QUESTÃO C – ITA 88 – Atomística I Por volta de 400 a.C, Leucipo e Demócrito defendem que a matéria é formada por átomos e o vazio entre eles. Os átomos eram partículas muito pequenas, invisíveis, e que não podiam ser dividas. Tinham sempre a mesma composição, mas eram diferentes no tamanho, na forma e no comportamento. Deveria existir um número infinito de átomos, que sempre tinham existido e sempre iriam existir.1 Essas ideias iam de encontro às de Empédocles, de que a matéria era feita de quatro elementos: fogo, terra, água e ar. Aristóteles defendia as ideais de Empédocles atribuindo a cada um desses elementos duas qualidades opostas: quente ou frio e seco ou úmido. Em 1661, na obra o Químico Cético, Robert Boyle, para explicar o comportamento dos gases, vai retomar as ideais de Leucipo e Demócrito. Para Boyle, os gases tinham de ser feitos de corpúsculos que deixavam grandes espaços vazios entre eles. Por isso, os gases podiam ser comprimidos, fazendo com que esses corpúsculos ocupassem cada vez menos espaço. Aqui surge pela primeira vez o conceito de elemento. Para Boyle, elemento seria um “corpo” completamente puro (não associado a outro e que não podia ser decomposto) e simples. A combinação dos elementos daria origem ao “corpos combinados”, que podiam ser decompostos nos elementos. O mérito dessa proposta é que a matéria pode ser decomposta nos elementos, portanto ela complementa a ideia de que os átomos existem. Em 1808, para explicar as leis ponderais (Leis de Lavoisier e Proust) e o comportamento das misturas gasosas, Dalton vai propor sua teoria atômica: I. Toda a matéria é formada por partículas maciças e indivisíveis chamadas átomos. II. Átomos de elementos diferentes têm tamanhos e massas diferentes. III. Nas reações químicas os átomos não são criados e nem destruídos, eles apenas se rearranjam. Dalton se fundamenta em experimentos que mostravam a conservação da massa nas reações (Lei de Lavoisier) e em seus experimentos com gases, prevendo outras duas leis: a Lei de Dalton (das pressões parciais) e a Lei das Proporções Múltiplas. 1. Convém notar que os gregos já tinham a ideia de que a massa se conserva. Aliás, apenas como curiosidade, segundo Atílio Vanin, não é de autoria de Lavoisier o enunciado tantas vezes repetido de que “Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Esse seria um resumo do Livro I do poema De rerum natura, do filósofo latino Tito Lucrécio Caro (96-55 a.C.), que por sua vez seguia as idéias do filósofo atomista grego Epicuro (341-270 a.C.). PARA SABER MAIS: VANIN, J.A. Alquimistas e químicos - o passado, o presente e o futuro. São Paulo: Moderna, 1994.