Programa de Formação Continuada em Elaboração, Monitoramento e Avaliação de Projetos de Combate à Pobreza e Inclusão Social Fortaleza 2014 Secretário de Planejamento e Gestão Antonio Eduardo Diogo de Siqueira Filho Diretor Geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) Flávio Ataliba Barreto Diretora Geral da Escola de Gestão Pública (EGP) Lena Lobo Neiva Coordenadora de Promoção de Políticas de Combate a Pobreza e Inclusão Social (CCOPI) Lara Maria Silva Costa Elaboração Everton Cabral Maciel Germânia Kelly Furtado Ferreira Jimmy Lima de Oliveira Lara Maria Silva Costa Larisa Fátima Martins Bezerra Maria Afonsina Braga Barbosa Lima Diagramação Manoel Vital da Silva Júnior Página | 2 Índice Apresentação, 4 I. Marco Institucional - Da SEPLAG, 6 - Do FECOP, 6 II. Justificativa, 13 III. Público Alvo, 17 IV. Objetivos, 17 V. Estratégias de Ação, 18 VI. Metas, 20 VII. Indicadores, 20 VIII. Resultados Esperados, 21 IX. Monitoramento, 22 X. Avaliação, 23 XI. Competências, 24 Anexo, 26 Página | 3 Apresentação O Programa de Formação Continuada em Elaboração, Monitoramento e Avaliação de Projetos de Combate a Pobreza e Inclusão Social, constitui-se em um dos instrumentos da política de educação em gestão pública do Estado do Ceará e destina-se a proporcionar oportunidades de desenvolvimento profissional aos técnicos envolvidos no planejamento e execução de projetos financiados com recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP). Este Programa é uma iniciativa da Coordenadoria de Promoção de Políticas de Combate a Pobreza e Inclusão Social (CCOPI), que se originou da reestruturação organizacional da Secretaria do Planejamento e Gestão (SEPLAG) em julho de 2013 (Decreto nº 31.262, de 31 de julho de 2013). A CCOPI absorveu as competências da Gerência Executiva do FECOP (GEF) junto ao Conselho Consultivo de Políticas de Inclusão Social (CCPIS), órgão máximo deliberativo do Fundo. Nesta nova estrutura, a CCOPI propõe melhorar a aplicação dos recursos disponíveis e a gestão do Fundo, através do desenvolvimento de três linhas de atuação: (I) capacitação de técnicos e gestores de projetos financiados com recursos do FECOP; (II) implantação e manutenção de Biblioteca Virtual e serviço de apoio técnico; e (III) estruturação e implantação de uma sistemática de monitoramento e avaliação de projetos. Estas linhas de atuação devem ser entendidas como complementares e necessariamente interligadas. As informações geradas em uma delas devem refletir-se no desenvolvimento das demais em um constante processo de retroalimentação. O Programa surge para estruturar a primeira linha da atuação Página | 4 da CCOPI. Realizado por meio de uma parceria com a Escola de Gestão Pública (EGP) e o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), busca implementar um processo de capacitação continuada, partindo do conhecimento e da experiência acumulada, com vistas a suprir as lacunas observadas no processo de elaboração, acompanhamento, monitoramento e avaliação dos projetos financiados pelo FECOP. Atende ainda, ao disposto no Decreto Nº 29.910, de 29 de setembro de 2009 que regulamenta a lei complementar estadual Nº 37 de 26 de novembro de 2003, que Institui o Fundo Estadual de Combate à Pobreza e dá outras providências “ A Gerência Executiva do Fundo - GEF será responsável por capacitar as equipes executoras dos projetos.” Entende-se como capacitação o processo permanente e deliberado de aprendizagem, que utiliza ações de aperfeiçoamento e qualificação, com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento de competências institucionais, por meio do desenvolvimento de competências individuais, conforme o Decreto Federal nº 5.825, de 29 de junho de 2006, que estabelece as diretrizes para elaboração do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação, As atividades previstas neste Programa constituem-se de palestras, oficinas, seminários, cursos presenciais e à distância, entre outras. Sua programação anual deverá ser definida tendo por base a demanda, as fragilidades identificadas pelos gestores do FECOP e as informações geradas nas demais linhas de