3º Encontro do Centro de Estudos FANEM/São Paulo (15/3/2008) AVALIAÇÃO INICIAL DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS NO PERÍODO NEONATAL. Carlos Alberto Moreno Zaconeta www.paulomargotto.com.br HHRAS/SES/DF 15/3/2008 CEBRAN OBJETIVOS Discutir as causas mais freqüentes de desconforto respiratório neonatal ao nascer. Construir um raciocínio lógico, coerente e organizado. Estimular a discussão interdisciplinar. Metodologia Exposição oral áudio-visual. Após a exposição, apresentação breve de casos clínicos. O ambiente será sempre fraterno e de troca de idéias. h DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS NO PERIODO NEONATAL Doença da Membrana Hialina. Taquipnéia Transitória do Recém Nascido. Síndrome de Aspiração Meconial. Pneumonia Intra-útero. A história da mãe Os exames complementares A clinica do bebê DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA Doença da Membrana Hialina FISIOPATOLOGIA O surfactante é sintetizado a partir da 20ª semana gestacional. A produção atinge a quantidade suficiente por volta das 34-35 semanas. O diabetes materno prejudica a quantidade e qualidade do surfactante. O uso de corticóide antenatal protege o surfactante pulmonar. Prematuridade Fatores maternos e fetais Corticóide Deficiência de surfactante alveolar da tensão superficias na interface ar-líquido das forças de retração elástica Colapso alveolar da complacência pulmonar e da CRF trabalho resp PaO2 PCO2 MH V/Q Efeito shunt Vasoconstrição pulmonar Doença da Membrana Hialina História da mãe Gestação < 34 semanas. Diabetes materno mesmo > 34 semanas. RNPT/AIG Asfixia perinatal. Mãe que não recebeu tratamento adequado com corticóide. Doença da Membrana Hialina Quadro clínico Gemido expiratório, batimento de asas do nariz, taquipnéia, retração da caixa torácica e cianose. Os sinais e sintomas aparecem logo após o nascimento. Piora progressiva nas próximas 36 a 48 horas de vida. Doença da Membrana Hialina Exames complementares Rx: Infiltrado reticulogranular (vidro moído), bilateral, uniforme e com broncograma aéreo. Hemograma normal. Cansadinho eu? Se acabei de nascer!! OUVIR VER Batimento de asas Gemido Tiragem intercostal Retração esternal Sincronização Sincronização tóraco-abdominal Gemido BAN RE TIC Boletim de Silverman Andersen sincronização Tiragem 0 = não há DR 1-5= DR moderado >5 = DR grave Retração esternal BAN Gemido TAQUIPNÉIA TRANSITÓRIA DO RECÉM NASCIDO Taquipnéia Transitória do RN Fisiopatologia Cl Na H2O Taquipnéia Transitória do RN História da mãe RNT ou RNPT > de 34 semanas. Parto cesárea, principalmente se for sem que o trabalho de parto tenha se iniciado. Pode acontecer no parto normal. Demora no clampeamento do cordão. Asixia perinatal. Taquipnéia Transitória do RN Quadro Clínico Inicio precoce, nas primeiras horas. FR entre 80-100 ipm. Retração intercostal , batimento de asas do nariz, gemido e cianose que melhora facilmente com o aumento da concentração de oxigênio Ausculta normal ou estertores subcrepitantes finos. Taquipnéia Transitória do RN Quadro Clínico Os sintomas impressionam como menos graves quando comparada com a DMH. Melhora bem com O2. Evolui com melhora progressiva e resolve com ± 72 horas. Taquipnéia Transitória do RN Exames complementares Rx: Congestão para-hilar simétrica ( da trama vasobrônquica). Espessamento das cisuras interlobares e hiperinsuflação podem estar presentes. Ocasionalmente discreta cardiomegalia ou derrame pleural. Hemograma normal. SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO DE LÍQUIDO MECONIAL Síndrome de Aspiração de Mecônio Fisiopatologia •Sind. De sufocação •Atelectasias •Hiperinsuflação •Escapes de Ar •Pneumonite •Inativ.do surfactante •Pneumonia •HPPN Síndrome de Aspiração de Mecônio História da Mãe Idade Gestacional geralmente > 37 semanas ou pós maturos. Todas as causas de insuficiência placentária aguda ou crônica. Presença de Líquido Amniótico meconial. Síndrome de Aspiração de Mecônio Quadro Clínico Impregnação de mecônio. Presença de mecônio na traquéia. Quadro variável. Desde assintomático até desconforto severo. A cianose e a hipoxemia resistente são indicadores de extrema gravidade. Mesmo sem, mecônio