CONHECIMENTOS GERAIS O vinho é um produto da videira. Atualmente existem muitas variedades de uvas, que fornecem tipos diversificados de bebidas e alimentos, mas, sem dúvida nenhuma, o vinho é o produto que pode ser considerado uma dádiva dos deuses, pois ajuda a amenizar as agruras da vida na Terra. Osíris, para os egípcios; Dionísio, para os gregos; Baco, para os romanos. Esses eram os deuses das festas, do lazer, do prazer e do vinho. 01 Como as técnicas de conservação do vinho eram deficientes na Idade Média, essa bebida não podia ser estocada por muito tempo. O engarrafamento em recipiente de vidro data do século XV e a vedação com rolha de cortiça é de fins do século XVII. A cortiça, feita da casca do sobreiro (Quercus suber), é constituída basicamente de a) b) c) d) e) amido, que é um monossacarídeo. proteínas, como a fenilalanina. lipídeos e ácidos graxos. frutose, que é um dissacarídeo. celulose, que é um polissacarídeo. 02 O espumante é um vinho originário da região de Champagne, a 150 km de Paris. A bebida foi descoberta, há mais de 340 anos, por Dom Pérignon, que estranhou a afirmação dos vinicultores de que certos tipos de vinho fermentavam novamente, depois de engarrafados. A fermentação do vinho ocorria por causa da liberação do gás carbônico, provocando o aumento da pressão, que estourava os tampões ou arrebentava as garrafas fechadas. Dom Pérignon testou garrafas mais fortes e utilizou rolhas amarradas com arame, conseguindo, assim, obter a segunda fermentação dentro da própria garrafa. Após vedada com a rolha e o lacre, a garrafa de espumante deve ser capaz de suportar uma pressão interna de até 35 atmosferas, sendo 1 atmosfera a medida de aproximadamente 105 N, aplicados sobre uma área de 1 m2. A respeito do engarrafamento de espumantes, é correto afirmar que a) o gás do espumante, após a vedação da garrafa, deve conter apenas nitrogênio e oxigênio. b) devido à pressão interna ser superior a 1 atmosfera, torna-se impossível o desenvolvimento de qualquer tipo de microorganismo dentro da garrafa. c) cada centímetro quadrado da superfície interna da garrafa pode suportar uma força de até 350 N. d) quando o espumante é submetido a pressões superiores a 1 atmosfera, seus componentes químicos sofrem e) inesgotáveis reações exotérmicas; por isso é necessário manter a garrafa com o espumante sempre em ambientes de baixa temperatura. a garrafa com espumante deve ser guardada em ambientes onde o ar em volta dela tenha comportamento de gás ideal, ou seja, que atinja a pressão de 35 atmosferas sem sofrer mudanças na sua temperatura, em seu volume e em sua composição química. 03 A partir da Revolução Industrial, no século XVIII, o vinho passou a ser fabricado com técnicas industriais, para possibilitar a produção em massa e a venda barata. Embora as antigas tradições tentassem ser preservadas em regiões interioranas francesas, italianas e alemãs, a produção vinícola sofreu modificações tecnológicas para adaptar-se ao mundo industrializado. A fonte de energia que desencadeou a Revolução Industrial foi a) b) c) d) e) o petróleo. o carvão. a água. o vento. a madeira. 04 O rótulo das garrafas de vinho surgiu na segunda metade do século XIX, com a dupla função de identificar o conteúdo da garrafa e promover socialmente o seu proprietário ou consumidor. No Brasil, a Lei nº 10.970, de 2004, estabeleceu que os vinhos e os derivados da uva e do vinho devem ter a sua graduação alcoólica expressa em percentual por volume (% vol). Essa percentagem é indicada no rótulo. Considerando que a massa contida em 1 mL de etanol é de 0,8 g, uma pessoa, ao consumir 150 mL de vinho, com teor alcoólico de 12% vol, ingere uma quantidade de álcool, em gramas, igual a a) b) c) d) e) 9,6. 12,8. 14,4. 15,6. 18,0. _______________________________________________ UCS – Vestibular de Inverno 2011 – Caderno de Questões 13 05 Leia o fragmento de Noites na Taverna, de Álvares de Azevedo. - Bem! muito bem! é um toast de respeito! - Quero que todos se levantem, e com a cabeça descoberta clamem: Ao deus Pã da natureza, aquele que a antiguidade chamou Baco – o filho das coxas de um deus e do amor de uma mulher! e que nós chamamos melhor pelo seu nome – o vinho! - Ao vinho! ao vinho! Os copos caíram na mesa. (ÁLVARES DE AZEVEDO, Manoel Antonio. Noites na taverna. