POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA, EM SISTEMAS PÚBLICOS MUNICIPAIS: EXPERIÊNCIA DE TOLEDO, NO OESTE DO PARANÁ. SANTI, A.P.1 Nome do GT 06: Políticas Educacionais para Educação Inclusiva. Resumo: O trabalho intitulado “Políticas Educacionais para Formação Continuada de professores da Educação Especial Inclusiva, em Sistemas Públicos Municipais: Experiência de Toledo, no Oeste do Paraná” tem por objetivo explicitar como determinados sistemas próprios de ensino (municipais) se organizam para formação continuada dos professores que trabalham diretamente com o público alvo, da Política Pública, da Educação Especial “em tempos” de perspectiva da Educação Inclusiva. Neste sentido, Investiga, por meio de análise de referências bibliográficas, quais são os pressupostos teórico-metodológicos que alicerçam a perspectiva de Educação Inclusiva do sistema próprio, e, por meio de pesquisa de campo, entrevistas e observações no contexto escolar, a pesquisa também procura investigar como o sistema próprio organiza e trabalha com a Formação Continuada dos professores que assumem as funções de serviços de apoio à Educação Inclusiva, tais como de Professores do Atendimento Educacional Especializado - AEE e de Professores de Apoio Permanente ao educando no Ensino Comum. A pesquisa pode ter relevância para os educadores do Ensino Fundamental e demais educadores interessados na área, pois permite uma reflexão da organização do sistema de ensino em relação aos alicerces da Formação Continuada de Professores que trabalham nos serviços de apoio à escolarização da Educação Infantil, anos iniciais do Ensino Fundamental e a Modalidade EJA – Fase I em relação à Escola e Educação Inclusiva. Explicitar as perspectivas de Formação Continuada vigentes no sistema de ensino, que podem ser diferentes e mesmo antagônicas em disputa, entre outras discussões, pode ampliar as possibilidades de conhecimento em relação aos serviços de apoio para os próprios educadores, no limite do sistema organizacional de ensino próprio, e pode, a partir dos estudos disponíveis, propor uma Formação Continuada mais assertiva em relação às demandas da “Escolarização para todos, juntos”. PALAVRAS-CHAVE: Educação Especial Inclusiva; Formação de Professores e Sistemas próprios de Ensino. 1 E-mal: [email protected]. POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA, EM SISTEMAS PÚBLICOS MUNICIPAIS: EXPERIÊNCIA DE TOLEDO, NO OESTE DO PARANÁ SANTI, A.P.2 O município de Toledo conta com Sistema de Ensino próprio, desde o ano de 2003. Este sistema municipal aderiu a “Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva” no ano de 2009 e implantou no ano de 2010 o Atendimento Educacional Especializado - AEE, através das Salas de Recursos Multifuncionais - SRM, de forma processual, iniciando em 3 (três) escolas, das 35 existentes naquele ano. Até o ano de 2011 eliminou todas suas 10 Classes Especiais, Salas de Recursos Comuns e Sala de Condutas Típicas, incluindo todos os seus educandos, nas Classes Comuns de Ensino. No ano de 2014 já tinha, aproximadamente 220 educandos, público alvo da Educação Especial, incluídos nas suas 36 escolas da rede municipal de ensino, e 9 educandos nos Centros Municipais de Educação Infantil. Sendo que, em 22 escolas municipais, há Sala de Recursos Multifuncionais que atende educandos, tanto da sua escola, como de escolas próximas e do “interior” e/ou do “campo”, de todos os níveis de Educação Básica - Etapas da Educação Infantil e Ensino Fundamental (Séries Iniciais), como também da Modalidade EJA - Fase I. O estado do Paraná, com Sistema próprio de ensino, aderiu a Política Nacional de forma diferente ao do sistema municipal de ensino anunciado, e apresenta uma formação continuada para os professores que expressam estas peculiaridades. Com base nesses dados, justifica-se a investigação sobre os documentos de referencia, em relação à Formação Continuada e discursos dos gestores de ensino dos sistemas, sobre a Formação Continuada para professores dos sistemas próprios de ensino, do discurso sobre a prática dos profissionais da educação que atuam diretamente com estes educandos nos serviços de apoio à Educação Inclusiva, tais como dos Professores de Apoio 2 E-mal: [email protected]. Permanentes, em sala de aula do Ensino Comum, como também dos professores do Atendimento Educacional Especializado nas Salas de Recursos Multifuncionais. Outra questão fundamental é a necessidade de investigação sobre qual Formação Continuada é oferecida a todos os profissionais da educação do Sistema de Ensino, formação esta voltada a Educação Inclusiva, para se possam explicitar os desafios e as possibilidades das experiências da Educação Inclusiva em Sistemas próprios de Ensino. A lógica de “Ensinar para todos” e ou lógica de “Educação Inclusiva”, foi empregada pela adesão do Estado Nacional, aos documentos internacionais a partir da Constituição Federal - CF de 1988, sobretudo pelo adendo à CF dado pelo Decreto Legislativo nº 1863, de 2008. A partir desta adesão há implantações por meio das políticas públicas nacionais – atreladas a programas, projetos e financiamentos próprios pelos sistemas públicos, regulamentados pelo regime de colaboração entre os entes federados. Esta