BOLETIM ECONÔMICO
INDÚSTRIA BRASILEIRA DE MATERIAIS E
EQUIPAMENTOS FERROVIÁRIOS E RODOVIÁRIOS
EDIÇÃO: 06 | FEVEREIRO 2014
JANEIRO-DEZEMBRO 2013
DESEMPENHO DA PRODUÇÃO NO SETOR
O desempenho do setor de materiais e equipamentos ferroviários e
rodoviários, em 2013, foi fraco para a
grande maioria dos segmentos que
compõem essa indústria.
Na análise dos dados acumulados de janeiro a dezembro de 2013,
o resultado geral de crescimento de
10,9% na atividade de fabricação de
implementos rodoviários decorreu basicamente do crescimento de 33,6%
na produção de reboques, graças ao
bom desempenho do setor agrícola. A
produção de carrocerias sobre chassis, no entanto, recuou 0,2% no ano.
Houve queda de 25% na produção
de equipamentos metroferroviários e
vagões de carga, segundo dados do
IBGE.
As atividades nos segmentos de
carrocerias para ônibus e de veículos de duas rodas, incluindo peças,
praticamente empataram em 2013,
em relação a 2012, já que os resultados foram de taxas de crescimento
de apenas 0,2% e 0,6%, respectivamente.
O resultado para o cômputo geral
dos segmentos filiados ao SIMEFRE
em 2013 é de queda de 1,5%, na
comparação com o ano anterior.
GRÁFICO 01: CRESCIMENTO SOBRE 2010
NÚMERO ÍNDICE (BASE 100= MÉDIA DE 2010) | DO ANO DE 2011 A 2013
FONTE: PIM-PF/IBGE E SIMEFRE | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
TABELA 01: ATIVIDADE NA INDÚSTRIA
EM VARIAÇÃO PERCENTUAL | JANEIRO A DEZEMBRO DE 2013
VARIAÇÃO PERCENTUAL
SEGMENTOS
JUL13-DEZ13/
JUL12-DEZ12
JAN13-DEZ13/
JAN12-DEZ12
CARROCERIAS PARA ÔNIBUS
1,6%
0,2%
IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS1
21,2%
10,9%
METROFERROVIÁRIO E VAGÕES DE CARGA
-42,1%
-25,1%
VEÍCULOS DE DUAS RODAS
16,6%
0,6%
2
FONTE: PIM-PF/IBGE E SIMEFRE | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
TABELA 02: NÚMERO DE EMPLACAMENTOS
EM NÚMERO E VARIAÇÃO PERCENTUAL | JANEIRO A DEZEMBRO DE 2013
EM NÚMEROS
VARIAÇÃO PERCENTUAL
JAN13-DEZ13
JAN13-DEZ13/
JAN12-DEZ12
CARROCERIAS PARA ÔNIBUS
35.231
19,5%
IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS1
177.876
10,9%
1.513.082
-7,6%
SEGMENTOS
VEÍCULOS DE DUAS RODAS2
FONTE: ANFIR, FENABRAVE E SIMEFRE | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
1. O SEGMENTO IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS É COMPOSTO POR DOIS SUBGRUPOS: CARROCERIAS SOBRE CHASSIS E REBOQUES E SEMIRREBOQUES
2. SEGMENTO VEÍCULOS DE DUAS RODAS: DADOS EXTRAÍDOS DA PIM-PF (IBGE), INCLUEM OS SEGUINTES PRODUTOS: BICICLETAS E OUTROS CICLOS (INCLUIDOS OS TRICICLOS), SEM MOTOR,
MOTOCICLETAS (INCLUSIVE OS MOTOCICLOS) COM MOTOR DE PISTÃO ALTERNATIVO DE CILINDRADA > 50CM3, PEÇAS E ACESSÓRIOS PARA MOTOCICLETAS, MOTOCICLOS E SEMELHANTES
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E EQUIPAMENTOS FERROVIÁRIOS E
RODOVIÁRIOS
FEVEREIRO 2014
BOLETIM ECONÔMICO
DESEMPENHO DO EMPREGO NO SETOR
De acordo com os dados do Ministério do Trabalho e Emprego, em
janeiro de 2012, o setor de materiais
e de equipamentos ferroviários e rodoviários reunia um contingente de 98,9
mil empregados na soma das atividades em que atua. Entretanto, ao longo
do ano, ocorreram 9 mil demissões,
com o setor chegando em dezembro
de 2012 a um quadro de 89,9 mil trabalhadores.
