EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO III
Karl Marx
Profa. Enimar
• As práticas liberais levaram alguns países nas últimas
décadas do século XVIII e na primeira do Séc. XIX a
elevados índices de crescimento econômico.
• Mas, provocou também em alguns países uma série de
desajustamentos, sobretudo no plano social de repartição
da renda.
• O socialismo nasceu como resposta à decepção daqueles
que acreditavam que o progresso econômico gerado pelo
liberalismo seria compartilhado.
• É quando verificamos no Séc. XIX o surgimento dos
primeiros socialistas, denominados por Marx e Engels
como utópicos.
•O que os socialistas pretendiam? O que é socialismo
utópico? Quem eram os socialistas utópicos?
• Os socialistas pretendiam “[...] substituir a ordem social
fundada na liberdade individual, na propriedade privada e
na liberdade contratual, por outra ordem, baseada no
primado social, quando a propriedade e o controle dos
meios
de
produção
devem
Estado”(GASTALDI, 1983, p. 40).
estar
em
mãos
do
• O socialismo utópico é orientado para a realização de um
sistema social e econômico ideal (GASTALDI, 1983, p. 44).
• Os principais representantes do socialismo utópico foram
Charles Fourier e Robert Owen.
•
Os socialistas utópicos não foram capazes de propor
mudanças efetivas para as práticas liberais.
•
O socialismo científico foi fundado por Karl Marx
(1818-1883) que baseou o seu estudo da sociedade
capitalista em uma abordagem histórica conhecida
como materialismo histórico (HUNT; SHERMAN, 1982).
• A teoria de Marx apresentou-se bem mais desenvolvida
do que a de seus antecessores.
• Segundo Marx a base econômica da sociedade (modo de
produção) determinava as demais instituições sociais,
assim como as diversas modalidades de pensamento,
inclusive o religioso (HUNT; SHERMAN, 1982).
• O modo de produção seria composto pelas forças
produtivas e pelas relações de produção.
• O que são forças produtivas? São “ forças naturais
(inclusive o próprio homem) apropriadas pelo homem
para
a
produção
social”(SANDRONI,
e
2003,
ferramentas são exemplos.
reprodução
p.
249).
de
sua
vida
As
máquinas,
• As relações de produção referem-se ao conjunto de
relações econômicas estabelecidas entre os homens,
independentemente de sua consciência ou de sua
vontade, no processo de produção e reprodução de sua
vida social.
• No modo de produção capitalista, a relação de
produção fundamental é a que ocorre entre capitalistas
(compradores de força de trabalho) e proletários
(vendedores de força de trabalho).
• Ao contrário dos economistas clássicos, Marx não parte
do conceito abstrato de valor para construir sua teoria do
valor-trabalho, mas sim da análise da mercadoria.
• Para Marx a mercadoria apresentaria valor de uso
(destinado a atender uma necessidade humana) e valor
(tempo de trabalho socialmente necessário à produção da
mercadoria).
• O valor da mercadoria é a soma do capital constante, do
capital variável e da mais-valia.
•O
capital
constante
é
assim
denominado
porque
transfere para a mercadoria um valor idêntico ao seu
próprio valor, como as máquinas.
•
O capital variável é assim denominado porque transfere
para a mercadoria, além do seu próprio valor, um valor
agregado, que é a mais-valia.
• Como exemplo de capital variável podemos citar a mãode–obra.
• A mais-valia é o trabalho não pago ao trabalhador. Ou
seja, o valor que o trabalhador produz para o capitalista é
bem superior ao valor que recebe para a sua subsistência.
• Marx considerava as crises no sistema liberal-
capitalista inevitáveis e cada vez mais ameaçadoras.
Como ocorreriam as crises econômicas?
• Com o propósito de acumular mais capital, o
capitalista passaria a adquirir maior quantidade de
máquinas e ferramentas e a contratar uma quantidade
proporcionalmente maior de trabalhadores para operá-
las.
• Com a existência de um exército industrial de reserva
(conjunto de trabalhadores desempregados vivendo abaixo
do nível de subsistência) os capitalistas conseguiriam
manter os salários ao nível de subsistência.
• No
entanto,
conforme
as
indústrias
fossem
se
expandindo e aumentasse a procura por mais mão-deobra, o exército industrial de reserva seria exaurido.
Desta forma, os capitalistas passariam a pagar salários
mais elevados para os trabalhadores.
• Como os capitalistas não teriam condições de controlar
a variação dos níveis salariais passariam a modificar as
técnicas de produção, introduzindo máquinas poupadoras
de mão-de-obra.
• A opção dos capitalistas por alterar as técnicas de
produção para promover a expansão industrial resultaria
no incremento da produção total, mas os salários pagos
aos trabalhadores não cresceria na mesma proporção que
a produção.
• Uma grande quantidade de produtos seria despejada no
mercado, mas os salários dos trabalhadores e a demanda
dos consumidores tenderia a se restringir.
• Desta forma, embora estivessem produzindo mais lucros
sob a forma de bens, os capitalistas não conseguiriam
vender esses bens e, realizar os lucros, devido ao
estrangulamento
SHERMAN, 1982).
do
mercado
consumidor
(HUNT;
• Marx
dividiu a economia capitalista em um setor
produtor de bens de consumo e em outro produtor de
bens de capital para explicar de que forma ocorreria o
colapso econômico.
• Os capitalistas do setor produtor de bens de consumo
diante da retração do mercado consumidor reduziriam a
procura de bens de capital.
• Com a diminuição da produção de bens de capital, as
indústrias desse setor passariam a despedir trabalhadores,
• Esta medida provocaria queda do valor global dos
salários, o declínio da renda nacional e a retração do
mercado consumidor.
• Haveria um corte na produção de bens de consumo e
demissões de operários nas indústrias de bens de
consumo.
• As sucessivas ocorrências em ambos os setores levariam
a um colapso econômico.
• A depressão econômica contribuiria com o aumento do
exército de reserva e deprimiria o padrão de vida do
operário, reduzindo-o ao nível ou abaixo do nível de
subsistência.
• Contudo, Marx não acreditava que o capitalismo sofreria
apenas uma longa depressão, ou que o desemprego em
massa durasse para sempre (HUNT; SHERMAN, 1982).
• Marx não deixou ideias explícitas a respeito das formas
de condução de uma nova sociedade.
• “O Capital” publicado em 1867 foi uma crítica ao sistema
liberal-capitalista
e
não
um
receituário
implantação de uma nova ordem econômica.
para
a
REFERÊNCIAS
CLIP-ART.
Disponível
em:
<http://office.microsoft.com/ptbr/images/?CTT-97>. Acesso em: Mar. 2011.
GASTALDI, J. P. Elementos de economia política. 11. ed. São Paulo:
Saraiva, 1983.
HUNT E. K.; SHERMAN, H. J. História do pensamento econômico. 3.
ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1982.
MENDES, C. M. et al. Introdução à economia. Florianópolis:
Departamento de Ciências da Administração/UFSC; Brasília: CAPES:
UAB, 2009.
SANDRONI, P. (Org.).Novíssimo dicionário de economia. 12. ed. São
Paulo: Editora Best Seller, 2003.
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