Empoderamento e Avaliação
Participativa
INEQUIDADE:
CAUSA
FUNDAMENTAL DE
PROBLEMAS DE
SAÚDE
Contexto: Iniqüidades
Favelas no Rio
• 1960  renda total dos 10% mais ricos =
34 vezes a dos 10% mais pobres.
• 1990  60 vezes.
• 10% da população detém 74% do
patrimônio nacional
• 1 Milhão de pessoas vive nas favelas e
periferias do Rio de Janeiro.
• Mais de 20% da cidade na miséria
absoluta, vivendo com menos de 2 dólares
por dia
Rio de Janeiro e as favelas, hoje
Além da pobreza,
graves problemas
ambientais e de
moradia e pouco
acesso a serviços
públicos essenciais
como saúde,
educação, cultura,
recreação e
emprego, eles estão
altamente expostos
à violência do crime
organizado e da
polícia
Variação do IDH por bairro
BENFICA (Pq. Horácio, Arará)
CAJU (Quinta do Caju )
1,000
MANGUEIRA, s. FRco. XAVIER (Telégrafos)
R. COMPRIDO (Escondidinho)
S. TERESA, C. VELHO (Prazeres, Ocid. Fallet)
0,950
GÁVEA (V. Pq. da Cidade)
LAGOA
C. ALEMÃO (Grota, Adeus, Esp., Itararé, Viúva)
0,900
COSTA BARROS (M. da Lagartixa)
D. CASTILHO,. M. GRAÇA (Fernão Cardim)
0,850
ENG. RAINHA (Pq. Proletário)
JACAREZINHO
LINS (Cachoeir., C..Grde., Cotia, Amor, Encontro)
0,800
MANGUINHOS (Chip 2)
OLARIA
PILARES (M. do Urubu)
0,750
TOMÁS COELHO
V. COSMOS
JACAREPAGUÁ (Meringuava e R.das Pedras)
0,700
PR. SECA (Mato Alto)
C. GRANDE (Sta. Margarida, N.Sra. Graças, V. Iêda II)
STA. CRUZ (Cesarão, Palmares, M. Chá, V.Pac.)
0,650
IDH 1991
IDH 2000
SEPETIBA (S. Anastácia, Piaí, V.Fern., Mir.Sep)
Contexto
• Além da pobreza, desemprego, graves problemas
ambientais e de moradia e pouco acesso a serviços
públicos essenciais como saúde, educação (ensino
médio!),recreação e emprego, moradores estão
expostos à violência do crime organizado e da polícia
• Genocídio – quase 3000 jovens mortos por ano;
• Meninas de 15 a 19 anos nas favelas tem 5 vezes
mais filhos que no restante da cidade;
• Em todas as comunidades os indicadores de saúde
são piores, e menos serviços são oferecidos;
exemplo: apenas 2% dos adolescentes de 12 a 17
anos residentes no complexo do Alemão encontramse participando de atividades culturais e desportivas;
25% das mulheres de Vila Paciência não fazem prénatal (6% na média do Rio)
Inequidades na Mortalidade Infantil
Londres e Rio
43.6
60
50
40
30
20
RIO
LONDON
8.6
3.4
4,6
10
0
Kingston
Levisham
Lagoa
Alemao
UNDP – IPEA
1998
Organização da Sociedade Civil do Rio de Janeiro –
www.cedaps.org.br
Criado em 1993
Missão: desenvolver a autonomia e a capacidade de
comunidades populares para buscar soluções para seu
desenvolvimento, e contribuir para a melhoria de serviços
públicos que atuam nestas localidades, de modo a promover a
saúde, a equidade a e qualidade de vida.
ÁREAS DE ATUAÇÃO
Em Comunidades:
– Prevenção de HIV/Aids;
– Juventude;
– Desenvolvimento Comunitário (DLIS);
Em Serviços Públicos de Saúde e Educação
– Programa de Saúde da Família
– Gestão Participativa
– Escolas Promotoras da Saúde
Em Pesquisas:
– orientadas para a comunidade, participativas, em
parcerias com universidades e instituições nacionais e
internacionais.
