MUTAÇÕES NOS GENES SINÁPTICOS SHANK2 E SHANK3 EM PACIENTES COM TRANSTORNOS DO ESPECTRO DO AUTISMO 1 Autores Instituição 2 1 Dante Bruno Avanso Rosan , Ana Luiza Bossolani Martins , Patricia Pereira do Nascimento , Luciano 3 3 4 Brito , Maria Rita Passos e Bueno , Agnes Cristina Fett Conte 1 UNESP/IBILCE - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Cristóvão Colombo, 2265 2 Bairro: Jardim Nazareth 15054-000,São José do Rio Preto), UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Paranaíba (Avenida Pedro Pedrossian, n.º725, Bairro Universitário, CEP: 79.500-000 3 Paranaíb), USP - Universidade de São Paulo (Avenida Professor Almeida Prado, 1280 - Butantã, São 4 Paulo - SP, 05508-900), FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Avenida Brigadeiro Faria Lima, 5416 - Vila São Pedro, São José do Rio Preto - SP) Resumo OBJETIVOS Os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) são doenças neuropsiquiátricas complexas, com etiologia e manifestações clínicas muito variáveis. Tais manifestações são observadas antes dos três anos de vida. A prevalência é alta na população, com uma proporção de quatro homens afetados para cada mulher afetada. Em apenas 10-25% dos casos um fator etiológico é observado, genético ou ambiental, dependendo da composição da casuística e das técnicas laboratoriais utilizadas. Há descrições de centenas de genes e regiões genômicas associadas com a predisposição aos TEA, por apresentarem mutações e variações no número de cópias (CNVs), e a maior parte se expressa no sistema nervoso central e atua em sinapses. Entre os genes candidatos, se destacam o SHANK2 e o SHANK3 localizados, respectivamente, em 11q13.2 e 22q13. Há descrições de mutações nestes dois genes que foram observadas somente em autistas, mas não em indivíduos controles saudáveis, o que sugere seu envolvimento na etiologia da doença. Este estudo investigou mutações nos éxons 11, 13 e 22 do gene SHANK2 e nos éxons 2, 6 e 22 do SHANK3, os mais frequentemente envolvidos nos achados em TEA. MÉTODOS O estudo dos seis éxons foi realizado por sequenciamento direto, em 200 autistas e os resultados foram comparados com os de 566 controles saudáveis. RESULTADOS Foram observadas 11 alterações (5,5%) nos pacientes, seis no gene SHANK2, uma delas ainda não descrita, e cinco no gene SHANK3, todas não descritas anteriormente. Assim, foram observadas seis (3%) novas alterações, não encontradas em bancos de dados genômicos mundiais ou nos controles. Nenhum paciente apresentou mais de uma alteração em SHANK2 ou SHANK3, ou nos dois genes. CONCLUSÃO Os resultados mostraram que mutações nos genes SHANK2 e SHANK3 são frequentes na população brasileira com TEA e provavelmente estão relacionadas com a etiologia destas doenças. Entretanto, a relevância clínica de cada uma das alterações encontradas deve ser investigada. Este estudo pode contribuir para o esclarecimento da etiologia destas doenças, e no Aconselhamento Genético das famílias. Palavras-chaves: Autismo, Família SHANK , sinápse Agência de Fomento: FAPESP, CNPq