Aspiração endotraqueal para neonato com líquido amniótico tinto de mecônio
Ensaio randomizado e controlado
Apresentação: Sarah Rodrigues Mendes – R2 Pediatria
Coordenação: Paulo R. Margotto
Brasília, 21 de junho de 2015
www.paulomargotto.com.br
Abreviaturas usadas

INTRODUÇÃO

 A aspiração de Líquido Amniótico Meconial Fluido (MSAF)
pode complicar em 3% a 14% dos casos1, com uma incidência
diretamente proporcional à idade gestacional2;
 Embora 5% a 10% dos recém-nascidos com MSAF possa
desenvolver Síndrome de Aspiração de Mecônio (MAS) 1,3,4, o
mesmo é responsável por 10% de todas as causas de
insuficiência respiratória em recém-nascidos, com uma
mortalidade de 20% em países em desenvolvimento1;
 Além disso, neonatos expostos a mecônio são mais propensos a
ter outras complicações como sepse, convulsões,
comprometimento neurológico, e internação prolongada em
unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) 5;
INTRODUÇÃO
 A obstrução das vias aéreas e o enchimento dos alvéolos por mecônio
são os mecanismos mais importantes que contribuem para a
fisiopatologia da MAS6. Como tal, a compensação das vias aéreas com
sucção orofaríngea intraparto de rotina e a imediata aspiração
endotraqueal pós-natal tornou-se intervenções padrão para prevenção
de MAS7;
 Mecônio é aspirado in utero quando o feto ofega em resposta a asfixia,
que é mais provável ocorrer em recém-nascidos (RN) não vigorosos
que apresentam alta risco para MAS, do que nos RN vigorosos8 ;
 Muitos autores sugeriram uma abordagem seletiva na escolha de
recém-nascidos para aspiração endotraqueal9:
- 2000, estudo realizado por Wiswell et al10, concluiu que a aspiração

endotraqueal não teve nenhum benefício para a redução na morbimortalidade
nos RN vigorosos e a recomendação de aspiração endotraqueal de rotina foi
excluída do Programa de Reanimação Neonatal (NRP) 11
- Uma meta-análise de quatro estudos de Halliday e Sweet em 200112 apoiou
esta alteração nos guidelines.
A nova recomendação não aumentou a incidência de MAS Muitos autores
sugeriram uma abordagem seletiva na escolha de recém-nascidos para
aspiração endotraqueal13.
INTRODUÇÃO

 A eficácia da aspiração endotraqueal nos RN não
vigorosos com líquido amniótico meconial não tem
sido avaliado3,6,8,9,14-16.
 Complicações de intubação incluem apnéia,
bradicardia, lesão da via aérea superior,
sangramento, rouquidão e estridor10, além de
também poder retardar o inicio de ventilação de
pressão positiva, o que pode ser crítico em corrigir a
asfixia estabilizar o neonato.
 Os autores realizaram este estudo controlado randomizado, para
avaliar se a aspiração endotraqueal reduz o incidência de MAS em
RN nascidos com líquido amniótico meconial fluido.
MÉTODOS

 Este estudo randomizado e controlado foi realizado no
período de fevereiro de 2013 a julho 2014 na Divisão de
Neonatologia do Jawaharlal, Instituto de Pós-Graduação
Educação Médica e Pesquisa, Pondicherry, na Índia, com
aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa.
 Como não existem estudos prévios que compararam
aspiração endotraqueal vs não aspiração endotraqueal em
recém-nascidos, o estudo por Ting e Brady17 com crianças
vigorosas foi utilizado para estimar um tamanho de
amostra (28% dos bebês aspirados desenvolveram MAS
em comparação com 57% no grupo não-aspiração).
MÉTODOS

 Bebês nascidos a termo foram definidos como os
nascidos com 37 ou mais semanas de gestação
calculados usando o último período menstrual ou
ultrassom pré-natal.
 RN não vigoroso foi definido como a presença de,
pelo menos, um dos seguintes: freqüência cardíaca
<100 / min, diminuição do tônus muscular, e / ou
não estiver respirando ou chorando (PNR 2010).
 Recém-nascidos com anomalias congênitas maiores
detectada no pré-natal foram excluídos.
MÉTODOS

