Guiado recluso Destinadoaos cidadãosbrasileiros quecumprempena naEspanha Consulado–GeraldoBrasil Barcelona2012 INDICE 1. O que significa a expressão “uma pessoa detida”? ...................................................... 4 2. O que significa a palavra “apenado”, na Espanha? ...................................................... 4 3. O que é um condenado? .............................................................................................. 4 4. O que é um “advogado de ofício”? .............................................................................. 4 5. Quem pode beneficiar‐se da justiça gratuita? ............................................................. 4 6. O que ocorre no momento de chegada do detido ao estabelecimento prisional? ..... 4 7. O que é o Número de Identificação Sistemática (NIS)? ............................................... 5 8. Que tipo de informação recebe o preso quando chega à prisão? ............................... 5 9. Quais são as principais funções do Diretor? ................................................................ 6 10. O que é a Junta de “Tratamiento” ou de Reabilitação? ............................................. 6 11. Quais são as principais funções da Junta de Tratamento? ........................................ 7 12. O que é prisão preventiva? ........................................................................................ 8 13. Quem pode ser objeto de prisão preventiva? ............................................................ 9 14. Quem decide sobre a aplicação da prisão preventiva? ............................................ 10 15. Quanto tempo uma pessoa poderá ficar em prisão preventiva? ............................ 10 16.Oqueéaaudiênciaoral(“vistas”)? ....................................................................... 10 17. E o intérprete? .......................................................................................................... 11 18. Como é o julgamento ou procedimento penal? ...................................................... 11 19. O que é o procedimento de instrução ou procedimento sumário?......................... 11 20. Qual a duração da instrução? ................................................................................... 11 21. Pode‐se recorrer de decisão do Juiz de Vigilância Penitenciária? ........................... 12 22. Que tipos de recurso podem ser interpostos? ......................................................... 12 23. O que é liberdade condicional? ................................................................................ 12 24. Que requisitos são necessários para que seja concedida a liberdade condicional? 13 25. Pode um estrangeiro sem residência legal ser beneficiado pela liberdade condicional? ................................................................................................................ 13 26. O que são benefícios penitenciários? ....................................................................... 13 27. Quais fatores devem ser levados em conta para a concessão dos benefícios penitenciários? ............................................................................................................ 13 28. No que consistem as autorizações de saída/permissão de saída? .......................... 13 29. Pode o detido em situação irregular na Espanha usufruir de permissão de saída? 14 30. Os presos preventivos podem beneficiar‐se das permissões? ................................ 14 31. Que tipo de comunicação os presos podem ter com o exterior? ............................ 14 32. O que são sentença e pena? ..................................................................................... 14 33. Pode um estrangeiro que se encontre em prisão preventiva ser expulso do território espanhol? .................................................................................................... 15 34. O que ocorre com o recluso depois que cumpre a pena? ....................................... 15 35. O que é classificação penitenciária ? Quantos graus existem? ................................ 15 36. O que é a ação social penitenciária? ........................................................................ 16 2 37. Que tipo de ajuda podem oferecer os assistentes sociais? ..................................... 16 38. Como é o trabalho na prisão? .................................................................................. 17 39. Qual é o horário de funcionamento da prisão? ....................................................... 17 40. Quem pode entrar na cela do preso durante o dia? ................................................ 17 41. Quantos banhos são autorizados por semana? ....................................................... 17 42. Está autorizada a prática de ritos religiosos nos centros penitenciários? ............... 17 43. O que o preso deve fazer no caso de estar ferido? .................................................. 