SUZUKI, Julio César, BORTOLETO, Elaine Mundin. Identidade e Territorialidade da Comunidade Camponesa Pomerana e a Unidade de Conservação dos Pontões Capixabas. OLAN – Ciência & Tecnologia. Rio Claro-SP. N.1, Ano XI, ISSBN/982-7784, p. 121-146, Jan.-Jun. 2011. Pomeranos: a luta de um povo incansável. Dassaieve Oliveira Cassiano da Silva Entende-se por territorialidade, como ideia de pertencimento de um povo, a uma região específica, criando um vínculo com este local. E no artigo Identidade e Territorialidade da Comunidade Camponesa Pomerana e a Unidade de Conservação dos Pontões Capixabas (2011, 25 páginas), os Professores Júlio César Suziki e Elaine Mundim Bortoleto, buscaram conhecer a trajetória dos povos pomeranos desde sua saída da antiga Pomerânia, até sua chegada em solo capixaba, e como está a situação desses camponeses, após a criação da Unidade de Conservação dos pontões Capixabas, na cidade de Pancas, no Espírito Santo. Nos primeiros capítulos do artigo, os autores abordam como foi a vinda dos pomeranos para o Brasil, onde após a 2ª Guerra Mundial, seu território deixou de existir, e em consequência disso, a vida no campo foi se tornando insustentável. E buscando um novo espaço de vida, eles decidiram imigrar para o Brasil, desembarcando principalmente no Espírito Santo, e deram início a uma das maiores colônias de pomeranos do Brasil. Na cidade de Pancas/ES, esse povo permanece até hoje, e mesmos distantes de sua terra natal, os pomeranos conseguiram manter várias de suas tradições, como o trabalho com solo, a língua pomerana e sua culinária típica. Eles vivem da terra, como verdadeiros camponeses, em harmonia com o meio ambiente, criando uma nova identidade com essas terras que eles “adotaram” para morar. Mas tudo que foi conquistado durante todos esses anos por eles, está novamente sendo ameaçados com a criação da Unidade de Conservação dos Pontões Capixabas. As 583 famílias que ali moram, temem pelo pior: terem que deixar suas casas, suas plantações, já que todas essas famílias possuem suas terras dentro da Unidade de Conservação. Percebe-se que em nenhum momento, as autoridades pensaram nessas famílias, que moram ali a tantos anos, onde já criaram seus laços de pertencimento com local, e que não pode, da maneira que foi imposta, retirá-los de suas terras. Não é simplesmente demarcar uma área, e impor a saída de tantas famílias. Tem-se que haver um entendimento entre as partes. É importante a criação de Unidades de Conservação? Sim, são mais do que importante, desde que a população não saia prejudicada com a criação da mesma. Mas esse povo, que tanto já sofreu no passado, tem agora uma nova expectativa de continuar em suas terras. Em 2007, após lutarem por mudanças políticas de preservação, os moradores conseguiram fazer com que a Unidade de Conservação fosse modificada de categoria, sendo agora Monumento Natural, o que ainda não é o suficiente, mas isso é um alento para esse povo, que já tiveram que abandonar suas terras no passado, e não querem que isso ocorra novamente no futuro. Assim, dá-se a importância para a conservação da área (o que sempre foi feito pelos camponeses), mas sem retirá-los de suas terras, pois o território “não seria um simples instrumento de domínio político-econômico e/ou espaço público de exercício de uma (pretensa) cidadania, mas efetivamente um espaço de identificação e (re) criação do/com o mundo, a ‘natureza’” (HAESBAERT, 2002, p.158). O povo pomerano criou seus laços de identidade nessa região, e por isso, a importância da permanência dos mesmos, pois quem já cuidou durante todos esses anos dessas matas, poderá sim, continuar cuidando no futuro, sem precisar ser retirados de suas terras. REFERÊNCIA SUZUKI, Julio César, BORTOLETO, Elaine Mundin. Identidade e Territorialidade da Comunidade Camponesa Pomerana e a Unidade de Conservação dos Pontões Capixabas. OLAN – Ciência & Tecnologia. Rio Claro-SP. N.1, Ano XI, ISSBN/982-7784, p. 121-146, Jan.-Jun. 2011.