UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL À
EDUCAÇÃO BÁSICA NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS
As perspectivas dos formandos na EJA Médio da Escola Tolentino Maia:
possibilidades de implantação do Proeja, considerando o multifacetado Mundo
do Trabalho.
Cláudio Márcio Marques Teixeira
Orientador: Profª. Dra. Simone Valdete dos Santos
Porto Alegre
2009
FICHA CATALOGRÁFICA
___________________________________________________________________________
T266p Teixeira, Cláudio Márcio Marques
As perspectivas dos formandos na EJA Médio da Escola Tolentino Maia:
possibilidades de implantação do PROEJA, considerando multifacetado mundo do
trabalho / Cláudio Márcio Marques Teixeira ; orientadora Simone Valdete dos Santos.
– Porto Alegre, 2009.
35 f. : il.
Trabalho de conclusão (Especialização) – Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação.
Curso de Especialização em Educação Profissional integrada à Educação Básica
na Modalidade Educação de Jovens e Adultos, 2009, Porto Alegre, BR-RS.
1. Educação. 2. Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com
a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. 3. PROEJA. 4.
Formandos da EJA Médio – Perspectivas – Implantação – PROEJA. 5. Escola
Tolentino Maia – Viamão, RS. I. Santos, Simone Valdete dos. II. Título
CDU 374.7
_____________________________________________________________________________
CIP-Brasil. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação.
(Jaqueline Trombin – Bibliotecária responsável - CRB10/979)
Para Fabiane que sempre me apoiou em
todas fases desse trabalho, pelo seu
amor incondicional e pelas conquistas
que sucedem em nossa história, como a
vida que agora habita seu ventre...
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................
4
2. A APROXIMAÇÃO DO PESQUISADOR AO OBJETO DA PESQUISA..........
6
3. A PESQUISA NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR TOLENTINO MAIA...
9
4. RESULTADOS POSSÍVEIS DA PESQUISA.....................................................
18
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................
29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................
31
ANEXOS................................................................................................................. 32
RESUMO
Este trabalho é o resultado de uma pesquisa feita numa escola estadual que tem
EJA-Ensino Médio, Escola Professor Tolentino Maia, localizada na região
metropolitana de Porto Alegre, município de Viamão, com a intenção de estudar as
perspectivas dos formandos da EJA Médio, além das possibilidades de analisar e
implantar do programa Proeja-Ensino Médio, através de análise de dados de alguns
órgãos de pesquisa oficial de âmbito nacional e focando a região, onde está inserida
essa escola. A pesquisa trouxe algumas confirmações já esperadas: a baixa oferta
de curso técnico profissionalizante público, principalmente na zona urbana, sendo
também objetivo justificar e legitimar a implantação desse programa criado pelo
Governo Federal e ampliado nas redes públicas de ensino do país, observada a
demanda e a integração à escola a se implantar. Os dados levantados nessa escola
através dos instrumentos usados, que foram um questionário e uma entrevista
individual para verificar as pretensões de um grupo de cinqüenta e três alunos,
sendo todos formandos do segundo semestre de dois mil e oito, após terem
preenchido o primeiro instrumento, foram selecionados alguns para o segundo, no
qual ficou evidenciado que a formação profissionalizante, principalmente em
informática, trará uma melhor colocação nesse multifacetado Mundo do Trabalho,
“para viver um tempo mais humano na educação”.
PALAVRAS-CHAVE : Formandos EJA Médio – Implantação. Proeja.
Escola Tolentino Maia – Mundo do Trabalho
1 INTRODUÇÃO
No curso de Pós-Graduação, que por ora estou encaminhando sua
conclusão, é que apresento esta pretensão de atualizar e implantar na
escola em que estou atuando o curso Proeja o qual pressupõe a Educação
Profissional integrada à Educação de Jovens e Adultos (EJA), com todas as
justificativas que se fizerem necessárias para atingir esse objetivo.
Na presente pesquisa qualitativa apliquei questionários junto a
cinqüenta e três alunos formandos do segundo semestre de 2008, na EJAMédio da Escola Estadual Professor Tolentino Maia, na cidade de Viamão.
Após uma maratona de observações e debates nos oportunos
momentos de trocas com meus colegas de curso de pós-graduação e de
escola, elaborei alguns instrumentos de pesquisa para legitimar esse sonho
de curso profissionalizante para aqueles que não conseguiram concluir o
curso de ensino médio no tempo considerado adequado para a organização
escolar.
Com a ajuda da colega orientadora educacional da escola apliquei o
questionário. Também formulei um segundo instrumento, uma entrevista
semiestruturada, aplicada a sete alunas selecionadas pela demonstração de
interesse pelo Proeja revelado durante a aplicação do primeiro instrumento
de pesquisa, o questionário.
Colocando-me
no
papel
de
professor-pesquisador1
considerei
importante registrar em diários de campo as reações dos alunos durante a
aplicação dos instrumentos de pesquisa, bem como ao preenchimento do
termo de consentimento, no qual muitos manifestaram o interesse de terem
os seus dados divulgados.
O lema adotado pela minha turma de pós-graduação, “um tempo mais
humano na educação”, ratifica a ideia de que essa é a forma mais adequada
de confrontar a necessidade desses pesquisados e outros, que nem se quer
tem consciência de que precisam dessa formação profissional no ensino
1
Conceito criado por Fernando Becker e Tânia B. I. Marques para se referirem aos professores que
implementam ações que produzem novos fenômenos cognitivos, avaliam os fenômenos observados e criam
novas compreensões desses fenômenos. (Becker, 2007, p. 12).
médio modalidade EJA, com a falta de capacitação de mão de obra
especializada ao mundo do trabalho contemporâneo e principalmente futuro.
Desejo que ao longo deste trabalho de conclusão de curso, fatos,
estudos, argumentos, levantamentos, depoimentos, dados conclusivos,
evidenciam e reafirmam o tema que é título desta pesquisa: As perspectivas
dos formandos na EJA Médio da Escola Tolentino Maia: possibilidades de
implantação do Proeja, considerando o multifacetado Mundo do Trabalho.
2 A APROXIMAÇÃO DO PESQUISADOR AO OBJETO DA PESQUISA
Quando iniciei minha carreira docente fui contratado pelo Estado, valeu
a pena, tinha me inscrito para o contrato emergencial em 1995, mas me
chamaram, faltava uma semana para o início do ano letivo de 1996. Porém,
moro em Viamão e me chamaram para trabalhar em Gravataí, bem longe da
minha casa e da ESEF-UFRGS (Escola de Educação Física da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul), onde ainda cursava minha graduação. Foi no
terceiro ano que já estava trabalhando no Estado que consegui transferência
para Viamão, onde desde então estou. Junto ao meu contrato emergencial
no ano de 1998, cursei e conclui em 1999 meu curso de Graduação em
Educação Física, fui também um aluno-trabalhador.
Desde que assumi o compromisso de voltar aos bancos escolares
nessa especialização, na qual desenvolvo esta pesquisa como meio de
conclusão, pensei numa forma de qualificar-me como docente e também
proporcionar com isso uma imediata melhoria na Escola em que vivo
profissionalmente, na qual trabalho com crianças, adolescentes, jovens e
adultos, esses últimos que são muito diferenciados pelas condições que
apresentam e por outras oportunidades que penso que poderiam ter na vida.