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1997. p. 12.) Na relação do fragmento com a obra, considere as seguintes afirmações. I II III Essa obra é caracterizada por pessimismo, descrença e tédio, aspectos que marcam o nacionalismo romântico. Nessa obra, enebriados pelo vinho, os convivas narram contos macabros e devassos, marcando a fase ultraromântica da Literatura Brasileira. No contexto histórico e literário do Romantismo, a celebração a Baco sugere uma visão de mundo pagã, que evidencia uma crítica aos valores morais e religiosos da época. Das afirmativas acima, pode-se dizer que a) b) c) d) e) apenas I está correta. apenas II está correta. apenas III está correta. apenas II e III estão corretas. I, II e III estão corretas. 06 Leia o fragmento do poema Bacanal, de Manuel Bandeira. Quero beber! Cantar asneiras No esto brutal das bebedeiras Que tudo emborca e faz em caco... Evoé Baco! (LIMA, Alceu Amoroso. Poesia: Manuel Bandeira. 2. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1983. p. 25.) Tendo como base o fragmento, analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das proposições abaixo. ( ) ( ) ( ) O sujeito lírico deseja Cantar asneiras como forma de incorporar ao fazer poético qualquer temática. Inspirado por Baco, o sujeito lírico almeja por uma libertação da poesia, afastando-a das formas tradicionais em voga no século XIX. O título do poema sugere uma relação de sentido com a antropofagia, uma das tendências do Modernismo. Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo. a) b) c) d) e) V–F–V V–V–V F–F–F V–V–F F–V–V 07 A partir da década de 1990, na Serra Gaúcha, vinhos de maior qualidade passaram a ser produzidos e iniciou-se a adaptação de uvas finas (Vitis vinifera) ao clima peculiar dessa região. Outra região que está crescendo e firmando-se como produtora de vinhos é o Vale do São Francisco, situado nos estados de a) b) c) d) e) Ceará e Maranhão. São Paulo e Minas Gerais. Rio de Janeiro e Espírito Santo. Bahia e Alagoas. Pernambuco e Bahia. _______________________________________________ UCS – Vestibular de Inverno 2011 – Caderno de Questões 14 08 No século XX, a vitivinicultura evoluiu muito, acompanhando os avanços da tecnologia e da genética. O cruzamento genético das cepas das uvas, a formação de leveduras transgênicas e a produção mecanizada elevaram substancialmente a qualidade e o sabor do vinho, feito sob medida para agradar aos mais diversos paladares. Leveduras transgênicas representam a) b) c) d) e) organismos que contêm DNA exógeno. a união de dois genomas de raças ou variedades diferentes. o aumento do número dos genomas – poliploidia. a mudança das características, ocasionada por mutação. a apresentação de um genoma dominante. 09 A safra gaúcha de uva de 2011 é uma das maiores já registradas. A quantidade colhida aumentou neste ano 23%. Segundo o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), na safra anterior, de 2010, foram colhidos 526,89 milhões de quilos de uva nos parreirais gaúchos, responsáveis por cerca de 90% da produção brasileira de uva e derivados. De acordo com esses dados, o RS é responsável pela produção de, aproximadamente, __________ mil toneladas de uva na safra de 2011. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna acima. a) b) c) d) e) 667 720 583 648 1 211 10 No processo denominado __________, utilizam-se, hipoteticamente, 50 kg de uva para fazer 10 L de vinho. Considerando-se essa proporção, para um consumo de vinho anual de 15 L ao mês, serão necessários __________ de uva para fabricar a bebida. Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas acima. a) b) c) d) e) fermentação – 900 kg fotossíntese – 1 500 kg destilação – 600 kg fotossíntese – 900 kg fermentação – 1 500 kg As informações e/ou os extratos contidos nesta prova têm como fonte as seguintes referências: ÁLVARES DE AZEVEDO, Manoel Antonio. Noites na taverna. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1997. p. 12. BARBIERI, Rosa Lía; STUMPF, Elisabeth Regina Tempsel. Origem e evolução de plantas cultivadas. Brasília – DF: Embrapa Informação, 2008. FLANDRIN, Jean Louis; MONTANARI, Massimo. História da alimentação. 2. ed. São Paulo: Estação Liberdade, 1998. FRANCO JÚNIOR, Hilário. Cocanha: a história de um país imaginário. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. LIMA, Alceu Amoroso. Poesia: Manuel Bandeira. 2. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1983. p. 25. PANEK, Anita D. E se Dionísio soubesse química?, Ciência Hoje, v. 47, n. 279, p. 43-47, São Paulo, mar. 2011. www.espumantesdobrasil.com.br/historia.php, acesso em 20/05/2011. _______________________________________________ UCS – Vestibular de Inverno 2011 – Caderno de Questões 15