18 44. O que é o “economato”? .......................................................................................... 18 45. O que são petição e queixa? ..................................................................................... 18 46. No caso de o prisioneiro desejar apresentar uma queixa, como deve proceder? .. 18 47. Quais os fatores levados em conta pelo Juiz para a redução da pena? ................... 19 48. No caso de expulsão, existe a possibilidade de retornar à Espanha? ...................... 19 49. Quem pode visitar o preso na prisão? ..................................................................... 19 50. Quais os tipos de visita que podem ser efetuadas? ................................................. 20 51. O que fazer para conseguir uma visita? ................................................................... 20 52. Quais objetos são permitidos ao visitante ao entrar na prisão ............................... 20 53. Como enviar dinheiro ao prisioneiro? ...................................................................... 20 54. Quais os objetos que o detido pode guardar na sua cela? ...................................... 21 55. O recluso pode receber pacotes/encomendas do exterior? .................................... 21 56. No caso de expulsão, existe a possibilidade de retornar à Espanha? ...................... 21 57. O que o Consulado‐Geral em Barcelona pode fazer para ajudar os brasileiros presos na Espanha? ................................................................................................................ 22 3 GUIADEINFORMAÇÃOPARAOCIDADÃOBRASILEIROPRESONA ESPANHA 1.Oquesignificaaexpressão“umapessoadetida”? Éoindivíduoqueapoliciareteveoudeteve,apósacusaçãodehavercometidoum delito,enquantoapolíciainvestigaosfatos. 2.Oquesignificaapalavra“apenado”,naEspanha? Éorecluso,jácondenado,quedeverácumprirnomínimoseismesesenomáximo vinteanosdetempoprisão,porsentençatransitadaemjulgado(istoé,semmais direitoaapelação). 3.Oqueéumcondenado? O cidadão que foi condenado judicialmente por sentença firme, transitada emjulgado,istoé,semdireitoarecursoouapelação. Osignificadoéomesmoquecondenadoou“apenado”. 4.Oqueéum“advogadodeofício”? ÉoadvogadodesignadopelaOrdemdeAdvogados(“ColégiodeAbogados”) localparaprestarassistênciajudicialgratuitaaqualquerpessoadetida,semmeios ourecursosfinanceirosparaserassistidoporadvogadoparticular. 5.Quempodebeneficiar‐sedajustiçagratuita? Toda pessoa, estrangeira ou não, que carece de meios financeiros, tem direito à assistência de um advogado de ofício para assisti‐lo na Comissaria de Polícia(Delegacia)enosJuízosdeInstrução.Nocasodeinterposiçãoderecursos, deverá solicitar o beneficio da Justiça Gratuita, e para tal deverá comprovar que carecedemeioseconômicosparaapresentarademandaearcarcomseuscustos, independentementedesuasituaçãomigratórianopaís. 6.Oqueocorrenomomentodechegadadodetidoao estabelecimentoprisional? É criada uma ficha de identificação, onde são registrados os dados de filiação (nome, sobrenome, endereço residencial). Logo após, são tiradas suas impressõesdigitais(dedosdamão),bemcomoéfeitoumregistrofotográfico.Em seguida, efetua‐se uma revista pessoal e registram‐se os bens que tem naquele momento.Sãoconfiscadosaquelesquenãosãopermitidosdentrodaprisão.Uma 4 vez cumprida a pena, todos os objetos confiscados são devolvidos ao cidadão, excetosaquelesquepossamtertidoalgumarelaçãocomodelito. Posteriormente,opresodeverátomarbanho,porrazõesdehigiene.Nesta ocasião é‐lhe retirada a roupa que leva no corpo e mandada para a lavanderia. Caberá ao estabelecimento prisional o fornecimento de outra roupa e calçado. Salienta‐se que a roupa retirada é devolvida ao cidadão, tão pronto estiver em condiçõesdeuso. Porfim,opresoéregistradonolivrodeentradadoestabelecimento.Cria‐ se, então, um expediente pessoal, e é‐lhe atribuído um Número de Identificação Sistemática(NIS),oqualdeveráserusadopelocidadãoemtodaasuapermanência no presídio, bem como em todas as suas comunicações internas e externas. Este número, porém, não lhe será atribuído, caso já tenha servido pena na mesma prisãoanteriormente. 7.OqueéoNúmerodeIdentificaçãoSistemática(NIS)? Éonumerodeidentificaçãodecadaprisioneiro.Estesempreseráomesmo paracadaentradanaprisão,casoistovenhaaocorrer,nofuturo. Onúmeroécompostopor10dígitoseentrega‐seaocidadãoumcartãode identificaçãodoqualconstamseunome,sobrenome,fotoeimpressõesdigitais,e quedeveráportarsempre,alémdeapresentá‐loquandosolicitado. 8.Quetipodeinformaçãorecebeopresoquandochegaàprisão? Ao ingressar no centro penitenciário os reclusos devem receber uma informaçãoescritasobre: a)seusdireitosedeveres; b)oregimedoestabelecimentoprisional; c)asnormasdedisciplinaaplicadas; d)equaissãoosmeiosparaformularpetições,queixaserecursos. Aos reclusos estrangeiros será dada, ainda, informação sobre a possibilidade de solicitar a aplicação dos tratados, acordos ou convênios internacionaisassinadosentreaEspanhaeseupaísdeorigem,quepossibilitema transferênciadopresoparaoseupaís,ondecumpriráorestantedapena. NocasodoBrasil,encontra‐seemvigorotratadodetransferênciadepresos de 1997, cujo texto segue ao final deste documento, em conjunto com uma explicaçãodospassosaseremtomadospelointeressado.