Brasília, Agosto de 2012 Edição n.º 13 Informativo MDR Associação MariaVitoria – AMAVI - www.amavi.org; [email protected] Assuntos de interesse especial: Editorial • O Hospital de Apoio de Brasília continua sem atender os pacientes com doenças raras A atualização do layout do informativo foi muito boa e recebemos muitas comunicações de apoio. Além de ficarmos felizes, reforçou a nossa consciência que o caminho da continua transformação é essencial na vida de qualquer associação. • A geração de informação é o ponto principal de toda associação • Implantação do Programa nacional de atenção aos pacientes de doenças raras já! Destaques individuais: Artigo interno 2 Artigo interno 3 Artigo interno 4 Artigo interno 5 Último artigo 6 Talvez, por atuarmos no campo da saúde, essa perspectiva é mais enfática que em outros segmentos associativos. Seguramente a mudança principal e que desencadeia todas as outras é quando nos deparamos com o diagnóstico da doença. Certo que, durante algum tempo, convivemos com os sintomas e manifestações da enfermidade mas, muito dificilmente, temos consciência da seriedade de uma doença rara, esse momento, apesar de sofrido, é uma hora de alívio porque, finalmente, sabemos o que acontece com nossos/as crianças, pais/mães, familiares ou conosco mesmos. É como se soubéssemos por onde começar a lutar. Esse ponto possui um marco tão significativo para quem lida com as doenças raras que, frequentemente, essas pessoas organizam os fatos da vida em AD (antes do diagnóstico) e DD (depois do diagnóstico). Pode ser que aqueles que já vivem com a doença a algum tempo mas, com certeza, aqueles que sabem do diagnóstico a pouco, compreendem que o ponto de maior angústia, sofrimento e a semente da vontade em criar uma associação é a falta de informação. Todas as pessoas que conhecem um pouco ou possuem um mínimo de interesse no assunto sabem que a falta de informação é o principal motivo da criação de uma associação. Esse foi o principal motivo que fez uma de nossas fundadoras a fazer parte da diretoria da AMAVI. A falta de informação que sua família viveu diante da Atrofia dos Múltiplos Sistemas – AMS foi a principal razão para sua participação associativa. Infelizmente, na última semana, a AMS tirou de nosso convívio o Sr. Machado, pai de nossa querida ex-diretora Srta. Rachel Ribeiro. Pela primeira vez, os/as AMAVIanos/as vivem a situação que a doença triunfa sobre todos os nossos esforços. É um momento difícil em pensar que a nossa luta foi boa para muitos mas não foi suficiente para salvar aqueles que mais amamos. Como a essência das associações, continuamos em frente, contudo, diferentes. Abraços AMAVIanos! Rogério Lima Barbosa Presidente da AMAVI [email protected] III Simpósio Brasileiro em Neurofibromatoses Nos dias 23 e 24 de novembro, na cidade de Belo Horizonte, na faculdade de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, será realizado o III Simpósio Brasileiro em Neurofibromatoses. A iniciativa é fruto dos trabalhos da Associação Mineira de Neurofibromatose – AMANF e do Centro de Referência em Neurofibromatose – CRNF. A AMANF foi criada em 2002 e existe para apoiar, discutir, trocar ideias, relatos e experiências sobre NF. Desde Página 2 de 8 “As Manchinhas de Mariana é um exemplo da excelente qualidade dos trabalhos da AMANF.” Informativo MDR 2005 atua em parceria com o Centro de Referência em NF de Minas Gerais. A equipe do centro é multidisciplinar e o atendimento é gratuito. com certeza, trazem muitas informações para os pacientes e familares.” – Sidney Castro, diretor da AMAVI e pai de um paciente com NF. O Simpósio contará com a participação de referências nacionais em NF e a importante participação do Dr. Ivo Pitanguy. A associação possui a publicação As manchinhas de Mariana que, de maneira didática, divulgam os sintomas, cotidiano e perspectivas parra quem convive com a NF. “Os trabalhos da AMANF são reconhecidos por toda a comunidade e, Células-tronco: promessas e realidades da terapia celular “Para que resgatemos o nosso sagrado direito a uma vida digna e melhor.” Do dia 03 a 06/10 acontecerá em São Paulo o 7º Congresso Brasileiro de células-tronco e Terapia Celular. Os principais cientistas e entidades envolvidas com pesquisa de célulastronco do Brasil estarão envolvidas nesse Congresso. Teremos inclusive a presença internacional do Dr. Karussis Dimitrios, do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina Hadassah Center, em Jerusalém, e principal investigador do BrainStorm, empresa de bioteccnologia que desenvolveu o método BrainStorm NurOwn, “que se baseia em um protocolo de diferenciação que reprograma as células-tronco mesenquimais da medula óssea (MSC) em neurônios de células de apoio”, onde “alguns pacientes mostraram sinais claros de regressão da doença e um paciente recuperou sua capacidade de andar e falar”. de Atlanta, que juntos abrem sim uma oportunidade para discutirmos aqui no Brasil se já não é chegada a hora de termos por aqui um braço desses protocolos. Esse é realmente um assunto de altíssimo interesse para os pacientes de ELA, para seus familiares e cuidadores, o tema é arrebatador e nos remete a um renovar da nossa esperança. Nós, pacientes de ELA, bem como nossos familiares e cuidadores temos em comum 3 coisas: onde teremos oportunidade de demonstrar a nossa força, a nossa unidade e o nosso desejo de sermos submetidos a tratamentos inovadores com células-tronco, ainda que em fase experimental, para que resgatemos o nosso sagrado direito a uma vida digna e melhor. 1º- O terrivel impacto da doença em nossas vidas e todo o sofrimrento e angústia que ela nos proporciona. 2º- A falta de perspectiva de tratamentos inovadores, ainda que experimentais. 3ª-A falta melhores de esperança por dias No entanto, no que diz respeito a pesquisas com celulas-tronco adultas em ELA, já temos uma diminuta luz no final do tunel, tanto em relação a esse protocolo de Israel quanto ao protocolo Mas para que consigamos ser ouvidos pelas autoridades e entidades que podem influenciar sobre a vinda desses protocolos para o Brasil, é necessário que estejamos mobilizados, unidos e dispostos a fazer a nossa parte. Assim, convido todos para que façam um esforço sobrenatural para estarmos juntos na palestra que acontecerá no dia 03 de outubro entitulada: “Células-tronco: promessas realidades da terapia celular” e Por Antônio Jorge http://celulastroncoja.blogspot.com.br/2012/08/celu las-tronco-promessas-erealidades_10.html Informativo MDR Página 3 de 8 Ações no Congresso A Emenda de Comissão – EMC 525/2011 – PL 6025/2005: de autoria do Deputado Marçal Filho, que visa acrescentar ao artigo 483, do código civil, parágrafo que agiliza o fornecimento de medicamentos de urgência para pacientes de doenças raras. A última alteração ao PL data de julho de 2012 e sinaliza a necessidade de realização de encontros de trabalho com juristas e especialistas Direito Processual Civil. O Projeto de Lei 1606/2011, que dispõe sobre a dispensação de medicamentos para doenças raras e graves, que não constam em listas de medicamentos excepcionais padronizadas pelo SUS, de autoria do deputado Marçal Filho, aguarda parecer da Comissão de Seguridade Social e Família, cujo relator é o Deputado Darcísio Perondi, desde agosto de 2011. Apensados a esse projeto estão os PLs 1656/2011, Dep. Mara Gabrilli e 2669/2011, Dep. Jean Willys. O Requerimento 80/2011 de autoria dos Deps. Érika Kokay e Vincentinho, que requer a realização de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, aguarda os trâmites internos da comissão para que seja realizada. Por meio do projeto de lei 159/2011, que institui o dia das doenças raras, de autoria do Senador Suplicy, foi indicada a realização de audiência pública para instruir a matéria. O PL 711/2011, que institui a política nacional de proteção aos direitos das pessoas com doenças raras, de autoria do Sen. Suplicy, está na Comissão de Assuntos Sociais desde março de 2012 e não houve posterior tramitação. Também