A educação de adultos torna-se mais que um
direito: é a chave para o século XXI; é tanto
conseqüência do exercício da cidadania como
condição para uma plena participação na
sociedade. Além do mais, é um poderoso
argumento em favor do desenvolvimento
ecológico sustentável, da democracia, da justiça,
da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento
socioeconômico e científico, além de um
requisito fundamental para a construção de um
mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e
à cultura de paz baseada na justiça.
Declaração de Hamburgo sobre EJA
1997
MÃO-DE-OBRA
Eduardo Galeano
Mohammed Ashraf não vai à escola. Desde
que sai o sol até que a lua apareça, ele
corta, recorta, perfura, arma e costura
bolas de futebol, que saem rodando da
aldeia paquistanesa de Umar Kot para os
estádios do mundo.
Mohammed tem onze anos. Faz isso desde
os cinco. Se soubesse ler, e ler em inglês,
poderia entender a inscrição que ele
prega em cada uma de suas obras: “Esta
bola não foi fabricada por crianças”.
EJA E A LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA
•
•
•
•
Constituição Federal (1988)
LDB nº. 9394/96
V CONFINTEA (Hamburgo, 1997)
Parecer CBE nº. 11/2000
Pela minha parte, coloco-me no campo daqueles
que sentem uma dupla obrigação científica e
política de não se furtarem ao tratamento dos
problemas fundamentais, de o fazerem
conhecendo os limites do conhecimento que
mobilizam e aceitando a diversidade e a
conflitualidade de opiniões como sendo a um
tempo reflexo desses limites e meio da sua
sempre incompleta superação.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Pela mão de Alice. O social e o
político na pós-modernidade. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2001. p.
282.
SUJEITOS
DA EJA DIANTE DOS
CURRÍCULOS
• professores
• educandos
• gestores / funcionários
• sociedade mais abrangente
QUESTÕES CENTRAIS
• Quem são os sujeitos envolvidos nos processos
de tessitura de currículos?
• Como estes sujeitos relacionam-se entre si e
com a produção de um saber sistematizado?
Como se percebem frente à idéia de currículo?
• Como estes sujeitos se situam frente à idéia de
diversidade cultural? De que maneira e em que
medida a inserem nas discussões curriculares de
suas práticas educacionais cotidianas?
DIANTE DA PLURALIDADE DE
SABERES E PODERES
•
o processo da subalternidade e de
invisibilização;
• o processo de ser “ignorante”, de “não ter
saber”, de “não ter cultura”;
“Saber” o currículo: especialistas
“Fazer” o currículo: sujeitos que o experienciam
nas práticas cotidianas
TRABALHO E EDUCAÇÃO
NA EJA
• Trabalho no sentido do próprio existir humano
• Educação como processo permanente de
formação do ser humano para esse existir,
descobrir, produzir e produzir-se
• Manter a relação entre os conceitos, sem
subordinação, mas em complementaridade
TRABALHO E EDUCAÇÃO
NA EJA
• Integrar o trabalho com a EJA: ponto de partida – trabalho
como principal atividade existencial de jovens e adultos
• Superar o caráter prático-formal dos métodos capitalistas
de ensino: fazer do trabalho o próprio modo de existência
• Desenvolver processo educativo orientado para a
democracia: cidadãos como sujeitos-partícipes da
construção social e de si próprios
• Superar o confinamento da educação às escolas
• Ao unir educação e trabalho: sistema produtivo
humanizado, formador de sujeitos.
“...saberíamos muito mais das
complexidades da vida se nos
aplicássemos a estudar com afinco as suas
contradições em vez de perdermos tanto
tempo com as identidades e as coerências,
que essas têm obrigação de explicar-se por
si mesmas.”
SARAMAGO, José. A caverna. 4. reimp. São Paulo:
Companhia das Letras, 2001. p. 26.
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