que de alguma forma colaboraram para o meu crescimento. Agradeço também a todos os funcionários da Salina Soledade Ltda., em especial a Fernando, a Francil e a Sara pelos ensinamentos e conselhos dados. 2 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fluxograma do Processo de Produção do Sal ................... 10 Figura 2: Braço de mar que alimenta a Salina ................................ 11 Figura 3: Área dos Evaporadores .................................................... 11 Figura 4: Gráfico: Fase de Evaporação x Deposição dos componentes da água do mar ............................................................................... 12 Figura 5: Tanque de Cristalização ................................................... 12 Figura 6: Colhedeira colhendo o sal dos tanques de cristalização .. 13 Figura 7: Lavagem do Sal ............................................................... 14 Figura 8: Pilha de Sal posta para Secagem ..................................... 14 Figura 9: Laboratório de análises físico-químicas ........................... 15 Figura 10: Embalagem de 25 kg ...................................................... 15 Figura 11: Embalagem de 50 kg ...................................................... 16 Figura 12: Carregamento do Sal ..................................................... 16 3 SUMÁRIO 1- Resumo ........................................................................................ 5 2- Introdução ................................................................................... 6 3- Empresa ....................................................................................... 8 3.1-Local onde o estágio foi realizado .................................................. 8 3.2-Áreas de atuação da Empresa ....................................................... 8 3.3-Processo Produtivo do Cloreto de Sódio ......................................... 10 4- Atividades Realizadas ................................................................. 18 4.1-Preparo de Soluções ................................................................... 18 4.2-Descrição das Análises Físico-Químicas .......................................... 20 4.2.1-Análises do Sal ..................................................................... 20 4.2.2-Análises da Salmoura (Água da Maré) ..................................... 23 4.3-Atividades Burocráticas ................................................................ 25 5- Identificação dos Conteúdos ...................................................... 28 6- Avaliação do Retorno do Estágio ................................................ 28 7- Referências................................................................................. 29 4 1- Resumo Este relatório apresenta informações sobre o Estágio Supervisionado realizado na empresa Salina Soledade Ltda. no período de 3 de Agosto de 2015 à 11 de Dezembro de 2015 em Macau/RN. Foram realizadas atividades de análise físico-químicas para verificação da qualidade do sal marinho e preparo de soluções a serem utilizadas nessas análises. Neste relatório foram coletados e analisados alguns tipos de sal em termos de umidade, sólidos insolúveis em água, teor de cálcio, magnésio e sulfato a título de exemplificar os resultados obtidos. Para a quantificação do sulfato empregou-se o cálculo estequiométrico, enquanto que o cálcio e o magnésio foram determinados por titulação de oxidação-redução. 5 2- Introdução O cloreto de sódio, popularmente conhecido como sal de cozinha, é uma substância amplamente utilizada formada na proporção de um átomo de cloro para cada átomo de sódio. A sua fórmula química é NaCl. O sal é essencial para a vida animal, um importante conservante de alimentos e um popular tempero, sendo produzido em diversas formas: sal não refinado (como o sal marinho), sal refinado (sal de cozinha), e sal iodado. É um sólido cristalino e branco nas condições normais. Cloreto e sódio, os dois principais componentes do sal, são necessários para a sobrevivência de todos os seres vivos, incluindo os seres humanos. O sal está envolvido na regulação da quantidade de água do