De janeiro a dezembro de 2013,
nota-se a retomada do emprego no
setor, com 3,6 mil novas contratações,
chegando-se ao cômputo de 94,5 mil
trabalhadores diretos, o que representou um leve crescimento de 0,41% em
relação aos números do período anterior (janeiro a dezembro de 2012).
O segmento de implementos rodoviários foi o que mais contribuiu para
essa retomada, com a geração de 3,57
mil novos postos de trabalho no período. Esse resultado representou um
acréscimo de 1,99% no número de trabalhadores do segmento em destaque.
GRÁFICO 02: EVOLUÇÃO MENSAL DO EMPREGO
BRASIL | DEZEMBRO DE 2009 A DEZEMBRO DE 2013
FONTE: PIM-PF/IBGE E SIMEFRE | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
O segmento de duas rodas pouco
contribuiu para a citada reversão, tendo gerado apenas 90 novas vagas no
ano de 2013. O segmento apresenta
variação negativa de 0,63% nos últimos 12 meses.
O segmento metroferroviário e vagões de carga apresentou saldo negativo de 105 vagas no período, acumulando variação negativa de 7,17%, nos
mesmos 12 meses.
TABELA 03: EVOLUÇÃO DO EMPREGO NO SETOR
EM NÚMERO E EM VARIAÇÃO PERCENTUAL | JANEIRO A DEZEMBRO DE 2013
EM NÚMEROS
SEGMENTOS
VARIAÇÃO PERCENTUAL
EMPREGO GERADO NO ANO DE
2012
EMPREGO GERADO NO ANO DE
2013
EMPREGADOS
EM DEZEMBRO
DE 2013
DEZ13/
DEZ12
JAN13-DEZ13/
JAN12-DEZ12
IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS1
-5.393
3.573
63.366
5,98%
1,99%
METROFERROVIÁRIO E VAGÕES DE
CARGA
-1.453
-105
9.139
-1,14%
-7,17%
VEÍCULOS DE DUAS RODAS
-2.253
90
22.000
0,41%
-0,63%
TOTAL DAS ATIVIDADES
-9.099
3.558
94.505
3,91%
0,41%
FONTE: CAGED/MTE E RAIS 2011 | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
1. O SEGMENTO IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS É COMPOSTO POR DOIS SUBGRUPOS: CARROCERIAS SOBRE CHASSIS E REBOQUES E SEMIRREBOQUES
02
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RODOVIÁRIOS
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COMÉRCIO INTERNACIONAL BRASILEIRO NO SETOR
No ano de 2013, as importações
do setor chegaram a US$ 2.430,2
milhões, valor 12,89% inferior ao verificado no ano de 2012. O resultado
decorre da queda de 11,62% nas importações de veículos de duas rodas,
seguido pelos segmentos metroferroviário e vagões de carga e implementos rodoviários, com quedas de 9,33%
e 7,56%, respectivamente.
As exportações do setor no ano
de 2013 totalizaram US$ 1.153,4 milhões, o que representa queda de
23,0%, na comparação com 2012.
Esse desempenho reflete o recuo de
42,82% nas exportações de produtos
metroferroviários e vagões de carga e
de 34,61% nas de implementos rodoviários, resultados não neutralizados
pelo aumento de 6,54% nas vendas
externas de veículos de duas rodas.
