A UTILIZAÇÃO DO GÁS NATURAL VEICULAR (GNV): ESTUDO DA VIABILIDADE SOB A ÓTICA AMBIENTAL E ECONÔMICA1 Leandro Marques de Souza2 Leandro Morais e Silva3 Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental Av. Universitária, Nº 1440 – Setor Universitário – Fone (62)3227-1351. CEP: 74605-010 – Goiânia - GO. Resumo A busca por fontes alternativas de energia vem crescendo rapidamente no país visando à substituição de outros combustíveis pelo GNV, busca-se informar ao consumidor a viabilidade sob a ótica ambiental e econômica da substituição de outros combustíveis pelo gás natural veicular (GNV), fundamentada pela sua significativa economia associada ao preço do combustível e à manutenção do veículo. No ponto de vista ambiental, sua queima é mais completa e mais limpa em comparação com outros combustíveis fósseis, como a gasolina, emitindo menos poluentes ao meio ambiente e contribuindo para a redução do aquecimento global . Palavras-chave: gás natural veicular (GNV); emissão de poluentes gasosos; fontes alternativas de combustíveis. Abstract The search for alternative sources of energy is growing quickly in countries seeking the substitution for the GNV looked for inform the costumer the viability under the environmental and economical optics of the substitution of other fuels for the natural gás to transmit GNV for significant economy associated to the fuel’s price being inferior and in the maintenance of the car in invironmental’s point of view for the pct of yours Burns being more complete and clean heating in relation to other fuels emiting less to the global. Word-Key:Natural gas’to transmit;Emission of pollutant gaseous;Alternative sources of fuel. 1 Artigo apresentado à Universidade Católica de Goiás como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Ambiental, DEZEMBRO DE 2008 2 Acadêmico do curso de Engª Ambiental da Universidade Católica de Goiás. ([email protected]) 3 Orientador Profº Msc. Leandro Morais e Silva Dep. Engª Universidade Católica de Goiás – UCG. ([email protected]). 2 1- INTRODUÇÃO: Historicamente, a primeira notícia que se tem do uso de substâncias gasosas como combustíveis foi feita pelos chineses, por volta do ano 900. Segundo os registros da época, os chineses canalizavam um gás combustível por meio de tubos de bambu e usavam-no para iluminação. Na Inglaterra, a primeira produção de um gás combustível foi proveniente do carvão, também com o objetivo de iluminação, ocorrendo por volta de 1665. Nesta mesma época as Companhias de gás organizam-se e a produção foi iniciada em escala comercial. A descoberta de outras misturas gasosas combustíveis, como os gases de água, o gás de gerador ou gás de gasogênio, foram novas etapas do desenvolvimento dessa indústria. (ANP,2005) Neste contexto, o GNV surgiu em busca por fontes alternativas de energia visando a substituição dos derivados de petróleo. Dentre as tecnologias existentes no mundo, estão aquelas que permitem o controle eficiente de combustíveis gasosos, em substituição aos combustíveis líquidos. Atualmente observa-se um número crescente de veículos utilizando como combustível o gás natural veicular, em razão do seu custo inferior pela redução de emissões de poluentes. A queima do gás natural é mais completa do que a queima da gasolina, álcool ou diesel. Por isso, os veículos que o utilizam emitem menos poluentes como óxidos nitrosos (NOx), dióxido de Carbono ( CO2) e principalmente monóxido de carbono (CO). Assim, o gás natural é uma boa opção de combustível para os veículos dos grandes centros urbanos, ajudando no controle dos níveis de poluição e melhorando a qualidade de vida das pessoas. Adicionalmente, além da economia no valor do combustível economiza-se também na manutenção do veículo. (GÁSNET, 2004) Portanto, o GNV pode ser utilizado como substituto do óleo diesel, gasolina e álcool, além disso, é ambientalmente pouco restritivo quando comparado á outros combustíveis fósseis. A sua combustão é completa, liberando como produtos o dióxido de carbono e vapor de água, componentes não tóxicos, o que faz do gás natural veicular uma energia ecológica e menos poluente. Tais fatores fazem com que o gás natural ocupe fatias 3 cada vez mais expressivas na matriz energética do Brasil e de diversos países no mundo. Portanto, o consumidor deverá ficar atento pelas seguintes hipóteses: a vantagem de se utilizar o GNV em seu veículo e por ser menos poluente em relação aos combustíveis mais utilizados (gasolina, álcool e diesel) e por sua combustão ser mais limpa. 