atuação da CCOPI. Página | 5 Marco Institucional 1. Da SEPLAG Missão Promover e coordenar o planejamento e a gestão estadual, visando a efetividade das ações do governo. Visão de Futuro Ser referência nacional em melhores práticas de planejamento e gestão pública. Valores • Ética e transparência • Responsabilidade social e ambiental • Competência profissional • Valorização do servidor 2. Do FECOP 2.1 Concepção do FECOP O Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP) foi instituído pela Lei complementar Nº 37, de 26 de novembro de 2003 e regulamentado pelo Decreto Nº29.910 de 29 de setembro de 2009. Os recursos do Fundo são originários de parcela do produto da arrecadação correspondente ao adicional de dois pontos percentuais na alíquota do Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações (ICMS) que incide sobre os seguintes produtos e serviços: bebidas alcoólicas, armas e munições, embarcações esportivas, fumo, cigarros, aviões ultraleves e asas-delta, energia elétrica, gasolina, serviços de comunicação e de outras re- Página | 6 ceitas que vierem a ser destinadas ao Fundo (art. 2º da LC nº 37/2003). A concepção do FECOP considera que a redução da pobreza e o exercício da cidadania dependem fundamentalmente do fortalecimento do capital social capaz de superar problemas coletivos que não poderiam ser abordados individualmente, bem como do capital humano e físico, por meio do desenvolvimento de políticas públicas de educação, saúde, assistência social, geração de emprego e renda, entre outras. Compreende como capital humano o potencial de um ser humano em transformar, interpretar e produzir, e está ligado a capacidades técnicas e cognitivas; como capital social, o potencial de um grupo de indivíduos em construir e manter redes sociais de maneira que essa organização e intercâmbio gerem melhorias no bem-estar social; e como capital físico, o potencial de edificações, máquinas e ferramentas utilizadas na produção de bens e serviços. Este tipo de capital, por sua vez, surge da interação do capital natural, humano e social. O FECOP atua como um instrumento complementar as políticas públicas estatais, apoiando projetos em duas grandes categorias definidas no Decreto Nº 29.910 de 29/09/2009: Projetos Assistenciais e Projetos Estruturantes. Tais projetos devem ser planejados e executados na perspectiva da intersetorialidade e transversalidade, com vistas a garantir ações integradas que potencializem os recursos disponíveis. Os Projetos Assistenciais priorizarão ações direcionadas aos pobres crônicos ou grupos mais vulneráveis com baixa potencialidade de migrar da condição de pobre para não pobre. Os Projetos Estruturantes se destinam a população em situação de pobreza visando Página | 7 proporcionar condições que lhes possibilite a migração da condição de pobre para não pobre. 2.2. Diretrizes do FECOP a) Transparência - disponibilizar para a comunidade assistida e para a sociedade em geral informações sobre a aplicação dos recursos e a provisão dos serviços; b) Participação - envolver os beneficiários em todas as etapas do processo de aplicação dos recursos: programação, execução, acompanhamento e monitoramento; c) Co-responsabilidade social - fortalecer a participação da comunidade assistida, no sentido de melhorar seu acesso às informações sobre políticas públicas e sua articulação com outros atores, que direta ou indiretamente estejam envolvidos com atividades fins; d) Eficiência, eficácia e efetividade - utilizar os recursos em ações que promovam a superação da pobreza; e) Sustentabilidade – planejar respeitando o saber local, e levando em consideração a realidade da área de atuação, criando oportunidades e aproveitando potencialidades; f) Monitoramento e avaliação - aplicar mecanismos que possibilitem a criação de indicadores capazes de medir quantitativamente e qualitativamente os resultados obtidos pelas ações financiadas permitindo verificar o impacto sobre a pobreza e identificar oportunidades de melhoria; 2.3. Operacionalização do FECOP • Liberação de Recursos A instância máxima de decisão do FECOP é o Conselho Consultivo de Políticas