TABELA 04: EVOLUÇÃO DAS IMPORTAÇÕES
EM VARIAÇÃO PERCENTUAL | JANEIRO A DEZEMBRO DE 2013
VARIAÇÃO PERCENTUAL
SEGMENTOS
DEZ13/
NOV13
DEZ13/
DEZ12
JAN13-DEZ13/
JAN12-DEZ12
IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS1
-12,21%
-51,44%
-7,56%
METROFERROVIÁRIO E VAGÕES
DE CARGA
55,25%
99,18%
-9,33%
VEÍCULOS DE DUAS RODAS
-7,37%
20,75%
-11,62%
TOTAL DAS ATIVIDADES
12,49%
1,27%
-12,89%
FONTE: ALICE WEB/ SECEX | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
TABELA 05: EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES
EM VARIAÇÃO PERCENTUAL | JANEIRO A DEZEMBRO DE 2013
VARIAÇÃO PERCENTUAL
SEGMENTOS
DEZ13/
NOV13
DEZ13/
DEZ12
JAN13-DEZ13/
JAN12-DEZ12
IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS1
-33,43%
-95,48%
-34,61%
METROFERROVIÁRIO E VAGÕES
DE CARGA
420,46%
964,55%
-42,82%
VEÍCULOS DE DUAS RODAS
13,11%
2,21%
6,54%
TOTAL DAS ATIVIDADES
-35,26%
-44,41%
-23,00%
FONTE: ALICE WEB/ SECEX | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
TABELA 06: COMPARATIVO DAS IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES
EM MILHÕES DE DÓLARES | JANEIRO A DEZEMBRO DE 2013
IMPORTAÇÕES
SEGMENTOS
EXPORTAÇÕES
DEZ13
JAN13-DEZ13
DEZ13
JAN13-DEZ13
IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS1
10,2
245,2
3,1
354,2
METROFERROVIÁRIO E
VAGÕES DE CARGA
193,1
1.706,2
163,3
453,7
VEÍCULOS DE DUAS RODAS
35,5
478,8
34,3
345,5
TOTAL DAS ATIVIDADES
238,8
2.430,2
200,6
1.153,4
FONTE: ALICE WEB/ SECEX | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
1. O SEGMENTO IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS É COMPOSTO POR DOIS SUBGRUPOS: CARROCERIAS SOBRE CHASSIS E REBOQUES E SEMIRREBOQUES
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RETROSPECTIVA DE 2013 E PERSPECTIVAS PARA 2014
No ano de 2013, os vários segmentos que compõem
o setor de materiais e equipamentos ferroviários e rodoviários apresentaram recuo. A exceção ocorreu com o
segmento de implementos rodoviários, que foi estimulado
pelo bom desempenho do setor agrícola. As perspectivas
para 2014 não são muito animadoras, devido ao fraco
crescimento do País e pela elevação das taxas de juros
do BNDES. Mas para 2015 vislumbra-se o início de uma
ótima fase para o setor, quando as questões regulatórias e
os processos de licitação terão terminado e os investimentos nos setores rodoviários e ferroviários serão traduzidos
em encomendas de equipamentos. O apoio do governo
ao setor tem sido importante, seja pelo PAC, seja pelo estimulo à indústria nacional. Há indícios de que a cadeia
produtiva está se reindustrializando.
MEDIDAS VOLTADAS PARA A REDUÇÃO DO CUSTO BRASIL
LOGÍSTICA INTEGRADA: No
ano de 2013, foram aprovadas pelo
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dez
operações de crédito no valor R$ 5
bilhões, no âmbito do Programa de
Logística, que prevê investimentos de
R$ 10,7 bilhões. Até 2020, a expectativa é de que haja um equilíbrio entre os modais rodoviário e ferroviário,
condição fundamental para a redução
do custo logístico no Brasil. A meta é
estabelecer uma estrutura integrada
de transportes para atender ao crescimento da demanda e à expansão da
fronteira econômica, visando aumentar a competitividade da economia
brasileira. Os leilões e as concessões
de estradas objetivam reduzir o custo
logístico do País e ajudar a reanimar a
economia com investimentos de cerca de R$ 50 bilhões.