organismo. O aumento excessivo de sal causa risco de problemas de saúde como pressão alta. Podemos constatar a importância do papel desempenhado pelo sal através dos registros da história da humanidade. A sua produção e utilização podem ser encontradas em ilustrações e escritas que datam do início da civilização. A salga dos alimentos já era um costume bastante difundido no Egito, cerca de 4.000 anos antes da era Cristã. Os gregos e os romanos utilizavam o sal também como moeda para suas operações de compra e venda. A palavra latina "salário" deriva do sal, uma vez em que o sal pagava uma parte do ganho das legiões romanas. Ainda hoje, um dos principais acessos de Roma se chama "Via Salaria", pois era por esse caminho que chegavam as caravanas trazendo sal para a capital do império. No final do século XIX e começo do século XX, o sal, além de ser usado como condimento e produto medicinal, passou a ser uma das matérias-primas essenciais para a indústria química e têxtil. O seu emprego hoje é extremamente variado apresentando utilização para a produção de cloro, soda cáustica, barrilha, ácido clorídrico, vidro, alumínio, plásticos, borracha, hidrogênio, celulose e outras centenas de produtos das indústrias químicas, metalúrgicas, de alimentos e diversas outras. 6 Desde a Idade Média, os europeus fizeram fortunas com o tempero e introduziram o hábito de consumi-lo no Brasil. Já aqui, a sua exploração só teve início a partir de 1801. Um dos primeiros registros de que as salinas naturais do Nordeste brasileiro chamaram a atenção dos portugueses é o relato de um capitão mor, Pero Coelho, em 1627. Derrotado por piratas franceses numa batalha na serra de Ibiapaba, no Ceará, Coelho recuou suas forças para o litoral, e encontrou – na região onde se localiza hoje o município de Areia Branca – extensões de sal suficientes para abarrotar muitos navios. Em 1641 Gedeão Morritz, chefe da guarnição no Ceará, chegou às mesmas salinas e, a partir daí, os holandeses, que em seus primeiros anos no Nordeste importavam sal trazido pelos navios da Companhia das Índias Ocidentais, iniciaram a extração local. O sal do Rio Grande do Norte só começou a ser comercializado em outras províncias a partir de 1808, com a suspensão das proibições por D. João VI. Na primeira metade do século XX, diversos problemas dificultaram esse comércio, entre eles o elevado custo de transporte que tornava o produto potiguar mais caro do que o importado. Grandes investimentos na década de 60 e o aumento do consumo de sal pela indústria criaram condições para a modernização do parque salineiro. Em 1974, foi inaugurado o Terminal Salineiro que ainda hoje escoa por via marítima boa parte da produção do estado.[1] Diante da importância do sal para consumo humano e animal torna-se necessário o controle do mesmo. Esse controle é realizado mediante as análises físicas e físico-químicas e comparações com Padrões de Qualidade. Neste trabalho foi analisado o sal de duas áreas distintas da Salina Soledade: Área Nova e Área Velha, mostrando a eficiência e qualidade de cada área. 7 3- Empresa 3.1-Local onde o estágio foi realizado Setor: Controle de Qualidade do Sal. Local do Estágio: Salina Soledade Ltda. Período do Estágio: 03 de Agosto de 2015 à 11 de Dezembro de 2015. Duração: 4 (Quatro) Meses. Duração em horas: 360 Horas. Profissional Responsável pelo Estágio: Francil Nóbrega de Freitas Lopes, CRQ: 15300197. Função na Empresa: Gerente Industrial. Formação: Engenheiro Químico. 3.2-Áreas de atuação da Empresa O setor salineiro do Rio Grande do Norte (RN) tem enorme contribuição para a economia do estado, empregando atualmente 70 mil pessoas tanto direta como indiretamente, como também abrange um percentual de 97% do sal produzido e refinado em território nacional. A produção anual encontra-se entre cinco e seis milhões de toneladas de sal, sendo este o melhor produzido no mundo com grau de pureza no valor de até 99,88% de cloreto de sódio. É importante saber também que o estado do RN concentra hoje 90% das empresas brasileiras de sal. A Salina Soledade é uma empresa de pequeno porte que contribui com uma produção anual de 60 mil toneladas. Sua fundação foi em 1969, no município de Macau (RN), com mais de 46 anos de atuação no mercado brasileiro, sendo reconhecida em todos os cantos do país pela excelência dos seus produtos e serviços. A localização da Salina Soledade é favorecida devido às boas condições climáticas como a alta incidência de raios solares, o alto índice de evaporação, o baixo índice pluviométrico e a contínua presença de ventos. 