II CONGRESSO BRASILEIRO DE TABAGISMO
TABAGISMO E ASMA
Laércio M. Valença, FCCP
Hospital das Forças Armadas
Universidade Católica de Brasília
Hanrahan JP et al. The Effect of Maternal
Smoking during Pregnancy on Early Infant Lung
Function. ARRD 1992;145:1129



Função pulmonar avaliada por curvas fluxovolume expiratória parciais e medida da CRF pelo
método de diluição do hélio
Fluxos expiratórios forçados significativamente
mais baixos em filhos de fumantes, mesmo após
ajustes para outros fatores
Achados sugerem que fumo in utero possa alterar
o desenvolvimento das vias aéreas e/ou
propriedades elásticas dos pulmões
Young S et al. The Influence of a Family History of
Asthma and Parental Smoking on Airway Responsiveness
in Early Infancy. NEJM 1991;324:1168.
A responsividade das vias aéreas foi
avaliada com teste de histamina em 63
recém-nascidos com idade de 4 ½ semanas
 Função respiratória avaliada pela técnica de
fluxo-volume expiratório forçado parcial
 Hiperreatividade encontrada em recémnascidos com história familiar de asma
(p<0,01) e tabagismo paterno (p<0,05)

Weitzman M et al. Maternal Smoking and
Childhood Asthma. Pediatrics 1990;85:505
Levantamento sobre 4.331 crianças com
idade de 0 a 5 anos
 Asma em crianças de mães fumantes de
=>10 cig/dia em comparação com não
fumantes: OR=2.1 (p=0,001)
 Maior uso de medicação para asma: OR=4,6
(p=0,0006)
 Surgimento de asma no primeiro ano de
vida: OR=2,6 (p=0,0006)

Martinez FD et al. Parental Smoking Enhances
Bronchial Responsiveness in Nine-Year Old
Children. ARRD 1988;138:518
 Filhos de fumantes apresentaram reatividade
brônquica aumentada significativamente maior em
comparação com filhos de não fumantes (OR=4,3,
p=0,009)
 Não ocorreu o mesmo achado em meninas de pais
fumantes
 Hipótese: Fumo passivo possa aumentar o risco de
asma na infância, particularmente em meninos
O’Connor GT et al. The Effect of Passive Smoking on Pulmonary
Function and Nonspecific Bronchial Responsiveness in a Populationbased Sample of Children and Young Adults. ARRD 1987;135:800
Objetivo: Investigar possível relação entre
fumo paterno e reatividade brônquica a
hiperpnéia eucápnica com ar frio
 Resultados:
- Em 21 asmáticos, houve relação entre
fumo materno e reatividade brônquica de
significância limítrofe

O’Connor GT et al. The Effect of Passive Smoking on Pulmonary
Function and Nonspecific Bronchial Responsiveness in a Populationbased Sample of Children and Young Adults. ARRD 1987;135:800
Resultados:
2) Ausência de relação entre fumo paterno e
reatividade brônquica em 265 não-asmáticos
3) VEF1 e FEF25-75 significativamente
menor em 265 não-asmáticos de mães
fumantes
 Hipótese: Fumo passivo pode alterar o
crescimento do sistema respiratório imaturo

Evans D et al. The Impact of Passive Smoking on
Emergency Room Visits of Urban Children with
Asthma. ARRD 1987;135:567
Estudadas 276 crianças oriundas de 259
famílias de baixa renda
 Fumo passivo associado com visitas à
Emergência (p=0,01)
 Dias com sintomas de asma/mês
diretamente associados com visitas à UE
(p=0,02)

Larsson ML et al. Environmental Tobacco Smoke Exposure
during Childhood is Associated With Increased Prevalence
of Asma in Adults. CHEST, 2001;120:711
Participantes: 8.008 suecos com idade de 15
a 69 anos
 Em expostos ao fumo, prevalência de asma
diagnosticada por médico de 7,6% vs 5,9%
em não expostos (p=0,036)
 Crianças expostas a fumo ambiental: maior
possibilidade de tornarem-se fumantes
ativos

