Ensino público, gratuito e de qualidade — Ano XVI — 153 — Setembro — 2013
Primeira turma EaD se forma em 2013
MARIANA GUIRADO
Pela primeira vez, em seus 56
anos de existência, o Ibilce terá, em
sua próxima cerimônia de colação
de grau, uma turma de ensino semipresencial. Serão cinquenta alunos,
formados em Pedagogia pela parceria celebrada entre Unesp e Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo).
O objetivo do primeiro curso a
distância promovido pela Unesp é
oferecer a Licenciatura em Pedagogia, como formação complementar
para professores que já possuem graduação e atuam na rede pública de
ensino.
Para a professora Maria Eliza
Brefere Arnoni a iniciativa tem
se mostrado muito bem-sucedida, “uma vez que as disciplinas
a distância são ministradas pelos
mesmos docentes do curso presencial, por meio de vídeo-aulas e
atividades em ambiente virtual”
avalia.
O governador Geraldo Alckmin, diante do sucesso do projeto, anunciou a previsão de abertura de novos cursos da Univesp já
em 2014. Todos os polos, inclusive
o de Rio Preto, poderão ampliar o
número de vagas.
Leia mais: página 5
PÁGINA 3
PESQUISADORA DO
IBILCE ANALISA DISCURSO
DE AUTOAJUDA EM
OBRAS PARA O PÚBLICO
ADOLESCENTE
PÁGINA 4
PROJETOS DE
BIOENERGIA AUXILIAM NO
CONTROLE DAS
PRAGAS DA
CANA-DE-AÇÚCAR
PÁGINA 8
CÓDIGOS DE BARRAS
SÃO ANALISADOS EM
PROJETO DE MESTRADO
REALIZADO NO IBILCE
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notícias ibilce
EDITORIAL
A edição de setembro do Notícias Ibilce traz em sua matéria
de capa a notícia da primeira turma de curso semipresencial a
ser formada no Instituto. A inovação constante e a nova modalidade de ensino ministrada pelos
mesmos docentes do curso presencial revelam as mudanças pelas
quais a Universidade vem passando.
Saiba mais sobre a parceria entre
a Unesp e a Univesp (Universidade
Virtual do Estado de São Paulo) na
página 5.
São também destaques desta
edição os trabalhos realizados pelos nossos pesquisadores: na página
3, aluna do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
conclui trabalho sobre discurso de
autoajuda em obras voltadas ao
público adolescente; na página 4,
matéria revela como pesquisa realizada por aluna do Programa de
Pós-Graduação em Microbiologia
auxilia no controle das pragas da
cana-de-açúcar.
Na página 7, nosso entrevistado,
o professor Julio Cesar Torres, fala
sobre os avanços, necessidades,
aspectos legais e dificuldades presentes no processo de implantação
da Educação Especial no Brasil.
Confira na página 8 nossa pauta de pesquisa, na qual explicamos alguns detalhes do estudo realizado no Mestrado Profissional em
Matemática em Rede Nacional, o
PROFMAT, sobre os segredos por trás
dos códigos de barras, tão presentes
em nosso dia a dia.
Uma ótima leitura!
UNESP
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
Câmpus de São José do Rio Preto
IBILCE — Instituto de Biociências,
Letras e Ciências Exatas
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EVENTO
Semana de Letras completa 25 anos em meio
a elementos mágicos e melódicos da língua
Evento valoriza ingredientes como construção de conhecimento pela
educação e manutenção da sociabilidade pela comunicação
RENAN FELIPE
Guiados pela complexidade encantadora das línguas, evento a explora em muitas de suas
dimensões: semânticas, sintáticas, sonoras, visuais, semióticas, linguísticas e literárias
João Paulo Vani
“A história nos mostra que o fascínio pela língua data de muito antes de nossas pretensões de estudar
a sua materialidade, de épocas em
que a escrita era considerada sagrada, ou, até mesmo, de tempos
longínquos, quando sinais grafados
nas paredes conferiam poderes e
proteção.” Foi assim que a Comissão
Organizadora da XXV Semana de Letras começou o texto em celebração
às bodas de prata, realizado entre os
dias 9 e 13 de setembro.
