MALÁRIA Prof. MSc. Bibiana Dambrós INTRODUÇÃO Malária, Paludismo. Impaludismo, Sezão, Maleita Doença tropical e parasitária que mais causa problemas sociais e econômicos no mundo (OMS) Reino: Protista, Filo: Apicomplexa, Classe: Esporozoa, Subordem: Haemosporina, Ordem: Eucoccidiida, Família:Plasmodiidae, Gênero: Plasmodium Mais de 100 espécies Agentes etiológicos: Plasmodium vivax (Grassi & Feletti, 1890) – terçã benigna Plasmodium falciparum (Welch,1897) - terçã maligna Plasmodium malariae (Laveran, 1881) - quartã Plasmodium ovale (Stephens,1922) – terçã benigna ESTATÍSTICA •3,3 bilhões de pessoas (metade da população mundial) vivem em áreas de risco de transmissão da malária em 109 países e territórios; •35 países (30 na África sub-saariana e na Ásia 5) respondem por 98% das mortes por malária a nível mundial. •Em 2008, a malária causou 190 - 311 milhões de episódios clínicos, e 708.000 - 1.003.000 mortes. •89% das mortes por malária em todo o mundo ocorrem na África. ESTATÍSTICA •A malária é a 5ª causa de morte por doenças infecciosas em todo o mundo (após infecções respiratórias, HIV / AIDS, doenças diarréicas, e tuberculose) nos países de baixa renda. •A malária é a causa principal de morte segundo a doenças infecciosas em África, depois de HIV / AIDS. • Nas Américas, o Brasil é o país com o maior número de casos, com transmissão de malária nos Estados Amazônicos e nas regiões de Mata Atlântica dos Estados da região sudeste. EPIDEMIOLOGIA No Brasil Ocorrem anualmente 300 a 500 mil casos por ano; P. vivax é a espécie prevalente no Brasil (aproximadamente 80% dos casos); A grande maioria dos casos ocorre na Amazônia (>99%); Estados com maior número de casos de malária: Pará e Amazonas; A grande extensão geográfica da área endêmica e as condições climáticas favorecem o desenvolvimento dos transmissores e agentes causais da malária pelas espécies de P. vivax, P. falciparum e P. malariae (este último com menor freqüência). ÁREA DE RISCO DA MALÁRIA PATOGENIA TRANSMISSÃO TRANSMISSÃO Transfusão de sangue; Compartilhamento de seringas; Acidente com material perfuro cortante; Transmissão neonatal. A transmissão da malária está condicionada a determinados fatores que permitem não só o surgimento de novas infecções com também a perpetuação do agente causal: Presença do parasito, Presença do vetor, Presença do hospedeiro humano TRANSMISSÃO MORFOLOGIA: -Esporozoíto: alongado com núcleo central - Trofozoíto jovem: aspecto de anel -Trofozoíto maduro ou amebóide: citoplasma vacuolizado, núcleo indiviso -Esquizonte: citoplasma vacuolizado, núcleo dividido -Gametócitos: - Rosácea ou merócito: conjunto de merozoítos MORFOLOGIA: - Merozoíto: oval, com pouco citoplasma, um núcleo. Forma assexuada - Macrogametócito: célula sexuada feminina - Microgametócito: célula sexuada masculina - Ovo ou zigoto: dentro do mosquito - Oocisto: ovo encistado na parede do estômago do mosquito (dentro: esporozoítos) MORFOLOGIA MORFOLOGIA MORFOLOGIA MORFOLOGIA MORFOLOGIA CICLO BIOLÓGICO Ciclo Biológico: SINTOMATOLOGIA SINTOMATOLOGIA Fases do acesso malárico (malária não complicada): Calafrios: palidez, frio, pulso rápido, dor de cabeça, náuseas e vômitos; Sensação de calor: febre de 39 a 40°C, calor, casos de delírio; Sudorese:diminuição da temperatura, abundante transpiração, sensação de alívio substitui o mal-estar anterior. SINTOMATOLOGIA (invadem reticulócitos) (invadem hemácias maduras) (invadem hemácias sãs de qualquer idade) SINTOMATOLOGIA PATOGENIA Fatores do parasito: Fatores do hospedeiro: Cepa ou linhagem Susceptibilidade Proteases Estado nutricional Eritrofagocitose Imunidade Citólise Moléculas de adesão (Gal Gal/Nac 260kDa) Resistência ao Plasmódio Fatores genéticos: Talassemia Anemia falciforme Deficiência de G6PD Fatores Adquiridos: Exposições anteriores Imunidade Residir em área endêmica PATOGENIA PATOGENIA PATOGENIA PATOGENIA PATOGENIA PATOGENIA PATOGENIA Infecção depende do receptor Duffy (Fy) Interação do P. vivax > Fyb que Fya PATOGENIA PATOGENIA O período de incubação após a picada varia de acordo com a espécie de plasmódio: P. falciparum, de 8 a 12 dias/ por até 1 ano; P. vivax, 13 a 17/ por até 3 anos; P. malariae, 18 a 30 dias/ por mais de 3 anos, P. ovale , 16 a 18 dias/ por até 3 anos; Caso não sejam tratados O Plasmodium