1Rio 1 Sábado 17 .5 .2014 OGLOBO I 19 'Roleta livre': empresas de ônibus ameaçam demitir Rodoviários cogitam usar estratégia de liberar acesso de passageiros sem pagamento como alternativa à greve PAULO ROBERTO ARAúJO [email protected] As empresas de ônibus do Rio ameaçam demitir por justa causa os rodoviádos que, estimulados pelo grupo dissidente do sindicato da categoria, aderirem ao protesto "roleta livre''. A proposta, que consiste em permitir que os passageiros sejam transportados sem pagar passagem, foi encaminhada por uma parte dos grevis- tas como alternativa a uma nova paralisação. Mas ela só deverá ser votada na próxima terça-feira, quando acontecerá uma assembleia dos rodoviários. Segundo nota do Rio Ônibus, que representa os empresários do setor, a liberação das roletas constitui crime e falta "gravíssima'; passível de ser punida com demissão por justa causa, com base na Consolidação das Leis do Trabalho ( CLT). Além disso, os rodoviários são obrigados, de acordo com a entidade, a ressarcir os eventuais prejuízos causados às empresas. PRÁTICA NÃO É PREVISTA EM LEI Ainda segundo a nota, "a estratégia nada mais é do que a continuação do mesmo e ilegal movimento de greve, com a utilização de técnicas de sabotagem, de modo a atingir diretamente a atividade econômi- Com baixa adesão, professores marcam assembleia para discutir rumos do movimento ca. Na prática, deixar de cobrar passagem constitui ilegal utilização do patrimônio alheio, para inviabilizar, dolosamente, a prestação de serviço essencial à comunidade. Os rodoviários que aderirem a tal prática poderão responder civil e criminalmente por esses atos:' A advogada Claudia Brwn Mothé, do escritório Siqueira Castro, disse que, de fato, a proposta dos rodoviários dissidentes poderá caracterizar falta grave, passível de demissão por justa causa: - Tal conduta não é prevista na Lei de Greve. Com relação aos dissidentes que se insurgiram contra o acordo firmado entre o Rio Ônibus e o Sindicato dos Rodoviários, a advogada acha que a questão salarial deveria ser tratada no âmbito da entidade que representa oficialmente a categoria profissional. Lan CARIOC.lll'URAS PABtO.JAO'.JB Atos em Madureira e Centro antecederão decisão. Vigilantes retomam negociações Com baixo índice de adesão cerca de 0,4% no estado e 0,21 % no município -, a greve dos professores das redes estadual e municipal completou ontem cinco dias. Na próxima quintafeira, dia 22, haverá nova assembleia da categoria, às llh, para discutir os rumos do movimento. Após a reunião, os profissionais prometem seguir em passeata até o Palácio Guanabara e o Palácio da Cidade. - Ainda estamos definindo o local dessa próxima assembleia - afirmou Marta Moraes, uma das coordenadoras do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio {Sepe). Na terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal {STF) Luiz Fux suspendeu o acordo firmado ano passado Vigilantes. Assembleia na Candelária mantém greve mas reabre negociação entre os professores e autoridades governamentais. Fux considerou que o Sepe, que não compareceu ao encontro, não demonstrou interesse em cumprir com os termos acordados. Com isso, foi liberada a aplicação de sanções. Estado e município já estão cortando o ponto dos professores faltosos. O acordo garantia aos docentes do município um aumento de 15,3% e aos estaduais, de 8%. Domingo, professores farão ato no Parque Madureira, na Zona Norte, às lOh, e na próxima quarta-feira, wna passeata, às 15h, da Praça Quinze à Cinelândia. Ontem, os vigilantes, há quase 20 dias em greve, fizeram assembleia em frente à Candelária, decidindo manter a paralisação, mas resolveram reabrir as negociações. A população continua enfrentando transtornos nos bancos por causa da greve. • - Se há dissidentes dentro do sindicato, eles deveriam se manifestar nas assembleias sindicais. É curioso que esses dissidentes tenham conseguido, esta semana, interromper a circulação de cerca de 80% dos ônibus da cidade - observou. Na quinta-feira, cerca de 300 rodoviários fizeram uma assembleia em frente à Candelária, que acabou sem decidir se haverá ou não nova greve. • "-Pezinho, pode?!" [email protected]