01-05-2014 Tiragem: 34258 Pág: 25 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 16,02 x 30,68 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Portugueses viajaram mais em férias e menos para visitar a família no ano passado ADRIANO MIRANDA Turismo Ana Rute Silva No último trimestre do ano, os turistas nacionais fizeram 3,89 milhões de deslocações, uma redução de 3,6% face a 2012 Entre Outubro e Dezembro, os portugueses fizeram 3,89 milhões de deslocações turísticas, uma descida de 3,6% em comparação com o mesmo período de 2012. E enquanto as viagens motivadas por lazer, recreio ou férias aumentaram na mesma proporção (3,6%), a visita a familiares ou amigos caiu 6,7%, indicam os dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística. Em 2013, esta perda de expressão das viagens para visitar a família só tinha ocorrido em Abril, mas devido a um desfasamento em relação à Páscoa. Contudo, este continua a ser o motivo com maior número de deslocações - 2,3 milhões no quarto trimestre, ou seja 61,1% do total. O lazer ou as férias representaram 25,9% das saídas (cerca de 1,1 milhões). Cerca de 8,5% dos portugueses a residir no país fizeram, pelo menos, uma deslocação e, como é hábito, o mês de Dezembro “concentrou o maior peso de turistas entre a população residente”. A queda global de 3,6% teve origem apenas nas deslocações no território nacional, que caíram 4% em comparação com o ano passado. Pelo contrário, os portugueses saíram mais para o estrangeiro nos últimos meses do ano (329 mil deslocações, um crescimento de 0,3%). Ainda assim, as viagens fora de portas representam apenas 8,5% do total. A redução geral de viagens teve impactos na utilização de todos os meios de transporte. Os portugueses usam, sobretudo, o automóvel (82,8%) e o avião representou apenas 7,5% das deslocações (7,3% no quatro trimestre de 2012). A maioria (78,7%) gasta apenas até três noites nestes percursos e 85,8% das deslocações turísticas ocorreram em “alojamento particular gratuito”. O ano de 2013 encerrou com bons resultados para o sector, mas muito graças aos turistas estrangeiros. Os hotéis receberam um total de 14,4 milhões de hóspedes, mais 4,2% do que em 2012, e registaram 41,7 milhões de dormidas (mais 5,2%). Ainda assim, este crescimento esteve ligeiramente abaixo da média registada Maior queda deu-se nas deslocações em território nacional pela Organização Mundial de Turismo na região do sul da Europa e Mediterrâneo. As dormidas dos turistas nacionais (12,3 milhões) caíram 0,9% em comparação com 2012, o que se verificou em todas as regiões do país à excepção do Norte (mais 1,5%) e da Madeira (mais 9%). Os primeiros meses de 2014 parecem indicar uma alteração desta tendência. O ano arrancou com uma subida expressiva dos hóspedes nacionais nas unidades de alojamento na ordem dos 10% em Janeiro (face ao mesmo mês de 2013) e de 2% em Fevereiro. Um aumento que acompanha o ciclo iniciado no final do ano passado, em Novembro e Dezembro. O sector conseguiu chegar ao final de 2013 com uma evolução positiva dos proveitos (mais 5,4% nas receitas totais e mais 6,4% nas de aposento), ao contrário do que sucedeu em 2012. As receitas turísticas, que incluem todos os bens e serviços adquiridos por não residentes durante a estadia, ascenderam a 9.246,6 milhões de euros, um aumento de 7,5%. Turismo residencial promovido em Londres Governo e empresas contactam investidores O Governo promove hoje, em Londres, o turismo residencial, num evento na Câmara de Comércio de Portugal que junta representantes dos principais resorts nacionais e potenciais investidores, num evento que conta com 200 participantes. Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do Turismo, explica que a estratégia seguida para promover este mercado é semelhante à usada para divulgar o país fora de portas e implica, por exemplo, o convite a vários jornalistas dos mercados alvo para viajarem até Portugal. Para promover este produto, o Turismo de Portugal dispõe de 1.162.968 euros, numa estratégia em parceria com a Associação Portuguesa de Resorts. Em Janeiro do ano passado, o então ministro da Economia Álvaro Santos Pereira dizia existirem dez mil casas para vender. Questionado sobre os resultados do último ano, Mesquita Nunes diz não dispor de dados, remetendo para os números recentes da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária. Entre Janeiro e Março foram vendidos 3500 imóveis a estrangeiros. “O Governo não é uma agência imobiliária: não nos compete vender casas, compete-nos criar condições para ter um mercado imobiliário competitivo”, disse, lembrando medidas como a criação de um regime fiscal para não residentes e os vistos gold, que permitiram o investimento em imobiliário de 450 milhões de euros até Abril, o equivalente a 787 autorizações de residência a investidores estrangeiros.