Énecessárioesclarecer 5 queocidadãobrasileiro,presoecondenadonaEspanha,mantémsuafichalimpa no Brasil. Contudo, com sua transferência para território brasileiro, a situação mudaepassaaser“fichado”. Emalgumascircunstâncias,nostermosdalei,oreclusopoderárequerera substituição das penas já fixadas ou a serem impostas pelo juiz espanhol pela expulsãodoterritório. Deverá ser sempre fornecido ao cidadão o endereço e telefone de seu representantediplomáticoouconsular. 9.QuaissãoasprincipaisfunçõesdoDiretor? Dispor, com a prévia autorização ou ordem da autoridade judicial, da liberdadedosreclusos. Decidir quanto à separação/organização dos presos no interior do centro penitenciário, levando em consideração os antecedentes criminais e as circunstâncias do crime de cada um, de acordo com o artigo 99 do RegulamentoPenitenciário. Autorizar, de forma regulamentar, as comunicações, visitas e saídas ao exteriordosinternos. Disponibilizarosmeiosnecessáriosparacomunicaçãoimediataaoparente mais próximo ou pessoa designada pelo interno, para os casos de enfermidade,acidentegraveoumortedomesmo. Autorizar,compréviaaprovaçãodaautoridadejudicialoucentrodiretivo,a saída ou deslocamento dos internos a seu domicilio familiar ou centros hospitalares nos casos previstos, sem prejuízo das funções que são de competênciadaJuntade“Tratamiento”(Reabilitação). 10.OqueéaJuntade“Tratamiento”oudeReabilitação? Trata‐sedeórgãocolegiado.Suafunçãoésupervisionaravidadoreclusono centropenitenciárioezelarpelasuareabilitaçãoduranteocumprimentodapena, demodoaprepará‐loparaposteriorreinserçãonavidasocial. Emgeral,ajuntaépresididapeloDiretordoCentroPenitenciárioepodeser composta, também, pelo: Subdiretor de Tratamento; Subdiretor Chefe de Equipe de Tratamento nos Centros de Inserção Social; Subdiretor Médico ou Chefe dos ServiçosMédicos;SubdiretordoCentrodeInserçãoSocialnosCentrosdeInserção 6 Social assim como Técnicos das Instituições Penitenciárias, trabalhador social, educadoroucoordenadordoCentrodeInserçãoSocialouChefedeServiços,que acompanham o recluso na sua vida carcerária e tenham contribuído para as propostasquesedeliberem. 11.QuaissãoasprincipaisfunçõesdaJuntadeTratamento? Estabelecer programas de reabilitação e reinserção social, assim como estabelecer modelos individualizados de execução penitenciária para cada internodoCentro,definindoasatividadesaseremrealizadasemfunçãodas peculiaridadesdesuapersonalidadeeotempoaproximadodeduraçãode suacondenaçãooucondenações; SupervisionaraexecuçãodasatividadeseprogramaspelaEquipeTécnica, distribuindo‐as,segundoasuanatureza,entreosmembrosdaEquipe,que as executarão de acordo com as técnicas próprias de sua especialidade e sobasupervisãoimediatadoChefedeEquipe; Propor aoCentro Diretivo a transferência para estabelecimentosespeciais daqueles internos e/ ou presos preventivos, qualificados como extremamenteperigosos,ounoscasosdeinadaptaçãoaosregimesfechado e/ouaberto,seforocaso.Paratalsolicitação,noentanto,sãonecessárias avaliaçõespréviasdasituaçãodorecluso,porpartedoChefedeServiçoeda EquipeTécnica; Formular o sistema de reabilitação mais adequado para cada interno, de forma justificada, tendo como base a proposta realizada e o estudo científicodapersonalidadedoscidadãos,consoanteosdadoseinformações dequesedisponha; Propor ao Centro Diretivo, por meio de relatório fundamentado a progressão ou regressão de grau do recluso e a transferência para outro Centro Penitenciário. Também de forma justificada, poderá propor a transferência, quando existam razões de tratamento que assim o aconselhem; Adotar decisões que considere pertinentes sobre petições e queixas que formulem os internos às Equipes Técnicas sobre sua classificação, tratamentoouprogramadeintervenção; 7 Conceder permissões penitenciárias de saída, com prévio relatório de informação produzido pela Equipe Técnica, e fazer solicitação de autorização do Juiz de Vigilância ou do Centro Diretivo, segundo correspondaacadaum; Considerar propostas relativas aos benefícios penitenciários e a liberdade condicionaldecadainterno; Organizaratividadesdecaráterassistencialquepoderãoserconcedidasaos internos,bemcomopromoveratividadesdetrabalhoaospresos,cuidando que as mesmas se desenvolvam de acordo com a normativa vigente; organizar, ainda, por unidades de separação interior, a designação dos internos que tenham que participar de atividades ou assumir responsabilidadesdeordemeducativa,formativa,trabalhista,sociocultural, recreativa,desportivaoureligiosa; Fornecer,quandosolicitadas,avaliaçõessobreahabilitaçãodospresosque realizamcursosdeformação,assimcomooutrasinformaçõesquecontenha o relatório e que possam ser de utilidade na programação e execução de atividadesdeformaçãooueducativasparaosinternos; Determinar os internos que devam desempenhar prestação pessoal em serviçosdeapoiocomumaoestabelecimentopenitenciário; Solicitar à Comissão Disciplinar a redução, adiamento da execução ou a suspensãodesançõesdisciplinares,quepossamperturbarotratamentoou o estado da personalidade do preso, assim como propor a redução dos prazos de cumprimento, quando existam bons fundamentos de que esta medidaintervirádeformafavorávelnotratamentodomesmo. 