61 grupos e
associações
comunitárias
do Rio de
Janeiro
atuando em
rede pela
Promoção da
Saúde
Construção Compartilhada de Soluções em Saúde
- PSBH (Problem Solving for Better Health®)
• Desenvolvida pela Dreyfus Health Foundation
(www.dhfglobal.org) e parceiros desde 1989;
• Objetivo: gerar ação para promover a saúde;
• Conceito central: o núcleo da transformação social está na
própria comunidade. Moradores devem ter oportunidades para
criar a mudança.
“Incubadora” de projetos sociais; capacita moradores,
lideranças e profissionais que vivem e/ou trabalham
com comunidades empobrecidas para analisar
problemas e encontrar soluções utilizando recursos
disponíveis. Cada pessoa ou grupo envolvido é autor
da sua própria ação; passam a atuar como
multiplicadores.
Construção Compartilhada de Soluções em Saúde
- PSBH (Problem Solving for Better Health®)
– O resultado são intervenções práticas, desenvolvidas
de modo compartilhado e implementados em rede. O
Cedaps avalia e apóia os projetos em parceria com as
instituições envolvidas, para que atinjam seus
objetivos, sistematiza e dissemina seus resultados.
– Integrada à rede mundial do PSBH: 30 países em 4
continentes, apoiados pela Dreyfus Health Foundation
PSBH / Construção Compartilhada: 30 países
INICIATIVA DE VILA PACIÊNCIA
•Desde 2000 o Cedaps busca trabalhar na perspectiva
territorial: Desenvolvimento Local / Promoção da Saúde
•PSBH / Construção como metodologia central,
acrescido de elementos de Planejamento Estratégico,
Metodologias participativas e Cidades e Comunidades
Saudáveis;
Iniciativa de Vila Paciência
OBJETIVO CENTRAL
Promover o desenvolvimento comunitário a partir dos
pressupostos da Promoção da Saúde, com o foco
estratégico na incorporação dos moradores ao processo,
através:
 do envolvimento e fortalecimento de atores
(lideranças comunitárias, profissionais de educação e
saúde, gestores públicos e terceiro setor);
da criação de redes de projetos sociais, destinados a
enfrentar os problemas que afetam a saúde e a
qualidade de vida da comunidade.
VILA PACIÊNCIA
8.000 moradores vivem casas
“temporárias” há 30 anos, em ruínas.
Lixo, ratos e insetos, saneamento
precário, serviços públicos escassos
(acesso precário à saúde), sem
opções de lazer ou recreação, com
altíssimos níveis de pobreza e
desemprego (67%).
Jovens sem qualificação são vítimas
fáceis para o crime organizado, que
domina a vida da comunidade, cria
um severo estigma para seus
moradores e limita seu direito de ir e
vir.
Nenhuma associação representativa
Escola municipal local é o único
equipamento público. Duas creches e
alguns grupos religiosos (em especial
a Pastoral da Criança) realizam
algumas ações na comunidade.
INICIATIVA DE VILA PACIÊNCIA
Conceitos Norteadores: empowerment
 O programa se baseia na crença de que os
moradores são o recurso crítico para a solução de
seus problemas.
 Busca proporcionar-lhes oportunidades para
desenvolverem seus talentos e potenciais,
oferecendo-lhes espaços de exercício da
cidadania, de participação e interação com a
sociedade civil e o poder público.
 Busca-se o seu envolvimento na resolução de
problemas e na definição da agenda de
desenvolvimento, através de metodologias de
mobilização e capacitação.