8 A salina produz cinco tipos de sal (sal triturado, moído, extrafino, peneirado grosso e grosso) podendo ser empregados na indústria química, petrolífera, usinas de açúcar, sal mineral para gado, ração para aves, charqueados e curtumes. Tudo com o mais rigoroso teste de qualidade, o que garante, assim, a compra de um excelente produto a preço justo. Assim como todas as empresas, a Salina Soledade possui uma organização de seus funcionários. Atualmente possui um total de 55 funcionários em que 12 destes operam no setor administrativo no escritório central localizado em Natal (RN) e o restante dos funcionários atuam no setor de produção, o qual está localizado em Macau. Porém, nos períodos de colheita, há um aumento da quantidade de funcionários no setor de produção, pois a produção do sal marinho não ocorre continuamente, dizendo-se que toda e qualquer indústria salineira é do tipo sazonal. A concorrência no setor salineiro é de grande tamanho, pois assim como existem inúmeras salinas no estado, existem também os atravessadores, os quais compram dos produtores o sal a granel e o beneficiam moendo ou refinando-o. [2] Dessa maneira, a busca pelo diferencial competitivo é essencial para manter a empresa dentro da acirrada disputa existente no setor salineiro. A Salina possui uma política de qualidade com o objetivo de oferecer produtos e serviços que atendam aos requisitos dos clientes, buscando sua satisfação através do atendimento dos requisitos aplicáveis e subscritos, assegurando a melhoria contínua e da eficácia dos processos de trabalho [3]. Para tanto adotam-se como prática: Trabalhar com integridade e honestidade; Investir na educação continuada dos nossos colaboradores; Melhorar sempre o ambiente de trabalho; Estimular o trabalho em equipe; Melhorar a lucratividade da empresa; Desenvolver um trabalho de parceria com os fornecedores. 9 Também possui a missão de ser uma empresa com critérios de excelência, exemplo para o setor salineiro brasileiro. 3.3-Processo Produtivo do Cloreto de Sódio O processo de produção de sal possui quatro principais condições operacionais: um alto índice de evaporação, baixo índice de pluviométrico, contínua presença de ventos e solo impermeável. Fatores esses encontrados em Macau no Rio Grande do Norte, onde está localizada a Salina. Abaixo se encontra a Figura 1 a qual representa o fluxograma de produção do cloreto de sódio. Figura 1: Fluxograma do Processo de Produção do Sal. Fonte: Autoria Própria. A produção do sal se resume nas seguintes operações: Captação: O processo de produção do sal se inicia com a captação da água. No caso da Salina analisada, a água, com um grau de salinidade na média de 4 graus Baumé, é captada de um braço de mar utilizando-se 3 bombas, como pode ser observado na Figura 2. 10 Figura 2: Braço de mar que alimenta a Salina. Fonte: Arquivo Digital da Empresa. Aumento da salinidade: Após a captação, a água percorre os evaporadores e neles a água aumentará o grau de salinidade até alcançar os 25 graus Baumé. O vento e a taxa de evaporação são muito importantes nesse estágio, pois a água é movimentada pelos ventos entre os evaporadores, parte importante do processo de aumento da salinidade, evidenciada na Figura 4. A área de evaporação pode ser observada abaixo na Figura 3. Figura 3: Área dos Evaporadores. Fonte: Arquivo Digital da Empresa. 11 Figura 4: Gráfico Fase de Evaporação x Deposição dos componentes da água do mar. Decantação do Sal: Depois de alcançado os 25 graus Baumé, a água é colocada nos cristalizadores apresentando, por um processo de decantação, uma lâmina que varia de 1,5 a 3 cm produzida por mês, dependendo das condições climáticas, como pode ser observada na Figura 5. Figura 5: Tanque de Cristalização. Fonte: Arquivo Digital da Empresa. 