Douglas Pereira Dias O FÊNOMENO DO SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES. Estudo investigativo em duas escolas da cidade satélite de Taguatinga–Sul –Brasília - DF Artigo apresentado ao curso de licenciatura do curso de Educação Física da universidade católica de Brasília como requisito parcial para obtenção do titulo de licenciatura em Educação Física. Orientador: Mayolino Brasília- DF 2011 Prof. Dr. Ricardo Bernardo Douglas Pereira Dias O FENÔMENO DO SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES. Estudo investigativo em duas escolas da cidade satélite de Taguatinga–Sul-BrasíliaDF Resumo O objetivo deste é artigo é identificar através do IMC e do percentual de gordura possíveis índices de sobrepeso e obesidade em escolares de duas escolas da cidade satélite de Taguatinga– Sul – Brasília- DF. O sobrepeso e a obesidade já alcançam números alarmantes e bastantes preocupantes considerados como uma verdadeira epidemia de proporções mundiais e, portanto uma questão de saúde pública, a obesidade é uma doença multifatorial e traz sérias conseqüências tanto na criança quanto no adulto, a pesquisa foi feita em duas escolas da cidade satélite de Taguatinga- sul- BrasíliaDF de ambos os sexos, foram avaliados 194 cento e noventa e quatro alunos na Escola Classe nº 10 e 83 oitenta e três alunos na Escola Classe nº 11 totalizando um número de 277 escolares. Palavras chave: sobrepeso, obesidade, escolar. INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde (WHO, 1998), Segundo Araújo, A. R; Brito, A. A; Silva, M. F. (2010) diz que nos últimos anos o número de indivíduos com sobrepeso e obesidade vem sendo considerado como uma epidemia de proporções mundiais reconhecida como doença e uma questão de saúde pública. A obesidade infantil já atinge todas as classes socioeconômicas, raça e sexo, tanto em países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento WHO (1998) citado por Araújo, A. R; Brito, A. A; Silva, M. F. (2010) O sobrepeso e a obesidade nos escolares preocupam bastante e vem chamando a atenção dos profissionais da área de saúde. Vários são os fatores que podem explicar este crescente aumento de crianças obesas, são eles: a melhoria da condição de vida, facilidade ao acesso as comidas ricas em gorduras e açúcares, o desmame precoce com introdução de alimentos inadequados, questões emocionais como depressão, ansiedade e etc. o estilo de vida e os hábitos alimentares dos pais, a inatividade física, os avanços tecnológicos como televisão, computador, videogames, todos esses fatores citados anteriormente devem ser considerados no crescimento da obesidade infantil, o excesso de peso nos escolares devem ser observados e conseqüentemente controlados já que tende a continuar na fase adulta trazendo sérios riscos a saúde e diminuindo a expectativa de vida. WHO, (1997) segundo Giugliano, R. e Carneiro, E. C. (2003), Oliveira, C. L. Fisberg, M. (2003). As crianças obesas além dos problemas de saúde já que são predispostas a terem doenças cardiovasculares, ainda sofrem com bullying e não são aceitas pelas outras crianças consideradas com o peso normal, ao longo da vida o excesso de peso traz outras dificuldades, como menor índice de empregos, timidez, e problemas de relacionamento afetivo, os indivíduos obesos sofrem ou impõem-se restrições diante de atividades rotineiras, como ir à escola, fazer determinados exercícios físicos, procurar emprego, comprar roupas, namorar e divertir-se, Damiani, Damiani, Oliveira, (2002) segundo Luiz, A. M. A. G. et al (2005). OBJETIVO: O presente estudo tem como finalidade identificar o IMC e o percentual de gordura proposta no protocolo de Guedes (Guedes; D. P., 1998) que consta da medida de duas dobras cutâneas, tríciptal e subescapular com vistas à constatação de possíveis índices de sobrepeso e obesidade em escolares de ambos os sexos em duas escolas de Taguatinga-Sul- DF, Brasil. DESENVOLVIMENTO Alguns autores definem obesidade como sendo: Wilmore e Costil, (2001) citado por