12.Oqueéprisãopreventiva? A detenção preventiva é uma medida cautelar que atinge a liberdade do cidadão durante um período de tempo. Tal medida poderá ser adotada, caso considere‐seconveniente,àvistadaacusação,queosuspeitodevaserdetido,de modoanãofugir. Adetençãopodeefetuar‐senasdependênciaspoliciais,antesdeodetidoser posto à disposição do Juiz de Instrução. Salienta‐se que, nesse caso, o detido não estápreso.Mastambémpoderáserrecolhidoaumcentrodedetenção. A legislação determina que a detenção preventiva não poderá durar mais tempodoqueoestritamentenecessárioparaaveriguar,esclareceroucomprovar 8 osfatos.Emtodocaso,odetido,noprazomáximode72horas(trêsdias),deverá serpostoemliberdadeouàdisposiçãodeautoridadejudicial. Deformaexcepcional,oprazosupracitadopoderáserampliadoparamais 48 horas, no caso de delitos cometidos por quadrilhas armadas, indivíduos suspeitosdeterrorismoourebeldes. No momento da detenção, o detido deve ser informado da natureza da acusaçãoqueselhefazeasrazõesquemotivamaprivaçãodesualiberdadeede seusdireitos. 13.Quempodeserobjetodeprisãopreventiva? Qualquercidadãopoderáserobjetodedetenção,pordecisãodeJuizcompetente, nosseguintescasos: Tentacometerumdelito,istoé,nomomentoemquesedispõeacometê‐lo; Nomomentodeestarcometendoodelito,chamadodeflagrante; Já tenha sido processado ou condenado; encontrar‐se em situação de revelia,istoé,nãocontestouumademandajudicial,ounãocompareceuàs audiências judiciais ou desobedeceu às determinações da autoridade judicial. Esta figura jurídica, no estamento jurídico espanhol, chama‐se “rebeldía”. Foge: o doestabelecimentopenal,noqualcumpreacondenação; o do estabelecimento em que esteja esperando a transferência até o lugaremquedevacumprirapenaouduranteotrajetoatéesse. o estando detido ou preso por um processo no qual ainda não foi julgado. Poroutrolado,aautoridadeouoagentedaPoliciaJudicialtemaobrigaçãode deter: o Apessoaqueseencontreemqualquerdoscasoscitadosacima; o Aquelequetenhasidocondenadopordelitocompenasuperioràde prisão(6mesesa20anos); o Aqueletenhaumapenamenorquedeprisão,masésuspeitodenão comparecimento à citação judicial, em decorrência de seus antecedentes penais ou das circunstâncias do crime, salvo se tenha 9 prestado uma fiança suficiente que assegure sua presença na audiência. o Aquele que, nas mesmas circunstâncias estabelecidas no item anterior, não tenha sido processado, mas que sobre o qual a autoridade possua motivos para crer que tenha participado da práticadealgumfatoquetenhacaracterísticasdedelito. 14.Quemdecidesobreaaplicaçãodaprisãopreventiva? PoderádecretarprisãopreventivaoJuizouMagistradoinstrutor;oJuizque proceda nas primeiras diligências; o Juiz da área criminal ou o Tribunal que conheçadacausa. 15.Quantotempoumapessoapoderáficaremprisãopreventiva? Aprisãopreventivaduraráotemponecessárioparaainstruçãodoprocesso ou para finalizar as investigações e durará enquanto subsistam motivos que justifiquemasuaadoção. No entanto, de modo geral, o tempo máximo que uma pessoa pode permanecernaprisãoàesperadejulgamentoé: ‐3meses:quandotratar‐sedecausaoudelitocompenade1mêse1diaa6 mesesdedetenção; ‐ 1 ano: quando a pessoa for passível de pena entre 6meses e um dia a 6 anosdeprisão;e ‐2anos:quandoodelitocorresponderapenasdemaisde6anosdeprisão. Caso a instrução do processo ou circunstâncias indiquem que a causa não poderá ser julgada dentro dos prazos indicados, a prisão preventiva poderá ser ampliadaentre2a4anos. 16.Oqueéaaudiênciaoral(“vistas”)? É a fase que antecede o julgamento, na qual deverão estar presentes o acusado, seu advogado e, se necessário, um intérprete. O acusado deverá responderàsquestõesquelheforeminterpostaspelomagistrado(juiz). A audiência, segundo o caso, poderá tardar a ser realizada no lapso de 3 mesesa2anos. 10 17.Eointérprete? O detido, caso não tenha conhecimento da língua espanhola ou sinta‐se inseguro sobre sua capacidade de expor os fatos ao Juiz ou autoridade, poderá solicitaroauxíliodeumintérpreteemtodososcomparecimentosainterrogatórios policiais,audiênciaseduranteoprocedimentopenal(julgamento). O cidadão em prisão preventiva não deve assinar documentos que não consigalereentenderosignificado. 