1 - Mobilização Comunitária e
Planejamento Participativo
Mobilização Comunitária – Agentes Jovens
Capacitação e Planejamento
OFICINAS DE
VISÃO DE
FUTURO
2 - DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO PARTICIPATIVO
 Planejado e realizado por jovens moradores
capacitados e baseado no planejamento
compartilhado
Resultados:
• Mapa temático;
• pesquisa domiciliar por amostragem  Banco
de Dados com informações sobre comunidade e
moradores e percepções de entrevistados sobre
os problemas, recursos e condições de vida;
Iniciativa de Vila Paciência - Metodologia
Oficinas de Planejamento
Levantamento de
Problemas da Comunidade
Agentes de
Desenvolvimento
Grupos de Vizinhança
Devolução de Dados e
Discussão de Soluções
Comissões para o
Desenvolvimento
Pactuação de
Agenda de
Desenvolvimento
Oficinas de
Mapeamento
Oficinas de Pesquisa
Instrumento,
Formação de
Agentes de Pesquisa
“Mapa Real”
Iniciativa de
Vila Paciência
Seminário
PSBH/Construção
Planos Locais de Ação
Aplicação da
Pesquisa no
Campo
Revisão,
Categorização,
Banco de
dados, Análise
Definição de 05
Áreas/Problema
Nível de escolaridade dos entrevistados
80
73,8
nunca esteve na escola
70
60
Ens. Fund. incompleto
50
Ens. Fund. completo
40
30
20
10
0
Ens. Médio incompleto
12,7
4,5
3,1 1,9
%
Ens. Médio completo
Os entrevistados sabem ler?
75
73,5
Taxa do
município
do Rio
= 3,4%
50
25
0
sim (191)
não (36)
11,5 13,8
1,2
%
+ ou - (30)
em branco (3)
(Fonte: IPEA,
2001)
Emprego
67,3
80
• 70% dos
empregados
estão no
mercado
informal ou
serviços
domésticos
60
40
32,7
20
0
%
sim (85)
não (185)
O entrevistado acha que morador de VP consegue
EMPREGO com facilidade quando diz seu endereço?
Motivo pelo qual o entrev. acha que o
morador não consegue emprego com
facilidade
78,8
50,2
75
14,1
60
13,7
45
20,4
30
15
0
%
não (205)
sim (53)
6,8 2,4
4,9
2,4
5,8
não soube justificar (14)
preconceito contra a comunidade de VP (103)
preconceito porque mora em favela (29)
por causa da distância (28)
por causa da violência (11)
preconc. pq. ñ conhece/ñ ouviu falar da com. (5)
outros (10)
em branco (5)
Qual a renda média das famílias
entrevistadas?
VILA PACIÊNCIA:
• Renda média por
domicílio
= R$ 227,60
Renda per capita –
abaixo de 52
reais/mês.
Quantas crianças entre 10 e 14 anos
TRABALHAM?
7,1
8
6
4
2
0
0,6
%
Município do Rio
Vila Paciência
Acesso a serviços de saúde
% pre-natal care
100
94,2
26,7
80
60
40
73,3
20
0
5,8
% homes with
pregnant women
não (245)
sim (15)
Faz Pré Natal
Não faz Pré Natal
RIO: 6% não fazem pré
natal
Os entrevistados vêem ratos, baratas e outros
insetos nas imediações da casa?
91,1
100
80
46
47,7
60
40
20
8,5
0
4,2
de vez em quando
%
não (22)
toda semana
sim (237)
todos os dias
Na opinião dos entrevistados, qual é o maior
problema de saúde na comunidade?
30,8
Aids (80)
30
alcoolismo (60)
23,1
20
doenças de pele (41)
15,8 15,8
pressão alta (41)
11,1
10
doenças respiratórias (29)
3,1
0
%
outro (8)
Restrições ao direito de mobilidade
Residentes podem ir e vir quando querem?
60
53,1
Reasons for not being able to move
freely:
46,9
45
30
3,6
15
0
%
no (138)
yes (122)
0,7
0,7
0,7
87,7
6,5
no answer
violence (121)
"not always" (9)
no buses(1)
robbery (1)
blank (1)
Os entrevistados praticam atividade de
esporte ou lazer?
91,9
100
80
60
40
20
7,7
0
%
sim (20)
não (239)
Os moradores participam de algum grupo
ou associação comunitária?
100
94,2
80
60
40
20
5,4
0
%
não (245)
sim (14)
3 - Seminário PSBH/Construção
Organização
Comunitária...
Educação e
Saúde...
Geração Local de
Trabalho e Renda
Arte, Cultura,
Esporte e
.
Lazer...
Habitação e
Meio
Ambiente...