Neste ano, participaram do eventos profissionais como o cineasta
Marcio Debellian, os escritores Antônio Geraldo Figueiredo Ferreira,
Verônica Antonine Stigger e Marcelo
Mirisola, e o professor Alberto Ikeda,
do Instituto de Artes da Unesp.
O evento, anual, é de responsabilidade dos alunos do 3º ano do Curso
de Licenciatura em Letras (diurno e
noturno) e apresenta uma estrutura de congresso, com atividades
acadêmicas e artísticas planejadas
de modo a promover diálogos entre os diversos campos disciplinares
vinculados às áreas de Letras, Linguística e Educação.
De acordo com os professores Arnaldo Franco Jr. e Maria Cláudia Rodrigues Alves, membros da comissão
organizadora do evento, a Semana de
Letras é uma atividade voltada para
a formação profissional dos alunos
que a organizam. Os trabalhos realizados ao longo dos meses de produção do evento representam uma
oportunidade para os alunos desenvolverem habilidades e competências num plano extradisciplinar.
Diretor:
José Roberto Ruggiero
Edição:
João Paulo Vani
Vice-Diretora:
Maria Tercília Vilela de Azeredo Oliveira
Jornalista Responsável:
João Paulo Vani — MTb: 60.596/SP
Reportagens e Revisão:
Bárbara Marques
Eder Juno
Edoardo Lobl
Henrique Pelicano
Letícia Santos
Ligya Aliberti
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Diagramação:
Felipe Cipolato
Distribuição gratuita
Tiragem: 1.700 exemplares
Coordenação:
ACI — Assessoria de Comunicação e Imprensa
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LINGUÍSTICA
Pesquisadora do Ibilce analisa discurso de autoajuda em obras
voltadas para o público adolescente
Discurso relaciona-se à imagem do sujeito pós-moderno: autoconfiante, seguro e determinado
SXC - DIVULGAÇÃO
Leticia Santos
A pesquisadora Marília Molina
Furlan, mestre pelo Programa de
Pós-Graduação em Estudos Linguísticos do Ibilce, analisou sob a orientação da professora Anna Flora
Brunelli, do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários, o discurso de autoajuda para o público adolescente. Um dos objetivos principais
da pesquisa era investigar a cenografia (cenas de enunciação) e o ethos
discursivo (imagem do sujeito enunciador projetada no próprio modo de
enunciação do discurso) característico das obras analisadas, como, por
exemplo, se elas se diferenciavam ou
não das obras de autoajuda voltadas
para o público adulto e se apresentavam divergências entre si. Os livros analisados foram comparados
com outras obras, direcionadas para
o público adulto, dos mesmo autores.
O tipo de discurso
analisado está
relacionado ao sujeito
pós-moderno, que busca
diminuir suas fragilidades
e dificuldades pessoais
“Um dos critérios de seleção do
material de análise, especificidade
do público-alvo, foi relevante, na
medida em que muitas obras de autoajuda relacionadas à adolescência se destinavam aos pais dos adolescentes ou a educadores, o que
poderia interferir nos objetivos da
minha pesquisa”, explica.
Para realizar sua pesquisa, Marília
analisou quatro obras de autoajuda:
“Tipo assim: adolescente”, de Jairo
Bauer e Sonia Francine (2005); “O livro do adolescente: discutindo ideias e
atitudes com o jovem de hoje”, de Michele e Liliana Iococca (2008); “Por que
estou assim? Os momentos difíceis da
adolescência”, de Cybelle Weinberg
Trabalho desenvolvido no Ibilce identifica diferenças entre as obras de autoajuda
voltadas aos públicos adulto e adolescente
(2007) e “Não faça tempestade em
copo d’água para adolescentes”, de
Richard Carlson (2001).