lógica propõe “des-construções” e uma restruturação ou “Revolução Educacional” gigantesca para os sistemas. A maior parte dos entes federados e sistemas próprios aderiram a Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva, de modo geral, a todas as suas prerrogativas. Entretanto, o Estado do Paraná e seu sistema de ensino apresentam algumas peculiaridades em relação ao tema, ao mesmo passo que os sistemas próprios de ensino dentro deste estado, entre eles o Sistema de Ensino próprio de Toledo (PR), que expressam diferenças significativas em relação à implementação da política nacional aderida em relação ao Sistema Estadual. As peculiares expressas nos discursos e na prática pedagógica dos professores do Ensino Comum e dos professores do Atendimento Educacional Especializado do sistema próprio de ensino de Toledo podem refletir, em grande parte, as diferentes compreensões, “caminhos” e “descaminhos” do processo de Educação Inclusiva proposto neste período histórico ímpar. 3 Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007. Para Santi, em se tratando das Políticas Educacionais para Educação Inclusiva A analogia entre a teorização e a prática do atendimento às pessoas com deficiência é clara. É preciso discutir sobre as bases que fundamentam as diferenças, a exclusão e marginalização do ser humano na sociedade moderna. Entendemos que esta discussão é apriorística e fundamental à discussão dos limites e possibilidades da Educação Inclusiva do nosso século (SANTI, et al, Edunioeste, 2006, p. 93). Neste sentido, percebe-se a necessidade de investigação para que os professores possam aprofundar seus conhecimentos e poderem refletir sobre a sua prática pedagógica e as questões sociais em disputa no terreno da Educação, empregada no propósito e na execução da “Educação Inclusiva”. Esta investigação faz um recorte para esta possibilidade de percepção, ou seja, através da análise dos Programas de Formação Continuada para todos os profissionais da Educação no Sistema próprio de ensino é possível expressar outras questões de “superestrutura” que determinam a forma com que olhamos e agimos em relação aos educandos, público alvo da Educação Especial Inclusiva. Programas de Formação Continuada, estes oferecido pelo Sistema Educacional próprio “com” e “sem” parcerias, considerando que as maiorias destes profissionais mencionados não vivenciaram durante sua escolarização a égide da Educação Inclusiva, possuem graduação em Pedagogia ou outras licenciaturas e não, necessariamente em Educação Especial. Em contrapartida, as funções profissionais dos professores dos serviços de apoio a Educação Inclusiva são compatíveis às possibilidades metodológicas e de didática, destinada à faixa etária, ou seja, de Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental - séries iniciais) e Modalidade EJA - Fase I, em questão, bem como as possibilidades de metodologias de ensino “humanistas”, visto que, os profissionais que atuam na escola regular de ensino tem um “espaço” privilegiado para atenderem as demandas educacionais de um sistema, efetivamente inclusivo. Pauta-se, portanto esta investigação nas seguintes questões: No que está centrada a lógica de “Educação Inclusiva”? Ou “Educação para todos”?; Qual é a proposta da Política Pública Nacional para a Formação Continuada dos professores que atendem diretamente os educandos da Educação Especial, seja no Ensino Comum, seja no Atendimento Educacional Especializado?; Quais são as marcas diferenciadas do Sistema Público Estadual de ensino do estado do Paraná e do Sistema de Ensino próprio de Toledo?; O que apresentam os discursos e as práticas pedagógicas dos gestores públicos de ensino e dos professores do sistema próprio de ensino de Toledo (PR) a respeito da Educação Inclusiva? O projeto apresentado tem relevância significativa para os educadores do ensino fundamental e demais educadores interessados na área, pois permite uma reflexão da organização do sistema de ensino em relação a Formação Continuada de Professores da Educação Infantil, anos iniciais do ensino fundamental e a Modalidade EJA – Fase I em relação a Escola e Educação Inclusiva. Analisar as propostas de Formação Continuada vigentes no sistema de ensino, que podem ser diferentes e mesmo antagônicas e que, estão em disputa, entre outras discussões, amplia as possibilidades de conhecimento dos próprios educadores sobre os serviços de apoio a Educação Inclusiva, no limite do sistema organizacional de ensino próprio, e pode contribuir com a proposição de uma Formação Continuada mais assertiva em relação às demandas da “Escolarização para todos, juntos”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BRASIL. Ministério da Educação.INEP. Plano Nacional de Educação (Proposta Inicial dos Procedimentos a serem seguidos). Brasília, 2014. ______. MEC. Plano Decenal de Educação para Todos. Brasília, DF:MEC,1993. TOLEDO. Conselho Municipal de Educação. Deliberação nº 004/2005. LEOTIEV, A.N. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Livros Horizonte, 1978. LURIA, A.R. Pensamento e Linguagem: As últimas conferências de Luria. Porto Alegra: Artes Médicas, 1986, 251p. MARTINS, Lígia Márcia. 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