12 Colheita: quando a camada de sal atinge, no mínimo, 10 cm após o início do processo de decantação, chega a hora de colher o sal. Para isso, a água que estava no cristalizador é retirada restando apenas o sal no cristalizador. Como pode ser visualizada na Figura 6, a camada de sal é quebrada e colocada em caçambas, tudo isso feito pela mesma máquina colhedeira. Figura 6: Colhedeira colhendo o sal dos tanques de cristalização. Fonte: Arquivo Digital da Empresa. Lavagem: Após ser totalmente preenchida, a caçamba leva o sal para a lavagem, processo necessário para retirar impurezas. O sal é jogado em um funil e levado por uma esteira para um tanque de água contendo uma rosca sem fim que leva o sal até fazê-lo cair em outra esteira. A lavagem do sal ocorre de duas formas: por imersão e por aspersão. 13 Figura 7: Lavagem do Sal. Fonte: Arquivo Digital da Empresa. Secagem e armazenamento do sal: Após o sal ser lavado, uma esteira empilha o sal ao ar livre, como pode ser observado na Figura 8. Esse sal precisa passar cerca de 40 dias tomando sol para secar e poder ser utilizado. Nesse estágio amostras de sal são colhidas para serem feitos testes pelo laboratório químico quanto à qualidade do sal, ilustrado na Figura 9. Figura 8: Pilha de Sal posta para Secagem. Fonte: Arquivo Digital da Empresa. 14 Figura 9: Laboratório de análises físico-químicas. Fonte: Arquivo Digital da Empresa. Agregação de valor: Após seco o sal é levado para o galpão de moagem, onde ele é moído, ensacado e pesado e não havendo caminhão para ser carregado o sal ensacado é loteado. Existem dois tipos de sacaria: a azul, visualizada na Figura 10, destinada para a alimentação de animais e a verde, Figura 11, destinada a outros fins industriais. Figura 10: Embalagem de 25 kg. Fonte: Arquivo Digital da Empresa. 15 Figura 11: Embalagem de 50 kg. Fonte: Arquivo Digital da Empresa. Carregamento: Quando há caminhões enquanto o processo de moagem está sendo realizado, o sal ensacado é posto diretamente no caminhão, mas quando necessário é utilizado o sal que foi loteado para o abastecimento dos caminhões, representado na Figura 11. Figura 12: Carregamento do Sal. Fonte: Arquivo Digital da Empresa. 16 Pesagem: O caminhão, após ser carregado, é pesado pela balança da empresa para verificar se o peso está correto. Caso haja diferença no peso, a carreta retorna para a Moagem para a devida correção. Distribuição: Se após a pesagem foi verificado que o caminhão está com o peso correto, ele pode partir levando o sal para o cliente. Na etapa de “Secagem e Armazenamento do sal”, amostras de sal são encaminhadas para análise laboratorial. A salina em questão possui apenas um laboratório, mas com equipamentos suficientes para a realização das análises. O controle de qualidade atua de forma direta com a colheita de sal, onde todo sal colhido e embarcado tem que passar por uma análise físicoquímica. Nesta parte estão relacionadas as verificações do sal da pilha, no período do tempo de cura, ou seja, antes de sua liberação para produção são feitas analises de tempo em tempo a fim de se fazer um monitoramento da pilha.[4] As análises feitas são: Umidade, Resíduos Insolúveis, Cálcio, Magnésio, Sulfato, Base Úmida (BU) e Base Seca (BS). Tendo em vista que o tempo de cura é de 45 dias estas análises tem como fator principal a verificação do nível de umidade da pilha, como também as análises feitas diariamente no sal da produção, sal este que é envasado e comercializado. Todas as análises são feitas no Laboratório de Qualidade da Salina Soledade. Na etapa de “Agregação de valor” também ocorre a adição de iodo e ferrocianeto de sódio. O ferrocianeto de sódio é colocado para que o sal não se aglomere. Segundo a ANVISA, e em atendimento à Política Nacional de Alimentação e Nutrição, o sal foi o alimento escolhido pelo Ministério da Saúde como suplemento de iodo para a população. Não usar o sal iodado pode ocasionar Distúrbios por Deficiência de Iodo, os quais podem ser o cretinismo em crianças (retardo mental grave e irreversível), surdo-mudez, anomalias congênitas ou bócio. A Salina Soledade não