 O termo "sofrimento fetal" foi usado para incluir:
frequência cardíaca (FC) fetal basal ausente, variabilidade
da frequência, desacelerações tardias recorrentes,
desacelerações variáveis recorrentes, ou bradicardia e
padrão sinusoidal18.
 Consistência meconial foi classificada como: (1) fina:
fluido consistência aquosa; (2) moderado: fluido opaco,
sem partículas; ou (3) de espessura: fluido de sopa de
ervilha consistência ou líquido opaco contendo material
particulado10.
 MAS foi definida como desconforto respiratório no RN
através MSAF com alterações radiológicas características
e cujos sintomas não pode ser explicada de outra forma15.
MÉTODOS

 Achados clássicos em radiografia de tórax com MAS foram descritos como
infiltrado difuso e assimétrico com hiperinflação, ou atelectasias
segmentares ou lobulares10;
 Desconforto respiratório foi definida como persistência de gemência,
retrações, taquipnéia (FR> 60 / min), cianose, ou apnéia durante mais de 2
horas após o nascimento15;
 O escore Cleary e Wiswell foi usado para definir gravidade do MAS como:
(1) MAS leve: requer menos de 40% de oxigênio para menos de 48 horas;
(2) MAS Moderado: Requer mais de 40% de oxigênio durante mais de 48
horas, sem que haja escape de ar; e (3) MAS graves: requer ventilação
assistida por mais de 48 horas3;
 A asfixia foi definida como Apgar = 6 em 5 minutos após o nascimento
com pH do sangue do cordão <7 e déficit de base > 12;
 O Escore de Wernovsky [= dose de dopamina (mcg / kg / min) + dose de
dobutamina (Mcg / kg / min) + 100 x dose de epinefrina (mcg / kg / min)]
foi utilizado para gravidade do choque10;
MÉTODOS

 O grau de vigor foi avaliado dentro de 5-10 segundos de nascimento.
Bebês vigorosos foram excluídos, e a atribuição de randomização foi
descartada.
 RN não vigorosos foram intubados a e aspiração endotraqueal foi
feita, usando pressão de sucção de 80-100 mm de Hg, sendo que essa
pressão era aplicada continuamente ao retirar o tubo endotraqueal. Se
mecônio estava presente e não havia bradicardia (freqüência cardíaca
<60 / min), o procedimento foi repetido novamente para um máximo
de 2 aspirações. Após 2 aspirações endotraqueais, o bebê foi
reposicionado e a aspiração foi dada primeiramente pela boca e, em
seguida, nariz, usando cateter de sucção ligado ao dispositivo medido
com mesma pressão utilizada para aspiração endotraqueal. A seguir, o
bebê foi secado e as outras etapas da reanimação foram realizadas.
MÉTODOS

 Um segundo reanimador faria simultaneamente
ausculta da FC e se ele foi inferior a 100 / min,
iniciaria ventilação por pressão positiva (VPP) com
utilização de balão auto-inflável (250 mL) com uma
máscara de dimensão apropriada.
 Todos os recém-nascidos no estudo foram internados
na UTIN de observação, seguindo protocolos locais
(UTIN).
 Os bebês foram acompanhados ambulatorialmente
até 9 meses de idade.
MÉTODOS - análise estatística

 As variáveis contínuas são apresentados como média
e SDs e comparadas pelo teste t de Student. Se as
variáveis contínuas não seguirem uma distribuição
normal, elas foram dadas como mediana com o IQR
e comparadas através do teste de Mann-Whitney.
 Resultados categóricos são expressos em
percentagens e comparados entre os grupos
utilizando o quiquadraddo / teste exato de Fisher,
conforme apropriado.
 O valor P < 0,05 foi considerado estatisticamente
significativo.
RESULTADOS

 Durante o período do estudo, 16.116 bebês nasceram
na instituição, dos quais 1.271 (7,8%) nasceram
através MSAF. Entre estes 48 teve MSAF inesperado
(43 vigorosos, 5 não-vigorosos), e não foram
randomizados.
 Dos 1.223 lactentes com MSAF, 1.115 eram elegíveis
e 993 eram vigorosos e, consequentemente, a sua
randomização foi descartada; 122 RN ERAM NÃO
VIGOROSOS e foram randomizados para aspiração
61 RN) e não aspiração(61 RN)(Figura).