de Inclusão Social (CCPIS) formado por 17 membros sendo 12 representantes de órgãos de Governo Página | 8 (Secretaria do Planejamento e Gestão, Secretaria da Fazenda, Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, Casa Civil, Secretaria da Saúde, Secretaria da Educação, Secretaria da Cultura, Secretaria do Desenvolvimento Agrário, Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Secretaria das Cidades, Secretaria do Esporte, Conselho Estadual de Educação - CEE); e 05 representantes da Sociedade Civil (Conselho Estadual da Assistência Social - CEAS, Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente - CEDCA, Conselho Estadual de Saúde - CESAU, Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Ceará - CONSEA e Associação de Prefeitos do Estado do Ceará - APRECE). Para implementar o Fundo foi instituída, na data de sua criação, uma Gerência Executiva (GEF) responsável pela supervisão dos projetos financiados pelo FECOP, vinculada à então denominada Secretaria de Ação Social (SAS). Em 2007, no âmbito da reforma institucional realizada pelo governo que assumiu o Estado, foi transformada em uma Célula vinculada a Coordenadoria de Planejamento, Orçamento e Gestão (CPLOG) da Secretaria do Planejamento e Gestão. A partir de julho de 2013, suas funções passaram a ser desempenhadas no âmbito da Coordenadoria de Promoção de Políticas de Combate à Pobreza e Inclusão Social (CCOPI). Na sua operacionalização atual do FECOP as ações financiadas são formuladas pelas Secretarias Setoriais a partir de demandas da comunidade ou de propostas técnicas oriundas da identificação de problemas ou oportunidades, e negociadas pelos seus gestores com o governador. Caso sejam aprovadas nesta instância, os valores solicitados para a execução das mesmas são cadastrados no sistema WebMapp pelo governador. A par- Página | 9 tir deste cadastro as Secretarias Setoriais elaboram projetos conforme roteiro padronizado, os quais são encaminhados à GEF via e-mail. Após analise pela GEF é emitido um Parecer Técnico e os projetos são submetidos à apreciação do Conselho Consultivo de Políticas de Inclusão Social (CCPIS) por meio de reuniões presenciais ou virtuais. Em caso de aprovação pelo CCPIS, os valores dos projetos passam a constar em Resolução assinada pelo presidente do Conselho, e posteriormente fixados no sistema Limite COGERF para viabilizar sua execução financeira. As Secretarias Setoriais solicitam a liberação dos recursos conforme orçamento e cronograma projetado. Estas solicitações são analisadas para verificação de compatibilidade com o projeto aprovado e, em caso positivo, autorizadas. • Prestação de Contas As Secretarias Setoriais prestam contas à Gerência Executiva do FECOP (GEF) até 60 dias após a liberação dos recursos, através de ofício assinado pelo seu titular, informando detalhadamente a aplicação dos recursos em conformidade com o projeto aprovado e declarando expressamente que a documentação comprobatória das despesas está à disposição dos órgãos fiscalizadores da Administração Pública e da Gerência Executiva do FECOP (GEF), quando assim exigido. Essa documentação encontra-se disseminada nos diversos órgãos que executam ações financiadas pelo Fundo, não sendo condensada em um único processo. O FECOP é considerado uma fonte de receitas (fonte 10) e não uma unidade orçamentária. A Secretaria da Fazenda é a gestora financeira do Fundo. Os Página | 10 recursos do Fundo são transferidos diretamente da Secretaria da Fazenda (SEFAZ). Todo o fluxo (arrecadação, empenho e pagamento), é de responsabilidade da SEFAZ. Semestralmente é elaborado pela GEF um Relatório de Desempenho contendo informações sobre as realizações físicas e financeiras dos projetos, visando o acompanhamento das metas planejadas e a identificação de entraves ou dificuldades para execução dos mesmos. A elaboração do Relatório de Desempenho visa atender aos princípios constitucionais que regem o funcionamento da administração pública quanto à publicidade e transparência dos atos públicos e ao Decreto nº. 29.910 de 29 de setembro de 2009, cujo art. 13, inciso VII, determina que “o Conselho