Então, me comprometi em tentar provar com esse estudo a viabilidade
de legitimar e conseguir a implantação do curso Proeja na Escola Estadual
Professor Tolentino Maia, em Viamão, que é tão procurada e diferenciada,
pois os alunos, principalmente da EJA, demonstram um sentimento de
pertencimento, de afeto e respeito pela mesma. Localizada na região
metropolitana, tem suas mazelas como todo subúrbio e precisa ser vista
como local para soluções, esperanças e superações.
Sou mesmo um privilegiado, acompanhei a implantação da EJAFundamental e EJA-Médio nessa escola, e no atual momento ocorre a
possibilidade de presenciar um novo EJA que traz a formação técnicoprofissional como diferencial, a qual poderá levar mais esperança a todos
que por ela passarem.
Meu reencontro com a vida de estudante e professor-pesquisador traz
à tona uma dívida moral que tenho com ensino público, porque sou fruto
escola pública e muito satisfeito até então. Agora chegou o momento de
destinar um pouco do que posso para melhorar minha vida profissional com
esse estudo e proporcionar uma melhoria nessa escola.
Concomitante ao tempo de serviço no Tolentino Maia trabalho numa
escola particular de Irmãs Franciscanas. Lá também sou muito feliz, tenho-a
como minha outra realidade onde dialogo e vejo que existem carências
diferenciadas em cada uma dessas, ficam sendo minhas referências para
um profissional que busca ser o mais adequado a cada situação vivida.
Na EJA da Escola Tolentino Maia, fui o primeiro vice-diretor, cheguei
inaugurando o noturno, em 2002, sem funcionários de apoio, nem na
secretaria. Quando comecei ainda era EJA-Fundamental, inclusive com
alfabetização e com todos aqueles alunos que tinham sido “problemas” no
diurno, numa escola localizada no meio de uma vila, Vila Viamópolis, que dá
nome ao Bairro, na parada 40 (km 03 / RS-040), e que tem contrastes: uma
boa urbanização, todas ruas com meio-fio e praticamente 80% delas são
asfaltadas, porém uma comunidade com condições em extremos, casas
boas e com famílias estruturadas e barracos com famílias sem estrutura
alguma, com um índice de criminalidade alto e preocupante; outro detalhe é
que faz divisa com o Parque Saint-Hilaire, sendo um local de pouca
segurança, pois este tem 8 mil hectares, ocorrendo “divisão” de roubos entre
grupos de assaltantes, distribuição e consumo de drogas, desova de
cadáveres,
bem
como
outras
atitudes
violentas
comuns
a
locais
abandonados pelo poder público.
Foi bem difícil o início, fazíamos merenda comunitária e algumas
colegas professoras se propunham a cozinhar, vários alunos comiam e iam
embora. Em 2004, passamos a ter somente EJA-Médio, fechou o EJAFundamental, pois já tinham escolas da rede municipal e estadual próximas
à nossa que ofereciam esse último.
Na EJA-Médio já ocorrem casos de alunos egressos cursando
graduação, tenho registros de alunos nos cursos de Direito, Pedagogia e
Serviço Social.
3 A PESQUISA NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR TOLENTINO MAIA
Tenho acompanhado muitas propostas para melhoria do desempenho
da escola pública, como projetos vinculados à iniciativa privada que através
de premiações para os melhores alunos e professores visam a uma
qualidade no ensino público. Só que educação não é uma espécie de jogo
como é o dessa proposta, pois não é obrigação da terceira via suprir as
necessidades básicas das escolas e sim do Estado como gestor de uma
educação de qualidade. É o ensino público que deve preocupar-se com a
formação integral do cidadão e não apenas uma simples busca de
desempenho em provas que não apontam uma verdade absoluta, servindo
apenas de subterfúgios para eximir os governantes de melhores políticas
públicas para educação.
O Proeja para EJA-Médio Noturno contradiz essa tendência, pois
possibilita condições de inclusão digital e também de absorção pelo Mundo
do Trabalho. Essa nova proposta pode facilitar a recuperação de diversas
características de uma sociedade injusta, trazendo de volta quem perdeu
sua chance no passado de concluir seus estudos e recuperando seu tempo
e tendo uma formação profissional, que hoje é básica para sua vida pessoal
e para suas possíveis ocupações.
O Proeja foi regulamentado pelo decreto presidencial Nº 5.840 de 13
de julho de 2006, inicialmente envolvendo a rede federal de Educação
Profissional na qual 10% das vagas em qualquer unidade deve ocorrer em
classes de PROEJA, tendo por embasamento os documentos base do
Proeja nível médio, nível fundamental o qual pressupõe formação inicial e
continuada de trabalhadores e a especificidade do Proeja indígena.
Tudo que se vê numa escola no noturno é o que se espera na maioria
das vezes no diurno, alunos interessados predominando e comprometendo
seus professores para que os atenda com a qualidade que desejam, pois já
esperaram tempo demais na vida e agora querem saber para ter, com essa
ideologia que percebo, que começo minha pesquisa dentro dos portões
dessa escola que é para muitos a segunda família, ponto de encontro,
esperança de vida melhor.
São sete anos funcionando nas condições possíveis para escola
pública e de região metropolitana de uma cidade ainda considerada
“dormitório” por muitos, pois a maioria das pessoas desenvolve suas
atividades em outras cidades da redondeza, principalmente Porto Alegre. O
objetivo maior desse trabalho é analisar o que pode mudar nessa instituição
onde vejo tanta vida e dedicação, para que se desenvolva cada vez mais
através da implantação de um curso de qualificação profissional vinculado ao
Ensino Médio.
Quadro 1: Situação de Viamão:
Serviços:
Estabelecimentos de ensino pré-escolar: 16
Estabelecimentos de ensino fundamental: 96
Estabelecimentos de ensino médio: 10
Estabelecimentos de ensino superior: 1
Agências bancárias: 8
População:
Pessoas residentes: 226.669
Mulheres residentes: 111.062
Homens residentes:115.607
População Urbana: 210.873
População Rural: 15.796
Fonte: Dados de 2005 obtidos na Web: IBGE - cidades@/
Organizadora: Profª Regina Maria de Abreu Hamren, Supervisora Pedagógica da.Escola Estadual Minuano, em
Viamão.