18.Comoéojulgamentoouprocedimentopenal? Umavezterminadasasinvestigações,passa‐seaojulgamentodocidadão. O procedimento penal compõe‐se de três fases distintas. Na primeira, apresentam‐se todas as provas necessárias para que o juiz possa ter uma idéia e noção claras dos fatos concretos, de modo a avaliar se o procedimento deve prosseguir ou não. Na segunda, caso aprovado pelo juiz, passa‐se à acusação e verifica‐se o tribunal ou instância que julgará a acusação, sendo este o momento emqueoadvogadodedefesadefenderáseuclientee,igualmente,ambasaspartes produzem as provas que pretendem usar no processo. A última é o julgamento propriamentedito. No julgamento, segundo a lei local, o acusado não precisa demonstrar sua inocência. É obrigação do Estado, como acusador, provar concretamente aquilo que afirma. Desta forma, é importante que o acusado explique ao seu advogado tudooquepossaterrelaçãocomsuadefesa. Existemduasformasdejulgamento:oordinário(utilizadoquandoapena forsuperiora12anoseumdiaeoabreviado(paraaquelesdelitoscompenade até12anos). 19.Oqueéoprocedimentodeinstruçãoouprocedimento sumário? É a etapa em que se determinam as diligências para o julgamento e a análise das circunstâncias do crime praticado e que possam influenciar na qualificaçãodocrimeenaculpabilidadedodetido. 20.Qualaduraçãodainstrução? Inexistetempodefinido. 11 21.Pode‐serecorrerdedecisãodoJuizdeVigilância Penitenciária? Sim. Podem apresentar recurso o preso e o Ministério Fiscal. O preso podeinterporrecursosemseupróprionome,semassistênciajurídica.Masparaos recursosdeapelação,cassaçãoeamparonecessitarádaintervençãodeadvogado. 22.Quetiposderecursopodemserinterpostos? Épossívelinterportrêsclassesderecursos:recursodereforma,recurso deapelaçãoeorecursodequeixa. Recurso de reforma: Pode‐se interpor contra todas as decisões interlocutórias ditadaspeloJuizdeVigilânciaPenitenciaria,comexceçãodasdecisõesquesejam irrecorríveis como a decisão de abstenção ou a decisão que defere ou denega o pedidodeumaquestãodeconstitucionalidade.Esserecursoéinterpostoperanteo próprioJuizdeVigilânciaPenitenciaria,queéapessoacompetentepararesolvê‐lo. Recurso de Apelação: É o recurso que se pode interpor contras as resoluções do Juiz de Vigilância Penitenciária que não se referem a uma sanção disciplinar. Todavia, caberá apelação contra as decisões interlocutórias do Juiz de Vigilância Penitenciáriaqueaprovempenasdeisolamentoemcelaporperíodosuperiora14 dias.Emmatériadeexecuçãodepenas,orecursodeapelaçãoéinterpostoperante o Tribunal que ditou a sentença, e em matéria de regime penitenciário, ante a Audiência Provincial a que esteja jurisdicionalmente submetido o centro penitenciário. RecursodeQueixa:EstesomentepodeserinterpostofrenteàsresoluçõesdoJuiz de Vigilância Penitenciária que rechacem a admissão do recurso de apelação. Interpõe‐seperanteoórgãocompetenteparaconhecimentodaapelação. RecursodeCassação:Somentesecontemplaainterposiçãodorecursodecassação para “unificação de doutrina” em matéria penitenciária. Pode ser interposto pelo reclusooupeloMinistérioFiscal,anteaSalaSegundadoTribunalSupremo. 23.Oqueéliberdadecondicional? É a permissão de saída do interno em liberdade até o término do cumprimento da condenação total, sob condição de que não cometa outro delito, bem como de que cumpra as regras de conduta impostas pelo Juiz de Vigilância Penitenciária. 12 24.Querequisitossãonecessáriosparaquesejaconcedidaa liberdadecondicional? Paraqueumapessoapossaexercerodireitoàliberdadecondicionaldeve: Encontrar‐senoterceirograupenitenciário; Tercumprido3/4dacondenaçãoimposta; Terobservadoboaconduta; Receberparecerfavoráveldereinserçãosocial. 25.Podeumestrangeirosemresidêncialegalserbeneficiadopela liberdadecondicional? Sim.Considera‐sequeenquantoestácumprindoacondenação,eleseencontra em situação legal e, portanto, não pode ser expulso. Quando a condenação é cumpridaintegralmenteealiberdadecondicionaltermina,apessoapassaaficar sujeitaàsnormasdodireitodosestrangeiros(“extrangeria”). Tambémexisteaopçãodeopresocumprirapenaemseupaísdeorigem,por meiodeautorizaçãodoJuizdeVigilânciaPenitenciária. 26.Oquesãobenefíciospenitenciários? São medidas que possibilitam a redução da duração da pena imposta por sentença firme (ou transitada em julgado) ou do tempo efetivo de internamento, comoobjetivodeconseguirareeducaçãoeareinserçãodorecluso. 27.Quaisfatoresdevemserlevadosemcontaparaaconcessão dosbenefíciospenitenciários? A boa conduta, o trabalho, a participação em atividades educativas e a reinserçãosocial,assimcomoaevoluçãopositivadoindivíduoemseuesforçode reinserção. 28.Noqueconsistemasautorizaçõesdesaída/permissãode saída? É a liberação temporária do preso, após cumprimento com os requisitos impostospelalegislaçãopenalespanholaeoregulamentopenitenciário. Existem dois tipos de permissões: as permissões ordinárias, que são concedidas periodicamente para preparar o preso para a vida em liberdade, e as permissões extraordinárias, que são aquelas concedidas por razões humanitárias diantedecircunstânciasgraveseexcepcionais. 13 29.PodeodetidoemsituaçãoirregularnaEspanhausufruirde permissãodesaída? Nostermosdalegislaçãoemvigor,inexisteproibiçãoparaqueseconceda permissão de saída aos reclusos que se comportam bem e que cumpriram com suasobrigaçõesnocentro,comorealizaçãodecursosdereinserção,pelosimples fatodeestaremirregulares. A concessão das permissões de saída requer uma investigação prévia do local onde ele deverá ser usufruída, de modo a assegurar‐se de que o interno usufruirá de algum proveito deste benefício e, por outro lado, de que inexiste possibilidadedequepossausarapermissãodesaídaparafugir. Paratanto,háquesevalorar,previamenteàconcessãodobenefício,otipo de permanência na Espanha anterior ao ato criminoso; vínculos familiares com parentesemprimeirograuresidindonaEspanha,filhosescolarizadoseetc. 