Marília diz que as obras apresentaram entre si diferentes cenografias e ethé discursivos. Constatou-se um diálogo informal, a articulação de diversos gêneros e a presença
de um enunciador que se apresenta
como divulgador, e não como fonte de
um saber. A pesquisadora notou também uma cenografia de sessão psicoterapêutica e um tom persuasivo para convencer o enunciatário de que
suas medidas de autocontrole emocional são as mais eficazes.
De acordo com a pesquisadora,
o tipo de discurso analisado está relacionado com o sujeito pós-moderno, que busca diminuir suas fragilidades e dificuldades pessoais
por buscar seu bem-estar e satisfação pessoal e investe em um modelo
de subjetividade típico da contemporaneidade: uma pessoa autoconfiante,
segura e determinada. Marília afirma
que esse discurso promove o apagamento da alteridade constitutiva do
sujeito.
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TOME CIÊNCIA
Projetos de Bioenergia desenvolvidos no Ibilce auxiliam no controle
das pragas da cana-de-açúcar
Pesquisadora avalia e caracteriza mais de duzentos isolados fúngicos para o controle de pragas da
cana-de-açúcar visando otimizar a produção de bioetanol
DIVULGAÇÃO
Bárbara Marques
Com a necessidade de combater o ataque massivo das pragas da
cana-de-açúcar, como a Diatraea
saccharalis (Broca da Cana-deaçúcar) e a Mahanarva posticata
(Cigarrinha da folha), a empresa
Bioenergia do Brasil S/A estabeleceu, em 2007, uma parceria com a
empresa SMARTBIO Desenvolvimento Tecnológico para que estratégias
de controle e manejo integrado de
pragas fossem criadas, ao mesmo
tempo em que decidiram implantar
uma biofábrica para produzir o parasitóide Cotesia flavipes, que atua
como inseticida biológica no controle da praga da cana-de-açúcar
Diatraea saccharalis sem agredir o
meio ambiente. Ainda em 2007, a
Biofábrica de Agentes de Controle
Biológico foi criada, incluindo o
projeto “Pesquisa e Desenvolvimento Experimental em Ciências Físicas
e Naturais” no quadro de atividades
da Bioenergia do Brasil. A fábrica
conta com estrutura física de 2000
m² e equipamentos para manipulação do parasitóide Cotesia flavipes e dos fungos entomopatogênicos Beauveria spp. e Metarhizium
spp.
Elaine Cristina Vicente Bovi, mestra e doutoranda pelo Programa de
Pós-Graduação de Microbiologia no
Ibilce e orientada pela professora
Eleni Gomes, desenvolveu parte de
seus experimentos no Laboratório
de Bioquímica e Microbiologia Aplicada do Ibilce. Segundo a pesquisadora, foi a partir do início dessas
pesquisas que a empresa passou a
enxergar que somente por meio do
desenvolvimento de inteligência
para promover o Manejo Integrado
de doenças e pragas é que a viabilidade econômica da produção de
álcool seria assegurada. “Esse foi o
principal motivo que levou a Bioe-
Elaine pode caracterizar a maioria dos isolados fúngicos por meio dos alelos obtidos com os
marcadores
nergia do Brasil S.A. a implantar uma
central de inteligência e produção
de inimigos naturais e difundir essas
estratégias para seus fornecedores
e usinas vizinhas”, afirma.