Consultivo de Políticas e Inclusão Social (CCPIS) deverá dar publicidade aos critérios de alocação e uso dos recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP), encaminhando, semestralmente, à Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, à Controladoria Geral do Estado (CGE) e ao Tribunal de Contas (TCE) relatório de desempenho físico-financeiro, no prazo de 60 (sessenta) dias após o encerramento do semestre.” As fontes de informações utilizadas para elaboração deste relatório são oriundas da SEFAZ, do sistema WebMapp e das Secretarias Setoriais. • Monitoramento e Avaliação A atual sistemática de monitoramento consiste na realização de visitas para verificar “in loco” a execução de alguns projetos sugeridos pela GEF e escolhidos pelo CCPIS. Como resultado é gerado um Relatório de Monitoramento de Projetos submetido à apreciação do CCPIS. Não existe uma metodologia específica para este monitoramento. Página | 11 Por indicação do CCPIS são realizadas Avaliações de Impacto de projetos. Estas avaliações são coordenadas pelo IPECE mediante a contratação de consultores especializados e, posteriormente seus resultados são apresentados ao CCPIS. 2.4. Critérios para Seleção de Projetos Os critérios para seleção dos projetos a serem financiados com recursos do FECOP estão definidos na legislação que regulamenta o Fundo, conforme segue: a) O público-alvo do projeto deve ser representado prioritariamente, pela população que se situa abaixo da linha da pobreza (renda familiar per capita inferior a ½ salário mínimo); b) O projeto deve apresentar em seu objeto ações assistenciais e/ou ações estruturantes de combate à pobreza; c) As ações assistenciais deverão priorizar os pobres crônicos ou grupos mais vulneráveis com baixa potencialidade de migrar da condição de pobre para não pobre; d) As ações estruturantes devem estar direcionadas à população pobre para proporcionar-lhe condições de acumular meios que possibilitem a migração de pobre para não pobre; e) O projeto deve priorizar municípios e bairros de Fortaleza, cujas populações estejam situadas abaixo da linha da pobreza; f) Os recursos do projeto deverão ser aplicados em ações suplementares de nutrição, habitação, saúde, saneamento básico, reforço da renda familiar, e em outras ações de relevante interesse social, voltados para a melhoria da qualidade de vida da população pobre.1 1 Para consultar a legislação que regulamenta o FECOP acessar http://fecop.seplag.ce.gov.br/ legislacao Página | 12 II. Justificativa A capacitação para técnicos das Secretarias Setoriais responsáveis pelo planejamento e execução de projetos financiados pelo FECOP vem sendo desenvolvida por sua Gerencia Executiva em parceria com a EGP e IPECE desde o ano de 2011. No exercício de 2011 foi ofertado e realizado em módulos, o Curso Gestão Estratégica de Políticas de Combate à Pobreza, com vistas ao aprimoramento de habilidades para trabalhar no âmbito destas políticas sob distintos arranjos institucionais e contextos políticos. Foi realizado com uma carga horária de 180 horas/aula, sendo o Módulo 1 - FECOP e a Caracterização da Pobreza (20 horas/aula); o Módulo 2 - Gestão de Projetos Sociais (80 horas/aula) e o Módulo III - Monitoramento e Avaliação de Projetos Sociais (80 horas/aula). Foram ofertadas 40 vagas e inscreveram-se 31 pessoas dos quais 12 apresentaram resultado satisfatório e 19 apresentaram resultado não satisfatório. Em 2012 foi realizado um curso com o mesmo nome, tendo como objetivo orientar a implantação de metodologias de monitoramento e avaliação de projetos de combate à pobreza, com carga horária de 40 horas/aula. Foram ofertadas 40 vagas e inscreveram-se 27 pessoas das quais 19 apresentaram resultado satisfatório, 07 apresentaram resultado não satisfatório e 1 desistiu de participar. Em 2013 foi realizado o curso Orientações para Elaboração de Projetos do FECOP, com o objetivo de alinhar conhecimentos sobre a gestão do FECOP com vistas ao aprimoramento de habilidades para trabalhar no âmbito das políticas públicas vol- Página | 13 tadas para a população de baixa renda, em duas turmas de 20 horas/aula