30.Ospresospreventivospodembeneficiar‐sedaspermissões? Sim, mas devem ser aprovadas pelo Juiz ou Tribunal que determinou a prisãopreventiva. 31.Quetipodecomunicaçãoospresospodemtercomoexterior? A Lei Penitenciária estabelece vários tipos: orais, escritas, telefônicas e especiais. 32.Oquesãosentençaepena? SentençaéadecisãodoTribunalouAudiência,naqualseestipulaapena asercumpridapeloacusadooudetermina‐seasuacolocaçãoemliberdade. A penae suaextensão decorrem do tipo de delito cometido. No casode tráficodedrogas,porexemplo,podeserespecialmentesevera,consoanteotipoe quantidadedesubstânciailícitaqueportavaoacusado. Alémdapena,tambémpoderáseraplicadaaoacusadomultaemdinheiro, decorrentedotipodedelitoquecometeu.Elepoderá,ainda,serresponsávelpelo pagamentodascustasdoprocesso,segundoocasojulgado. 33.Podeumestrangeiroqueseencontreemprisãopreventiva serexpulsodoterritórioespanhol? Sim.Aexpulsãoéaplicávelaosestrangeiroscondenadosequenãopossuam residênciafixa(oufamíliaoufilho)naEspanha. 14 Emalgunscasos,quandoapenadeprisãoéinferiora6anosojuizpoderá decidirquesesubstituaapenapelaexpulsão,sendoobrigatóriaquetalinformação constedoexpedienteadministrativoqueexpulsaocidadão. Também deverão ser expulsos os reclusos, condenados a penas iguais ou superiores a 6 anos, sempre que hajam cumprido ¾ partes de sua condenação. Nestescasos,noatodeexpulsão,constaráainterdiçãodeentradanaEspanhapor umprazoentre3e10anos,segundoadecisãodojuiz. 34.Oqueocorrecomoreclusodepoisquecumpreapena? Depois de cumprida a pena, se o recluso encontra‐se em situação imigratória irregular, deverá ser expulso do território espanhol e deportado ao Brasil. O Consulado‐Geral do Brasil na Espanha deverá ser avisado a respeito, segundoajurisdiçãoondeseencontra. 35.Oqueéclassificaçãopenitenciária?Quantosgrausexistem? Trata‐sedesistemadeavaliaçãodorecluso,demodoaverificarseapena de prisão que lhe foi imposta vem servindo para reeducá‐lo e ajudá‐lo na reinserçãosocial,comomandaalegislação. Por meio deste sistema realiza‐se a classificação dos internos em graus, segundoseuníveldeaproveitamentodoscursoseatividadesdequeparticipa.Os internos, deste modo, são divididos em três “graus”, sendo que a cada um corresponde determinado regime de vida no estabelecimento prisional, assim comoàsnormasdeconvivênciadentrodele. Ostrêsgrausdeclassificaçãosão: a) Primeiro grau: corresponde ao regime fechado‐ é aquele em que as medidasdecontroleesegurançadointernosãomaisrestritivas,sejapela suapericulosidade,sejaporsuainadaptaçãoaoregimecarcerário. b) Segundo grau: corresponde ao regime ordinário‐ é o da maioria dos internosquepossuemconvivêncianormaldentrodapenitenciária,masque aindanãoestãoaptosadesfrutardoregimesemi‐aberto;e c) Terceiro grau: regime semi‐aberto‐ aplica‐se aos cidadãos cujo comportamento é bom; que hajam cumprido ¾ partes da pena ou que reúnam os requisitos necessários para aceitar oferta de trabalho no exterior. Emgeral,osestrangeirosquenãopossuemresidênciafixa,naEspanha,ou queseencontravamemsituaçãoilegalquandoforampresos,nãopoderãomerecer estetipodetratamentoespecial. 15 Incumbe à Junta de Tratamento, dentro de prazo de dois meses da sentença firme, formular uma proposta arrazoada e de classificação inicial do recluso, após estudo comportamental dele. Desta classificação inicial, que será encaminhadaaoJuizcompetente,caberecursoaoJuizdeVigilânciaPenitenciária. A cadaseismeses,nomáximo,osinternosdeverãoserobjetodeestudo docomportamentoindividual,demodoaquepossaserrevistasuaclassificaçãoe grau.Estarevisãopoderáserdecaráterprogressivo(paramelhor)ouregressivo (parapior). É importante notar que para a classificação serão levados em conta não apenas a personalidade e história individual, familiar, social e, se for o caso, de préviosdelitosdecadainterno,mastambémotempodeduraçãodapena;omeioa queprovavelmenteretornaráeosrecursosdequedisporánofuturo. 36.Oqueéaaçãosocialpenitenciária? Trata‐se de programa destinado a procurar solucionar os problemas que surgirem com os internos e, por extensão, com suas famílias, pelo fato de terem ingressado na prisão. Por meio desta ação, procura‐se dar um apoio a todas as partesenvolvidas. Otrabalhoédesenvolvidoporassistentessociais. 37.Quetipodeajudapodemoferecerosassistentessociais? Os assistentes sociais realizam múltiplas funções nos centros penitenciários,entreasquaissedestacamasseguintes: ‐atender às solicitações e indagações formuladas pelos internos e os que se encontramemliberdadecondicional,ajudando‐osmoralematerialmente. ‐procurar, por todos os meios de que dispõem e estiverem ao seu alcance, com relaçãoaosdetidosqueseencontramsobsuaorientação,areabilitaçãosocialdos que foram postos em liberdade condicional, ou em definitiva, bem como sua inserçãonomercadodetrabalho. ‐prestar auxílio aos internos e a sua família, no que diz respeito ao direito à assistência sanitária, educação e formação dos filhos, se for o caso, entre outras atividades. 