1.1) OBJETIVO O objetivo desse artigo é pesquisar através de informações reais e levantamento de dados para comprovar a economia nos veículos movidos à gás natural veicular e pelo fato do gás natural veicular ser ambientalmente menos poluente em relação as outras opções de combustíveis. 1.2) JUSTIFICATIVA Meu projeto se justifica em duas etapas: [i] Ambiental: pelo fato do gás natural veicular apresentar baixíssima presença de contaminantes, ser menos poluente em relação à outros combustíveis mais utilizados (gasolina, álcool e diesel) e pela sua combustão ser mais limpa, emitindo menos CO2; [ii] Econômica: pelo fato do custo por quilômetro rodado ser inferior à outros combustíveis, diminuindo a freqüência de manutenção com o aumento da vida útil das velas, filtros, escapamentos e o intervalo entre as trocas de óleo, por não diluir o óleo lubrificante no motor. 2) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O Gás Natural consiste em uma mistura de gases inorgânicos e hidrocarbonetos saturados contendo principalmente metano, cuja composição qualitativa e quantitativa depende dos fatores envolvidos no processo de produção, coleta, condicionamento e escoamento do gás. Muitas vezes, este é encontrado no subsolo junto às jazidas de petróleo, 4 por acumulações de gás em rochas porosas, isoladas do exterior por rochas impermeáveis, associadas ou não a depósitos petrolíferos. Antes de ser comercializado, o Gás Natural passa por um processo de odorização, isto é, recebe um cheiro característico para facilitar a sua rápida identificação no caso de ocorrer algum vazamento. O seu transporte pode ser efetuado nos estados gasoso, líquido ou comprimido, sendo no estado gasoso normalmente realizado por dutos, conhecidos como gasodutos; no estado líquido o transporte pode ser conduzido por navios e caminhões sendo revaporizado em equipamentos especiais; já no estado comprimido o produto deve ser transportado em cilindros de alta pressão até os centros consumidores. (CETESB, 2004) A Portaria ANP nº 104, de 8 de julho de 2002, estabelece a especificação do gás natural, de origem nacional ou importado, a ser comercializado em todo o território nacional. No seu conteúdo está previsto o envio de dados de análise da qualidade do gás natural realizada tanto pelo Carregador como pelo Transportador, conforme previsto nos artigos 5° e 6°: “O Carregador e o Transportador devem enviar à ANP até o 15° dia do mês subseqüente, um sumário estatístico dos Certificados de Qualidade e Boletins de Conformidade, emitidos através do endereço eletrônico [email protected] e [email protected], respectivamente”.(ANP,2003) Goiás já tem seu primeiro posto de combustível com bomba adaptada para a venda do gás natural, conforme apresentado na Figura 1. O posto Santa Luzia, localizado no Setor Santa Genoveva, na entrada do Setor Jaó, foi inaugurado pelo governador Alcides Rodrigues e a presidente da Petrobras Distribuidora, Graça Foster. Além dos investimentos da Petrobras e do dono do posto, o governo estadual participou com cerca de R$ 700 mil neste projeto para tornar viável à chegada do gás natural veicular a Goiás. O Gás Natural Veicular (GNV) começou a ser comercializado no início de dezembro de 2006, em um modal virtual pioneiro no Brasil. Como prevê a concessão, o montante aprovado se baseou em uma proposta de metodologia de cálculo tarifário apresentada pela Goiasgás e analisada pela Gerência de Gás da AGR. (AGECOM - Agência Goiana de Comunicação (GDI) 2007) 5 Figura 1-Posto Santa Luzia (Goiânia) O GNV é uma mistura de hidrocarbonetos leves, que à temperatura ambiente e pressão atmosférica permanece no estado gasoso. É constituído predominantemente por metano (CH4) com teor mínimo em torno de 87%, sendo encontrado acumulado em rochas porosas no subsolo, constituindo um reservatório freqüentemente acompanhado por petróleo. A queima do GNV é uma das mais limpas conhecidas, praticamente sem emissão de monóxido de carbono, representando uma boa opção de combustível para utilização em centros urbanos, onde os controles de poluição estão ficando cada vez mais rigorosos, contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade de vida da população. Por não possuir enxofre em sua composição, a queima do GNV não lança compostos que produzam chuva ácida quando em contato com a umidade atmosférica.(GASNET, 2006) Atualmente, mais de um milhão de veículos somente no Brasil circulam utilizando este produto. O GNV pode ser utilizado em frotas de empresas, frotas de ônibus urbanos e interurbanos, veículos de carga, frotas de serviço público, táxis e veículos particulares. Outro uso bastante comum do gás natural no Brasil é o automotivo, totalizando cerca de um milhão de veículos movidos a GNV. No Rio Janeiro, praticamente toda a frota de táxis é alimentada por esse combustível e a intenção é abastecer toda frota de táxi de Goiânia e Aparecida de Goiânia, cerca de 1.100 automóveis, com o GNV além de táxis e veículos 6 particulares, o gás natural também pode ser utilizado em veículos de carga; frotas de empresas de ônibus urbanos e interurbanos e do serviço público. (INMETRO, 2005) A principal vantagem na utilização de um veículo movido a gás natural é a significativa economia, que gira em torno de 60 % em comparação com o álcool e a gasolina. Além de poluir muito menos, diminui freqüência de manutenção com o aumento da vida útil das velas, filtros, escapamento e o intervalo entre as trocas de óleo. O gás natural polui menos devido a sua baixíssima emissão de poluentes, pois o gás natural é um dos combustíveis mais limpos. Além de economizar em combustível, economiza-se na manutenção do veículo, pois a combustão gera emissões menos contaminantes ao meio ambiente, atendendo desta forma aos limites estabelecidos pelo Programa de Controle de Emissões por Veículos Automotores – PROCONVE (2005). Inicialmente, serão ministrados os cursos de mecânico instalador de sistema de gás natural veicular (GNV), cujo programa visa preparar mecânicos para realizar conversões e capacitar donos de oficinas, técnicos e engenheiros. Menos poluente e mais eficiente que os demais combustíveis, o gás natural ganha cada vez mais espaço na economia do País. (GOIÁS AGORA, 2004) Um ponto relevante que deve ser observado trata-se das conversões realizadas nos motores á gasolina ou álcool de forma irregular, sem a homologação do Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO), que muitas vezes tornam os veículos ainda mais poluentes dos que trafegam com combustível original. (CETEST, 2002) Com o objetivo de facilitar e melhor regulamentar a concessão e renovação de registros para empresas de instalação de sistemas de GNV, o Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial acaba de editar a Portaria nº. 91, de 03 de setembro de 2007. A mudança é justificada pela necessidade em atender às normas de segurança veicular relacionada ao uso do gás natural e responde também ao crescimento da demanda por instalação, substituição, retirada e manutenção de sistemas de gás natural em veículos rodoviários automotores e sua importância econômica e ambiental para o país. Além disso, o Inmetro e sua rede conveniada são responsáveis pelo acompanhamento dos instaladores de sistemas de gás natural veicular, conforme estabelecido pelos regulamentos técnicos pertinentes. De acordo com a nova portaria esses serviços só podem ser feitos por 7 instaladores registrados pelo Inmetro. (INMETRO, 2006) O Gás Natural Veicular é