Nos dados apresentados acima e pela especificidade dos nossos
estabelecimentos de ensino, tem-se dentre as escolas de ensino médio a
ETA (Escola Técnica de Agricultura), única escola pública profissionalizante
de ensino médio no município, oferecendo cursos para quem habita o meio
rural. Portanto, fica evidenciado que o meio urbano que tem uma população
doze vezes maior está sem nenhuma escola pública de ensino médio e
profissionalizante para atender a essa demanda que é grande e fica nas
mãos de empresas privadas. Sendo assim, pode-se observar os dados do
censo escolar do quadro abaixo (Inep/2007), a discrepância em relação ao
número de estabelecimentos de educação profissional na esfera privada:
Quadro 2: Número de estabelecimentos de Educação Profissional
ESTABELECIMENTOS
Educação Profissional
3.25 - Número de Estabelecimentos de Educação Profissional por Localização e Dependência Administrativa,
segundo a Região Geográfica e a Unidade da Federação, em 30/5/2007
Estabelecimentos de Educação Profissional
Localização / Dependência Administrativa
Unidade da
Federação
Total
Urbana
Total
Federal
Estadual
Municipal
Privada
Total
Federal
Estadual
Municipal
Privada
Brasil
3.230
156
792
130
2.152
3.071
115
716
120
2.120
Norte
124
16
61
1
46
111
14
56
1
40
Rondônia
10
-
1
-
9
9
-
-
-
9
Acre
3
-
3
-
-
2
-
2
-
-
Amazonas
51
5
41
-
5
50
5
41
-
4
Roraima
3
2
-
-
1
2
1
-
-
1
Pará
28
7
9
1
11
26
7
8
1
10
Amapá
10
-
1
-
9
7
-
1
-
6
Tocantins
19
2
6
-
11
15
1
4
-
10
Nordeste
278
55
49
14
160
248
40
39
12
157
Maranhão
25
5
3
6
11
21
3
3
4
11
Piauí
27
4
9
2
12
26
4
8
2
12
Ceará
45
4
6
35
42
2
6
-
34
18
R. G. do Norte
28
8
2
Paraíba
20
7
5
Pernambuco
53
8
8
Alagoas
16
3
Sergipe
9
3
Bahia
Sudeste
-
18
25
6
1
-
8
17
6
3
-
8
-
37
49
5
7
-
37
1
-
12
16
3
1
-
12
2
-
4
7
2
1
-
4
55
13
13
6
23
45
9
9
6
21
2.014
52
331
103
1.528
1.948
41
292
98
1.517
357
Minas Gerais
438
24
22
34
358
421
16
17
31
Espírito Santo
117
9
71
-
37
109
6
71
-
32
Rio de Janeiro
291
13
98
8
172
282
13
91
7
171
São Paulo
1.168
6
140
61
961
1.136
6
113
60
957
Sul
704
25
333
10
336
668
17
312
9
330
Paraná
239
3
166
-
70
232
2
163
Santa Catarina
85
10
18
-
57
76
7
13
-
56
R. G. do Sul
380
12
149
10
209
360
8
136
9
207
Centro-Oeste
110
8
18
2
82
96
3
17
-
76
M. G. do Sul
34
-
5
-
29
31
-
5
Mato Grosso
10
2
-
2
6
6
1
-
-
5
Goiás
44
6
8
-
30
38
2
8
-
28
Distrito Federal
22
-
5
-
17
21
-
4
-
17
Fonte: MEC/Inep/Deed.
Notas: 1) O mesmo estabelecimento pode oferecer mais de uma etapa/modalidade de ensino.
2) Estabelecimentos em atividade.
3) Não inclui estabelecimentos exclusivos de turmas de atendimento complementar.
4) Inclui estabelecimentos que oferecem educação profissional concomitante e/ou subseqüente.
67
26
O presente estudo aponta a perspectiva da Educação Profissional na
Escola Estadual Tolentino Maia, de Viamão, sua concretização, no entanto,
compõe um outro processo, baseado nesses dados, a formação não deve
privilegiar esse ou aquele ramo ou empresa, tem de ser algo que ofereça
mais possibilidades para crescer em cidadania e ter chances de competir no
mundo do trabalho. Além disso, existe uma tendência do poder público para
o fechamento de turmas de EJA nas escolas públicas, sendo assim uma EJA
com formação profissional será mais um vínculo para mantermos em nossa
escola essa modalidade de ensino que tem papel social importante para o
aperfeiçoamento da comunidade escolar.
Mesmo com o fechamento de várias classes de EJA-Fundamental no
ano de 2008 no município de Viamão, a “nossa” EJA-Médio segue muito
procurada, tendo muito mais alunos do que vagas oferecidas. No final do
ano letivo de 2008, teve-se uma ameaça de fechamento de turmas da EJAMédio pelo poder público estadual, ocasionando uma procura ainda maior.
Portanto, criou-se uma lista de interessados com mais cem para cada
totalidade, sendo que são no máximo trinta e cinco em cada turma, com três
turmas de cada totalidade, não foi possível absorver todos no início. A partir
da não realização de matrículas por alguns por desistência ou por
impedimento legal é que se começou a abrir vagas e chamar quem estava
na suplência, uma vez que a seleção é feita mediante prova classificatória.
Querendo aproveitar a oportunidade e, além disso, melhorar ainda o
curso de EJA – Médio existente na escola, e inspirado no documento base
do Proeja – Ensino Médio, busquei juntamente com alguns colegas da
escola, principalmente o da disciplina de Psicologia, elaborar um primeiro
instrumento, um questionário para os alunos, inicialmente em caráter
experimental. Considerando os resultados deste primeiro instrumento, foram
aplicados mais dois questionários. Tais instrumentos estão nos anexos do
presente trabalho.
Partindo da premissa de que esse público pesquisado procura
melhorar sua colocação no mundo do trabalho, fiz um roteiro que busca
conhecer suas angústias e desejos antes e depois de passar pela EJA, uma
vez que os alunos que responderam aos questionários compõem o grupo de
formandos do primeiro semestre da EJA Ensino Médio/2008, da Escola
Tolentino Maia.
Por outro lado, tem muito a melhorar como, por exemplo, a sala de
informática que está ociosa há dois anos e meio, conforme a justificativa dos
gestores do Estado tal situação é atribuída a falta de pessoal, ocasionando
assim uma exclusão do conhecimento básico de informática. Será que com o
Proeja implantado essa realidade mudaria?
Essa pesquisa visa entre outros objetivos, conscientizar para relação
dos alunos que saem na modalidade EJA-Médio, como pensam seu futuro
profissional e até mesmo pessoal, quais suas possibilidades de seguir
estudando ou profissionalizando-se em algum curso técnico, trazendo a
realidade da empregabilidade aliada a uma idéia de colocação no mundo do
trabalho, suas perspectivas em crescer como cidadão, fazendo da EJA uma
espécie de ponte para romper suas dificuldades já existentes desde seu
abandono dos estudos no seu passado escolar.
Observando a tabela do Inep/2007 de alunos na Educação Profissional
em nosso país, que está sendo considerado emergente, é que vou confirmar
a intenção dessa pesquisa.