16 38.Comoéotrabalhonaprisão? O trabalho penitenciário é um direito e um dever de cada recluso. Em princípio, poderão trabalhar todos aqueles aptos física e mentalmente para tal e desdequehajapostodetrabalhodisponível. No entanto, ficam excluídos desta obrigação: os submetidos a tratamento médico,atéquesejaconcedidaalta;osquepadeçamdeincapacidadepermanente para toda a classe de trabalho; os maiores de sessenta e cinco anos; os que recebamumapensãoporaposentadoria;asmulheresgrávidasde16semanaseaté duas semanas depois do parto, e os detidos preventivos que podem trabalhar voluntariamente. 39.Qualéohoráriodefuncionamentodaprisão? O Conselho de Direção aprovará e publicará o horário vigente de funcionamento do centro penitenciário para todos os reclusos. Deverá informar tambémasatividadesquesãoobrigatóriasparatodososinternoseaquelasoutras, decaráteroptativoe/oudelivreeleição. 40.Quempodeentrarnaceladopresoduranteodia? Osagentesdevigilância,ossacerdotesreligiosos,omédicoeosassistentes sociais. 41.Quantosbanhossãoautorizadosporsemana? Depende de cada centro penitenciário. Em alguns estabelecimentos prisionais o horário é pré‐determinado ou submetido aum regime. Em outros, a própriacela temumchuveiro. 42.Estáautorizadaapráticaderitosreligiososnoscentros penitenciários? Sim. Além disto, poderão ser habilitados espaços especiais para prática de ritosreligiosos. 43.Oqueopresodevefazernocasodeestarferido? Deverequererapresençaimediatadomédicodoestabelecimentoprisional,sendo obrigatória,apósaconsulta,aemissãodeumatestadomédicoparaopreso. 17 44.Oqueéo“economato”? ALeiOrgânicaGeralPenitenciáriapermiteaosinternosaaquisição,porsua própria conta, de produtos alimentícios e outros bens de consumo, dentro de limites fixados pelo regulamento interno. Os bens vendidos são facilitados pela própriaadministraçãodoestabelecimentoprisional. O“economato”,portanto,éuma loja dentrodaprisão,naqualosinternos podemcomprarprodutosbásicosdequenecessitam(escova,pastadedente,papel higiênico,sabão/sabonete,cigarro,etc.). 18 45.Oquesãopetiçãoequeixa? Apetiçãoconsistenopedidodeaplicaçãodeumdireitooubenefícioaqueo reclusoacreditefazerjus. A queixa ocorre quando o interno considera que um de seus direitos, como constantedoregulamentoemvigor,foivioladopelaadministraçãooufuncionário penitenciário. 46.Nocasodeoprisioneirodesejarapresentarumaqueixa,como deveproceder? Deverá formular a queixa de forma escrita ao Juiz de Vigilância Penitenciária (controle judiciário) ou à Inspeção Penitenciária (controle administrativo), por intermédio de sua apresentação ao funcionário ou departamentoencarregadoderecebê‐lasou,diretamente,aoChefedeServiçosou aoDiretor. O funcionário correspondente, ao receber a queixa, deve entregar ao interno,ouaseurepresentante,umrecibooucópiasimplesdamesma,apósdatá‐ laeefetuarregistrocomprotocolo.Emseguida,aqueixadeveráserremetidaao JuizdeVigilânciapenitenciárianoprazode3dias. Casonãohajanenhumaprovidência,dentrodeprazodetemporazoável,o reclusopoderádirigir‐seao“DefensordoPovoEspanhol”ouaoConsulado‐Geral, demodoaqueprocuremtomaralgumaprovidênciaquantoasuaqueixa. 47.QuaisosfatoreslevadosemcontapeloJuizparaareduçãoda pena? Boaconduta; Trabalhorealizadonocentropenitenciário; Esforçodereadaptaçãoereinserçãosocial. 48.Nocasodeexpulsão,existeapossibilidadederetornarà Espanha? Aosestrangeiros,cujaspenassejaminferioresaos6anos,pode‐sesubstituir ocumprimentodapenanaEspanhaporexpulsãoparaoBrasil. Igualmente para os estrangeiros condenados a pena de prisão igual ou superior aos 6 anos, após cumprimento de ¾ partes da condenação, também poderáseraplicadaaexpulsão. 19 A questão do retorno à Espanha depende do crime que foi cometido e da pena que foi imposta ao cidadão. Há a possibilidade de regresso ao território espanholquandotranscorridooprazodeproibiçãodeentrada,quepodeserentre 3e10anos. Ressalte‐sequeosestrangeirosexpulsosaosairemliberdadesão,emgeral recolhidos a um Centro de Internamento de Estrangeiros, no qual poderão permaneceraté40dias,prazoindispensável,segundoasautoridadesespanholas, paraconcretizaraexpulsão. Asdespesasdaexpulsãopoderãocorrerporcontadocidadão,casopossua recursos para isto, caso contrário, os gastos deverão correr à conta do Estado, o quepodesignificarumaesperamaiordoqueprevisto. 49.Quempodevisitaropresonaprisão? Por indicação do recluso, os familiares e pessoas que demonstrem, de forma documental, o parentesco com o interno; pessoas e amigos próximos, com préviaautorizaçãodoJuizdeVigilânciaPenitenciária,nocasodepessoasdetidas. Nocasodejátersidocondenado,asvisitasserãoautorizadaspelodiretor dapenitenciária.Mascasooreclusoaindanãotenhasidojulgada,apermissãode visitadeveráserautorizadapeloJuizdeInstruçãodoprocesso. O recluso poderá também receber a visita de sacerdotes; médicos e médicosindependentesdocentropenitenciárioeoutrosprofissionais,masnesse casoodetidodeverásolicitaravisitaaoDiretordaprisão. O Consulado‐Geral brasileiro, com jurisdição sobre o local da penitenciária,podeigualmenteefetuarvisitas,comautorizaçãopréviadoDiretor. 