de autoria do Senador Suplicy, o PL 231/2012, que versa sobre o fundo nacional de pesquisa para doenças raras e negligenciadas, não sofreu emendas na comissão de ciência, tecnologia, inovação, comunicação e informática, sendo encaminhada para o Sen. Sérgio Souza para relatar sobre a matéria. O projeto de lei 553/2011 que altera a lei que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, foi encaminhado à Câmara dos Deputados e, desde maio de 2012, aguarda a revisão da secretaria de expediente da câmara dos deputados. As ações do Governo devem priorizar a geração de informação Com toda a certeza aqueles que convivem com alguma doença rara estão seguros em dois aspectos: 1. Não há cura para doença; 2. Não há informação institucionalizada no governo; Estar seguro sobre esses pontos gera uma grande angústia, porque aquele que era para nos fornecer o primeiro atendimento, o Estado, simplesmente assume que esses aspectos não são importantes. Contudo quem convive com essa dura constatação sabe que a falta de apoio para o desenvolvimento de pesquisa e geração de informação impactam diretamente no seu cotidiano, prejudicando a sua qualidade de vida e daqueles que estão ao seu redor. O inquérito que está aberto pela AMAVI, fornece-nos interessantes pistas sobre esse aspecto. A necessidade de apoio a pesquisa e divulgação de informação foram quase unanimidade quando os respondentes citaram o que esperam do Governo. Outro ponto interessante é que para 54% dos pesquisados a falta de informação possui maior impacto no cotidiano de suas vidas que a falta de tratamento. Participe de nosso inquérito e nos ajude a entender essa realidade. http://www.amavi.org/site/index.php/ problematica-das-doencas-raras “A aprovação do PLS 553/2011 ratificará a visão parcial e segmentária do Estado.” Página 4 de 8 Informativo MDR I Curso sobre Porfirias em Curitiba O primeiro curso sobre porfirias em Curitiba acontecerá no dia 20 de Outubro de 2012 na Universidade Positivo, em Curitiba. Estão confirmadas os seguintes palestrantes: USP São Paulo Dr. Karl Anderson - Universidade do Texas As vagas são limitadas. Reserve a sua pelo e-mail [email protected] Dr. Valdir de Paula Furtado - UFPR Dra. Vanda Sakae Ogasawara Universidade Positivo Dr. Charles Marques Lourenço - USP Ribeirão Preto Dra. Fátima Mendonça Jorge Vieira - O atendimento dos pacientes no Distrito Federal “Que os cidadãos da capital do Brasil não sejam mais obrigados a se locomoverem para outros estados a procura de atendimento.” “Percebemos uma tendência crescente de casos de DRs identificados nos municípios em que realizamos nossas palestras.” – Priscila Torres A troca de conversas entre os pacientes de doenças raras sobre o atendimento em Brasília possui como constância o despreparo da rede em lidar com esses pacientes. Primeiramente, como sempre alardeado, os pacientes, não conseguem entender o trabalho do Hospital de Apoio. Claro que estamos falando daqueles que conseguem saber de sua existência. Em reuniões que já foram realizadas com a sua diretoria, momento em que os serviços desse hospital eram comparados com os da rede Sarah, foi exposta a situação do não atendimento vivido pelos pacientes e a necessidade do hospital estar mais perto da comunidade. Nesses momentos, mesmos os entendimentos pontuais não foram seguidos. O Conselho de Saúde do GDF está agindo na procura de um acordo em que os pacientes possam ser atendimento de maneira efetiva e que os cidadãos da capital do Brasil não sejam mais obrigados a se locomoverem para outros estados a procura de atendimento. A participação do conselho e da comunidade no processo de divulgar o que acontece nos atendimentos são essenciais para encontrar os pontos mais carentes da rede de saúde do Distrito Federal. O trabalho das associações no atendimento Ações bem interessantes estão acontecendo em alguns estados. Em São Paulo, na região do alto do Tietê, o grupo de voluntários que atuam com artrite reumatoide e o grupo de estudos em doenças raras