falciparum é o agente da malária severa potencialmente fatal. O Plasmodium vivax e P. ovale têm parasitas em estágio dormente (hipnozoítos) que podem ser reativados (relapsos) e causar malária vários meses ou anos após a infecção pela picada do mosquito. Plasmodium malariae produz infecções de longo prazo que se não forem tratadas podem persistir sem sintomas por anos e até pela vida toda. PATOGENIA Malária grave por P. falciparum ocorre em adultos não imunes, crianças e gestantes • Sequestro dos eritrócitos parasitados: adesão ao endotélio vascular (citoaderência); • Formação de rosetas: eritrócitos infectados c/ eritrócitos não infectados; • Hiper-parasitemia: (>2-5% das hemácias parasitadas, +++ ou presença de esquizontes); • Malária cerebral, insuficiência renal, edema pulmonar agudo, anemia grave, icterícia acentuada, hipertermia, vômitos. PATOGENIA P. falciparum DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Assumir que 100 campos = 0,2 (μL) de sangue DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Qualitativo DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Qualitativo DIAGNÓSTICO LABORATORIAL IFI PCR Po Pf Pv Pm TRATAMENTO Fármacos antimaláricos utilizados na clínica: Esquizonticidas sanguíneos Quinina Age sobre os trofozoítos, esquizontes e merozoítos Cloroquina Age sobre as formas sanguíneas exceto gametócitos de P. falciparum Quinidina Age sobre os esquizontes hepáticos e sobre os gametócitos Artemesinina é usado para tratar a malária severa, tem demonstrado rápido clearence de parasitas e diminuição da febre. Artemeter + Lumenfantrina O sítio de ação antiparasitária dos dois componentes é o vacúolo digestivo do parasito, ambos possuem ação secundária envolvendo a inibição da síntese protéica e de ácido nucléico do parasita. TRATAMENTO Esquizonticidas teciduais ou hipnozoiticidas Primaquina Age sobre formas hepáticas e sanguíneas , age sobre os hipnozoítos e sobre os gametócitos. Usado na profilaxia: Mefloquina, doxiciclina Ação esquizonicida sanguínea Combinação atovaquona/ proguanil e cloroquina Ação esquizonicida sanguínea e tecidual. TRATAMENTO TRATAMENTO Guidelines for Treatment of Ma 2 laria in the United State http://www.cdc.gov/malaria/resources/pdf/treatmenttable.pdf TRATAMENTO MEDIDAS PROFILÁTICAS Eliminação dos insetos vetores utilizando inseticidas como o DDT; Reduzindo a exposição dos pacientes às picadas dos insetos vetores; Uso de cortinados nas camas, telas nas janelas; Impregnação de mosquiteiros com inseticida; Detecção e tratamento precoce dos infectados; Medidas de proteção individual e coletiva; Desenvolvimento de novos fármacos; Treinamento de Recursos Humanos; Estruturação do sistema de saúde; Desenvolvimento de vacinas anti-maláricas -todas ainda em testes - proteção curta duração. NOTIFICAÇÃO Notificação Notificação é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes; Doença de notificação compulsória em todo o país, exceto na região amazônica devido ao elevado número de casos; Na área extra-amazônica é de investigação obrigatória. NOTIFICAÇÃO NOTIFICAÇÃO NOTIFICAÇÃO NOTIFICAÇÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE CARLI, G.A. – Parasitologia Clínica – Seleção de Métodos e Técnicas de Laboratório para o Diagnóstico das Parasitoses Humanas – Editora Atheneu, São Paulo, 2001. NEVES, D. P & Cols. Parasitologia humana. Ed. Atheneu, 11a ed, 2005. 495 pp CIMERMAN, B. & FRANCO, M.A. - Atlas de parasitologia: artrópodes, protozoários e helmintos. São Paulo, Ed. Atheneu, 1999. LEVENTHAL, R. & CHEADLE, R.- Parasitologia Médica. Texto e Atlas. 4ª ed. Editora Premiere, 2000. REY, L. - Bases da parasitologia médica. 2ª ed. Guanabara Koogan (RJ), 2002. Guia prático de tratamento, 2010. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/guia_pratico_tratamento_malaria_brasil_2602.pdf - Caderno de Atenção Básica 21. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/abcad21.pdf CDC, disponível http://www.cdc.gov/malaria/about/disease.html CDC,Malária tratamento. Disponível http://www.cdc.gov/malaria/resources/pdf/drug_resistance/bloland_WHO2001.pdf Ministério da saúde – Notificação da Malária no SINAN-Disponível : http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/tabnet/dh?sinan/malaria/bases/malabr.def http://agencia.fapesp.br/14838