50.Quaisostiposdevisitaquepodemserefetuadas? Asvisitaspodemserordinárias,emsalaemqueaspessoasestãoseparadas porvidro(“locutório”),oufaceaface(“visavis”),emsalanormal. De forma geral, no “locutório”, pode‐se realizar uma visita semanal de 40 minutos de duração, nos finais de semana. Pode ser um grupo de, no máximo, 4 pessoas. No caso do “vis a vis”, os familiares poderão efetuar as seguintes visitas: íntimaoufamiliar‐encontrodecarátermensalcomduraçãodeumaatrês horas, com cônjuge ou com o cônjuge e os filhos, no máximo de quatro pessoas.Aidademáximadosfilhosédedezanos. 20 deconvivência‐efetuadascomocônjugeoupessoaligadaporsemelhante relaçãodeafetividade. 51.Oquefazerparaconseguirumavisita? No caso de visitas no “locutório”, o sistema é o da marcação prévia por telefone ou no próprio centro penitenciário, quando indica‐se o dia e a hora, consoanteoshoráriosediasestabelecidospeloregulamento. Quandotratar‐sede“visavis”,ointernodeverásolicitaravisitaeser‐lhe‐á comunicadoodiaehorapossíveis. Importanteteremmentequeantesdavisita,ocentroefetuaráoscontroles e registros estabelecidos na lei, inclusive revista corporal , se necessário. Não se deve portar objeto metálico ou aqueles que, para o seu controle, exigem manipulaçãoderisco. 52.Quaisobjetossãopermitidosaovisitanteaoentrarnaprisão O visitante não poderá portar telefone celular, nem nenhum meio de comunicaçãoexterno,ouaparatoeletrônicodotipoMP3.Sãoigualmenteproibidos os produtos alimentícios, os que contenham álcool, os fármacos e/ou drogas estupefacientesoupsicotrópicos,excetoosqueconstemdereceitamédica 53.Comoenviardinheiroaoprisioneiro? De duas maneiras: o dinheiro pode ser depositado na conta bancária da prisão,portransferênciabancária,indicandoexpressamenteonome,sobrenomee NIS do preso, além da identificação da pessoa que envia o dinheiro. O recluso também poderá receber recursos pela “ventanilla” do estabelecimento prisional, quando o visitante entrega a soma em dinheiro para que seja creditada na sua conta na prisão. A exemplo das visitas, os depósitos pessoais, também devem respeitardiasehoráriospré‐estabelecidospelapenitenciária. Comestesdepósitos,ingressosrealizadospelosfamiliareseosalárioganho com o trabalho no centro penitenciário é criado o chamado “pecúlio”, ou seja dinheiroqueointernovaiutilizarnaprisãoparaefetuarcomprasnoeconomato. 54.Quaisosobjetosqueodetidopodeguardarnasuacela? Fotosdefamília,livrosautorizadospelaadministraçãodoestabelecimentoetodos osbensquepodemseradquiridosno“economato”. 21 55.Oreclusopodereceberpacotes/encomendasdoexterior? Sim, mas deverão ser entregues pessoalmente no centro penitenciário, sendo proibido o recebimento de pacotes pelos correios ou por empresas de transporte. O limite máximo de recebimento é de dois pacotes por mês, com o peso máximo de 5 kg. Este benefício não se estende aos internos sob regime fechado, poissópodemreceberumpacoteaomês. Saliente‐se que estes limites não levam em conta livros, publicações e roupas. No entanto, é proibido receber alimentos, mesmo em conserva, ou produtosdehigienepessoal 56.Nocasodeexpulsão,existeapossibilidadederetornarà Espanha? Aosestrangeiros,cujaspenassejaminferioresa6anos,pode‐sesubstituiro cumprimentodapenanaEspanhaporexpulsãoparaoBrasil. Igualmente para os estrangeiros condenados a pena de prisão igual ou superiora6anos,apóscumprimentode¾partesdacondenação,tambémpoderá seraplicadaaexpulsão. A questão do retorno à Espanha depende do crime que foi cometido e da pena que foi imposta ao cidadão. Há a possibilidade de regresso ao território espanholquandotranscorridooprazodeproibiçãodeentrada,quepodeserentre 3e10anos. Ressalte‐sequeosestrangeirosexpulsosaosairemliberdadesão,emgeral recolhidos a um Centro de Internamento de Estrangeiros, no qual poderão permaneceraté40dias,prazoindispensável,segundoasautoridadesespanholas, paraconcretizaraexpulsão. Asdespesasdaexpulsãopoderãocorrerporcontadocidadão,casopossua recursos para isto. Caso contrário, os gastos deverão correr à conta do Estado, o quepodesignificarumaesperamaiordoqueprevisto. 57.OqueoConsulado‐GeralemBarcelonapodefazerparaajudar osbrasileirospresosnaEspanha? OConsulado‐GeraldoBrasil,deacordocomaConvençãodeVienasobreRelações Consularesde1963,pode: Terlivrecomunicaçãocomoscidadãosbrasileirosqueseencontrampresos oudetidosnaEspanha; 22 Transmitir aos juízes, agentes penitenciários, assistentes sociais, advogados,médicos,assolicitaçõesdospresose/ouseusfamiliares; Fazervisitarperiódicas; Indagarjuntoàadministraçãosobrequestõesrelativasaopreso. Caso no momento da saída do centro penitenciário, já em liberdade, o passaporte do interno esteja caduco, o Consulado‐Geral poderá emitir uma ARB‐ AutorizaçãodeRetornoaoBrasiloumesmoumpassaportecomum. 23