promovem palestras para divulgação das doenças raras na região. No início de agosto, vincularam uma matéria na TV que aborda a importância do diagnóstico precoce de quem convive com alguma DR. Em Minas Gerais, a associação ABET, divulgou, em um canal de televisão, os trabalhos que realizam para os pacientes de DRs que, segundo a presidente, é inovador e parte do princípio do atendimento multidisciplinar. Ambos trabalhos possuem em comum o foco na atuação com os pacientes e a divulgação de informações que possam apoiar as pessoas que convivem com alguma DR. Informativo MDR Página 5 de 8 Giro pelo Mundo Foi assinado nos Estados Unidos, pelo presidente Obama, no início de julho, o Food and Drug Administration Safety and Innovation Act (FDASIA) uma lei que tem como um des seus objetivos criar mecanismos que acelerem os tratamentos destinados aos pacientes com doenças raras. Segundo o site The Global Genes Project essa lei é a mais importante desde o Ato dos Medicamentos Orfãos de 1983. www.globalgenes.org um de seus projetos promovem a realização de testes de diagnóstico para cinco doenças raras: Prader – Willi Sindrome, APECED, Lesh – Nyham sindrome, Krabe disease e Metachromatic leukodystrophy. Até a data de divulgação do serviço já haviam sido analisados mais de 250 amostras de 25 países. Maiores informações em http://www.birdfoundation.org/Eventi/ 2009/diagnoses%20free/International%2 0Support%20-%20Poster.pdf A EURORDIS, organização não governamental francesa que atua na promoção dos temas relacionados a doenças raras na Europa, preparou um documento para os cidadãos europeus conhecerem e compartilharem das redes de atendimento aos pacientes com doenças raras na Europa. www.eurordis.org A Federação de doenças raras da Espanha disponibiliza um serviço de atendimento online. Esse é um exemplo dos esforços que as associações, de diferentes países, realizam para ajudarem aqueles que convivem com alguma doença rara http://psicologia.enfermedadesraras.org/ De acordo com o site da Fundação B.I.R.D, com sede na Itália, a partir de Projeto da Itália realiza testes para diagnóstico de Doenças Raras. 16º paciente é submetido a ensaio clínico com célulastronco Página 6 de 8 Informativo MDR MOMENTO RARO Avô de uma infância Participe deste espaço, ele é teu! De repente de pai, virei avô. Pensei, bastou uma filha parir e a mágica se deu. A partir dali debutava como avô de minha neta e futuros netos. Buscava ser engraçado, agradável e presente. Fui sentindo, aos poucos, que faltava algo. Fui percebendo e descobrindo que “virar” avô era isto, mais “ser” avô era bem mais do que isso. Não bastava ter a intenção, tinha que romper este limite e atingir a ação. Resgatando e recompreendendo a curiosidade, o interesse pelo que parece obvio e sem graça, dando atenção às cores, as texturas, aos sons e ao paladar. Observando que o horizonte de visão pode se dar em diferentes alturas. Ficar avô é falar com gestos e caretas. É tagarelar com animais, objetos e plantas, é perceber que o céu tem estrelas, e que o infinito pode ser atingido, porque o infinito poder ser ali. Embolacha O voluntário da amavi Tiago Sá divulga seu projeto de financiamento coletivo EMBOLACHA. O financiamento coletivo é a demonstração mais nítida que a comunidade pode apoiar a realização de projetos que, muitas vezes, são sonhos de infância. Tiago Sa é músico, cantor e compositor. Começou a aprender violão e guitarra aos 14 anos, interessado pelo rock. Mais tarde conheceu o reggae, o jazz, a música brasileira e a africana, como baixista durante 7 anos na banda do artista baiano-brasiliense Renato Matos. Agora prepara-se para lançar seu primeiro disco como cantor e compositor. Com a participação de Lucas Santtana, Marcelo Callado, Ricardo Dias Gomes, Lucas Vasconcellos, Leo Leobons, Buguinha Dub e com a produção musical de Lucas Santtana, o disco traz ao público 10 músicas de Tiago Sá. Músicas para download e maiores informações sobre o projeto no site do Tiago, http://www.tiagosamusic.com/ Ser avô é voltar a brincar, é andar sem pisar nas linhas, é ter histórias para contar. Ser avô é ter certeza que você ira aprender ouvindo as historinhas dela, a criança. Ser avô é perceber êxtase e prazer de seu neto, quando eles ouvem sua voz. Mas mesmo percebendo que era necessário estar aberto, via que faltava mais alguma coisa. Aí as filhas da Socorrinha, uma menina que trabalhou lá em casa durante muito tempo, me chamaram de vovô. Então percebi, que ser avô, é mais do que ser avô de seus netos, é romper a fronteira familiar e ser avô de uma infância. Wellington Rainho – Convive com a Esclerose Múltipla Informativo MDR Página 7 de 8 6 CONHEÇA MAIS A SÍNDROME DE EHLERS-DANLOS Estão descritas várias formas desta síndrome. O grau de severidade varia e as características principais são o aumento da mobilidade articular e da elasticidade da pele, descritas em 1901 por Ehlers e a fragilidade cutânea, descrita em 1908 por Danlos. Incidência, Etiologia e Diagnóstico Globalmente a incidência é de 1 em 5000 nados-vivos, sendo os tipos I e II os mais frequentes. A hereditariedade destas formas é autossómica. Face às manifestações sobreponíveis entre as várias formas, é provável que como causa subjacente estejam alterações do mesmo gene. As características já referidas não só caracterizam outras formas mais graves desta síndrome, mas também estão presentes num número elevado de outras doenças. Como tal, o diagnóstico deve ser baseado em dados clínicos mais específicos. Dois sinais clínicos úteis no diagnóstico do síndrome de Ehlers-Danlos são o sinal de Meténier (eversão fácil das pálpebras superiores) e o sinal de Gorlin (capacidade de tocar no nariz com a língua). A hipermobilidade articular permite dobrar passivamente o punho e polegar até ao antebraço, assim como, chegar ao umbigo com o braço por trás das costas. A maioria das crianças com este síndrome é identificada na infância pela laxidão articular e a hipotonia muscular. Outros sinais associados são a predisposição para a formação fácil de equimoses e a presença de cicatrizes devido à fragilidade cutânea. Não existem exames complementares de diagnóstico específicos para as formas IIII. Evolução A prematuridade é uma das complicações conhecidas. No recémnascido torna-se evidente a laxidez articular e os lactentes têm atraso do desenvolvimento motor pelo mesmo motivo. Mais tarde os principais problemas envolvem os olhos, a pele, o coração e os ossos. As escleróticas podem ter um tom azulado. As anomalias dos olhos podem ser córneas pequenas, estrabismo e alterações da retina. A morfologia dentária pode estar alterada pelas anomalias do esmalte e da dentina. As gengivas são frágeis e a periodontite pode surgir precocemente. A nível da pele são evidentes a hiperelasticidade cutânea, dificuldades de cicatrização na sequência de pequenas feridas, a formação de cicatrizes finas e pigmentadas e a presença de nódulos subcutâneos em 30% dos doentes. A pele fica com um tom azulado no tempo mais frio e nos adultos são mais evidentes as varizes. Os problemas ósseos mais frequentes são a escoliose, as pernas em arco, pé plano e os pés botos. As hérnias inguinais e umbilicais são também mais frequentes. Ocasionalmente pode haver infecções urinárias (por refluxo vesicoureteral) e a diminuição da sensibilidade nas extremidades (neuropatia periférica). Outros riscos associados são as anomalias cardíacas, nomeadamente o prolapso da válvula mitral, a estenose pulmonar e os defeitos septais. As mulheres afectadas têm um maior risco de hemorragia pós-parto, prolapso do útero ou da bexiga. Tratamento Complicações e Prevenção das O parto de uma grávida com o síndrome de Ehlers-Danlos I-III deve ser planeado adequadamente, visto poder correr o risco de hemorragia e lacerações graves na sequência de uma episiotomia. Neste contexto, é também mais frequente o prolapso rectal e vesical. Sendo a hereditariedade autossómica dominante, o risco do feto ser afectado é de 50%, o que acarreta uma maior