RODOVIAS: O Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu em 2013
a etapa do pacote de concessão de
rodovias, aprovando os estudos econômico-financeiros dos lotes 3, 5 e 7,
com extensão total de 2.850 quilômetros. Além desses, a presidente Dilma
Rousseff já havia autorizado o início
das obras de duplicação da BR-280,
no trecho que liga São Francisco do
Sul até Jaraguá do Sul. Em 2013,
ocorreram cinco leilões de estradas
04
nas regiões Centro-Oeste e Sudeste,
com 4,2 mil quilômetros em rodovias
concedidos à iniciativa privada, a um
deságio médio de 52%, em relação
ao teto tarifário fixado pelo governo.
Esses leilões tiveram como contrapartida investimentos de R$ 28,7 bilhões,
no prazo de 30 anos de concessão.
Mudanças na modelagem das concessões, fatiando trechos e elevando
o teto das tarifas para melhorar o retorno do negócio, mostraram-se bemsucedidas, no sentido de atrair o interesse de investidores às concessões
de rodovias. O governo arcará com
os investimentos nos trechos de baixo
tráfego, onde não houver interesse do
setor privado. A expectativa é de que
ocorram mais 12 leilões no primeiro
semestre de 2014, já que o calendário eleitoral proíbe licitações a partir
de junho. Nos primeiros cinco anos
do programa de concessões ocorrerão cerca de 85% dos investimentos,
atraindo empresas de grande porte,
como construtoras, bancos e fundos
de investimento. O Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social
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RODOVIÁRIOS
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MEDIDAS VOLTADAS PARA A REDUÇÃO DO CUSTO BRASIL
(BNDES) será responsável por 85%
do financiamento das obras. As obras
de duplicação das rodovias federais
terão início sem a etapa das licenças
ambientais, consideradas entraves
aos investimentos de infraestrutura.
As obras nos trechos de até 25 km
sem vegetação poderão ser iniciadas.
Após a transferência da rodovia para
a concessionária, bastará um relatório do IBAMA atestando que não há
impacto para o ambiente.
MOBILIDADE URBANA: As manifestações de junho de 2013 evidenciaram a necessidade de se ofertar
transporte público de maior qualidade,
a um custo mais baixo, à população. O
governo federal anunciou investimentos de cerca de R$ 140 bilhões em
obras de mobilidade urbana em todo
o País. Desse pacote, R$ 5,4 bilhões
irão para obras no Estado de São
Paulo. A prefeitura de São Paulo pretende implantar 150 km de corredores
de ônibus até 2016 e 24 estações do
metrô até 2014, passando dos atuais
74,3 km de malha para 100 km. Além
disso, nos próximos sete anos, o Metrô de São Paulo irá dobrar de tamanho. O sistema deverá superar os 150
quilômetros até o fim desta década.
Em Salvador (BA), a prefeitura prevê
investimentos da ordem de R$ 1,1 bilhão em mobilidade até 2016. O foco
será o transporte público de ônibus.
MARCO REGULATÓRIO PARA
A OPERAÇÃO DOS ÔNIBUS RODOVIÁRIOS: No caso dos ônibus
rodoviários, usados nas linhas interestaduais, tem pairado uma forte incerteza quanto ao marco regulatório.
Os contratos que permitem a exploração dos serviços venceram em 2008.
Desde então, todas as empresas do
País mantêm suas operações por
meio de licenças especiais, em caráter provisório. O setor reivindicava
que as regras para as autorizações
fossem mantidas, dada a complexidade na operação dessas linhas. A troca
de concessão por licitações poderia
causar a desestruturação do sistema,
devido à dificuldade de deslocar motoristas que já conhecem as estradas
onde operam. A partir de conclusões
extraídas de audiências públicas, o
governo decidiu, no início de 2014,
restringir o perfil de investidores interessados em disputar o leilão para a
operação nessas 2.109 linhas, com
mais de 75 mil quilômetros e previsão
de R$ 23 bilhões em investimentos.