RESULTADOS

As idades das mães, consistência de mecônio, complicações
durante a gravidez e o parto, tipo de parto, sexo dos bebês, peso ao
nascer, idade gestacional estimada e desconforto respiratório
avaliados pelo escore de Downe foram semelhantes para ambos os
grupos de aspiração e não-aspiração (P> 0,05);
A maioria das crianças que nasceram de parto operatório
(fórceps, vácuo, ou cesariana) não nasceram vigorosas, devido a
uma incidência alta de sofrimento fetal (76%). Apenas 4,1% das
crianças apresentaram Apgar no um 1° minuto de 7;
Não houve diferenças significativas nos escores de Apgar no 1°
ou 5° minutos de nascimento nos dois grupos (Tabelas I e II).


RESULTADOS

 Apenas 11,5% das crianças não necessitou de qualquer forma de
reanimação. A maior parte das crianças necessitaram pelo menos de VPP;
 Todas as crianças que receberam compressão torácica foram tratados com
pelo menos uma dose de epinefrina intravenosa, sendo que a dose foi
repetida em um lactente no grupo de aspiração;
 A maioria das crianças tinha angústia respiratória, variando de leve a
severa e todas estas crianças necessitaram de alguma forma de
suplementação de oxigênio durante pelo menos as primeiras 2 horas após
o nascimento;
 47,6% dos lactentes com aspiração e 54,1% dos não aspirados tornaram-se
assintomáticos dentro de 2 horas de vida;
 14 crianças no grupo de aspiração e 15 no grupo de não-aspiração foram
ventilados, sendo que todas estas crianças tinham MAS.
 Não houve diferença na necessidade de ventilação (P = 0,58; risco relativo
[RR] 1,14: IC 95% 0,47-1,63);
RESULTADOS

 A duração média da ventilação foi de 3,9 dias em o
grupo de aspiração e 4,5 dias no grupo de nãoaspiração;
 O risco de SAM não foi significativamente diferente
nos dois grupos (32,8% em aspiração vs 31,1% em
não aspiração). Mesmo quando mecônio era grosso,
a diferença não foi significativa;
 Houve uma associação significativa entre a baixo
escore de Apgar no 1° minuto e o risco de MAS,
tanto no grupo com aspiração sucção quanto no
grupo não-aspirado.
RESULTADOS

 A complicação mais comum foi convulsão, que era
igual em ambos os grupos;
 A incidência de asfixia perinatal foi de 31,1% no
grupo de aspiração e 29,6% no grupo de não
aspiração;
 Não houve diferença significativa no risco de
choque, pneumonia ou hemocultura positiva para
sepse nos dois grupos;
RESULTADOS

 11,4% das crianças no grupo de aspiração e 13,1% no
grupo sem aspiração morreu na UTIN;
 A duração da estadia UTIN foi de 2,7 dias para o
grupo de aspiração em comparação com 3,4 dias
para o grupo de não-aspiração;
 Não houve diferença no resultado de
neurodesenvolvimento aos 9 meses de idade nos
dois grupos.
DISCUSSÃO