Comissões de Desenvolvimento Comunitário
Educação e Saúde
• A comunidade não possui uma unidade básica de saúde e o
acesso às unidades próximas é muito difícil
• 11,5% dos domicílios entrevistados têm pessoas muito doentes
e/ou acamadas em casa
• 91% dos entrevistados vê ratos e baratas em suas casas e
proximidades todos os dias
• 13 % dos domicílios têm seu lixo depositado em terreno baldio
• 5 % das crianças menores de 10 anos estiveram internadas nos
últimos 6 meses
• 13,8 % dos entrevistados, maiores de 15 anos de idade, não
sabem ler nem escrever
• 11 % dos entrevistados, maiores de 15 anos de idade, só sabem
ler “mas ou menos”
• 31 % dos domicílios entrevistados considera a AIDS o principal
problema de saúde da comunidade, superando o alcoolismo,
doenças de pele, respiratórias e pressão alta
•
Geração de Ações destinadas a “capacitar” a comunidade para
a prevenção das doenças, o cuidado com o ambiente, a
promoção do auto cuidado, e a redução do número de
doenças com especial atenção para a AIDS, a tuberculose, o
alcoolismo, doenças de pele, respiratórias e a pressão alta...
SEMINÁRIO PSBH – Construção Compartilhada
INICIATIVA DE VILA PACIÊNCIA
Exemplos de Projetos:
•
•
•
•
•
•
•
•
Distribuição de preservativos para jovens;
Recreação e nutrição infantil;
Redução de vetores de doenças;
Screening comunitário de hipertensos e
diabéticos, com ações educativas e
exercícios;
Limpeza e desentupimento de esgoto
sanitário;
Coleta de lixo e limpeza de terrenos
baldios;
Ocupação produtiva do tempo de jovens;
Ações com idosos, nas creches e escola.
4 - ARTICULAÇÃO DE NOVOS PROGRAMAS E
RECURSOS
• Implantação do Núcleo de Prevenção de DST-AIDS
(Convênio CEDAPS – CN/DST-Aids, MS) gerido pela
comunidade; 450 jovens cadastrados, preservativos
e educação para a saúde; agentes de prevenção
• Articulação com governo e setor privado para
entrada de novos programas recursos (PSF, agentes
jovens, expansão da creche e escola, saneamento,
reforma de equipamentos e outros);
• Projetos de qualificação profissional e geração de
renda
Núcleo de Prevenção de DST-AIDS
Implementado após confirmação de dados do DCP mostrar alta
incidência e forte preocupação com Aids. Centro multi serviços
para saúde reprodutiva, gerido por agentes locais.
Recursos Cedaps – CN DST Aids do Ministério da Saúde
Estratégias Comunitárias de Prevenção
Geração Local de Renda
Empowerment Comunitário
• Intercessão de dois importantes campos da saúde pública:
a equidade em saúde e a promoção da saúde;
• Laverack and Labonte (2000): empowerment definido
como o meio pelo qual as pessoas adquirem maior controle
sobre as decisões que afetam suas vidas;
• Programas utilizam uma abordagem bottom up – de baixo
para cima – em contraposição a programas verticais, top
down – de cima para baixo, que são propostos a partir de
uma perspectiva institucional, focalizado em questões
ligadas à prevenção de doenças e a mudanças de
comportamento;
• Iniciados a partir da visão e da percepção da comunidade,
e consideram um aumento na sua capacidade e poder
como importantes resultados para a melhoria da saúde .
Alguns desafios na avaliação do
Empowerment
• Impacto: coleta de dados em populações
pequenas não permite avaliações epidemiológicas
acuradas;
• Longo tempo necessário para detectar mudanças;
• Complexidade das intervenções – múltiplas
iniciativas, objetivos e atores;
• Programas muitas vezes não desenhados para
publicação científica; descrevem processos
comunitários com avaliações internas e subjetivas
de sucesso
• Complexidade dos resultados, efeitos em diversos
níveis, muitas vezes intangíveis.