fabrica sal para consumo humano, apenas para consumo animal e fins industriais. De acordo com o Decreto 80583 de 20 de Outubro de 1977, a quantidade adequada de 17 iodo no sal para consumo animal é entre 10mg e 30mg de iodo por kg de sal. A Salina Soledade aplica quantidades de iodo o mais próximo de 10mg por kg de sal. [5] 4- Atividades Realizadas 4.1-Preparo de Soluções Durante o processo de estágio foi preparado diversas soluções que são empregadas nos processos de análises físico-química do sal, assim como a padronização destas mesmas soluções, a fim de obter propriedades das análises empregadas para verificar a qualidade do sal. Seguindo os métodos que a empresa adota, descrito no Manual de Instrução de Trabalho da Salina Soledade, e tendo como referências a MB603 da ABNT: Nov./1990 e ABNT - NBR 10888-Dez./1989. Todos os reagentes utilizados foram de grau analítico ou superior na preparação das soluções. Solução Padrão de Concentração de Ferrocianeto de Sódio de 5; 7,5 e 10 ppm Pesar 1,5 g de Ferrocianeto de Sódio e 0,52 g de Carbonato de Sódio. Dissolver em cerca de 100 mL de água destilada e/ou água deionizada, completar para 1 litro em balão volumétrico (cap. 1000 ml). Tomar 10 mL desta solução e completar para 100 mL em balão volumétrico (cap. 100 mL). 1 mL desta solução deve ter aproximadamente 0,0001 g de Ferrocianeto de Sódio. Pesar 294 g de Cloreto de Sódio, dissolver para 1000 mL em balão volumétrico; 85 mL desta solução contêm 25 g de cloreto de Sódio (sal). Colocar 85 mL da solução acima em 3 balões de 100 mL. Nos balões 1, 2 e 3, com o auxílio de uma pipeta sorológica (cap. 2 ou 5 mL) adiciona-se respectivamente a solução de Ferrocianeto de Sódio com os 18 seguintes volumes: 1,250; 1,875 e 2,500 mL, e se junta 5 mL da solução indicadora em cada um. Em cada balão obteremos uma concentração em ppm. O padrão de concentração do Ferrocianeto de Sódio é de 6 ppm. Indicador Negro de Eriocromo T Pesar 1g do indicador Negro de Eriocromo T e misturar com 49,5 g de Cloreto de Sódio P.A.Triturar em um gral. Indicador Ácido Calcon-Carboxílico Pesar 0,5 g do indicador Ácido Calcon-Carboxílico e misturar com 50 g de Sulfato de Sódio Anidro P.A.Triturar em um gral. Solução de EDTA Dissódico (Ácido Etilenodiaminotetracético) 0,01 M Secar o EDTA na estufa a 80 ºC durante 60 minutos e esfriar em dessecador pôr igual período. Pesar com exatidão 3,7224 g de EDTA. Dissolver com água destilada e/ou água deionizada, transferindo para um balão volumétrico de 1000 mL. Completar o volume até o traço de referência. Essa solução deve ser fatorada, e o fator verificado mensalmente, ou antes, do uso inicial. Para padronização da solução, pipetar 25 mL da solução-padrão de Cálcio (0,01 M) e passar para um Erlenmeyer cap. 500 mL. Diluir a solução a 100 mL com água destilada e/ou água deionizada. Adicionar 2 mL de solução-padrão pH 10 e uma pitada da solução de Negro de Eriocromo T como indicador. Titular compassadamente e com agitação constante, com a solução de EDTA preparada, até viragem da cor vermelha para azul puro. Repetir a titulação com outra alíquota. A partir de duas titulações concordantes, calcular a média dos volumes gastos nas titulações. Anotar a média e calcular a molaridade da solução de EDTA em mol/litro (M). 19 Solução Padrão de Carbonato de Cálcio 0,1 M Pesar exatamente 0,2503 g de Carbonato de Cálcio previamente dessecado por 30 minutos. Com o auxílio de uma Pipeta Sorológica de 10 mL, adicionar a solução de HCl – 6N em um Becker até a solução ficar incolor. Anotar o volume gasto de HCl – 6N e completar o volume com água destilada e/ou água deionizada até o traço de referência e agitar. Solução Tampão com pH 10 Dissolver 67,5 g de Cloreto de Amônia e 570 mL de Hidróxido de Amônia concentrado (d = 0,88) em água destilada e/ou água deionizada suficiente para fazer 1 litro de solução. 