Quadro 3: Número de Matrículas na Educação Profissional
MATRÍCULAS
Educação Profissional
2.31 - Número de Matrículas na Educação Profissional por Localização e Dependência Administrativa, segundo a
Região Geográfica e a Unidade da Federação, em 30/5/2007
Matrículas na Educação Profissional
Localização / Dependência Administrativa
Unidade da
Federação
Total
Total
Urbana
Federal
Estadual
Municipal
Privada
Total
Federal
Estadual
Municipal
Privada
371.966
660.215
65.529
202.428
23.144
369.114
Brasil
693.610
82.573
215.252
23.819
Norte
24.729
6.546
10.580
65
7.538
23.402
6.095
10.299
65
6.943
Rondônia
1.687
224
-
-
1.463
1.463
-
-
-
1.463
859
-
859
-
-
794
-
794
-
-
Amazonas
10.428
1.756
7.247
-
1.425
10.318
1.756
7.247
-
1.315
Acre
Roraima
1.063
932
-
-
131
981
850
-
-
131
Pará
6.032
2.271
1.709
65
1.987
5.817
2.271
1.527
65
1.954
Amapá
1.528
-
220
-
1.308
1.315
-
220
-
1.095
Tocantins
3.132
1.363
545
-
1.224
2.714
1.218
511
-
985
Nordeste
74.707
27.773
18.262
1.543
27.129
68.629
23.870
16.571
1.463
26.725
Maranhão
3.846
1.611
353
463
1.419
3.289
1.134
353
383
1.419
Piauí
10.616
2.913
6.091
187
1.425
10.562
2.913
6.037
187
1.425
Ceará
11.579
3.519
1.232
-
6.828
10.557
2.763
1.232
-
6.562
R. G. do Norte
5.515
2.273
203
-
3.039
5.187
1.991
157
-
3.039
Paraíba
7.513
3.470
2.803
-
1.240
6.722
3.185
2.297
-
1.240
Pernambuco
15.765
7.136
2.583
-
6.046
14.586
6.157
2.383
-
6.046
Alagoas
2.429
415
293
-
1.721
2.429
415
293
-
1.721
Sergipe
3.317
2.767
235
-
315
2.768
2.384
69
-
315
Bahia
14.127
3.669
4.469
893
5.096
12.529
2.928
3.750
893
4.958
Sudeste
417.742
31.711
114.218
20.368
251.445
403.250
25.441
107.109
19.941
250.759
Minas Gerais
82.266
14.123
4.800
4.490
58.853
76.219
9.331
3.905
4.231
58.752
Espírito Santo
20.354
4.997
5.153
-
10.204
18.741
3.519
5.153
-
10.069
Rio de Janeiro
68.337
10.723
27.182
1.670
28.762
68.024
10.723
26.948
1.622
28.731
São Paulo
246.785
1.868
77.083
14.208
153.626
240.266
1.868
71.103
14.088
153.207
Sul
149.055
11.354
66.208
1.736
69.757
141.847
7.845
62.920
1.675
69.407
Paraná
41.767
458
25.038
-
16.271
41.040
209
24.674
-
16.157
Santa Catarina
29.845
3.494
9.536
-
16.815
27.477
2.238
8.554
-
16.685
R. G. do Sul
77.443
7.402
31.634
1.736
36.671
73.330
5.398
29.692
1.675
36.565
Centro-Oeste
27.377
5.189
5.984
107
16.097
23.087
2.278
5.529
-
15.280
M. G. do Sul
5.852
-
1.613
-
4.239
5.377
-
1.613
-
3.764
Mato Grosso
2.227
1.536
-
107
584
1.923
1.405
-
-
518
Goiás
13.285
3.653
2.311
-
7.321
10.229
873
2.311
-
7.045
Distrito Federal
6.013
-
2.060
-
3.953
5.558
-
1.605
-
3.953
Fonte: MEC/Inep/Deed.
Notas: 1) Não inclui matrículas em turmas de atendimento complementar.
2) O mesmo aluno pode ter mais de uma matrícula.
3) Não inclui matrículas na educação profissional integrada ao ensino médio.
Observando essa tabela ratifico o que essa pesquisa vem trazer como
constatação: há poucas escolas profissionalizantes de administração
estadual na zona urbana, sendo uma demanda desse tempo que estamos
vivendo. Tenho convicção de que será uma ótima iniciativa do poder público
estadual ter mais estabelecimentos de ensino de zona urbana com formação
profissionalizante, como já existiu numa outra época, mas com outro
enfoque:
A Lei 5692/71, concebida pela ditadura trazia um constructo de 2º grau profissionalizante
condizente com os acordos internacionais, sobretudo os acordos MEC/USAID, oferecendo
concretamente nas escolas uma formação para o “nada”, pois o mercado de trabalho, já em
crise, não absorvia toda a mão-de-obra jovem “capacitada” e tal capacitação era
absolutamente precarizada. Além disso, associava-se muito mais a uma idéia de contenção da
demanda pelo Ensino Superior do que a de formar trabalhadores capacitados. (FRANZOI;
SANTOS, 2008, p.69-70.)
As escolas “polivalentes” foram iniciativas de ensino administradas pela
rede estadual para a formação técnico profissionalizante, capacitando mãode-obra para empresas multinacionais instaladas no Brasil na década de 70.
Depois disso ficaram apenas as escolas técnicas já existentes antes desse
movimento como, por exemplo, Escola Técnica de Agricultura, em Viamão,
Escola Técnica Parobé, em Porto Alegre, sem acesso para quem nem se
quer teve como terminar o Ensino Médio, principalmente na zona urbana e
metropolitana, esses são argumentos que reforçam esse movimento que
estou sugerindo.
A localização e o baixo poder aquisitivo de nossa comunidade, são
também motivos para que seja implantado o Proeja – Ensino Médio, assim
teremos um bom aproveitamento e uma constante busca de melhorias na
Escola, que pode ser uma das poucas opções para esses que buscam
formação profissional para se tornarem um pouco menos explorados pelo
mundo em que vivem e transformem a realidade que está posta como
escreve Frigotto em
É dessa relação social assimétrica que se constituem as classes sociais fundamentais:
proprietários privados dos meios e instrumentos de produção e os não proprietários –
trabalhadores que necessitam vender sua força de trabalho para sobreviver. Daqui é que surge
o trabalho/emprego, o trabalho assalariado. Tanto a propriedade quanto o trabalho, a ciência e
a tecnologia, sob o capitalismo, deixam de ter centralidade como valores de uso, resposta a
necessidades vitais de todos os seres humanos. Sua centralidade fundamental se transforma
em valor de troca, com o fim de gerar mais lucro ou mais capital. A distinção do trabalho, da
propriedade e da tecnologia, como valores de uso e de troca, é fundamental para entendermos
os desafios que se apresentam à humanidade nos dia atuais. (Frigotto, 2001, p. 28).
Nessa ideia verifico como o trabalho tem esse paradigma de regrar a
sociedade capitalista, pois é com esse valor de uso e de troca que se tem o
fator que define a divisão em classes. Além disso, o papel que cada uma
dessas
desempenha,
suas
estreitas
relações
com
o
que
é
um
desenvolvimento social verdadeiro, na qual quem gera a oportunidade de
trabalho facilite o aperfeiçoamento de quem tem a força de trabalho.
4 RESULTADOS POSSÍVEIS DA PESQUISA
Depois de ter feito a primeira pesquisa em caráter experimental
contando com o apoio de minha colega da disciplina de Psicologia, com
cinqüenta e dois alunos, formandos do primeiro semestre, em julho de 2008,
procurei criar um outro questionário para conhecer o perfil e as pretensões
desses pesquisados para ter mais noção do que tinha como subsídio para
começar o trabalho de relacionar as condições desses formandos na EJA Médio e quais possibilidades de incluí-los no Proeja – Médio. Para realizar
esse trabalho utilizei os métodos que adquiri nessa Especialização, trazendo
resultados que reafirmam o objetivo desse estudo de que é possível a
implantação desse Programa na EJA da Escola Tolentino Maia.