Avaliação na Iniciativa de Vila
Paciência
Processo participativo que se integra ao próprio
programa. Três níveis complementares:
1. Diagnóstico Comunitário, seus resultados e
implicações – linha de base
2. Estudo dos projetos realizados pelos
moradores - impacto “molecular” do
programa
3. Sistematização de depoimentos e
observações – avaliação qualitativa
1 - Importância do diagnóstico comunitário
participativo
• Moradores, instituições públicas, ONG, sociedade em geral passam a
conhecer melhor a comunidade, seus problemas e recursos;
• Indicadores medem aspectos que são prioritários para a comunidade
 reforça o seu envolvimento no programa
• Comunidade se torna parceira do processo de desenvolvimento,
produtora de conhecimento e ação
• Indivíduos e organizações aprendem novas habilidades e criam redes
de relações.
• Cria indicadores de monitoramento e avaliação para a IVP e outros
programas de intervenção na comunidade;
• Chama a atenção de mídia e autoridades para problemas locais.
2 – Projetos de moradores
Status Final
Iniciativa de Vila Paciência
Situação Final dos 41 Projetos - Junho 2004
39%
16 abandonados
25 concluídos
61%
Resultados Gerais
• Limpeza de calhas, bueiros e outros lugares
onde o esgoto estava entupindo
• Levantamento de problemas estruturais das
casas (dossiê); reformas de moradias;
• Entrega de kits de limpeza e folhetos
informativos (vetores, dengue, coleta de
lixo, etc)
• Capacitação em atividades infantis
• Atividades pedagógicas com crianças e
adolescentes
• Atividades recreativas (brincadeiras,
histórias infantis, desenho, pintura, filmes)
• Atividades esportivas (vôlei, futebol,
queimado e basquete)
• Implantação da horta comunitária
Resultados Gerais
• .Oficinas de capacitação em alimentação
alternativa
• Produção e venda de “lanche alternativo”
• .Verificação de pressão arterial em 300
moradores sendo diagnosticado hipertensão
em cerca de 50 moradores
• .Trabalho educativo sobre a prevenção do
piolho em cerca de 30 famílias, 97 crianças
da creche municipal e 100 moradores em
eventos de saúde
• “Encontro de mulheres” (com temas
geradores)
• .Camelôs educativos
Projetos
Projetos
Iniciativa de Vila Paciência
3 – Avaliação Qualitativa: individual e coletivo
• Depoimentos mostram uma elevação da auto-estima
dos moradores, que se percebem capazes de realizar
uma ação concreta para suas famílias e comunidade;
• Esta dimensão psicológica integra-se a uma potencial
dimensão política, quando o participante se vê com
sujeito de direitos. (Vasconcelos, 2004). A ação
individual tem um efeito coletivo.
• Consolida-se a sensação de pertencimento,
desencadeia-se um movimento de mudança positivo
e fortalece-se um clima de solidariedade e trabalho
em rede.
• Maior autonomia de moradores para organização de
ações locais
A Iniciativa na voz dos moradores:
“Depois que demonstra alguma coisa, as
pessoas chegam e perguntam.Uns passa pros
outros, e aí eles vêm aqui... A mãe está
liberando as crianças, acho que é o
reconhecimento das atividades... Num lugar
que não tem nada.”
(autora de projeto)
“Foi um ano diferente na comunidade”
(morador)
“o que conta na hora da avaliação é reconhecimento na
comunidade. O que vale é andar na rua e ser reconhecido pelos
moradores por causa do projeto, entrar em contato com diversas
pessoas, tornando-se mais popular. A pessoa se torna uma
referência o tema que o projeto aborda. Os depoimentos de
pessoas contempladas pelo projeto tem muito valor para o autor,
mais do que a estatística dos resultados. Mesmo quando não
conseguiu atingir a porcentagem desejada, ele fica muito
satisfeito com as suas ações. Vários mencionam o aumento do
auto-conhecimento e de um certo "amor" pela comunidade, na
medida em que passaram a conhecer melhor os problemas, mais
profundamente a sua comunidade. Surgem reflexões sobre a
necessidade de buscar caminhos para se auto-aprimorar e ajudar
a melhorar as condições da comunidade. Lembro de uma reunião
onde C. fala para a representante do PSF sobre o diagnóstico
participativo, do qual ela participou, e cobra ações que pudessem
ser realizadas a partir desta pesquisa”.