4.2-Descrição das Análises 4.2.1-Análise do Sal Para as análises físico-químicas na amostra de sal, foram realizados os seguintes procedimentos: Determinação de Insolúveis em água Fazer o quarteamento da amostra da seguinte maneira: Com a amostra homogeneizada, faz-se um cone; Achatar o vértice do cone, reduzindo sua altura a menos da metade; Dividir o tronco do cone em quatro porções ao longo de dois diâmetros perpendiculares; Retirar e abandonar duas porções, tantas vezes quantas forem necessárias, para a redução da amostra original à quantidade acima especificada. Pesar cerca de 20 g de amostra obtida com exatidão de até a segunda casa decimal (Ma) e dissolver em água destilada. Transferir quantitativamente para um balão volumétrico de 200 mL. Completar o volume até o traço de referência e agitar; 20 Filtrar a solução obtida, através de papel de filtro quantitativa faixa preta, previamente seco e tarado (Mp), transferindo quantitativamente o resíduo insolúvel para o filtro. Reservar o filtrado para as determinações de Cálcio, Magnésio, Sulfato e Cloreto. Lavar o papel de filtro e o insolúvel com água destilada até o filtrado não apresentar mais reação de íon cloreto, ou seja, uma pequena porção do filtrado recolhido em tubo de ensaio não forme nenhum precipitado ou mesmo turvação, por adição de duas ou três gotas de solução de nitrato de prata em meio ácido (HNO3 diluído). Colocar o papel do filtro como o resíduo em peso – filtro na estufa, a uma temperatura de 110 ºC e resfriar em dessecador. O tempo de permanência na estufa e no dessecador são os mesmos, isto é, 30 minutos. Repetir as operações acima, até massa constante (Mi). Em que: Mi = massa do papel de filtro com insolúvel Mp = massa do papel do filtro seco Ma = massa da amostra Determinação da Umidade Tarar um pesa-filtro com tampa, secar em estufa a 110 ºC até massa constante, resfriar em dessecador. O tempo de permanência na estufa é de 1 hora e no dessecador é de 30 minutos. Pesar em balança analítica, no pesa filtro tarado anteriormente, cerca de 10 g de amostra com exatidão de até a segunda casa decimal (Mu). Colocar em estufa a 110 ºC até obter massa constante, resfriar em dessecador (Ms). O tempo de permanência na estufa e no dessecador são os mesmos, isto é, 30 minutos. 21 Em que: Mu = massa da amostra úmida Ms = massa da amostra seca Determinação de Cálcio Transferir quantitativamente 10 mL do filtrado obtido da análise de insolúvel para um frasco de Erlenmeyer de 250 mL. Para o sal não lavado não há filtração da amostra, pois não é realizada a análise de insolúveis. Juntar 25 mL de água destilada e/ou água deionizada e 5 mL da solução de Hidróxido de Sódio a 20 % (pH 12). Adicionar indicador Ácido Calcon-Carboxílico, obtendo-se coloração vermelha e titular com EDTA 0,01 M até a viragem para a cor azul nítida. Anotar o volume (V3). Em que V3 = Volume (mL) de EDTA gasto na titulação do Ca²+. f EDTA = fator de solução do EDTA (varia de solução para solução. Atualmente seu valor é de 1,013.) Determinação de Magnésio Transferir quantitativamente 10 mL do filtrado obtido da análise de insolúvel para um frasco de Erlenmeyer de 250 mL. Para o sal não lavado não há filtração da amostra, pois não é realizada a análise de insolúveis. Juntar 25 mL de água destilada e/ou água deionizada e 10 mL da solução tampão (pH 10). Adicionar indicador Negro de Eriocromo T, obtendo-se coloração vermelha, e titular com EDTA 0,01 M até a viragem para a cor azul nítida. Anotar o volume (V4). 22 Determinação do Sulfato A determinação do Sulfato se dá através de cálculos, como pode ser observado abaixo: Determinação do Teor de Ferrocianeto de Sódio Pesar 25 g de sal, dissolver em um balão volumétrico de 100 mL com água destilada e/ou água deionizada, colocar 5 mL da solução indicadora, completar o volume e esperar 10 minutos. O resultado deve-se comparar visualmente (cor) com os 3 balões de controle da Curva de concentração de Ferrocianeto. Determinação do Teor de Iodato de Potássio Pesar 10 g de sal, transferir para um Erlenmeyer de 400 mL, colocar 200 mL de água destilada e/ou água deionizada e dissolver o sal sob agitação. Adicionar 5 mL da solução de Ácido Sulfúrico (1N), 1 mL da solução de Iodeto de Potássio a 10% e 2 mL da solução de Amido a 1%, obtendo a cor azul escuro. Titular com o Tiossulfato de Sódio a 0,005N, sob agitação até a viragem da solução para incolor. Anotar o volume gasto na titulação (V). 