O acesso aos leilões ficou limitado a
empresas que já atuam no serviço,
individualmente ou por meio de consórcios. Pelo cronograma da Agência
Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT), condicionado à liberação do
leilão na justiça, o processo de avaliação técnica das propostas, homologação dos lotes de linhas e a assinatura
dos contratos ocorrerão até o fim de
2014. A forte demanda reprimida pela
renovação da frota de ônibus rodoviários, ao ser suprida, poderá dar um
grande impulso ao setor a partir de
2015, tão logo as dúvidas quanto ao
marco regulatório sejam sanadas.
FERROVIAS: Para destravar as
concessões de ferrovias em 2014, o
governo resolveu atender aos pedidos da iniciativa privada. O governo
pretende entregar às próprias empresas a responsabilidade de fazer
estudos de viabilidade e anteprojetos
de engenharia, por meio de chamada
pública. Serão colocadas em prática
as licitações dos estudos mais bem
avaliados. O procedimento valerá
apenas para ferrovias totalmente novas, maioria entre os 14 trechos, em
um total de 11 mil quilômetros. O PAC
(Programa de Aceleração do Crescimento) tem quatro projetos de ferrovias de carga no Brasil. Entre eles,
a integração Centro-Oeste, que pre-
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FEVEREIRO 2014
BOLETIM ECONÔMICO
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RODOVIÁRIOS
MEDIDAS VOLTADAS PARA A REDUÇÃO DO CUSTO BRASIL
tende interligar o Centro-Norte aos
portos do País pela Norte-Sul, em
uma extensão de 1.638 km. O início
das obras ocorreu em 2013 e a conclusão está prevista para 2017. Outro
projeto será integrar todo o território
nacional, com 2.255 km de extensão.
As obras foram iniciadas em 1996 e
a previsão é de entrega em 2014. A
Nova Transnordestina, que também
faz parte do PAC, ligará Suape (PE) a
Pecém (CE), no eixo Norte-Sul, com
1.728 km de linhas férreas. E, por último, a integração do eixo Oeste-Leste,
que ligará a Bahia aos principais portos do País pela Norte-Sul, chegando
a 1.022 km de extensão. Essas obras
foram iniciadas em 2012 e têm a sua
conclusão prevista em 2015. Até março de 2014, serão lançadas as Propostas de Manifestação de Interesse
(PMI) de quatro trechos de ferrovias.
AMBIENTE MACROECONÔMICO E VIABILIDADE DOS PROJETOS
DE INFRAESTRUTURA: Mesmo com
tantos anúncios de investimentos em
infraestrutura, a conjuntura atual, com
investimentos fracos, baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB),
alta do dólar, mudança da política monetária nos Estados Unidos, possibilidade de rebaixamento do nível de ra-
ting do Brasil e o avanço da inflação,
piorou as condições para que esses
investimentos se realizem no ritmo
anunciado. Tal ambiente macroeconômico reduziu a atratividade de alguns
projetos. Os custos de financiamento
poderão elevar-se, já que a alta na
taxa básica de juros também resultará
em uma redução da taxa interna de
retorno (TIR) dos projetos, inibindo a
atratividade dos mesmos. A necessidade de austeridade fiscal por parte
do governo, somada à queda na parcela de captações privadas, são fatos
que poderão gerar o atraso de alguns
projetos.
RESULTADOS DO SETOR EM 2013 E PERSPECTIVAS PARA 2014
CARROCERIAS PARA ÔNIBUS:
Urbanos: Em 2013, o segmento
de carrocerias para ônibus urbanos
foi bastante atingido pela redução de
compras das empresas, pelo rebaixamento das tarifas e pelas perdas
causadas pelas queimas de ônibus
em virtude das manifestações de rua.