Siroux V et al. Relationship of Active Smoking to
Asthma and Asthma Severity in the EGEA Study.
Eur Resp J 2000;15:470.
Objetivo: Estudar o tabagismo como fator
de risco potencial e de gravidade de asma
 Resultados:
- Tabagismo não é fator de risco para asma
iniciada na vida adulta
- Fumo ativo relacionado com gravidade da
asma

Stracham DP et al. Incidence and Prognosis of Asthma
and Wheezing Illness from Early Childhood to Age 33 in
National British Cohort. BMJ 1996;312:1195
Estudo populacional longitudinal com 5.801 pessoas
Seguimento nas idades de 7, 11, 16, 23 e 33 anos
Fumo ativo associado ( OR=4,42) com incidência de
asma e doenças sibilantes nas idades de 16 a 33
anos
Entre 880 crianças com asma e bronquite na idade de
7 anos, recaída de asma mais freqüente aos 33
anos após período de remissão
Gilliland FD et al. Regular Smoking and Asthma
Incidence in Adolescents. AJRCCM
2006;174:1094





Estudo de coorte com 2.609 adolescentes
Fumo regular definido como fumo =>300
cigarros por ano
Asma: novos casos diagnosticados por
médicos
Risco relativo de 3,9 (IC 1,7-8,5) para
desenvolvimento de asma
Risco aumentado especialmente em nãoalérgicos e aqueles expostos ao fumo in
utero
Lange P et al. A 15-year Follow-up study of
Ventilatory Function in Adults with Asthma.
NEJM 1998;339:1194
Estudo epidemiológico longitudinal na
população de Copenhague
 Objetivo: Analisar as alterações do VEF1
em 17.506 adultos com e sem asma ao
longo de 15 anos
 Declínio de 38 ml/ano em indivíduos com
asma
 Declínio de 22 ml/ano em indivíduos sem
asma (p<0,0001)

Lange P et al. A 15-year Follow-up study of
Ventilatory Function in Adults with Asthma.
NEJM 1998;339:1194

Estratificação dos grupos de acordo com a
presença ou não de tabagismo, mostrou que
o fumo significativamente acelerou o
declínio do VEF1 tanto em indivíduos com
asma como sem asma
Boulet, L et al. Smoking and Asthma: Clinical
and Radiologic Features, Lung Function, ans
Airway Inflammation. Chest 2006;129:661
Comparação entre 22 asmáticos fumantes
(14 anos/maço) com 27 não-fumantes
 Fumantes tiveram mais sintomas
respiratórios, menor FEF25-75,
VEF1/CVF% e difusão pulmonar
 Fumantes apresentaram maior celularidade
brônquica e neutrófilos em escarro induzido

Boulet, L et al. Smoking and Asthma: Clinical
and Radiologic Features, Lung Function, ans
Airway Inflammation. Chest 2006;129:661
Na TC de tórax, fumantes tiveram mais
anormalidades parenquimatosas e de vias
aéreas
 CONCLUSÃO: Asmáticos fumantes têm
aspectos similares aos encontrados em
DPOC em estádio inicial

Chauduri R. Cigarette Smoking Impairs the
Therapeutic Response to Oral Corticosteroids in
Chronic Asthma. AJRCCM 2003;168:1308
Estudo randomizado, controlado por
placebo e cruzado
 Uso de prednisolona (40 mg/dia) ou placebo
durante 2 semanas em fumantes, exfumantes ou não-fumantes com asma
 Todos indivíduos tinha reversibilidade
=>15% após NBZ com salbutamol

Chauduri R. Cigarette Smoking Impairs the
Therapeutic Response to Oral Corticosteroids in
Chronic Asthma. AJRCCM 2003;168:1308
Em não fumantes, houve significativa
melhora do VEF1 (p<0,019) após
prednisolona
 Em fumantes e ex-fumantes, ausência de
alterações do VEF1 (p=0,605 e p=0,04,
respectivamente) após prednisolona

Lazarus SC et al. Smoking Affects Response to
Inhaled Corticosteroids or Leukotriene Receptor
Antagonists in Asthma. AJRCCM 2007;175:783.
Estudo multicêntrico, controlado por
placebo, duplo-cego, cruzado com 44 não
fumantes e 39 fumantes com asma leve
 Tratamento com beclometasona 2 vezes ao
dia e montelucaste uma vez ao dia
 Fumantes tinham mais sintomas, pior
qualidade de vida e pico de fluxo mais
baixo