A partir dos resultados percebo o quanto o Proeja-Médio é ideal para
essa comunidade em que me encontro, faço uma referência na trajetória
dessa EJA e relaciono com o que li sobre profissionalizar para empregar,
Mediante essas reformas, a educação regular e, especialmente, a formação técnicoprofissional aparecem, uma vez mais, como sendo a ”galinha dos ovos de ouro” que
pode nos ajustar à nova ordem mundial definida pela globalização e reestruturação
produtiva. A novidade, diferente da perspectiva ideológica da teoria do capital humano
dos anos 60/70 é que o objetivo não é de integrar a todos, mas apenas aqueles que
adquirirem “habilidades básicas” que geram “competências” reconhecidas pelo
mercado. Competências e habilidades para garantir não mais o posto de trabalho e
ascensão numa determinada carreira, mas da empregabilidade.” (Frigotto,1999, p 40).
Com a globalização de tudo que é possível, todos esforços tornam-se
efêmeros em função do que muda muito rápido com o trabalho, ficando
lacunas não preenchidas e pessoas que estão por ser massa trabalhadora
para um país de contrastes, como é o nosso, devemos estar preparados
para sermos responsáveis pela formação de profissionais com qualidades
técnicas e humanas e com condições para se desenvolverem mais sem
precisar deslocar-se de um município para outro a fim de qualificar-se.
Com a esperança de que não seja mais uma boa intenção para com
esse público que pretende vencer de maneira coerente sua atual situação na
sociedade, usando como maior inspiração, a vontade que alguns
demonstram nas suas respostas aos questionários distribuídos é possível ter
a clara noção de que vida têm e qual pretendem ter se tiverem uma
oportunidade digna para estudar.
Conforme Frigotto,
o controle e monopólio do progresso técnico e do conhecimento que está na base desta nova
sociabilidade é crucial na competição intercapitalista e na subordinação do trabalho ao capital.
Mas o conhecimento é também uma força (material) na concretização dos interesses dos
trabalhadores. (Frigotto, 1995, p. 54)
Faz parte do senso comum que os alunos de EJA querem apenas o
certificado de Ensino Médio. Porém, as aulas dessa Especialização e minha
vivência profissional nessa modalidade me fizeram repensar tal conceito,
fato esse comprovado pelos dados levantados no questionário aplicado.
Dentre as respostas que mais me chamaram a atenção foram as
expectativas desses que estão sendo lançados ao Mundo do Trabalho, foi
mais animador do que esperava, pois nas respostas a pergunta “Que
profissão pretendes seguir?” o que mais apareceu foi professor. Além disso,
entre outras profissões citadas, tive como resposta sem profissão, dezesseis
de cinqüenta e três alunos escreveram sem pretensão, no entanto trinta e
sete formandos possuem pretensão profissional, conforme os dados
relacionados no gráfico abaixo.
Gráfico 1: QUE PROFISSÃO PRETENDES SEGUIR?
PROFISSÃO DESEJADA
Pr
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Número
18
16
14
12
10
8
6
4
2
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Pretensão Profissional
Fonte: Questionário aplicado aos formandos de EJA – Médio 2º sem. 2008.
Dados tabulados por Fabiane de Souza Fraga Teixeira, Profª Ms.em Literatura.
Para Naira Franzoi e Simone dos Santos (2008, p. 67), entender que
os alunos do Ensino Médio, em especial na modalidade EJA, são em grande
parte alunos trabalhadores ou “trabalhadores–alunos” exige que a categoria
trabalho tenha presença marcante em um currículo adequado a esta etapa
da vida e de ensino. Levando em conta esse pensamento tentei conversar
com meus colegas professores sobre a condição de trabalhador de nossos
alunos e não obtive êxito, mesmo na EJA há a idéia de um aluno “genérico”,
sem o acolhimento da sua especificidade de aluno trabalhador, contrastando
com a realidade, porque a maioria dos alunos formandos, que responderam
ao questionário, tem pretensão profissional conforme exemplificam os
resultados abaixo relacionados.
Gráfico 2: QUE PROFISSÃO PRETENDES SEGUIR?
PRETENSÃO
30%
Co m pretensão
Sem pretensão
70%
Fonte: Questionário aplicado aos formandos de EJA – Médio 2º sem. 2008.
Dados tabulados por Fabiane de Souza Fraga Teixeira, Profª Ms.em Literatura.
Ainda citando Naira Franzoi e Simone dos Santos é possível destacar
o seguinte trecho sobre habilitação profissional:
E, ainda que nesta etapa não possa ser negada uma habilitação profissional àqueles que
vivem do trabalho, há que se ter claro que mesmo uma formação profissional não pode ser
confundida com preparação estreita. (2008, p.67)
Observo que nesse contexto, há a vontade de profissionalização por
parte dos alunos trabalhadores que voltam para escola, sendo essencial
para a reflexão trazê-los de forma a assumir uma postura na perspectiva da
empregabilidade, no sentimento de abstração de novidades em suas
habilitações pretendidas.
No questionário aplicado havia a pergunta “Trabalhas?”, dessa tive
como respostas trinta e três que sim e vinte que não. Tal resultado suscita
possíveis modificações na nossa EJA, na perspectiva de uma formação que
inclua mais e aumente esse número, pois nessa realidade, há alguns desses
vinte alunos que não trabalham e podem continuar sem trabalhar mesmo
depois de concluir o Ensino Médio, por não terem uma oportunidade que
uma formação profissionalizante poderia oferecer.
Gráfico 3: TRABALHAS?
TRABALHAS?
38%
SIM
62%
NÃ O
Fonte: Questionário aplicado aos formandos de EJA – Médio 2º sem. 2008.
Dados tabulados por Fabiane de Souza Fraga Teixeira, Profª Ms.em Literatura.
Segundo o documento base do Proeja,
A EJA é entendida aqui, então, tanto como modalidade de ensino com estratégia de formação
continuada. As funções reparadora e equalizadora, por meio das quais o Parecer CNE/ n.°
11/2000 atribui o caráter de fazer cumprir o dever do Estado para assegurar o direito de todos
à educação, reduzindo a desigualdade entre os que tiveram e aqueles aos quais o acesso foi
interditado , associa-se à terceira função – a qualificadora. Esta função, segundo o Parecer,
revela o verdadeiro sentido da EJA, compreendida na perspectiva da formação para o
exercício pleno da cidadania, por meio do desenvolvimento do pensamento crítico e autônomo
de
cidadãos
participativos,
conscientes
de
seus
direitos
sociais
e
de
sua
compreensão/inserção no mundo do trabalho, entendido como processo de omnização de
homens e mulheres e de produção cultural. (PROEJA - Ens. Médio, Doc. Base, 2007, p.42)
Sendo esse um dos fundamentos pedagógicos para justificar esse
Programa entendo que temos, entre outras instituições, os quesitos
adequados a este novo currículo que pode ser implantado e executado, pois
como resposta por uma indução desse pesquisador em relação a qual
formação que seria mais adequada para nossa realidade verifiquei que trinta
e um dos cinqüenta e três formandos, indicaram o curso de técnico em
informática como a formação mais adequada. Mesmo com minha influência
por citar uma sala que está há quase três anos com doze terminais de
microcomputadores sem uso por não ter um profissional colocado no quadro
da escola para isso, coube a mim fazer essa pesquisa também com essa
intenção: tornar um espaço ocioso em uma sala para formação técnicaprofissionalizante, legitimada pelo documento base desse programa.