 Aspiração endotraqueal não reduziu significativamente o
risco do síndrome de aspiração meconial (MAS) em bebês
nascidos com líquido amniótico tinto de mecônio (MSAF),
mesmo os não vigorosos.
 Tal estudo estende a observação da incapacidade da aspiração
endotraqueal para impedir MAS em bebês vigorosos como
demonstrado por Wiswell et al10 e em uma análise Cochrane
por Halliday e Sweet12.
 O principal motivo pelo qual a aspiração endotraqueal é
incapaz de reduzir o risco significativo de MAS pode ser
porque a passagem de mecônio e aspiração ocorra ainda no
útero e a aspiração traqueal é improvável, pois já está no
pulmão desde o nascimento22.
 Além disso, outros mecanismos incluindo inibição do
surfactante23, pneumonite química24, hipertensão pulmonar
persistente do recém-nascido25 e infecção secundária26 podem
contribuir para MAS.
DISCUSSÃO

 Em estudos anteriores28,29, tanto nos RN vigorosos
quanto nos não vigorosos, o escore de Apgar no 5°
minuto não foi significativamente inferior em bebês
banhados em mecônio quando comparados com os
controles. Em contraste, no presente estudo, os
escores de crianças não vigorosas tanto no 1° quanto
no 5° minutos de Apgar foram baixo.
 Como ambos os grupos apresentaram escores de
Apgar semelhantes, não houve efeito de aspiração
endotraqueal sobre o Apgar.
DISCUSSÃO

 No presente estudo, houve uma alta associação da MAS com asfixia
perinatal (baixo Apgar no primeiro e quinto minuto) em ambos os
grupos e a presença de asfixia foi um marcador de aumento de risco de
mortalidade e outras complicações.
 Dargaville et al30, Paz et al31 e Khazardoost et al32 relataram maior risco
de MAS quando o Apgar foi menor que 5 no quinto minuto.
 Houve uma alta incidência de convulsões (37,8%) em ambos grupos,
mesmo na ausência de asfixia;
 Outros estudos relataram altas taxas de convulsões neonatais (Até 7
vezes) nos recém-nascidos através de MSAF em relação aos nascidos
com líquido amniótico claro, mesmo na ausência de asfiia33. Uma
hipótese é que o dano neurológico tenha acontecido previamente, em
vez de ser causado por asfixia durante o parto.
 Blackwell et al34 sugeriu que o mecanismo hipóxico-isquêmico pode
causar lesão cerebral fetal e neonatal nos recém-nascidos com líquido
amniótico tinto de mecônio.
DISCUSSÃO

 Não houve diferença significativa no atraso do
desenvolvimento nos 2 grupos;
 Em uma revisão recente de Mcintyre et al35,
aspiração meconial era fator de risco independente
para a paralisia cerebral nos países desenvolvidos,
juntamente com o nascimento instrumental, parto de
emergência cesariana, asfixia ao nascer, e convulsões
neonatal;
 Kalis et al36 e Nelson and Ellenberg37 relataram uma
incidência de paralisia cerebral de 33% maior em
relação aos recém-nascidos com líquido amniótico
claro
DISCUSSÃO

 O risco de distúrbios respiratórios que não seja MAS foi também
aumentado em ambos os grupos, o que pode ser justificado pelo
fato de a maioria das causas de DR ao nascer não serem entidades
distintas, mas apresentarem os mesmos,1 fatores de risco para os
distúrbios respiratórios que não sejam, 10,38,39;
 O risco de pneumonia secundária e hemocultura positiva para
sepse não diminuiu com a aspiração de mecônio da traquéia
(ocorreu em 9,8% no grupo aspirado versos 13,1% no grupo não
aspirado)
 Alto risco de corioamnionite, sepse precoce e tardia na MAS tem
sido descrito na literatura40.
 O presente estudo relata que a aspiração endotraqueal em
neonatos não vigorosos não reduziu de forma significativa o
risco de SAM ou sua morbidade associada;
 Não houve nenhuma vantagem no que se refere à redução da
gravidade da MAS, pneumonia secundária / sepse, duração e
gravidade do choque, necessidade e duração da ventilação
mecânica, e em resultado do desenvolvimento neurológico aos 9
DISCUSSÃO

