Alimentação dos filhos de mulheres HIV+ Franz Reis Novak www.paulomargotto.com.br “Llegamos la tercera década de la epidemia del SIDA, uno de los desafíos más grandes de la medicina. Pegos de sorpresa, sin preparación para hacerle frente, acistimos el virus difundirse para todo el planeta con rapidez enorme y matar a la gente de la forma lenta y sufrida. No era difícil percibir que la epidemia no tenía más vuelta. Salió del contexto médico para ser de la responsabilidad de todos. Decir que el SIDA movió la historia de la medicina no es exagero.” Caio Rosenthal, 2005 Quais os impactos do SIV sobre a amamentação dos macacos? A Situação Brasileira 362.364 casos notificados 25.000 casos por ano 597.443 pessoas HIV+ 148 mil em tratamento ARV PN DST AIDS/SVS/MS, 2004 No Brasil De 1980 a junho de 2007 foram notificados 597.443 casos de Aids no País e a tendência é de crescimento. Segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem uma epidemia concentrada, com taxa de prevalência da infecção pelo HIV de 0,6% na população de 15 a 49 anos. DSTAids, 2007 Na Europa Na Africa - 2003 UNAIDS, 2003 Na África - 2006 UNAIDS Epidemic Update December 2006 Calcula-se que aproximadamente 12 milhões de crianças na África subsaariana sejam órfãos. A UNICEF considera que a crise dos órfãos na África e que esta é uma prioridade humanitária. Existe urgência na procura de uma política social e um programa efetivo para prover a ajuda necessária para todas estas crianças órfãs. Unicef, 2007 HIV na Gestação Transmissão vertical do HIV Obs: Probabilidade de transmissão na ausência de qualquer procedimento profilático DST/AIDS – MS, 2004 Factores de risco para transmissão de HIV-1 via amamentação Maternos Nivel de CD4 Infecção aguda Carga viral do leite Duração do aleitamento Saúde das mamas RN Prematuridade Alimentação oral Aleitamento exclusivo Ou misto Viral Carga viral no leite, Plasma, Chepa HIV E ALIMENTAÇÃO PARA BEBÉS. O PAPEL DA AMAMENTAÇÃO Hoosen Coovadia, Victor Diatz, Professor de Pesquisa de HIV/ SIDA, Universidade de KwaZulu-Natal, Durban, África do Su Infecção pelo HIV Interface entre o Epitélio e o sistema imune Casseb, J. 2007 Infecção pelo HIV Interface entre o Epitélio e o sistema imune Ag Virus invade invade o tecido o tecido Foco inflamatório Casseb, J. 2007 Infecção pelo HIV Interface entre o Epitélio e o sistema imune Captura do Virus Ag invade o tecido Casseb, J. 2007 Infecção pelo HIV Interface entre o Epitélio e o sistema imune Ag invade o tecido Migração para o linfonodo Casseb, J. 2007 Genoma viral integrado ao cromossoma humano Pesquisa de anticorpos - ELISA antígeno anticorpo (amostra) E E E lavagem lavagem lavagem Método indireto anti-imunoglobulina marcada E substrato cromogênico Quando não se faz o tratamento anti-HIV, o sistema imunitário se enfraquece progressivamente e o número de T4 diminui. A carga viral é chamada "indetectável" quando está tão baixa que os testes utilizados não a podem medir. Porém, estar com a carga viral indetectável não significa que o HIV não esteja mais presente no organismo. Comunicação entre células do sistema imune Pesquisadores do Instituto Pasteur e Instituto Nacional da Saúde e de Pesquisas Médicas (Inserm), em Paris, afirmam que é nos gânglios linfáticos da região intestinal que o vírus se oculta. O mais importante foi comprovar o local do esconderijo nos pacientes infectados e tratados há mais de dez anos, cuja carga viral chegara a um ponto indetectável. No caso de mães