reconhecido como um dos mais seguros entre os combustíveis, sendo mais limpo e menos tóxico, além de dissipar-se rapidamente na atmosfera, reduzindo o risco de qualquer explosão ou incêndio. Por produzir uma queima mais leve e uniforme, o Gás Natural tem um impacto mínimo sobre o meio-ambiente, sendo os veículos movidos a GNV menos poluentes, quando comparados aos veículos movidos à gasolina, bem como a emissão de monóxido de carbono é reduzida em até 90%. (SENAI, 2005) No que tange à segurança do armazenamento, o GNV também é tão ou até mais seguro que os outros combustíveis, por ser mais leve que o ar o gás natural se dissipa na atmosfera em caso de vazamentos, reduzindo o risco de explosões e incêndios. Todo o abastecimento é realizado sem que o produto entre em contato com o ar, evitando-se assim qualquer possibilidade de combustão. Os cilindros e os componentes do Kit de Conversão carregados no veículo são projetados para suportar a alta pressão em que o gás é armazenado, conforme apresentado na figura 2. Estes cilindros possuem a capacidade de resistir a choques, colisões e até mesmo ao impacto de projéteis de armas de fogo. (PETROBRÁS, 2006) Figura 2-Cilindro de GNV 8 A opção pela utilização do gás natural veicular é considerada segura quando comparada ás outras opções de combustíveis normalmente utilizados em veículos automotores. Os tanques utilizados para armazenar o GNV são mais resistentes do que aqueles utilizados no armazenamento de gasolina e álcool. Esses tanques contam com sistemas de válvulas e chaves que evitam o vazamento de gás e, caso ocorra, cortam a alimentação do mesmo, evitando seu escape. Sendo seco o GNV não dilui o óleo lubrificante no motor e a sua queima não provoca depósitos de carbono nas partes internas do motor. Por ter uma queima limpa, diminui a freqüência na troca de escapamento dos veículos. (CTGÁS, 2005) Em se tratando da regulamentação dos preços dos combustíveis no Brasil, anteriormente a publicação da Lei 9.487/97 - Lei do Petróleo e gás natural, os preços dos combustíveis eram fixados por atos do Ministério da Fazenda. Com a publicação desta lei em 07/08/1997, previu-se um período de transição para a abertura do mercado, no qual os preços dos combustíveis passaram a ser estabelecidos por portarias conjuntas dos Ministros da Fazenda e de Minas e Energia. Por fim, desde o início de 2002 até os dias atuais, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) recomenda que o preço dos combustível é completamente liberado, não havendo qualquer tipo de tabelamento, nem a fixação de valores máximos e mínimos, nem a necessidade de autorização prévia para reajustes de preços de combustíveis. (ANP, 2003) Neste sentido, segundo CENOFISCO (2006), os últimos reajustes no preço do gás natural veicular (GNV) não eliminaram a vantagem econômica do produto frente aos combustíveis mais tradicionais, pois ainda vale a pena optar por esse tipo de combustível em função do ganho proporcionado em comparação ao álcool e a gasolina, economia essa que poderia chegar ao patamar de 70%. Do ponto de vista econômico, o preço do GNV é menor do que dos outros combustíveis, com um metro cúbico de Gás Natural é possível rodar mais quilômetros do que com um litro de gasolina ou álcool. O GNV faz aproximadamente de 20 á 30% a mais de Km/m3 em relação ao que faz em Km/L de gasolina ou álcool, ou seja, se um carro a gasolina ou álcool faz 10 Km/L, espera-se 12 á 13 km de um á gás natural veicular. (GOIÁS AGORA, 2006) Entretanto, as desvantagens de se utilizar o gás natural veicular (GNV) estão no alto 9 custo da conversão dos motores, entre R$ 2.500 e R$ 3.000; na pequena perda de rendimento e potência, uma vez que o veículo foi projetado para utilizar combustíveis líquidos e na perda de espaço para as bagagens, pois os cilindros de armazenamento do gás são geralmente instalados no porta-malas dos veículos, sendo recomendado até o reforço das molas de suspensão do veículo. (IDEC, 2003) Do ponto de vista ambiental, o gás