cada. Foram ofertadas um total de 90 vagas e inscreveram-se 81 pessoas das quais 67 apresentaram resultado satisfatório, 11 apresentaram resultado não satisfatório e 3 desistiram de participar. Posteriormente foram realizadas 13 Oficinas para orientações individuais as 11 Secretarias Setoriais que tinham projetos financiados pelo FECOP. Consolidando as informações citadas se observa que nos últimos 3 anos, foi dada a oportunidade de capacitação para 170 técnicos e foram efetivamente inscritas 139 pessoas das quais 98 apresentaram resultado satisfatório. No mesmo período foram financiados 355 projetos sendo 96 em 2011, 107 em 2012 e 152 em 2013. Destaca-se que a maioria dos projetos financiados é “de continuidade” (sua execução extrapola o ano fiscal), que o número de projetos vem crescendo a cada ano e que geralmente cada projeto apresenta dois responsáveis técnicos. Devem ser computadas também como clientela as pessoas responsáveis por prestação de contas, coordenadores e gerentes de unidades administrativas a que estes projetos se vinculam, e pelo menos uma pessoa por secretaria que desempenha o papel de articulador entre a Gerência Executiva do FECOP (GEF) e a setorial. Deve ser registrado, ainda, o alto índice de rotatividade dos gestores e técnicos responsáveis por projetos do FECOP nas Secretarias Setoriais. O que pode ser concluído é que apesar da oferta de vagas para capacitação ser inferior a demanda estimada, não houve uma ocupação plena das mesmas e é muito expressivo o numero de participantes com aproveitamento insatisfatório. Para ajudar o Página | 14 entendimento deste fato algumas considerações são levantadas: o número de vagas ocupadas inferior a oferta e o número de alunos cujo desempenho resulta de faltas podem ser imputados a dificuldade das Secretarias Setoriais em os liberarem durante todo o período da capacitação. Merece reflexão também a carga horária dos cursos ofertados e a metodologia de capacitação adotada durante o período citado para buscar oportunidades de melhoria e garantir maior atratividade e melhor aproveitamento. Em que pese o esforço despendido no período citado, a qualidade dos projetos apresentados para financiamento pelo FECOP em 2014 e elaborados por pessoas que passaram pelo processo de capacitação, em poucos casos pode ser considerada adequada para uma perfeita compreensão de seus elementos constituintes. Isso dificulta processos posteriores de monitoramento e avaliação e contribui consequentemente, para dificultar a identificação dos beneficiários e sua eficiência e eficácia no enfrentamento a pobreza. Embora de difícil ponderação por seu caráter subjetivo, a qualidade dos projetos pode ser estimada pela constante devolução dos mesmos para ajuste e esclarecimentos. A atividade de monitoramento realizada pelas Secretarias Setoriais é também uma dificuldade que se coloca, limitando a compreensão dos processos pertinentes à execução dos projetos. Em raros casos se tem informações precisas e tempestivas sobre os produtos gerados pelos projetos financiados. Identificar metododologicamente gargalos e entraves durante a execução para a proposição de ajustes e melhorias, não é uma pratica usual. Diante do cenário aqui registrado, a avaliação dos projetos financiados pelo FECOP encontra sérias dificuldades para a aferição Página | 15 dos seus resultados, impedindo o aproveitamento de experiências exitosas ou a repetição de experiências equivocadas. Considerando o exposto, propõe-se uma ação estruturada, seqüenciada e reforçada sistematicamente, baseada no desenvolvimento de competências e orientada pelo Programa de Formação Continuada em Elaboração, Monitoramento e Avaliação de Projetos de Combate a Pobreza e Inclusão Social. A intenção é formar um capital humano capaz de entender as causas e conseqüências da pobreza no Ceará e propor ações capazes de combinar a exigüidade dos recursos disponíveis com a criatividade e o empenho do povo cearense, colaborando para minorar o quadro de exclusão ora vigente em nosso estado. Página | 16 III. Público Alvo Servidores/empregados públicos estaduais, em exercício no poder