 Este foi um estudo randomizado controlado, não considerado
cego devido à natureza da intervenção.
 Uma limitação importante do estudo é a sua dimensão da
amostra, tal como é calculado a partir de um estudo, que
incluiu tanto recém-nascidos vigorosos quanto não-vigorosas.
 Além disso, o estudo é de fraca potência para encontrar as
diferenças nos resultados da MAS nos 2 grupos. A MAS e a
mortalidade infantil são mais elevadas em ambientes com
poucos recursos médicos.
Portanto, a prática atual de aspiração
endotraqueal de rotina para recém-nascidos
não-vigorosas nascidos através MSAF deve
ser avaliada.
ABSTRACT

REFERENCES











1.Singh BS, Clark RH, Powers RJ, Spitzer AR. Meconium aspiration syndrome remains a significant
problem in the NICU: outcomes and treatment patterns in term neonates admitted for intensive care
during a ten-year period. J Perinatol 2009;29:497-503.
2. Usher RH, Boyd ME, McLean FH, Kramer MS. Assessment of fetal risk in postdate pregnancies. Am J
Obstet Gynecol 1988;158:259-64.
3. Walsh MC, Fanaroff JM. Meconium stained fluid: approach to the mother and the baby. Clin Perinatol
2007;34:653-65.
4. Bhat RY, Rao A. Meconium-stained amniotic fluid and meconium aspiration syndrome: a prospective
study. Ann Trop Paediatr 2008; 28:199-203.
5. Hutton EK, Thorpe J. Consequences of meconium stained amniotic fluid: what does the
evidence tell us? Early Hum Dev 2014;29:10.
6. Vain NE, Szyld EG, Prudent LM, Aguilar AM. What (not) to do at and after delivery?
Prevention and management of meconium aspiration syndrome. Early Hum Dev 2009;85:621-6.
7. Carson BS, Losey RW, BowesWA Jr, Simmons MA. Combined obstetric and pediatric approach
to prevent meconium aspiration syndrome. Am J Obstet Gynecol 1976;126:712-5.
8. Van IY, de Beaufort AJ. Why does meconium cause meconium aspiration syndrome? Current
concepts of MAS pathophysiology. Early Hum Dev 2009;85:617-20.
9. Velaphi S, Vidyasagar D. The pros and cons of suctioning at the perineum (intrapartum) and
post-delivery with and without meconium. Semin Fetal Neonatal Med 2008;13:375-82.
10. Wiswell TE, Gannon CM, Jacob J, Goldsmith L, Szyld E, Weiss K, et al. Delivery room
management of the apparently vigorous meconiumstained neonate: results of the multicenter,
international collaborative trial. Pediatrics 2000;105:1-7.












11. Kattwinkel J, Niermeyer S, Nadkarni V, Tibballs J, Phillips B, Zideman D, et al. Resuscitation of the newly born
infant: an advisory statement from the Pediatric Working Group of the International Liaison Committee on
Resuscitation. Resuscitation 1999;40:71-88.
12. Halliday HL. Endotracheal intubation at birth for preventing morbidity and mortality in vigorous, meconiumstained infants born at term. Cochrane Database Syst Rev 2001;CD000500.
13. Kabbur PM, Herson VC, Zaremba S, Lerer T. Have the year 2000 neonatal resuscitation program guidelines
changed the delivery room management or outcome of meconium-stained infants? J Perinatol 2005;25:694-7.
14. Aguilar AM, Vain NE. The suctioning in the delivery room debate. Early Hum Dev 2011;87:S13-5.
15. Swarnam K, Soraisham AS, Sivanandan S. Advances in the management of meconium aspiration syndrome. Int J
Pediatr 2012;2012:359571.
16. Velaphi S, Vidyasagar D. Intrapartum and postdelivery management of infants born to mothers with meconiumstained amniotic fluid: evidence-based recommendations. Clin Perinatol 2006;33:27-9.
17. Ting P, Brady JP. Tracheal suction in meconium aspiration. Am J Obstet Gynecol 1975;122:767-71.
18. ACOG Practice Bulletin No. 106: Intrapartum fetal heart rate monitoring: nomenclature, interpretation, and
general management principles. Obstet Gynecol 2009;114:192-202.
19. Wernovsky G, Wypij D, Jonas RA, Mayer JE Jr, Hanley FL, Hickey PR, et al. Postoperative course and
hemodynamic profile after the arterial switch operation in neonates and infants. A comparison of low-flow
cardiopulmonary bypass and circulatory arrest. Circulation 1995;92:2226-35.
20. Phatak P, Misra N. Developmental Assessment Scales for Indian Infants (DASII) 1-30 months. Revision of Baroda
Norm with indigenous material. Psychol Stud 1996;41:55-6.
21. Wood DW, Downes JJ, Lecks HI. A clinical scoring system for the diagnosis of respiratory failure. Am J Dis Child
1972;123:227-8.