infectadas pelo HIV, a amamentação pode servir de vetor do vírus para a criança. Segundo a agência Unaids, da ONU, a cada ano, mais de 300.000 crianças são infectadas com o vírus da imunodeficiência humana depois do nascimento. UNAIDS, 2007 Em geral, a amamentação é recomendada universalmente, pois o leite materno contém nutrientes vitais que em geral não podem ser encontrados na comida. Além disso, em países pobres onde as reservas de água podem estar contaminadas, a criança pode ser exposta à diarréia fatal ou à desnutrição, se o alimento for diluído indevidamente, e/ou for pobre em vitaminas e proteínas. UNAIDS, 2007 Frente a estes fatos, recomenda às mulheres infectadas com HIV a amamentarem exclusivamente seus bebês nos primeiros seis meses de vida, a menos que haja disponibilidade de comida substitutiva de boa qualidade, segura e acessível. Quando o alimento substitutivo estiver disponível, a mãe deve adotá-lo e parar de amamentar a fim de impedir o risco de infecção. HIV E ALIMENTAÇÃO PARA BEBÉS. O PAPEL DA AMAMENTAÇÃO Hoosen Coovadia, Victor Diatz, Professor de Pesquisa de HIV/ SIDA, Universidade de KwaZulu-Natal, Durban, África do Sul Por outro lado, estudos recentes mostram que: “Mulheres infectadas pelo HIV que alimentam seus filhos apenas com leite materno podem reduzir de maneira significativa o risco de transmitir o vírus para os RN” (Lancet, 2007) As estimativas de risco não distinguiam entre a amamentação exclusiva e a alimentação mista, na qual a criança é parcialmente alimentada fórmula infantil. http://intestinopreguicoso.blogspot.com/feeds/posts/default?start-index=23&max-results=14 Cabe ressaltar, que somente a amamentação não elimina totalmente o risco da transmissão. Unaids, 2007 Pasteurização x Inativação do HIV Leite com 103 HIV/mL y Leite com 104 células infectadas/mL 56°C/30 minutos ”Pasteurização” Infectividade Past.(-) Cont.(+) Transcriptase Past.(-) Cont.(+) Inativação térmica O virus se inativa a 56°C/30 min. A pasteurização a 62,5°C/30 min. ¿Ebullição? Anti-retrovirais durante amamentação estão sendo usados a fim de prevenir a transmissão do HIV. O tratamento para mães que estão amamentando é importantes para países que estão tentando promover a amamentação como fonte de alimentação do RN. Dois estudos mostram baixas taxas de transmissão do HIV durante a amamentação quando as mães recebem terapia com três medicamentos antiretrovirais. HIV E ALIMENTAÇÃO PARA BEBÉS. O PAPEL DA AMAMENTAÇÃO Hoosen Coovadia, Victor Diatz, Professor de Pesquisa de HIV/ SIDA, Universidade de KwaZulu-Natal, Durban, África do Sul TARV Materno para Prevenir a Transmissão PósNatal, Tanzânia Mitra: AZT/3TC providenciado a mães 36 semanas, parto e 1 semana pós parto, mais provisões para 6 meses de 3TC ao o bebê amamamentado. Mitra-Plus: Disponibilizado AZT/3TC/NVP a partir da 34ª semana de gestação, durante o parto, ao longo de 6 meses após o parto, AZT/3TC infantil x 1 semana. HIV E ALIMENTAÇÃO PARA BEBÉS. O PAPEL DA AMAMENTAÇÃO Hoosen Coovadia, Victor Diatz, Professor de Pesquisa de HIV/ SIDA, Universidade de KwaZulu-Natal, Durban, África do Sul Alguns estudos preliminares com mulheres amamentando, que precisavam antiretrovirais sugerem que tal uso reduz o risco de transmissão. Porém, para a maioria da população das mães HIVpositivas que ainda não precisam de terapia antiretroviral, tal beneficio ainda não foi constatado. Provavelmente, haverá mais discussões sobre as descobertas e como colocá-las em