Lazarus SC et al. Smoking Affects Response to
Inhaled Corticosteroids or Leukotriene Receptor
Antagonists in Asthma. AJRCCM 2007;175:783.
RESULTADOS
 Fumantes tinham mais sintomas, pior
qualidade de vida e pico de fluxo mais
baixo
 Beclometasona reduziu significativamente
eosinófilos e proteina catiônica eosinofílica
no escarro tanto em fumantes como nãofumantes
Lazarus SC et al. Smoking Affects Response to Inhaled
Corticosteroids or Leukotriene Receptor Antagonists in
Asthma. AJRCCM 2007;175:783.



RESULTADOS
Beclometasona aumentou VEF1 (170 ml,
p=0,0003) só em não-fumantes
Montelucaste aumentou PFE matinal só em
fumantes (p=0,0002)
CONCLUSÃO:
Resposta à beclometasona é atenuada em
asmáticos fumantes. Montelucaste pode ser opção
terapêutica.
TABAGISMO E ASMA:
CONCLUSÕES
Fumo in utero pode reduzir fluxos
expiratórios forçados e aumentar
reatividade brônquica em recém-nascidos
 Fumo passivo aumenta a prevalência de
asma, a reatividade brônquica e visitas ao
pronto-socorro
 Fumo ativo aumenta a incidência de asma
em adultos e agrava declínio do VEF1

TABAGISMO E ASMA:
CONCLUSÕES
 Tabagismo
atenua a resposta de
asmáticos a corticosteróides orais e
inalatórios
OBRIGADO!
FUMO PASSIVO
Prevalência e gravidade aumentadas de
asma
 Conseqüência de:
- freqüência aumentada de infecção
respiratória baixa na infância
- inflamação do epitélio respiratório

Samet JM et al, ARRD, 1983
Tager JB et al, ARRD, 1988
TABAGISMO IN UTERO E
ASMA NA INFÂNCIA

ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS
- Alteração do desenvolvimento pulmonar
(disanapsia das vias aéreas intraparenquimatosas)
- Hiperreatividade brônquica em recém-nascidos
- Função ventilatória reduzida
TABAGISMO PASSIVO

PREVALÊNCIA AUMENTADA DE ASMA NA
INFÂNCIA
- Aumento significativo se ambos os pais ou a mãe fumam
Cook DJ et al. Thorax, 1997
- Existe relação dose-resposta
National Academic Press, 2000
- Prevalência elevada de asma em adultos
TABAGISMO PASSIVO NA INFÂNCIA
PREVALÊNCIA AUMENTADA DE ASMA
NA VIDA ADULTA
Larsson ML et al, Chest, 2001
TABAGISMO PASSIVO E
ASMA NA INFÂNCIA

MORBIDADE
- Freqüência de sintomas, função pulmonar afetados por
fumo materno
- Hiperreatividade de vias aéreas (estudo populacional)
- Visitas aumentadas ao PS (fumo em casa)
- Uso maior de medicações anti-asmáticas se mães fumam
TABAGISMO PASSIVO E
ASMA NA INFÂNCIA

INTERVENÇÃO
Se pais deixam de fumar:
- Redução da hiperreatividade brônquica
- Menor morbidade

Necessidade dos pais reconhecerem o fumo como um
desencadeante e agravante de asma
TABAGISMO ATIVO E ASMA

Asmáticos fumantes:
- Sintomas mais severos
- Taxas maiores de hospitalização
- Declínio acelerado da função pulmonar
- Resposta diminuída a corticosteróides
sistêmicos e inalatórios
- Aumenta resposta inflamatória a alérgenos
Lange
P et al. NEJM 339:1194,1998
L
a
Lange P et al. NEJM 339:1194, 1998
FUMO PASSIVO E RISCO DE ASMA EM
ADULTOS
Estudo SAPALDIA
(Estudo Suiço sobre Poluição Aérea e Pneumopatias
em Adultos)
Risco de asma diagnosticada por médico
(OR=1,39), sibilância, bronquite e dispnéia
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