A continuidade
desse trabalho está em
andamento em projeto de
doutorado no Programa
de Pós-graduação em
Microbiologia do Ibilce
A partir da criação dessa central
de inteligência, a empresa pode
desenvolver projetos de pesquisa
aprovados em programas de Subvenção Econômica Finep voltados
para a área de controle biológico
de pragas com o objetivo de melhorar e profissionalizar o controle
biológico no Brasil e favorecer uma
agricultura mais sustentável. Entre
esses projetos está a pesquisa de
mestrado de Elaine, que avaliou em
inúmeros testes para características comerciais mais de cem isolados fúngicos de diferentes regiões
do Brasil, hospedeiros, anos, culturas agrícolas, universidades, institutos de pesquisa e laboratórios
comerciais. “Além disso, foi feita
a caracterização molecular, estudo
da diversidade e de agrupamento
desses isolados fúngicos, utilizando oito marcadores SSRs (single
sequence repeats). Foram obtidos
haplotipos específicos para hospedeiros, regiões e fontes de pesquisas”, afirma Elaine. Também foi
possível identificar a maioria das
cepas por meio dos alelos obtidos
com os marcadores SSRs e manter
o controle de Identidade Genética
com base em marcadores microssatélites desenvolvidos por meio de
estudo da dinâmica populacional e
diversidade genética dos fungos. A
continuidade desse trabalho está
em andamento em projeto de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Microbiologia do Ibilce.
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EaD
Formam-se os alunos da primeira turma do curso de Pedagogia
semipresencial da Unesp/Univesp
Polo do Ibilce pode abrir nova turma de Pedagogia e receber outros cursos semipresenciais em 2014
MARIANA GUIRADO
Alunos da primeira turma do curso semipresencial de Pedagogia da Unesp/Univesp em
reunião com seus orientadores e com o diretor do câmpus
Mariana Guirado encontros semanais nas Universidades Polo. Para a aluna Renata
Este será um ano atípico em Paiva, o curso é uma oportunidade
relação às festividades de forma- para quem busca inovar em sala
tura no Ibilce. Além das turmas de aula. “Se o curso tivesse outro
dos tradicionais cursos de gradu- formato, não poderíamos estar na
ação, forma-se também a primeira Universidade”, afirma.
turma do curso semipresencial de
Pedagogia da Unesp/Univesp (Universidade Virtual do Estado de São As disciplinas a distância
Paulo). A Univesp foi criada por
são ministradas pelos
meio do decreto nº 53.536/2008,
mesmos docentes do
como programa de expansão do
ensino superior público do Govcurso presencial, por
erno do Estado de São Paulo. No
meio de vídeo-aulas e
polo de Rio Preto, foram oferecidas cinquenta vagas para o curso atividades em ambiente
semipresencial, dez a mais que no
virtual.
curso presencial oferecido pelo
câmpus.
A carga horária do novo curso
O objetivo do primeiro curso a
a distância é a mesma na moda- distância promovido pela Unesp
lidade presencial, sendo dividida é oferecer a Licenciatura em Peem 60% com atividades a distância, dagogia, como formação compledesenvolvidas por meio da plata- mentar para professores que já
forma virtual de aprendizagem – possuem graduação “Eu acredito
o Teleduc –, e 40% em atividades muito no nosso professor. Trabalhei
presenciais, realizadas em dois quinze anos com formação conti-
nuada, em nível de Ensino Fundamental, e constatei a necessidade
e o interesse dos professores pelas questões conceituais de sua
área de atuação e pedagógicas,
daí considerar este curso, enquanto modalidade de formação do pedagogo para alunos já graduados,
uma opção interessante”, afirma
Maria Eliza Brefere Arnoni, orientadora do Estágio Curricular Supervisionado no polo de Rio Preto.
Enquanto a Univesp oferece
o suporte material, financeiro e
tecnológico, o papel da Unesp é
elaborar projetos acadêmicos,
conteúdos, processo de seleção
(vestibular) e avaliação dos alunos.
As disciplinas a distância são
ministradas pelos mesmos docentes do curso presencial, por
meio de vídeo-aulas e atividades
em ambiente virtual. O material
elaborado para a plataforma virtual teve como desafio reunir as
tecnologias de informação e comunicação, além de ferramentas
para construção dos ambientes de
aprendizagem. “A Unesp/Univesp
criou a sua própria estrutura”,
afirma o docente Edilson Moreira
da Silva, orientador da turma no
polo de Rio Preto, que não tem
dúvidas quanto à qualidade do
curso semipresencial: “As aulas
presenciais e as vídeo-aulas seguem o mesmo padrão”.