prática. Entretanto, nos locais onde as mães vêm sendo encorajadas a amamentarrm, a terapia antiretroviral poderia poupar milhares de crianças da infecção por HIV. http://vihver-vih.blogspot.com/2007/07/arvs-anti-retrovirais-para-mes-durante.html Dos 42 milhões de pessoas que vivem com o vírus, mais de 24 milhões encontram-se na África. Destes, 17 milhões são mulheres. Cerca de 6 milhões de pessoas precisariam tomar os medicamentos anti-retrovirais. No mundo, apenas 300 mil pessoas têm acesso regular ao tratamento; destas, 147 mil estão no Brasil. Unaids, 2007 O problema dos antiretrovirais no mundo Potencial Econômico da Biodiversidade Produto Dólares (1kg ou 1 litro) Hormônio de crescimento humano 20.000.000 Taxol (anticancerígeno) 12.000.000 Vincristina (anticancerígeno) 11.900.000 Cocaína 150.000 Campotecina (anticancerígeno) 85.000 Ouro 10.000 Inibidores da proteína do HIV 5.000 Café 10 Petróleo 1 Fonte: Revista Exame (2001) Na África subsaariana há 4,1 milhões de pessoas com AIDS que necessitam de drogas anti- retroviróticas. O uso inadequado dos anti-retrovirais podem levar à resistência. http://www.familiamatioli.com.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=82&Itemid=40 Qualquer patamar abaixo da supressão total do vírus no leite materno poderia levar à resistência. Terapia anti-retroviral Redução da mortalidade Redução da morbidade Redução das Internaçãoes Melhora da qualidade de vida Efeitos adversos a longo prazo D Richman. 5th International Congress Drug Therapy in HIV Infection, Glasgow 2000 Toxicidade Mitocondrial Acidose lática: AZT, ddI e d4T Sinais e sintomas Fadiga Tolerância aos exercícios reduzida Falta de ar, taquipnéia Náusea, perda de peso Redução da razão entre DNA mitocondrial e DNA nuclear* * Utilizada somente em pesquisa Efeitos colaterais Efeitos adversos da TARV a médio/ longo prazo Lipodistrofia Acidemia lática Alterações no metabolismo ósseo Síndrome lipodistrófica Carr A et al LANCET, 1999; 353:2093-99 Modificações na distribuição da gordura corporal Hiperglicemia Dislipidemia Resistência insulínica Modificações na distribuição de gordura corporal Clinicamente, há 3 formas de lipodistrofia: 1. Lipoatrofia: gordura corporal acometendo face, membros e nádegas, com maior proeminência muscular e venosa 2. Acúmulo de gordura central: gordura visceral, gibosidade, mamas em mulheres e ginecomastia em homens 3. Mista: lipoatrofia periférica e aumento de gordura visceral Lipodistrofia Lipodistrofia Meningomielocele em criança Exposição intrauterina ao Efavirenz Aids 2002, 16:299-300 Órfãos da Aids Candidose oral Candidose oral extensa no palato e úvula Histoplasma em lavado brônquico HIV brotando de uma célula humana Como manter a lactação da mulher que não amamenta? http://www.psychol.ucl.ac.uk/kate.jeffery/C567/Lecture3_Hormones/Hormones.html A ONU estima que 300 mil bebês morram de Aids a cada ano depois de serem infectados ao receberem leite materno. A Unicef, por sua vez, estima que 1,5 milhão de bebês morram por ano porque suas mães escolheram não amamentá-los. http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI1440291-EI8255,00.html Fim NOTA: do editor do site www.paulomargotto.com.br Dr. Paulo R. Margotto • Consultem o seguinte artigo: Transmissão mãe-filho da infecção pelo HIV-1 durante a amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses de vida: um estudo coorte Autor(es): Hoosen M Coovadia et al. Apresentação: Marcella Wanderley, Viviane Lacorte, Paulo R. Margotto