Añes, R. R. C; Petrosky, L. E. (2002) dizem que a obesidade refere-se à condição em que o indivíduo apresenta uma quantidade excessiva de gordura corporal avaliada em porcentagem do peso total (%G). Embora ainda não tenham sido estabelecidos valores exatos consideram-se obesos limítrofes homens com 20 a 25% e mulheres com valores de 30 a 35% respectivamente. Para Pollock,Wilmore (1993) citado por Salve, M. G. C. (2005) a obesidade é o estado que enuncia uma grande quantidade de gordura corporal total, a qual representa um dos componentes do peso corporal, acima dos padrões normais. Segundo Fisberg (1993) citado por Salve, M. G. C. (2005) considera a obesidade como um acúmulo de tecido gorduroso, localizado ou em todo o corpo, causado por doenças genéticas ou endócrinas ou ainda alterações hormonais. A obesidade pode ser definida ainda como um aumento excessivo da quantidade total de gordura corporal. São obesos os homens com mais de 20% do peso corporal de gordura e as mulheres com mais de 30%. Salve, M. G. C. (2005). Outros definem sobrepeso como: Para Shimitt (2003) citado por Karasek, F. S. (2009) sobrepeso, por sua vez, refere-se ao aumento do peso corporal com relação à estatura, quando comparados com alguns padrões aceitáveis ou desejáveis do peso. Deve-se atentar para o fato de que sobrepeso pode ou não significar aumento de gordura corporal, quando temos, por exemplo, aumento de massa muscular. Añes, R. R. C; Petrosky, L. E. (2002) definem sobrepeso como o peso corporal que excede o peso normal ou padrão de uma determinada pessoa, baseando-se na sua altura e constituição física. Segundo Oliveira, A. M. A. et al. (2003) Sobrepeso é definido como uma proporção relativa de peso maior que a desejável para altura. O excesso de peso tanto em crianças quanto nos adultos causa sérias conseqüências físicas, sociais, econômicas e psicológicas. Luiz, A. M. A. G et al. (2005) MATERIAIS E MÉTODOS O estudo foi realizado na Escola Classe nº 10 e na Escola Classe nº 11, ambas as escolas localizadas em Taguatinga-Sul- DF. Foram selecionados escolares de 7 a 10 anos de idade de ambos os sexos, a amostra contou com a participação de 277 duzentos e setenta e sete alunos, sendo que 194 Cento e noventa e quatro alunos na Escola Classe nº 10 e 83 oitenta e três alunos na Escola Classe nº 11, totalizando um número de 277 duzentos e setenta e sete escolares. Na Escola Classe nº 10 foram avaliados 106 cento e seis escolares do sexo masculino e 88 oitenta e oito escolares do sexo feminino, totalizando um número de 194 alunos. Na Escola Classe nº 11 foram avaliados 45 quarenta e cinco alunos do sexo masculino e 38 trinta e oito do sexo feminino, totalizando um número de 83 escolares. Foi utilizado o IMC; a avaliação antropométrica proposta no protocolo de Guedes (Guedes; D. P., 1998) que consta da medida de, 02(duas) dobras cutâneas, tríciptal e subescapular. Utilizou-se ainda, uma balança antropométrica para medir a massa corporal e um estadiômetro para dimensionar a estatura dos escolares e um compasso de dobras. Os Escolares foram pesados através de medição única, em posição ereta com roupas adequadas para a prática da atividade física, e a estatura foi medida, em pé, pés descalços e unidos e também em posição ereta. A partir dos dados levantados e devidamente analisados sob a ótica estatística, saberemos o IMC e os percentuais de gorduras (% gordura) das crianças, constatando ou não o fenômeno de sobrepeso e/ou obesidade destes escolares. Foi elaborado um termo de consentimento, em caráter obrigatório, para a escola e para cada uma das crianças que fizeram parte desse estudo. Tabela 1 – Critérios de referências para definição de baixo peso, excesso de peso e obesidade para o sexo masculino (CONDE E MONTEIRO, 2006) IDADE 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos BP NORMAL EP OB < 12,96 12,96 – 17,87 17,87 – 21,83 >21,83 <12,91 12,91 – 18,16 18,16 – 22,69 >22,69 <12,95 12,95 – 18,57 18,57 – 23,67 >23,67 <13,09 13,09 – 19,09 19,09 – 24,67 >24,67 <13,32 13,32 – 19,68 19,68 – 25,58 >25,58 <13,63 13,63 – 20,32 20,32 – 26,36 >26,36 <14,02 14,02 – 20,99 20,99 – 26,99 >26,99 <14,49 14,49 – 21,66 21,66 – 27,51 >27,51 <15,01 15,01 – 22,33 22,33 – 27,95 >27,95 <15,58 15,58 – 22,96 22,96 – 28,34 >28,34 <16,15 16,15 – 23,56 23,56 – 28,71 >28,71 BP=baixo peso; EP= excesso de peso; OB= obesidade Tabela 2 – Critérios de referências para definição de baixo peso, excesso de peso e obesidade para o sexo feminino (CONDE E MONTEIRO, 2006) IDADE 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos BP NORMAL EP OB <13,10 13,10 – 17,20 17,20 – 19,81 >19,81 <13,07 13,07 – 17,49 17,49 – 20,44 >20,44 <13,16 13,16 – 17,96 17,96 – 21,28 >21,28 <13,40 13,40 – 18,63 18,63 – 22,32 >22,32 <13,81 13,81 – 19,51 19,51 – 23,54 >23,54 <14,37 14,37 – 20,55 20,55 – 24,89 >24,89 <15,03 15,03 – 21,69 21,69 – 26,25 >26,25 <15,72 15,72 – 22,79 22,79 – 27,50 >27,50 <16,35 16,35 – 23,73 23,73 – 28,51 >28,51 <16,87 16,87 – 24,41 24,41 – 29,20 >29,20 <17,22 17,22 – 24,81 24,81 – 29,56 >29,56 BP=baixo peso; EP= excesso de peso; OB= obesidade Tabela 3 – Classificação do percentual de gordura crianças e adolescentes de 7 a 17 anos CLASSIFICAÇÃO MASCULINO Excessivamente baixa Até 6% Baixa 6,01 a 10% Adequada 10,01 a 20% Moderadamente alta 20,01 a 25% Alta 25,01 a 31% Excessivamente alta Maior que 31,01% Fonte: Bristish journal of nutrition, v. 63, n. 2,1990 FEMININO Até 12% 12,01 a 15% 15,01 a 25% 25,01 a 30% 30,01 a 36% Maior que 36,01% Tabela 4 – Valores de frequência absoluta classificação de baixo peso, excesso de peso e obesidade para o sexo masculino IMC. IDADE 7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS Baixo Peso 06 03 03 1 8,61% Normal 28 24 36 22 72,85% Excesso de Peso 04 06 6 09 16,55% Obesidade 0 0 01 02 1,99% Total Alunos= 151 Tabela 5 – Valores de frequência absoluta classificação de baixo peso, excesso de peso e obesidade para o sexo feminino IMC. IDADE 7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS Baixo Peso 04 04 02 02 10% Normal 16 20 34 24 75% Excesso de Peso 04 0 03 05 10% Obesidade 02 02 01 02 5% Total alunos= 126 Tabela 6- Classificação do percentual de gordura masculino e feminino 7 a 10 anos de idade. Classificação Masculino % Feminino % Excessivamente baixa 109 72,18% 113 89,68% Baixa 18 11,92% 07 5,55% Adequada 22 14,57% 06 4,76% Moderadamente alta 02 1,32% 0 0 Alta 0 0 0 0 Excessivamente alta 0 0 0 0 CONCLUSÃO De acordo com o estudo ficou evidenciado que o sobrepeso e a obesidade já atingem números preocupantes e alarmantes e se tornou uma verdadeira epidemia de proporções mundiais, sendo reconhecida como uma questão de saúde pública e tem chamado a atenção dos profissionais da área de saúde, A obesidade atinge todas as classes socioeconômicas, raça e sexo. Diante desse fenômeno sabemos que o excesso de peso é um fator multifatorial causado por problemas psicológicos, ambientais, endócrinos, dietéticos, culturais e genéticos. A obesidade traz sérias conseqüências tanto nas crianças quanto nos adultos, como doenças cardiovasculares, problemas articulares, bullyng, problemas emocionais e afetivos entre vários outros. No presente estudo de acordo com os dados levantados e analisados sob a ótica estatística chamou a atenção o alto número de crianças com sobrepeso, segundo a análise do IMC (índice de massa corporal) e o alto número de crianças com o percentual de gordura excessivamente baixo, segundo a análise do %G (percentual de gordura) tanto a obesidade quanto o baixo peso devem ser diagnosticados e conseqüentemente controlados através de uma alimentação adequada junto com a prática de atividade física. Curiosamente observamos que os números finais relativos a valores de IMC e valores de percentual de gordura, mostram aparente discrepância, razão pela qual julgamos que novas pesquisas e novas analises estatísticas devam ser feitas para esclarecermos o problema em questão. BIBLIOGRAFIA ARAÚJO, A. R; BRITO, A. A; SILVA, M. F. 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