Tem um levantamento feito em 2007, especificamente de Educação
Profissional e de Educação de Jovens e Adultos (EJA), em nível nacional e
por amostragem, publicado no mês de maio de 2009, pelo IBGE: a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicilio (Pnad 2007) que mostra o seguinte:
O levantamento envolveu cerca de 147 mil domicílios abrangendo 400 mil entrevistados, com
idades de 15 anos ou mais nas cinco regiões do país. Os dados revelam o atual perfil do
Ensino Profissionalizante no Brasil em uma divisão por cursos Técnicos de níveis médio e
superior de Tecnologia, dos setores público e particular.[...] No Rio Grande do Sul, em relação
à Educação de Jovens e Adultos, 9,7% dos gaúchos freqüentaram ou estavam frequentando a
sala de aula no período analisado, enquanto a média nacional era de 7,7%. Na região
Metropolitana de Porto Alegre, o índice era maior: 10,5%. Entre os principais motivos que
levaram esses jovens a estarem na EJA estava o desejo de retomar os estudos (37,2%),
seguido de melhores oportunidades de trabalho (25%) e obtenção do diploma (18,4%).”O RS
tem histórico de escolaridade superior em relação às outras regiões e o Ensino de Jovens e
Adultos tem se concentrado no Ensino Médio, com 45% dos entrevistados; seguido do
Fundamental (5ª a 8ª série), com 39%, explicou Carla Adriana Araújo da Costa, coordenadora
estadual da Pnad, no Rio Grande do Sul. (JORNAL CORREIO DO POVO, 23/05/2009, p. 8)
Gráfico 4: CASO NOSSA EJA OFEREÇA FORMAÇÃO PROFISSIONAL, QUAL SERIA A
MAIS ADEQUADA?
FORMAÇÃO SUGERIDA
34
32
30
28
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Número
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22
20
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Curso
Fonte: Questionário aplicado aos formandos de EJA – Médio, 2º sem. 2008.
Dados tabulados por Fabiane de Souza Fraga Teixeira, Profª Ms.em Literatura.
Essa preferência por Informática fica ratificada também pela pesquisa
do IBGE-Pnad, 2007:
O curso de qualificação profissional de informática foi o mais procurado em 2007, tendo 45,5%
da preferência, seguido por comércio e gestão (11,5%), do total de pessoas que freqüentaram
anteriormente curso de qualificação profissional. Conforme o levantamento, a rede privada de
ensino atende a maioria dos alunos da Educação Profissional no país. (JORNAL CORREIO
DO POVO, 23/05/2009, p. 8)
Justamente o que estou verificando aparece também como uma
tendência verificada pela pesquisa oficial divulgada, tornando-me mais
entusiasta desse projeto de implantação em nossa escola do Proeja com
formação inicial em informática. Dentro dessa expectativa de poder implantar
verifiquei junto a Setec – MEC (http://portal.mec.gov.br/setec, acesso em: 16
jun. 2009), como deve ser organizado o currículo de um curso de informática
e obtive o seguinte:
Quadro 4 Currículo Básico para curso de Técnico em Informática
Informação e Comunicação
Técnico em Informática
1000 horas
Desenvolve programas de computador, seguindo as especificações e
paradigmas da lógica de programação e das linguagens de programação.
Utiliza ambientes de desenvolvimentos de sistemas, sistemas operacionais e
banco de dados.
Realiza testes de software, mantendo registros que possibilitem análises e
refinamento dos resultados.
Executa manutenção de programas de computadores implantados.
Possibilidades de temas a serem abordados na formação
Lógica e linguagens de programação.
Sistemas operacionais. Hardware.
Interpretação de especificações de sistemas computacionais.
Banco de dados.
Possibilidades de atuação
Instituições públicas, privadas e do terceiro setor que demandem sistemas
computacionais, especialmente envolvendo programação de computadores.
Infra-estrutura recomendada
Biblioteca com acervo específico e atualizado.
Laboratório de informática com programas específicos.
Fonte: Catálogo Nacional de Cursos Técnicos – (Setec - Mec, junho 2008, p.88)
Analisando esse quadro percebe-se que a nossa escola ainda não
dispõe de infra-estrutura para esse curso, mas com a implantação, teremos
investimento para isso. Além desse fator, falta-nos também no quadro da
escola mais professores e funcionários com capacitação e formação para
atender a esse currículo a ser integrado a EJA. Portanto, basta boa vontade
de nossos gestores maiores (MEC e SEC-RS) para termos turmas de curso
técnico em informática modalidade Proeja.
Gráfico 5: EM QUE TRABALHAS ?
EM QUE TRABALHAS?
5
Número
4
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Função
Fonte: Questionário aplicado aos formandos de EJA – Médio 2º sem. 2008.
Dados tabulados por Fabiane de Souza Fraga Teixeira, Profª Ms.em Literatura.
Observando suas ocupações, houve muitas opções diferentes das
funções das quais estão desempenhando, por exemplo, dos que trabalham
no comércio (vendedores, promotores de vendas, tele-marketing, entre
outros) pretendem ser professores, técnicos em informática. Sendo que tem
aqueles que pretendem qualificação para ter uma melhor colocação no ramo
que já atuam, Auxiliar administrativo querendo cursar Administração. Por
outro lado, entre funções diferentes, sendo que mesmo influenciados por
minha indicação de que informática seria o curso mais viável para nossa
escola, ainda ocorreram outras escolhas de formação, ainda assim
informática se sobrepôs entre os pesquisados.
Partindo desses dados, ficam evidenciados os caminhos e buscas
desses que com as oportunidades que tiveram conseguiram essa ou aquela
colocação sendo que segundo Frigotto:
No plano da ordem econômica, os conceitos ou categorias pontes são: flexibilidade,
participação, trabalho em equipe, competência, competitividade e qualidade total. No plano da
formação humana são: pedagogia da qualidade, multi-habilitação, policognição, polivalência e
formação abstrata. (1995, p.55)
Quadro 5 – Ocupações segundo o Dieese.
Distribuição dos ocupados por posição na ocupação
Região Metropolitana de Porto Alegre 2004-2007 (em %)
Posição da ocupação
2004
2005
2006
2007
Total de assalariados do setor privado¹
53,5
55,1
55,8
55,5
Com carteira assinada
43,7
46,1
46,4
46,0
Sem carteira assinada
9,8
9,0
9,4
9,5
Total de assalariados²
66,1
67,1
67,8
67,8
Autônomos
17,8
17,5
16,7
16,5
Empregador
4,1
4,2
4,0
4,0
Empregado doméstico
6,8
6,6
6,7
6,7
Empregado familiar sem remuneração salarial
0,8
0,6
0,8
0,6
Outras
4,2
4,0
4,0
4,4
TOTAL
100,0
100,0
100,0
100,0
Fonte: DIEESE/Seade, TEM/FAT e convênios regionais. PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego
Elaboração: DIEESE
Notas:
1 Não incluídos os empregados domésticos
2 Não incluídos os empregados domésticos. Inclui o setor público
Obs.: Médias anuais
Observando a tabela acima, verifica-se que o emprego como forma de
trabalho em nossa região metropolitana, nesses últimos anos, aponta para
uma posição estável nas ocupações, sendo que a mudança é pequena de
um ano para outro, mostrando que quem já está empregado praticamente
continua, sem muitas alterações. Esses dados demonstram que é
necessária mais qualificação profissional na região metropolitana de Porto
Alegre, só assim será possível um aumento no índice de assalariados e
também de inclusão daqueles que aí ainda não se encontram por falta de
oportunidade no Mundo do Trabalho. Portanto, mais uma vez justifica-se a
implantação do Proeja – Médio em uma escola de administração pública na
região metropolitana.