executivo estadual, que atuam como técnicos e gestores de projetos financiados pelo Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP). IV. Objetivos Geral Desenvolver competências (conhecimento, habilidades e atitudes) técnicas, gerenciais e organizacionais para elaboração, monitoramento e avaliação de projetos de combate à pobreza e inclusão social. Específicos • Identificar as competências necessárias ao desenvolvimento técnico, gerencial e organizacional dos técnicos e gestores que atuam no FECOP; • Capacitar o corpo técnico e gerencial, tornando-o apto para elaboração de projetos e definição de metodologias de monitoramento e avaliação; • Propiciar oportunidades de conhecimento e reflexão sobre as causas e conseqüências da pobreza e o papel do Estado no seu enfrentamento; • Promover e disseminar estudos e pesquisas com temáticas relacionadas aos projetos financiados pelo FECOP. Página | 17 V. Estratégias de Ação Para o alcance dos objetivos propostos, o Programa de Formação Continuada em Elaboração, Monitoramento e Avaliação de Projetos de Combate a Pobreza e Inclusão Social estrutura suas ações de capacitação e socialização da produção técnica e científica da área de interesse do Programa em dois níveis: 1. Nível Básico As atividades deste nível devem abordar a concepção e a estrutura do FECOP, as condicionantes técnicas e legais para o acesso aos recursos do Fundo, a socialização de experiências exitosas, dentre outras temáticas envolvidas com o tema geral, tais como a análise e compreensão das condicionantes da pobreza, caracterização dos pobres no Ceará e o papel do Estado no enfrentamento da pobreza. Seu público é composto por técnicos ou gestores que trabalham com recursos do FECOP e pessoas que tenham interesse na temática do Programa. Desenvolve-se por meio de palestras, seminários, fóruns e de outros eventos de curta duração. Página | 18 2. Nível Específico As atividades deste nível destinam-se a difusão de métodos e técnicas específicas de planejamento, buscando o aperfeiçoamento do Projeto de Referência2 para a obtenção de recursos do FECOP, a implantação e/ou reforço das atividades de acompanhamento e monitoramento, a estruturação, divulgação e análise de processos de avaliação de projetos financiados pelo Fundo. Seu público é composto por técnicos e gestores que trabalham com recursos do FECOP. Desenvolve-se por meio de cursos e oficinas. 2 Considera-se como Projeto de Referencia aquele elaborado de acordo com o modelo definido pela gestão do FECOP. Página | 19 VI. Metas Ano: 2014 Tipo de Evento Seminário Curso Tema Desafios para a Gestão de Políticas de Combate a Pobreza e Inclusão Social Introdução à Avaliação de Impactos de Programas Sociais Quant. 1 1 Ano: 2015 Tipo de Evento Curso Curso Curso Curso Oficina Workshop Ciclo de Palestras Seminário Tema Orientações para Elaboração de Projetos Orçamento Público Estadual e o FECOP Introdução ao Monitoramento de Projetos Introdução à Avaliação de Impacto de Programas Sociais Elaboração de Projetos Matriz de Marco Lógico Temas pertinentes à área Temas pertinentes à área Quant. 1 1 1 1 10 1 1 1 VII. Indicadores De Atividades: • Nº de atividades de nível específico realizadas; • Nº de atividades de nível básico realizadas; • Número de horas/aula ministradas; • % de implantação da Biblioteca Virtual. De Produtos: • Nº de pessoas certificadas no nível básico; • Nº de pessoas certificadas no nível específico; • Nº de arquivos disponibilizados na Biblioteca Virtual. Página | 20 De Resultado: • Nº de acessos à Biblioteca Virtual; • Nº de pessoas certificadas no nível básico do Programa; • Nº de pessoas certificadas em pelo menos 80% das atividades de nível específico. De Impacto: • Nº de Projetos elaborados em conformidade com as diretrizes do FECOP. VIII. Resultados Esperados • Ampla divulgação das ações realizadas no âmbito do FE• • • • COP e das informações socioeconômicas da população assistida; Maior focalização dos projetos para o enfrentamento à pobreza com identificação dos beneficiários a partir de critérios bem definidos; Otimização dos resultados de monitoramento a partir da melhor