probabilidade de parto prematuro. É também necessário realizar um exame cuidado e pormenorizado do recém-nascido. Como mencionado anteriormente, a elasticidade cutânea e a laxidez articular exagerados sugerem este diagnóstico. As avaliações oftalmológicas e cardíacas podem contribuir para esclarecer o diagnóstico e devem ser realizadas periodicamente nos casos confirmados. A fragilidade das gengivas e a hipotonia podem levar a dificuldades alimentares. Em todas as consultas deve ser avaliada a nutrição, crescimento, olhos, coração, pele e articulações. Com o início da dentição e da marcha, estas crianças devem ser orientadas para as respectivas consultas de especialidade. Aconselhamento Genético O risco de recorrência em futuros filhos de adultos com o síndrome de Ehlers--Danlos tipo I-III é de 50%. A referência a problemas tais como a prematuridade e o prolapso da bexiga e recto na gravidez e parto devem fazer parte do aconselhamento genético. Apesar das várias manifestações desta doença, é importante realçar que a esperança média de vida e inteligência dos indivíduos afectados são consideradas normais. No entanto, são confrontados com problemas do foro psico-social, o que torna importante o apoio psicológico. É importante realizar periodicamente avaliações oftalmológicas e cardíacas. Fonte: Centro Hospitalar de Coimbra - http://www.chc.minsaude.pt/servicos/Genetica/ehler s-danlos.htm Onde cuidar: http://sindromedeehlersdanlos.blo gspot.com.br/ [email protected] – SED Brasil Programa Nacional para DRs Enquanto a tônica comum entre a comunidade de doenças raras no Brasil é a criação de Centros de Referência em doenças específicas, países mais adiantados na temática atuam com o conceito de atuação em rede. Associação MariaVitoria Brasília - DF Telefone: (61) 9911 5093 Email: [email protected] Porque RARO é ser IGUAL! A especificação em uma doença e criação, sem planejamento, de Centros de Referência são preocupações que sempre colocamos em nossos comunicados e o que procuramos dialogar com o Ministério de Saúde. Além de respeitar a vocação de cada estado para o desenvolvimento de pesquisas de maior incidência na região deve-se criar um mecanismo em que seja possível a troca de informações entre profissionais, pacientes e comunidade em geral. Uma ideia interessante e proposta da Eurordis é que a atuação em rede seja entre os países europeus. De maneira semelhante, a possibilidade do Brasil se posicionar como uma liderança em doenças raras na América Latina deve ser seriamente perseguida. Além da tradição na construção participativa da saúde, o Brasil é exemplo em muitos assuntos específicos no mundo como, por exemplo, o programa da AIDS. O Chile já possui uma estrutura de atendimento aos pacientes e de divulgação de informações sobre as doenças raras e a Argentina também tem algo no mesmo sentido. Não precisamos começar de novo, apenas começar a atuar de maneira integrada e em rede. Para tanto, é preciso que pessoas estejam dedicadas a pensar sobre o assunto de maneira independente e aberta. Infelizmente, até o momento, não conseguimos criar algo nesse sentido e por isso, acreditamos que criação de Programa Nacional de Atenção aos pacientes de doenças raras é essencial para alcançarmos os anseios das mais de 15 milhões de famílias que convivem com essa temática. Rogério Lima Barbosa Estamos nas mídias: @amavidf http://www.facebook.com/a maviassociacaomariavitoria Sobre a nossa organização… A AMAVI é uma associação apartidária e não religiosa que preserva o diálogo com qualquer interessado sobre os temas que envolvem as doenças raras, respeitando a comunicação aberta, propositiva e independente. Todos nossos esforços são direcionados para cumprir nossa missão e visão. MISSÃO: Acolher e orientar os familiares e pacientes de doenças raras por meio de ações de integração e mobilização dos diversos segmentos da sociedade. VISÃO: Ser reconhecida pelos diversos segmentos da sociedade como importante fomentadora da discussão sobre doenças raras.