No segmento urbano, as tarifas foram
rebaixadas em R$ 0,20. Ônibus foram
depredados e incendiados. Essas
ações assustaram os empresários,
que reduziram drasticamente suas
compras.
Rodoviários: No segmento rodoviário, a mudança do sistema de
autorização nas linhas interestaduais
para um processo de licitações trouxe muita insegurança aos operadores
e as encomendas foram totalmente
suspensas. Enquanto o problema regulatório não se resolve, a solução
seria estimular o aquecimento do
programa de renovação da frota de
ônibus escolares no interior e melhorar a infraestrutura rodoviária para
06
poder oferecer ônibus BRT. Tais iniciativas poderiam reverter o quadro
ruim que está sendo visto para o setor
em 2014. A previsão é de queda de
30% na atividade este ano, além da
demissão de nove mil funcionários no
primeiro trimestre, com queda na demanda de produtos nos fornecedores
de componentes, que empregam outros 27 mil trabalhadores. Para 2015,
as previsões são muito boas devido à
necessidade de renovação das frotas
de ônibus urbanos, conforme indica
o relatório do Ministério das Cidades,
além do equacionamento das regras
para o mercado de ônibus rodoviários.
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E EQUIPAMENTOS FERROVIÁRIOS E
RODOVIÁRIOS
FEVEREIRO 2014
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RESULTADOS DO SETOR EM 2013 E PERSPECTIVAS PARA 2014
IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS:
Vários fatores contribuíram positivamente para o desempenho do setor
de implementos rodoviários em 2013.
Entre eles, estão o IPI de 0%, a disponibilidade de crédito a taxas bastante
atrativas (Finame/PSI), os investimentos realizados em infraestrutura no
Brasil, os projetos e obras que foram
executados nas cidades sedes dos
jogos da Copa das Confederações e
Copa do Mundo de Futebol, o bom
desempenho do PAC II e os incentivos fiscais para aquisição de bens de
consumo.
Carrocerias sobre chassis: O
segmento de carrocerias para caminhões leves é bastante vinculado ao
crescimento do PIB. Por isso, a perspectiva é de um 2014 muito fraco para
esse segmento.
Reboques e semirreboques:
Contribuíram para o bom resultado
desse segmento fatores como o crescimento do agronegócio, obras de
construção civil, lei de descanso dos
motoristas, taxa de juros ainda baixas,
até meados de 2013, e condições favoráveis de financiamento do Finame
para a renovação de frota, devido às
novas regras de incorporação do freio
ABS. Para 2014, as perspectivas são
de dúvidas quanto às taxas do Finame
PSI, estabilidade na linha para veículos de carga pesada e crescimento
das exportações, mesmo sabendo-se
que o mercado doméstico é o primordial para esse segmento.
VEÍCULOS DE DUAS RODAS:
Bicicletas: A produção nacional
se manteve no ano de 2013 em patamares muito próximos aos de 2012,
mas houve agregação de valor. Nota-se uma melhora no padrão de bicicletas produzidas no País, principalmente na Zona Franca de Manaus. As
exportações, mais uma vez, foram irrelevantes. No entanto, acontecimentos recentes, com a entrada de grupos
estrangeiros no País, aumentaram a
possibilidade de o Brasil transformar-se em um verdadeiro polo exportador
de bicicletas. As manifestações de
rua atrapalharam as vendas no varejo
em 2013. Para 2014, existe uma certa
apreensão. uma vez que o setor não
vislumbra mudanças no cenário eco-
nômico, além dos fatores extraordinários como as eleições e a Copa do
Mundo. Essa última pode atrapalhar
o consumo de produtos do segmento, pois o ano terá, efetivamente, 11
meses.