 22. Poggi SH, Ghidini A. Pathophysiology of meconium passage into the
amniotic fluid. Early Hum Dev 2009;85:607-10.
 23. Clark DA, Nieman GF, Thompson JE, Paskanik AM, Rokhar JE, Bredenberg
CE. Surfactant displacement by meconium free fatty acids: an alternative
explanation for atelectasis in meconium aspiration syndrome. J Pediatr
1987;110:765-70.
 24. Hageman JR, Conley M, Francis K, Stenske J, Wolf I, Santi V, et al. Delivery
room management of meconium staining of the amniotic fluid and the
development of meconium aspiration syndrome. J Perinatol 1988;8:127-31.
 25. Tyler DC, Murphy J, Cheney FW. Mechanical and chemical damage to lung
tissue caused by meconium aspiration. Pediatrics 1978;62:454-9.
 26. Yeh TF. Core concepts: meconium aspiration syndrome: pathogenesis and
current management. Neoreviews 2010;11:e503-12.
 27. Krebs HB, Petres RE, Dunn LJ, Jordaan HV, Segreti A. Intrapartum fetal
heart rate monitoring. III. Association of meconium with abnormal fetal heart
rate patterns. Am J Obstet Gynecol 1980;137:936-43.

NOTA DO EDITOR DO SITE, Dr. Paulo R.
Margotto

Consultem Conferência do Dr. David W. Boyle
RECÉM-NASCIDO COM LÍQUIDO MECONIAL: O PEDIATRA
DEVE ASPIRAR A TRAQUÉIA?
(5º Simpósio Internacional de Reanimação Neonatal
Gramado, Rio Grande do Sul, 27 a 29 de março de 2014)
SERÁ QUE HÁ EVIDÊNCIA QUE NOS AJUDA A DECIDIR COMO FAZER O MANEJO DOS
RECÉM-NASCIDOS NÃO VIGOROSOS? DEVEMOS CONTINUAR ASPIRANDO A
TRAQUÉIA NESTES RECÉM-NASCIDOS?
Nos links colocamos escrevemos ENTENDENDO A
TRAJETÓRIA DO CONHECIMENTO da SÍNDROME DE
ASPIRAÇÃO MECONIAL NOS ÚLTIMOS 10 ANOS com
fotos históricas dos personagens!

Recém-nascido com líquido meconial: o pediatra deve aspirar a
traquéia?
Autor(es): David W. Boyle (EUA). Realizado por Paulo R. Margotto

 Algo muito importante. A ASPIRAÇÃO TRAQUEAL PODE
POSTERGAR O INÍCIO DA REANIMAÇÃO QUE É TÃO
NECESSÁRIA. Finalmente, a intubação traqueal associa-se à
morbidade, especialmente se temos um Residente que leva 3
minutos para intubar um RN. A aspiração traqueal requer a
locação de recursos significativos e treinamento para termos
alguém presente na Sala de Parto que possa realizar uma
reanimação completa no caso de LAM. Há necessidade
também de ter alguém na Sala de Parto capaz de intubar o RN
e requer muita treinamento e recursos. Muitos destes RN
deprimidos que nascem com LAM não recebem aspiração
traqueal porque as pessoas não sabem fazer. Além do mais não
mais intubamos muitos RN na Sala de Parto. Muitos residentes
fazem curso e recebem pouco treinamento.
E as evidências?