4.2.2-Análise da Salmoura (Água da Maré) Toda semana, nas segundas, quartas e sextas, são realizadas análises na água da maré que alimenta os evaporadores da área velha e nova. As análises são de teor cálcio, magnésio, pH, densidade (ºBaumé) e temperatura. Determinação do Teor de Cálcio Preparar uma solução estoque: transferir 10 mL da salmoura para um balão de 100 mL e completar o volume. 23 Transferir 10 mL da solução estoque para um Erlenmeyer de 250 mL, (uma diluição). Para evitar que haja um consumo excessivo do EDTA 0,01 M gasto durante a titulação, devido à alta concentração da salmoura acima de 12o Bé, deve-se diluir a solução estoque na mesma proporção (duas diluições) e transferir para um Erlenmeyer de 250 mL. Adicionar 50 mL de água destilada e/ou água deionizada, 5 mL da solução de Hidróxido de Sódio a 20% e o indicador Ácido Calconcarboxílico. Titular com EDTA 0,01 M até a viragem do indicador de vermelho púrpura para a cor azul. Anotar o volume (V) gasto de EDTA na titulação. O teor de Cálcio na salmoura não misturada é da ordem de 0,5 g/L. Determinação do Teor de Magnésio Transferir 10 mL da solução estoque para um Erlenmeyer de 250 mL (uma diluição). Para evitar que haja um consumo excessivo do EDTA 0,01 M gasto durante a titulação, devido à alta concentração da salmoura acima de 12o Bé, deve-se diluir a solução estoque na mesma proporção (duas diluições) e transferir para um Erlenmeyer de 250 mL. Adicionar 50 mL de água destilada e/ou água deionizada, 10 mL de solução tampão pH 10 e o indicador Negro de Eriocromo T, obtendo a cor vermelha. Titular com EDTA 0,01 M até a viragem do indicador de vermelho púrpura para a o azul. Anotar o volume (V) gasto de EDTA na titulação. No controle da salmoura do lavador, procurar relacionar experimentalmente o teor de Magnésio na salmoura da lavagem com teor de Magnésio no sal lavado, o qual deverá ser em torno de 0,05% para uma umidade de aproximadamente 4%. Teor máximo de Magnésio admissível na salmoura dos cristalizadores é de 40 g/L. Determinação da Concentração e Temperatura Colocar a salmoura a ser medida em uma proveta de 100 mL, enchendo-a até a borda. Mergulhar o areômetro lentamente dentro da 24 amostra não deixando o mesmo encostar-se ao fundo ou nas laterais da proveta. Em seguida verificar o valor de densidade e da temperatura expresso no mesmo. Determinação do pH Antes de iniciar o processo para determinação do pH, verificar a calibração do pHmetro com as soluções tampão de pH 4,0, 7,0 e 10,0. Ligar o pHmetro e introduzir o eletrodo na solução conforme for pedido e esperar estabilizar cerca de 10 minutos para sua calibração. Transferir para um Becker de 50 mL mais ou menos a mesma quantidade da água da salmoura. Anotar o resultado do pH da solução. Fazer a limpeza do eletrodo com água destilada e deixar mergulhado na solução de repouso. 4.3-Atividades Burocráticas Além da realização de soluções, das análises na amostra de sal e na salmoura, também fez parte do estágio o preenchimento de uma série de documentos com o objetivo de manter todas as informações salvas para os fins necessários. Dentre os documentos preenchidos, diariamente, houve a confecção de laudos do sal com valores de umidade, insolúveis, % de cálcio, % de magnésio, % sulfatos, base seca, base úmida, níveis de iodo e de ferrocianeto de sódio (esses dois últimos apenas para sais com adição dessas substâncias) em que esses são enviados a cada cliente, para que estes possam tomar conhecimento das condições do sal que compraram. Além dos laudos, após a síntese das soluções, precisaram-se preencher documentos especificando: reagentes, vidrarias, lotes de cada reagente e vidraria, datas de produção e vencimento, em que tipo de frasco a solução será guardada e as assinaturas de quem sintetizou e do responsável técnico químico do laboratório. Em adição, após cada análise feita nas amostras de sal e na salmoura, seus resultados são computados em uma planilha e escritos em uma pasta, também com o objetivo de 25 necessidade posterior. Abaixo seguem as tabelas 1 e 2 exemplificando esses documentos: Embarque/Estoque: XYZ Distribuidora Tipo do Sal: Grosso Médio Big Bag