Gráfico 6: FAIXA ETÁRIA DOS PESQUISADOS
FAIXA ETÁRIA
30
25
NÚMERO
20
15
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5
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FAIXA ETÁRIA
Fonte: Questionário aplicado aos formandos de EJA – Médio 2º sem. 2008.
Dados tabulados por Fabiane de Souza Fraga Teixeira, Profª Ms.em Literatura.
Outro fator preponderante a essa tendência é também a faixa etária
predominante do público pesquisado, tenho como maioria dos formandos
que responderam a idade corretamente entre dezoito e mais e vinte e quatro
anos de idade, ou seja, jovens que tem que estar incluídos no meio digital e
de tecnologia para tanto uma formação se faz necessária.
Dentro de uma realidade como é essa em que me encontro,
sinto que tenho o compromisso, como professor de escola pública e formado
dentro da mesma, de trazer o que está mais apropriado a essa comunidade,
contando com a aprovação e implantação desse programa para que seja
mais adequado à demanda de trabalhadores que precisam ter um diferencial
no seu currículo de formação e assim diminuirmos o desemprego estrutural,
pois mesmo tendo o ensino médio, sem uma boa experiência em alguma
área e um outro conhecimento, o nosso aluno trabalhador está condenado a
um dos dois destinos: partir para uma luta pelo emprego que não seja o que
sonhava ou ficar à mercê da própria sorte que geralmente desemboca em
desemprego estrutural.
Segundo Simone Valdete dos Santos (2003, p. 198): “Com o
desemprego estrutural, coloca-se para os trabalhadores a impossibilidade de
serem explorados, a impossibilidade de fazerem planos a curto, médio e,
ainda mais longo prazo”. Sendo assim, mesmo sendo o indivíduo um
cidadão de boa vontade, dentro desse público por mim pesquisado temos
muitas realidades familiares diferenciadas em relação ao sustento da família,
observem:
Gráfico 7: QUANTO DO QUE RECEBES REPRESENTA NO SUSTENTO DA FAMÍLIA?
PARTICIPAÇÃO NO SUSTENTO DA FAMÍLIA
14
12
Número
10
8
6
4
2
0
20%
50%
80%
100%
Próprio
sustento
Não
responderam
Representação no Sustento da Família
Fonte: Questionário aplicado aos formandos de EJA – Médio 2º sem. 2008.
Dados tabulados por Fabiane de Souza Fraga Teixeira, Profª Ms.em Literatura.
Dos dados apresentados apenas seis alunos trabalham para garantir o
próprio sustento, a grande maioria colabora no sustento da família, sete
alunos provêem o sustento da família toda. Nessas respostas ficam claras as
necessidades dessa comunidade em melhorar sua renda familiar com sua
participação ou então na sua condição de prover seus familiares. Uma
melhor qualificação trará maiores chances no Mundo do Trabalho.
A partir dos índices tabulados foi aplicado um segundo instrumento de
pesquisa – entrevista individual – com oito alunas que demonstraram mais
interesse diante do cenário de pretensão profissional, deixando claro que
existem pessoas que freqüentam a EJA e querem se aprimorar.
Para essas alunas que têm perfis e histórias de vida bem distintas tive
algumas respostas bem condizentes com a proposta apresentada. Mais uma
vez me coloquei como pesquisador-indutor, reafirmando a idéia desse objeto
de estudo, por exemplo, Bety, 42 anos, respondeu que gostaria de ter como
oportunidade a partir de agora “um emprego com carteira assinada”. Já
Jeane, 24 anos, deseja “conseguir entrar na faculdade pretendida”. Janaína,
46 anos, quer melhorar sua colocação no mercado de trabalho. Thaís, 25
anos, quer fazer uma faculdade de Gestão de Recursos Humanos. Teca, 41
anos, pretende um curso profissionalizante em Nutrição do HCPA - UFRGS
(Hospital de Clinicas de Porto Alegre da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul). Cláudia, 36 anos, Ana, 25 anos, e Mary, de 21 anos, pretendem
fazer curso técnico do Proeja se possível nessa escola.
Levando em conta os resultados verificados até agora, é possível
perceber que figura entre as pretensões a busca por melhores oportunidades
nas trajetórias dessas formandas que saíram da nossa atual EJA e
pretendem até voltar se houver possibilidade de cursar o Proeja – Ensino
Médio.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Refletindo sobre os dados apresentados anteriormente é fundamental
pontuar algumas questões sobre minhas impressões sobre os pesquisados
como as seguintes: muitos tiveram de deixar a escola no passado
geralmente por problemas familiares e financeiros; a volta depois de tanto
tempo apontam como as razões mais freqüentes além de recuperar o tempo
perdido, melhorar suas condições no mundo do trabalho; sobre o que era
mais importante em sua formação e permanência na EJA, o que mais foi dito
é que teriam uma melhor colocação no seu emprego e também poderiam
almejar outro trabalho; no item renda familiar foram algumas respostas de
sustento total a sua família, daí a importância de quererem voltar a estudar;
mas o mais impressionante para esse estudo foi constatar que a formação
profissionalizante será um grande avanço para todos daquela comunidade,
principalmente àqueles que sonham em melhorar de vida e não conseguem
por problemas financeiros e essa oportunidade gratuita vem atender as suas
necessidades que nesse momento procuram um tempo para estudar, pois
sustentar-se é o mais importante.
Todas demandas que foram levantadas, fundamentadas e relatadas
nessa pesquisa, agora faço de meio para conquistar na Escola Estadual de
Ensino Médio Professor Tolentino Maia o Proeja para Ensino Médio, visando
uma melhor colocação na vida profissional e consequentemente a mais
chances no atual Mundo do Trabalho, com melhores perspectivas e mais
esperanças na busca de uma ocupação em empresas que queiram um
profissional criativo e atualizado. É possível ainda sonhar um pouco mais,
quem sabe não saem dessa escola alguns empresários na área de formação
aqui proposta?
Ficam nos registros feitos e em minha nova experiência como
pesquisador,
que
foi
um
trabalho
interessante
participar
dessa
Especialização, buscar novos conhecimentos, atualizar-me e deixar
encaminhada essa possibilidade de implantação do Proeja na escola. Foi
muito satisfatório fazer parte desse processo e criar vínculo com a Educação
Profissional para oferecer aos estudantes de EJA melhores oportunidades,
deixando mais conquistas acontecerem, vendo a vida melhorar para alunos
trabalhadores, suas famílias, e nós, professores, tendo mais a prestigiar do
que lamentar como, por exemplo, a desistência de alunos bons, porque
precisam trabalhar ou só estão ali em busca do certificado de Ensino Médio.