 Temos estudos observacionais. Este estudo de Liu WF e Harrington T,
de 2002, analisou quase 9000 RN que nasceram entre 1994-1997. A
incidência de LAM ficou na faixa de 7%. Não houve nenhuma
mudança na incidência de SAM com base na presença de mecônio
abaixo das cordas vocais (em 74% dos bebês intubados), ou seja, não
houve mudança na SAM com base na presença de mecônio abaixo das
cordas vocais ou aspiração traqueal na Sala de Parto (Delivery room
risk factors for meconium aspiration syndrome. Liu WF, Harrington T.
Am J Perinatol. 2002 Oct;19(7):367-78).
 Um estudo francês de 2010 analisou 52 RN que nasceram com LAM
que não eram vigorosos no momento do parto (8 foram diagnosticados
com SAM e 5 deles haviam recebido aspiração traqueal no momento
do parto) ([Management of newborns with meconium-stained
amniotic fluid: prospective evaluation of practice]. Michel F, Nicaise
C, Camus T, et al. Ann Fr Anesth Reanim. 2010 Sep;29(9):605-90)

 Este é um estudo maior publicado na Índia em 2005. Trata-se de um estudo
retrospectivo sobre o impacto das alterações das diretrizes de reanimação de
2000. Foi aqui que começamos a fazer a aspiração dos RN não vigorosos. Então,
eles avaliaram o impacto destas alterações nas diretrizes em relação ao manejo
dos RN que nasceram com LAM. De 1997-1999, a incidência de RN que
nasceram com LAM foi de 13,6% e no período, de 2000-2002, esta incidência foi
de 13,1%. Após a instituição destas diretrizes de 2000, temos dois períodos um
antes e outro depois de 2000. Como vemos, após a publicação das diretrizes de
2000, houve uma diminuição da redução da taxa de intubação dos RN
vigorosos, de 67 para cerca de 41%. Houve uma redução de intubação traqueal
também nos RN não vigorosos de 81% para 68%. Assim, o efeito de reduzir a
intubação nos vigorosos também ocorreu nos RN não vigorosos, apesar de
não haver aumento da incidência de SAM entre os dois períodos (Have the
year 2000 neonatal resuscitation program guidelines changed the delivery room
management or outcome of meconium-stained infants? Kabbur PM, Herson
VC, Zaremba S, Lerer T. J Perinatol. 2005 Nov;25(11):694-7). Artigo Integral!

 Depois do artigo Lacunas do Conhecimento, de Perlman J et al, em
2012 (Neonatal resuscitation: in pursuit of evidence gaps in
knowledge. Perlman J, Kattwinkel J, Wyllie J et al. Resuscitation. 2012
May;83(5):545-50), montamos um grupo para estudarmos o
tratamento na Sala de Parto de RN não vigorosos.O grupo controle
seria o que se faz hoje de acordo com as diretrizes e o grupo tratado
seria reanimação imediata sem aspirar a traquéia na Sala de Parto
(braço da intervenção). Este Estudo Piloto está pronto antes de um
estudo futuro controlado multinacional para testar se a Reanimação
Imediata no RN a termo não vigoroso de rotina não afeta de forma
ADVERSA a SAM e suas complicações. O que falta é dinheiro e até o
momento, não temos verbas nenhuma nem para o estudo piloto. O Dr.
Wiswell levou 12 anos para mostrar a não necessidade de aspirar todo
RN não vigorosos com LAM. Quanto ao consentimento informado: em
discussão a sua necessidade. Começamos este projeto em 2012 e
estamos ainda trabalhando. Esta é a situação que nos encontramos em
2014 e a história vai continuar...
Agora, Fotos históricas

OBRIGADO

Temos que
aguardar mais
estudos!
Download

Aspiração endotraqueal para neonato não