na traquéia. Quando não há complicações, evolui com melhora em 5-7 dias. Síndrome de Aspiração de Mecônio Exames complementares Rx de tórax Gasometria. Hemogramas seriados. PNEUMONIA INTRAUTERINA Pneumonia intrauterina Fisiopatologia Adquirida antes do nascimento. - Via transplacentária. - Via ascendente. - No contexto de uma infecção congênita. Adquiridas durante o nascimento. Pneumonia intrauterina História da mãe Bolsa rota > 12-24 horas. Baixo nível socioeconômicas. Pré-natal insuficiente. Corioamnionite com ou sem RPM. ITU. Qualquer infecção materna (Periodontite, pneumonia, etc). Pneumonia intrauterina História da mãe Febre materna. TORCHS. Fisometria positiva. Parto prematuro sem causa aparente. Pneumonia intrauterina Quadro clínico Desconforto respiratório precoce ou não, batimento de asas, gemido, cianose. Letargia, choro fraco, intolerância à dieta,distensão abdominal, hipotermia, má perfusão capilar, não melhora no CPAP,apnéias, choque. Desconforto respiratório com evolução arrastada. Pneumonia intrauterina Exames complementares Rx tórax: áreas opacas difusas, segmentares, lobares ou ainda bilaterais. DD com DMH. Hemograma: Leucocitose, leucopenia, plaquetopenia, índices de Manroe, granulações tóxicas. Valorizar o hemograma com prudência. Gasometria: acidose metabólica persistente. De orelha em pé DMH Vs Pneumonia Muito prematuros e MMBP. Recebeu surfactante e ainda precisa de drogas vasoativas. Não melhorou com uma dose de surfactante, precisou de 2a ou 3a dose. História confusa. DMH que não digere dieta, que não consegue sair da VM,etc. CASOS CLINICOS Vamos brincar? Caso clinico Nº 1 U.N.H. 23 anos, 7 consultas hipertensão durante a gravidez, 30 semanas,sem antecedentes de infecção. Ficou internada 72 horas, “não deu” para fazer corticóide antenatal. Caso clinico Nº 1 RNPT/AIG apresenta desconforto respiratório ao nascer, BSA 7 pontos, Gemência, tiragem intercostal e batimento de asas do nariz. Caso clinico Nº 1 Caso clinico Nº 1 Hipótese diagnóstica Conduta Evolução. Caso clinico Nº 2 RBV, 34 anos, diabética. Idade gestacional 37 semanas. Sem antecedentes de infecção. Caso clinico Nº 2 RN nasceu de parto normal, evoluiu com desconforto respiratório Precoce: BAN, tiragem intercostal e gemido intenso. Precisou intubar com ± 50 minutos de vida. Caso clinico Nº 2 Hemograma normal Caso clinico Nº 2 Hipótese diagnóstica Conduta Evolução... A hipótese diagnóstica foi confirmada? Caso clinico Nº 3 E.L.B. 20 anos, 37 semanas, sem antecedentes de infecção. Parto cesárea eletiva (terceira cesárea) Caso clinico Nº 3 RN apresentou desconforto respiratório desde o nascimento: FR 90 ipm, TIC, sem gemência, melhora muito com oxigênio 40%. Caso clinico Nº 3 Caso clinico Nº 3 Hipótese diagnóstica Conduta Evolução . Análise retrospectiva Caso clinico Nº 4 Mãe primigesta 17 anos, solteira. Chegou as 23 horas. Refere que o bebê não mexe desde ontem de manhã. À ausculta: bradicardia fetal intensa. Líquido em “papa de ervilha” na calcinha. Caso clinico Nº 4 RN nasceu deprimido, asfixiado, Apgar 1-2-4. Impregnado em mecônio Intubado na sala de parto, evolui com saturação baixa (45%), mesmo com FiO2 de 100%. Caso clinico Nº 4 Caso clinico Nº 4 Caso clinico Nº 4 Hipótese diagnóstica Evolução . Análise retrospectiva Caso clinico Nº 5 Mãe 15 anos, solteira, 30 semanas, Bolsa íntegra. Não fez pré-natal. Nega infecções. Não quer ficar internada, quer apenas remédio para dor. O namorado (17 anos) diz que se responsabiliza pela alta da paciente. Caso clinico Nº 5 RN nasceu com 750 gramas, muito gemente, TIC e BAN importantes. Foi intubado e internado na UTIN. Caso clinico Nº 5 Hemograma “border line” Caso clinico Nº 5 Hipótese diagnóstica Conduta Caso clinico Nº 5 Após surfactante pulmonar, Foi possível diminuir a FiO2 De 100% para 60%. Não tolera CPAP nasal. Apresenta hipotensão, precisa de drogas para Manter PA estável. No 2º dia ainda intubado, precisou de uma 2ª dose de surfactante, Por do requerimento de oxigênio. Caso clinico Nº 5 No D 4 de antibiótico começou a melhorar, sendo possível diminuir a FiO2 até 30%. Extubado no mesmo dia. Começou a aceitar a dieta no D6 de antibiótico. Analise retrospectiva