Espero que os colaboradores dessa pesquisa vejam que o sonho deu
certo e que nossa escola obteve o curso de informática e que eles poderão
voltar e tentar ingressar no Proeja para se aperfeiçoarem ou mudarem sua
colocação no Mundo do Trabalho, que hoje já é tão seletivo e ficará mais
ainda. “Viver um tempo mais humano na educação” é o propósito desse
trabalho de conclusão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Pesquisador. Porto Alegre: Mediação, 2007.
BRASIL. Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a
Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Educação
Profissional Técnica de Nível Médio/ Ensino Médio. Documento Base, Brasília,
Agosto, 2007.
FRANZOI, Naira Lisboa; SANTOS, Simone Valdete dos . Mundo do Trabalho, leitura,
escrita e oralidade: perspectivas da Educação de Jovens e Adultos no Ensino Médio.
In: Mullet Pereira, Nilton (Org.). Ler e Escrever: compromisso no Ensino Médio.
Porto Alegre: UFRGS e NIUE/UFRGS , 2008. p.63-72.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a Crise do Capitalismo Real. São Paulo:
Cortez, 1995.
______. Educação e Trabalho: Bases para Debater a Educação Profissional
Emancipadora.
In:
EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL:
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL, TRABALHO E CIDADANIA, 2., 2001, Porto Alegre. Anais do 2º
Encontro das Escolas Técnicas. Porto Alegre: SEC, 2001. p. 27-33.
______. Globalização e Crise do Emprego: Mistificações e Perspectivas da
Formação Técnico-Profissional. Boletim Técnico do Senac, Rio de Janeiro, v.25, n.
2, p.31-45, maio/ago. 1999.
CATÁLOGO NACIONAL DE CURSOS TÉCNICOS. Brasília: Mec, junho 2008, p.250.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/catalogo_tecnicos.pdf>
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SANTOS, Simone Valdete dos. O Ser e o Estar de Luto na Luta: Educação
Profissional em tempos de desordem: ações e resultados das políticas públicas do
PLANFOR/ Qualificar na cidade de Pelotas/RS: 2000 – 2002. Porto Alegre: UFRGS,
2003, 2v.: il.Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em
Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2003.
VASCONCELOS, Maria José. Pnad revela dados de EJA e da Educação
Profissional. Correio do Povo, Porto Alegre, 23 maio de 2009. Ensino, p. 8.
ANEXOS
ANEXO A: Primeiro Instrumento
ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO PROFESSOR TOLENTINO MAIA
VIAMÓPOLIS – VIAMÃO – RS
PESQUISA: PERFIL DO ALUNO DA EJA TOLENTINO MAIA
1. Nome (Opcional)___________________________________________
2. Natural de: _______________________________________________
3. Data de Nascimento: ___/___/________
4. Sexo: F( ) M( )
5. Número de irmãos: 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) Mais de 5( )
6. Com quem moras ?
7. Paraste de estudar no passado? Por quê?
8. Trabalhas? N( ) S( ) Em que?
9. Que profissão pretendes seguir?
10. Situação Civil: Casado(a) ( ) Solteiro(a)( ) Divorciado(a)( ) Viúvo(a)( ).
11. Tens filho(a)? N( ) S( ) Quantos?___________
12. Renda familiar:
( ) 1 a 3 salários mínimos
( ) 3 a 5 salários mínimos
( ) mais de 5 salários mínimos
13. Quem é o(a) mantenedor(a) da casa?_______________________
14. Fumas? N( ) S( )
15. Bebes? N( ) S( )
16. Qual o teu tipo de lazer na comunidade?______________________
17. Jornal preferido? ______________________ Qual parte? __________
18. Assiste TV? N( ) S( ) Qual canal mais assistido/ programa?__________
19. Qual a tua religião?_________________________________________
20. O que é qualidade de vida para ti? __________________________
21. Qual tua maior preocupação? ______________________________
22. Se pudesses escolher, morarias nessa cidade? N( ) S( )
23. O que mudarias na tua cidade ?
24. Tens Profissão? N( ) S( ) Qual?_______________________________
25. Caso nossa EJA oferecesse formação profissional, qual seria a mais
adequada? ___________________________________________
26. Qual a importância a EJA teve na tua vida ? _____________________
27. Na tua opinião, que conhecimentos melhorariam a formação nessa EJA ?
28. Por que voltaste a estudar?
ANEXO B: Termo de Consentimento
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
Sob o título Perfil do aluno da EJA o estudo, que culminará na elaboração de uma
monografia do curso Especialização em Educação Profissional Integrada à Educação
Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos, pretende abordar a possibilidades no
Mercado de Trabalho.
Os dados e resultados individuais da pesquisa estarão sempre sob sigilo ético, não
sendo mencionados os nomes das participantes em nenhuma apresentação oral ou trabalho
escrito que venha a ser publicado, a não ser que o/a autor/a do depoimento manifeste
expressamente seu desejo de ser identificado/a.
A participação nesta pesquisa não oferece risco ou prejuízo à pessoa entrevistada.
Se no decorrer da pesquisa o participante resolver não mais continuar ou cancelar o uso das
informações prestadas até então, terá toda a liberdade de o fazer, sem que isso lhe acarrete
qualquer conseqüência.
Os pesquisadores responsáveis pela pesquisa são a Professora Dra. Simone
Valdete dos Santos, coordenadora do curso de Especialização em Educação Profissional
Integrada à Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos do Programa
de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, orientadora, e o candidato à especialista Cláudio Márcio Marques
Teixeira do referido Programa de Pós-Graduação. Ambos se comprometem a esclarecer
devida e adequadamente qualquer dúvida ou necessidade de informações que o/a
participante venha a ter no momento da pesquisa ou posteriormente, através do telefone
(51) 9174-7080.
Após ter sido devidamente informado/a de todos os aspectos da pesquisa e ter
esclarecido todas as minhas dúvidas, eu ______________________________________,
Identidade n.º __________________________ concordo em receber a candidato ao título
de Especialista em Educação em minha escola e / ou outro local a ser combinado, prestar
depoimentos, preencher questionários, disponibilizar documentos sobre o objeto da referida
pesquisa.
Quanto à identificação da autoria de meu depoimento opto:
(
) pela não identificação de meu nome.
(
) pela identificação de meu nome.
Participante da Pesquisa (assinatura)
Pesquisador (assinatura)
Data:______________________________________________
ANEXO C: Segundo Instrumento
ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO PROFESSOR TOLENTINO MAIA
ENTREVISTA COM ALUNO (A) DA EJA
1. NOME:
2. IDADE:
3. QUE PRETENDES FAZER DEPOIS DE TERMINAR A EJA?
4. TUA FAMÍLIA SEMPRE TE APOIOU PARA FAZER A EJA?
5. VOLTARIAS PARA FAZER NOVAMENTE UMA EJA
PROFISSIONALIZANTE?
6. O QUE MAIS FOI MARCANTE PARA TI, DEPOIS DE ENTRAR NA EJA?
7. QUE OPORTUNIDADE GOSTARIA DE TER A PARTIR DE AGORA?
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As perspectivas dos formandos na EJA Médio da - PROEJA