A aluna Roseclei Lujan, representante da turma, faz um alerta:
“A própria Universidade precisa
começar a questionar e a colaborar para a desconstrução dessa
ideia de EaD [Educação a Distância] como uma educação inferior”.
Diante do sucesso na formação
da primeira turma, o governador
Geraldo Alckmin anunciou a previsão de abertura de novos cursos
para 2014, inclusive para o polo de
Rio Preto, que poderá ter uma nova turma de Pedagogia.
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notícias ibilce
DIVULGAÇÃO
CURSO
Astronomia é discutida em evento realizado
pelos alunos de Matemática do Ibilce
Observar os astros e as estrelas é, desde os primórdios da
civilização, um hábito do homem
EDER JUNO
FRANCO-BRAZILIAN
Nos dias 2 e 3 de outubro o Ibilce
sediará o Franco-Brazilian workshop on Coffee genomics at
Unesp-Ibilce, realizado pelo
Programa de Pós-Graduação em
Genética, conjuntamente com o
IRD, o Instituto de Pesquisa para
o Desenvolvimento da França e o
Instituto Agronômico do Paraná
(IAPAR). Durante o evento serão
discutidos
projetos
realizados em colaboração pelas três
instituições.
BODAS DE PRATA I
Entre os dias 14 e 18 de outubro acontece a XXV Semana da
Matemática do Ibilce. O evento,
tradicionalmente organizado pelos alunos dos cursos de Matemática, oferecerá diversas atividades
acadêmicas e culturais.
Palestras foram bem recebidas tanto pela comunidade interna como pela externa,
que interagiram e se encantaram
Eder Juno foi um presente que valeu uma
vida”, diz o médico que, mais
Conhecida como a mais antiga tarde, construiria o seu próprio
das ciências, a Astronomia é tida telescópio. O médico falou sobre
como um hábito das civilizações pedras alienígenas, pois, além de
que nos antecederam, pelo pra- estudioso, é colecionador de mezer de observarem o céu. Contu- teoritos.
Willian Mazoni, aluno do curdo, esse hábito vem se perdendo.
Foi pensando nisso que o Gamat so de Matemática do Ibilce e um
(Grupo Astronômico da Matemáti- dos responsáveis pelo Gamat, diz
ca) realizou no Ibilce, entre os di- que este foi o melhor dos eventos
as 2 e 5 de agosto, a I Semana de promovidos pelo Grupo. “As palAstronomia. O evento foi aberto estras foram bem recebidas tana toda a comunidade e deu con- to pela comunidade interna como
tinuidade ao ciclo de palestras de pela externa, que interagiram e
Astronomia que acontece desde se encantaram”.
Apontando a gama de disci2011 e é promovido pelo próprio
grupo.
plinas que a Astronomia pode
Dentre os palestrantes da Se- abranger, Falsarella ressalta a immana esteve o médico e astrôno- portância do evento. “A Astronomo amador Nelson Falsarella, que mia abrange matemática, física,
desde muito cedo se interessou química e até biologia. Assim,
pelo assunto. Falsarella, aos 13 estudar astronomia é uma ótima
anos, ganhou de seu pai o primeiro forma de incentivar os alunos a
telescópio e logo se apaixonou estudarem todas essas disciplipela Astronomia: “O telescópio nas”.
BODAS DE PRATA II
O Programa de Educação Tutorial (PET) Matemática também
comemora 25 anos de atuação. As
celebrações acontecerão durante
a XXV Semana da Matemática.
Semana Nacional do Livro
A XXIV Semana Nacional do Livro,
que acontece entre os dias 22 e 25
de outubro, mais uma vez, contará com atividades realizadas no
Ibilce. Para a edição de 2013, os
destaques da programação ficam
por conta da VIII Feira Artística,
com apresentações de grupos de
música e dança, e também pelas homenagens do centenário de
Vinicíus de Moraes.