definição dos indicadores dos projetos; Maior viabilidade de identificação dos efeitos e impactos gerados pelo FECOP; Servidores e empregados públicos aptos para trabalhar com os projetos do FECOP. Página | 21 IX. Monitoramento Para nivelamento conceitual, utiliza-se como entendimento de monitoramento a definição Phil Bartle (2007) Monitoramento é a observação e o registro regular das atividades de um projeto ou programa. É um processo rotineiro de acúmulo de informações do projeto em todos os seus aspectos. Monitorar á checar o progresso das atividades do projeto, ou seja, uma observação sistemática e com propósitos. Monitorar é também dar um retorno sobre o projeto aos seus colaboradores, implementadores e beneficiários. A criação de relatórios permite que todas as informações reunidas sejam usadas na tomada de decisões em prol da aperfeiçoamento da performance do projeto. Neste contexto, o monitoramento do Programa será realizado observando as seguintes informações: 1. Relação entre número de inscritos nos eventos de formação e o número de aprovados. Esta informação possibilitará o monitoramento do índice de aproveitamento das oportunidades formativas. Toda oferta deverá ter um percentual de aproveitamento de vagas igual ou superior a 80%. Para os eventos cujo percentual for inferior ao sinalizado anteriormente, a coordenação do Programa deverá ser informada para que, juntamente com a agência formadora, sejam verificadas e implementadas correções de rotas com vista ao alcance das metas estabelecidas. Página | 22 2. Relação entre o conhecimento que se tinha acerca da temática antes e após o curso, aplicado apenas aos eventos de formação classificados como curso ou oficina. Para este item, o evento de formação para o qual ele se aplica deverá atingir um percentual de conhecimento da temática após o curso igual ou superior a 70%. Esta informação possibilitará a agência formadora e aos demais interessados uma visão sobre o sucesso da aprendizagem ocorrida nos eventos de formação em pauta, com ênfase na competência conhecimento. X. Avaliação A avaliação de impacto será realizada após um ano de implementação do Programa. Objetiva verificar se a capacitação ministrada provocou algum impacto na qualidade dos projetos apresentados. A qualidade dos projetos será mensurada pela pontuação obtida na avaliação dos itens constantes no roteiro de elaboração dos projetos. A pontuação de cada item será definida de acordo com a adequação dos elementos textuais, tabelas, gráficos e mapas aos objetivos descritos nos tópicos do roteiro de elaboração dos projetos. A linha de base para a avaliação será realizada pela classificação dos projetos apresentados antes do inicio da formação, de acordo com os critérios estabelecidos para a pontuação dos itens do projeto. O mesmo procedimento será adotado após a realização da formação. Com base na análise dos projetos formulados pelas pessoas que passaram pelo processo de capacitação será possível identificar ainda oportunidades de melhoria e necessidade de reforço em conteúdos específicos. Página | 23 Os resultados obtidos na Avaliação do Programa serão fundamentais para o seu planejamento nos anos subsequentes. Critérios para Avaliação: I. II. III. IV. V. Realização de diagnóstico a partir de dados primários e/ ou secundários da população-alvo da intervenção apresentados em tabelas, gráficos e/ou mapas na escala de intervenção em que o projeto deve atuar (20 pontos); Definição clara dos objetivos do projeto a partir da mudança no problema identificado no diagnóstico (10 pontos); Definição dos beneficiários a partir de critérios bem definidos elaborados a partir das características socioeconômicas das populações assistidas (10 pontos); Apresentação das etapas do projeto no quadro-síntese da Cadeia de Resultados (Marco Lógico) (40 pontos); Descrição dos indicadores utilizados para o monitoramento da execução do projeto (20 pontos). A melhoria da qualidade do projeto será medida pelas diferenças entre as pontuações obtidas antes e depois da formação. XI. Competências Da CCOPI • Articulação com as setoriais para aferição da demanda