H2O Insolúveis (%) (%) 1,61 0,052 Data: 12/11/15 Safra: 14/15 Placa: XXX- Cristalizador: 04- 9999/RN Área Nova Lote: 0001/15 Ca (%) 0,057 Mg (%) FeCN 0,012 Iodo - - Sulfato 0,152 Base Seca 99,70 Base Úmid a 98,10 Tabela 1: Monitoramento de Processo – Moagem 2015 Nº Análise Data 0788/1 11/11/ 5 15 Hora 14:07 Descrição Maré Baixa – Área Nova Ca Mg (%) (%) 1,1 7,1 pH Bé ºC 7,97 4,2 27,0 Tabela 2: Monitoramento do Processo – Salmoura 2015 26 Laudo Técnico: CERTIFICADO DE QUALIDADE Cliente: XYZ DISTRIBUIDORA LTDA. Tipo Do Sal: Grosso Médio N0. da Nota Fiscal: 9999 Nº Certificado de Conteúdo Local (CCL): 010-04-01471/2014 Nº de Análise: 0790/15 Nº lote: 0001/15 ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA Tipo de Ensaio Umidade (H2O) Resíduos Insolúveis (RI) Cálcio (Ca+2) Magnésio (Mg+2) Sulfato (SO4-2) Cloreto de Sódio – NaCl (BS) Cloreto de Sódio – NaCl (BU) Iodo Metalóide Ferrocianeto de Sódio Data de Fabricação Método/ Norma % (H2O) 12/11/15 % (m/m) 12/11/15 % (Ca+2) 12/11/15 % (Mg+2) 12/11/15 % (SO4-2) 12/11/15 % (NaCl) 12/11/15 % (NaCl) 12/11/15 Unidade mg/kg ------- ppm ------- Valor Especificações Técnicas IT.08.2.4-LAB002 1,61 4,0 max. IT.08.2.4-LAB001 0,052 0,1 max. 0,057 0,150 max. 0,012 0,150 max. 0,152 0,200 max. IT.08.2.4-LAB019 99,70 96,00 min --- 98,10 --- IT.08.2.4-LAB003 IT.08.2.4-LAB004 IT.08.2.4-LAB005 IT.08.2.4-LAB013 IT.08.2.4-LAB007 --- Min 10,00 --- 5,0 max. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA (Método: IT.08.2.4-LAB-018) – Data de análise: --TIPO DE PENEIRA RETENÇÃO CRITÉRIO SAL -% DE ABERTURA USS/ASTM TYLER/ ACEITAÇÃO (mm) MESH - % MIN. ------------------------------Observação: Todas as análises são realizadas no Laboratório de Qualidade da Salina Soledade Ltda. Validade do Produto: 2 anos após a data de fabricação. 27 5- Identificação dos Conteúdos Durante o estágio puderam ser identificados alguns conteúdos estudados durante o curso, dentre os quais se destacam as disciplinas de Operações Unitárias I e II observadas na área da moagem, pois é o local onde ocorre o beneficiamento do sal. As práticas visualizadas foram as de operação da peneira, dos moinhos diminuindo a granulometria do sal. Além disso, pôde ser observado os processos de evaporação, cristalização e decantação no processo produtivo do sal. No laboratório, as disciplinas de Química Experimental foram bastante empregadas para as análises físicoquímicas do sal, como por exemplo, nas titulações por oxidação-redução e para o preparo das soluções padrões utilizadas para essas análises. Também puderam ser implantados os conhecimentos adquiridos na disciplina de Controle de Processos, no que diz respeito ao controle das vazões de soluções de iodo e ferrocianeto de sódio, pois essas quantidades devem estar dentro dos parâmetros exigidos pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). 6- Avaliação do Retorno do Estágio No decorrer e após o término do período do estágio, pude perceber que houve sim um crescimento pessoal e profissional devido ter aprendido bastante sobre a área salineira, sua produção, suas dificuldades e tudo que circunda este assunto, além de poder aprender com o convívio empresarial diário, atitudes que devem ser tomadas em determinadas situações me fizeram amadurecer. 28 7- Referências [1]. BRASIL. Wikipédia. A Enciclopédia Livre (Org.). Cloreto de Sódio. Brasil, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cloreto_de_s%C3%B3dio>. Acesso em: 15/11/2015. [2]. A Empresa – Salina Soledade. Disponível em:http://salinasoledade.com.br/empresa.htmL - Acessado no dia: 15/11/15. [3]. Política de Qualidade – Salina Soledade. Disponível em: http://www.salinasoledade.com.br/politica.htmL - Acessado no dia: 15/11/15. [4]. Processo Produtivo - Salina Soledade. Disponível em: http://salinasoledade.com.br/producao.htmL - Acessado no dia: 15/11/15. [5]. Decreto nº 75697, de 06 de maio de 1975, Padrões de identidade e qualidade para o sal destinado ao consumo Humano –ANVISA. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/1e2de70047457a74871ad73fbc4c6735/DE CRETO_75697_1975.pdf?MOD=AJPERES - Acessado no dia: 15/11/15. Fotos: Arquivo Digital da Empresa. 29