AÇÃO SOLIDÁRIA
A ONG Proepad (Projeto Educacional Profissionalizante do Adolescente) promoverá uma ação
para arrecadação de livros infantis. Colabore fazendo sua doação
durante os eventos da XXIV Semana Nacional do Livro.
notícias ibilce
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ENTREVISTA COM O PROFESSOR JULIO CESAR TORRES
Educação Especial e o desafio da inclusão
Pesquisador comenta projeto de lei que pretende cortar as
verbas públicas destinadas às Apaes
MARIANA GUIRADO
Para Julio, garantir a aprendizagem de todos requer o reconhecimento das diferenças
Mariana Guirado Cada tipo de deficiência requer formas diferenciadas de organização
Julio Cesar Torres, professor do De- das atividades escolares. As questões
partamento de Educação, fala sobre curriculares e as metodologias de eneducação especial no Brasil e sobre o sino também são diferentes.
polêmico projeto de lei que pretende
cortar as verbas públicas destinadas NI) Para tornar a escola inclusiva, o
às Apaes, associações que oferecem que compete às diversas esferas de
atendimento gratuito a alunos com governo?
necessidades educacionais especiais. Garantir, de fato, que a legislação
Torres é coordenador do Projeto de seja cumprida. Em termos de aparaExtensão Universitária “LIBRAS (Lín- to legal, o Brasil encontra-se bastangua Brasileira de Sinais) e a Edu- te avançado em diversos aspectos.
cação de Surdos” e líder do Grupo de O problema tem sido efetivar a inPesquisa em “História e Política Edu- clusão escolar e social das pessoas
com deficiência. E, em minha opicacional Brasileira” (CNPq).
nião, para o atual contexto brasileiNI) O que é educação especial? ro, esse paradigma de inclusão de
Como ter certeza de que um alu- alunos com deficiência na escola reno com deficiência está apto a fre- gular não funciona!
quentar a escola?
Que tal seria para nós,
É garantir o direito à educação básitidos como “normais”,
ca a todos os brasileiros. Garantir
a aprendizagem de todos requer o respondermos uma prova
reconhecimento das diferenças e a
busca de estratégias pedagógicas de História do Brasil na
língua japonesa?
que possibilitem que o deficiente
aprenda. É a escola que tem de estar “apta” para receber o aluno com
NI) A aprendizagem dos alunos de
deficiência, não o contrário.
inclusão é efetiva? Como devem ser
NI) As turmas que têm alunos com avaliados?
deficiência devem ser menores? Claro! Se a escola garantir as
Quantos alunos com deficiência po- condições para a aprendizagem
dem ser colocados na mesma sala? dentro da especificidade de cada
deficiência, o aluno apresenta toda possibilidade de desenvolvimento cognitivo. A avaliação da aprendizagem escolar é um tema muito
complexo. Discutir a avaliação escolar dos alunos com deficiência
pressupõe, antes, discutir o currículo escolar, o ensino, a forma como
aprendem. Por exemplo: como posso avaliar da mesma maneira, com a
mesma metodologia, um aluno surdo
quando apresento a ele uma prova
numa língua que não é a dele? Que
tal seria para nós, tidos como “normais”, respondermos uma prova de
História do Brasil na língua japonesa?
E como são bonitos os mapas geográficos em terceira dimensão. Mas como os cegos podem se apropriar dos
conceitos e conteúdos ensinados em
Geografia? As aulas e as atividades
escolares podem ser as mesmas para todos? Claro que não! Esse modelo
de inclusão que o Brasil tem adotado, sem garantir formação dos professores, infraestrutura e condições
adequadas para trabalhar a inclusão,
não funciona. O currículo escolar,
os métodos de ensino, os materiais
didáticos não são reformulados. Daí é
muito fácil descarregar toda a culpa
nos alunos com deficiência que são,
muitas vezes, simplesmente jogados
na escola e ficam esquecidos em algum canto da sala de aula.