Motocicletas: Restrições ao crédito, variações cambiais e inflação,
entre outros fatores, têm impactado
esse mercado. Os altos índices de
inadimplência em 2010 e 2011 fizeram
com que, desde 2012, as instituições
financeiras aumentassem bastante o
rigor na concessão de crédito, o que
impactou diretamente o mercado de
motocicletas. O ano de 2014 também
não será um bom ano para esse segmento. A tendência ainda é de austeridade por parte dos bancos no que
tange à liberação de crédito. Além disso, o produto motocicleta terá como
um de seus fortes concorrentes o televisor, que tem aumento significativo
na demanda em períodos de Copa.
Poderá haver aumento nas exporta-
07
INDÚSTRIA BRASILEIRA DE MATERIAIS
E EQUIPAMENTOS FERROVIÁRIOS E
RODOVIÁRIOS
FEVEREIRO 2014
BOLETIM ECONÔMICO
RESULTADOS DO SETOR EM 2013 E PERSPECTIVAS PARA 2014
ções com a desvalorização do real.
EQUIPAMENTOS METROFERROVIÁRIOS, CARROS DE PASSAGEIROS E VAGÕES DE CARGA:
Os incentivos governamentais têm
contribuído para o bom desempenho
dessa indústria. A partir de janeiro de
2013, o setor passou a utilizar a desoneração da folha de pagamentos. O
PSI-4 continua alavancando as vendas de vagões e locomotivas, mas
menos do que o esperado. O volume
de vagões previstos para fabricação e
entrega em 2014 ainda é insuficiente
para compensar os investimentos feitos pelos fabricantes de locomotivas
estabelecidas no Brasil. Fatores de
extrema importância para esse segmento são a previsibilidade de encomendas e a criação de condições de
igualdade de competição, em relação
aos concorrentes internacionais. A retomada do setor ferroviário brasileiro
ocorrerá, mas depende dos projetos
em andamento que ainda serão licitados e da manutenção das politicas
governamentais em prol do setor.
Vagões de carga: O mercado
brasileiro de mineração e siderurgia
iniciou um processo de recuperação,
que deverá se consolidar entre 2014
e 2015. O primeiro edital do PIL – Fer-
rovias, que estabelecerá as regras
para o novo modelo de concessão do
transporte de carga, ainda não foi lançado. Esses são alguns dos fatores
que determinaram um menor volume
de encomendas por parte das concessionárias até o final de 2013. Passageiros: As compras do Metrô de
São Paulo e da CPTM continuarão influenciando os volumes de produção
nos próximos anos. Outros clientes
têm feito encomendas à indústria nacional, como a Trensurb, a CBTU de
Belo Horizonte, Natal e João Pessoa,
a SuperVia, a EMTU Santista e o Porto Maravilha (Rio de Janeiro), esses
TABELA 06: QUADRO DE RESUMO DAS PERSPECTIVAS ECONOMICAS
PARA CADA SETOR | ANO DE 2014
SEGMENTOS
PERSPECTIVAS
JUSTIFICATIVA
Queda
Depende da definição do marco regulatório para o ônibus rodoviário e
novos pregões para a aquisição de ônibus escolares.
CARROCERIAS PARA ÔNIBUS
CARROCERIAS PARA ÔNIBUS
IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS
CARROCERIAS SOBRE CHASSIS
Estabilidade
Face às perspectivas de fraco crescimento do PIB. REBOQUES E SEMIRREBOQUES
Estabilidade
Manutenção do financiamento BNDES PSI, com elevação dos juros.
VEÍCULOS DE DUAS RODAS
MOTOCICLETAS Queda ou leve crescimento
Depende da manutenção do volume de recursos para financiamento Queda
Planos de mobilidade urbana para a Copa de Mundo foram cancelados.
Leve crescimento
PAC – mobilidade, Copa do Mundo e Olimpíadas.
Queda
Aguardando melhora na programação de compras pelas operadoras.
BICICLETAS E PEÇAS
EQUIPAMENTOS METROFERROVIÁRIOS
CARROS DE PASSAGEIROS
VAGÕES DE CARGA
EDIÇÃO: 06 | FEVEREIRO 2014
ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL CONSULTORIA ECONÔMICA
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