quantitativa por capacitação; • Realizar reuniões de sensibilização junto aos técnicos das setoriais para sensibilização quanto à importância do Programa; • Atuar, junto com a EGP, na divulgação e organização dos Página | 24 • • • • eventos de capacitação; Promover a divulgação de estudos, pesquisas e demais documentos cedidos por instituições colaboradoras e relacionados à temática da pobreza. Disponibilizar técnicos da unidade para, em parceria com o IPECE, ministrar disciplinas dos cursos. Realizar em conjunto com IPECE e EGP a avaliação do Programa de Formação. Implantar a Biblioteca Virtual do FECOP em parceria com a EGP. Da Escola de Gestão (EGP) • Planejar e realizar, em parceria com a CCOPI/SEPLAG e IPE- • • • • CE, os eventos de formação previstos no Programa de Formação Continuada em Elaboração, Monitoramento e Avaliação de Projetos de Combate à Pobreza e Inclusão Social. Realizar, em parceria com a CCOPI/SEPLAG, a identificação das competências necessárias ao desenvolvimento técnico, gerencial e organizacional dos técnicos e gestores que atuam no FECOP. Contribuir para a disseminação de estudos e pesquisas com temáticas relacionadas aos projetos financiados pelo FECOP. Realizar, em parceria com a CCOPI/SEPLAG e IPECE o processo de monitoramento do Programa de Formação. Produzir, em parceria com a CCOPI e IPECE, o material de apoio a ser utilizado nos cursos e demais eventos de capacitação. Do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) Página | 25 • Disponibilizar técnicos da unidade para, em parceria com o CCOPI, ministrar algumas disciplinas dos cursos; • Disponibilizar informações socioeconômicas e estudos técnicos para o Biblioteca Virtual do FECOP; • Prestar assessoria técnica para elaboração dos planos de avaliação dos projetos do FECOP; • Realizar em conjunto com CCOPI e EGP a avaliação do Programa de Formação. Anexo Marco Lógico do Programa Cadeia Lógica de Objetivos Impactos Resultados Descrição Projetos elaborados de acordo com as diretrizes do FECOP Ampla divulgação das ações realizadas no âmbito do FECOP e das informações socioeconômicas da população assistida Servidores/ empregados públicos aptos para trabalhar com os projetos do FECOP Indicadores Nº de projetos elaborados em conformidade com as diretrizes do FECOP Meios de Verificação Riscos Relatório de avaliação de impacto do programa Mudança nas equipes responsáveis pelos projetos Nº de acessos à Biblioteca Virtual Relatórios da Gerência Executiva do FECOP Nº de pessoas certificadas em pelo menos 80% das atividades de nível específico Rotatividade de pessoal nas Secretarias executoras dos projetos Relatórios da Escola de Gestão pública Baixo índice de aproveitamento dos cursos Nº de pessoas certificadas no nível básico Página | 26 Produtos Servidores/ empregados públicos capacitados Biblioteca Virtual Implantada Realização de atividades de nível básico (palestras, workshops, seminários, simpósios, etc) Atividades Realização de atividades de nível específico (cursos e oficinas) Implantação de Biblioteca Virtual do FECOP Recursos humanos e financeiros da EGP Insumos Recursos humanos e financeiros da SEPLAG Recursos humanos da SEPLAG e IPECE Página | 27 Nº de pessoas certificadas no nível básico Nº de pessoas certificadas no nível específico Nº de arquivos disponibilizados no site Nº de atividades de nível básico realizadas Nº de atividades de nível específico realizadas Nº de horas aula ministradas Relatórios da Escola de Gestão Pública Relatórios da Gerência Executiva do FECOP Relatórios da Gerência Executiva do FECOP Relatórios da Escola de Gestão pública Alto índice evasão nos cursos Entraves na disponibilização de acervo no ambiente virtual Demanda insuficiente para os eventos de capacitação Não liberação dos técnicos das setoriais para participação nas capacitações % de implantação da Biblioteca Virtual % de execução dos recursos programados Relatórios financeiros dos sistemas corporativos do Estado Nº de pessoas envolvidas com o projeto Relatórios gerenciais do Programa Alternância de poder no Estado Dificuldades para disponibilização de recursos financeiros