NI) Este ano tivemos um polêmico
projeto de lei que pretende cortar as verbas públicas destinadas às
Apaes, transferindo os alunos para
as escolas comuns. Qual sua opinião
a respeito?
Um tremendo absurdo! Como podemos acabar como uma instituição de
mais de cinquenta anos de história e
bons serviços prestados? Temos, no
Brasil, um péssimo hábito de copiarmos “modelos” prontos de outros
países e tentar implementar aqui. Na
maioria das vezes não funcionam. E
parece que gostamos de destruir nossos próprios projetos. Pergunte aos
pais de um aluno com deficiência o
que eles acham de seu filho estar frequentando a escola regular ao invés
da Apae. Você não encontrará melhor resposta, tenho certeza disso.
8
PESQUISA
Matemático explora funcionamento e
estrutura dos códigos de barra
Aritmética fornece o suporte matemático para os
mecanismos de funcionamento dos códigos de barra
SXC - DIVULGAÇÃO
Os códigos de barras são usados em todo o mundo e permitem, entre outras coisas,
identificar a origem dos produtos
Henrique Pelicano seu trabalho, bem como as formas de se detectar erros no proEduardo Gomes da Silva, profes- cessamento de dados, a partir de
sor de matemática e mestre pelo um olhar mais atento aos códigos
PROFMAT – Ibilce, escreveu a dis- de barras.
Na dissertação, também foram
sertação “Explorando vertentes
matemáticas nos códigos de bar- abordadas algumas atividades que
ra”, sob a orientação do professor podem ser direcionadas para a saJéfferson Luiz Rocha Bastos, do De- la de aula da Educação Básica, como jogos lineares finitos.Um dos
partamento de Matemática.
“O principal objetivo na di- códigos estudados no trabalho é
vulgação do trabalho é oferecer denominado EAN-13, presente na
conhecimento aos leitores so- maioria dos produtos comerciabre o funcionamento e a estrutura lizados globalmente. Trata-se de
matemática presentes nos códigos um código composto por 13 dígitos,
de barras e outros códigos identi- que originam as barras ao serem
ficadores”, diz Gomes da Silva. O codificados de maneira binária.
professor ainda comenta que os “Os dois ou três primeiros dígitos
mecanismos que permitem a iden- são de origem do produto, os quatificação de várias informações de tro ou cinco seguintes informam
um produto foram analisados em dados sobre o fabricante do produ-
to, na sequência os próximos dígitos representam dados específicos
do produto. O último é o dígito de
verificação, calculado por meio de
critérios matemáticos”, explica o
professor.
Gomes da Silva aponta que desde o século XVII, com a criação das
primeiras máquinas de cálculo, já
se podia observar os primórdios do
código de barra. “A primeira patente de um código, que consistia
na classificação por meio de padrões envolvendo circunferências concêntricas de espessuras
variáveis, ocorreu em 1952, sendo
atribuída a Joseph Woodland e Bernard Silver. George J. Laurer, considerado o criador dos códigos de
barras, com o UPC, uma sequência
de 12 dígitos, a desenvolveu na década de 1970”, cita o professor.
Códigos de barra são
bons exemplos de
aplicação prática da
Matemática, com o
objetivo de facilitar a
vida cotidiana
O pesquisador diz que o “Banco
Indutor de Trabalhos” do PROFMAT
continha esse tema. “Sempre fiquei
fascinado pela forma como os produtos são facilmente registrados
nos estabelecimentos comerciais.
Os códigos de barras e demais códigos identificadores podem, sim, ser
considerados bons exemplos da utilização e aplicação da Matemática
com o objetivo de facilitar a vida
cotidiana”, completa.
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Setembro — 2013 Primeira turma EaD se forma em - Ibilce