Atividades em desenvolvimento
• .Devolução dos dados do DCP
• .Eventos comunitários
• Continuidade do processo de
fortalecimento dos atores e instituições
locais
• .Grupos de jovens e mulheres
• .Divulgação dos resultados e experiências
da IVP em seminários, congressos,
revistas/periódicos
• Captação de novos recursos para
fortalecimento das atividades
Iniciativas de Vila Paciência – Desafios
Escassa e precária presença do Estado na
comunidade e na região;
Pouca participação e autonomia das instâncias
locais de governo;
Poder político fisiológico e patrimonialista;
Participação social desgastada;
Setor Privado local pouco voltado para a
comunidade;
Opressão direta do próprio Estado
Violência como complicador e ameaça permanente;
Recursos limitados – ONG;
Perspectivas
• Geração de renda e emprego local – Cozinha
Comunitária
• Aplicação das lições aprendidas, em especial
em políticas públicas no Brasil e em
programas de desenvolvimento comunitário
na América Latina.
• Advocacy para incrementar programas
públicos na comunidade
Construção da Cozinha Comunitária e Desenvolvimento da
Produção de Alimentos Saudáveis para Comunidades populares
Selecionado para financiamento por órgão das Nações Unidas
Perspectivas
• Aplicação das lições aprendidas
- Replicação na Rede Solpromesa na
América Latina – Dreyfus Health
Foundation – 6 países
- Modelo adaptado para Políticas Públicas
PSF e Promoção da Saúde
Construção Compartilhada
• Diagnóstico local simplificado utilizando dados do
cadastramento, visão de futuro e técnicas de
planejamento participativo;
• Planos de Ação elaborados por equipes com ACS, e
representantes de comunidades;
• Metodologia estimula equipes para atuar nos
determinantes da saúde e buscar a intesetorialidade;
• 16 equipes, 40 projetos em andamento em Campo
Grande, Rio de Janeiro
Projetos PSF/Construção Compartilhada
Divisão Temática
7
7
4
10
11
4
111
1 1
2
3
3
10 saneamento urbano
7 trabalho e ger. de renda
7 org. de programa
4 doenças crônicas
4 educação
3 sexualidade
3 cultura e lazer
2 drogas
1 educ. e saúde
1 educ. ambiental
1 org. comunitária
1 promoção da saúde
1 saúde bucal
1 saúde da criança
1 saúde da terceiridade
Perspectivas: aplicação
das lições aprendidas
- Advocacy para incrementar
programas e recursos públicos
na comunidade
- Ação em rede para
fortalecimento da capacidade
de negociação
Conclusão
• A construção participativa é a marca do
programa, a interação entre a ação técnica e a
iniciativa popular constitui o eixo estrutural, que
lhe confere identidade;
• Programa oferece diálogo como um alternativa
em comunidades marcadas pela opressão do
crime e do Estado (violência estrutural e
criminosa), onde nenhuma liderança pode
sobreviver
• Programas de empowerment são importantes
para orientar políticas públicas no nível local, e
para capacitar comunidades para adquirir maior
controle sobre as decisões que afetam suas vidas
Vila Paciência vai
brilhar!
“Aquela camisa já tá velha, tem
que trocar. Tem que ser agora:
Vila Paciência está Brilhando.”
(morador)
“Se queremos o êxito da Saúde Pública, é
preciso reconstruí-la em uma estrutura que
coloque as comunidades no centro, organizadas
e participantes, propondo e gerenciando as
iniciativas para a construção de sua saúde.
Neste paradigma, os setores governamental,
não governamental, privado e internacional
formam a periferia – escutando e aprendendo
com as pessoas, discutindo e então tomando
decisões conjuntas.”
Macfarlane and Racelis,
The Lancet, Sept 2000
“Saúde é o reflexo do
compromisso de uma
sociedade com a equidade e a
justiça”.
Carta de Saúde dos Povos
Dhaka, 2000
www.cedaps.org.br
[email protected]
Saúde, Inclusão, Equidade...
Utopias?
A utopia está no horizonte. Me
aproximo dois passos, ela se
afasta dois passos. Caminho
dez passos e o horizonte se
vai dez passos mais a frente.
Por muito que eu caminhe,
nunca a alcançarei. Para que
serve então a utopia? Para
isso serve: para caminhar.
Eduardo Galeano
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