natural veicular é mundialmente conhecido pela baixíssima presença de contaminantes, pela combustão mais limpa entre os combustíveis fósseis e pela inexistência de dispersão de partículas cinza ou de óxido de enxofre, o que dispensa o tratamento dos resultados da combustão. Sua queima é mais completa do que a da gasolina, do álcool e do diesel, emitindo menos poluente e contribuindo menos para o aquecimento global. Assim, os veículos que utilizam GNV emitem menos poluentes, como óxidos nitrosos, CO2 e monóxido de carbono, sendo o principal responsável pelo efeito estufa. (COMGÁS, 2007) Desta forma, os veículos que utilizam o GNV como combustível agridem menos o meio-ambiente, uma vez que a combustão do gás natural é mais completa que a da gasolina, álcool ou diesel. Em relação ao óleo diesel, este apresenta um baixo índice de emissão de poluentes, além da não eliminação de fumaça, proporcionando uma redução de até 98% do óxido de enxofre e 70% do óxido de nitrogênio. Já em relação á gasolina, há uma redução de cerca de 90% de monóxido de carbono. Assim, o gás natural é uma grande opção de combustível nos grandes centros urbanos, ajudando no controle dos níveis de poluição e melhorando a qualidade de vida das pessoas. (PETROBRÁS, 2006) De acordo com o economista Flávio Henrique de Sarmento Seixas, o gás natural apresenta inúmeros benefícios que o colocam como uma alternativa energética adequado ao consumo, na escala exigida atualmente. Seus benefícios ambientais estão acima de qualquer outro combustível, principalmente quando comparado aos advindos de fontes nãorenováveis de energia, apresentando benefícios econômicos, operacionais e de segurança que, de longe, superam seus concorrentes. ( SEIXAS, 2006) Em razão dos últimos conflitos políticos na Bolívia, que registraram atos violentos contra instalações de empresas públicas e privadas de energia, o fornecimento de gás natural ao Brasil foi colocado em risco. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) foi indagada pela mídia sobre o fato e afirmou que o Brasil recebe, em média, 32 10 milhões de metros cúbicos diários de gás natural da Bolívia. Deste total, três milhões de metros cúbicos foram suspensos em razão do incidente. O Ministério de Minas e Energia do Brasil relatou que esse problema foi solucionado e a interrupção do fornecimento desses 3 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, pelo período de 72 horas, não comprometeu a atividade industrial no Brasil. Naquele momento, os estoques eram suficientes para suprir as necessidades no período que houve a interrupção do fornecimento. A FIESP acredita na certeza de que os bolivianos, de todas as correntes de pensamento, têm absoluta consciência da importância representada pelo fornecimento do gás natural ao Brasil, sendo vital a nossa economia, gerando empregos, renda, bem-estar social e garantindo significativos recursos para o país. Como a economia brasileira continua crescendo, a tendência é aumentar esta dependência do GNV Boliviano pelo fato da substituição de outros combustíveis pelo GNV vem crescendo muito no Brasil. (ECONOMIA E NEGÓCIOS, 2008) 3) METODOLOGIA Visando obter os fundamentos necessários para se alcançar os objetivos propostos, realizou-se uma revisão bibliográfica em jornais, livros e outras fontes sobre o tema da utilização do Gás Natural Veicular (GNV) e a sua viabilidade sob a ótica ambiental e econômica. Por fim, pretende-se mostrar ao consumidor as vantagens de um veículo ser movido a gás natural veicular para a obtenção de uma menor quantidade de emissão de poluentes em relação às outras opções de combustíveis e ainda uma redução dos custos por quilômetro rodado, incentivando um desenvolvimento econômico e ambiental para o Brasil. 4) RESULTADOS E DISCUSSÕES Estudos internos foram realizados recentemente, visando à busca do consumo médio (km/l) para determinados modelos de veículos. Com base nestes dados, e em estimativas médias encontradas em uma empresa de conversão para o Gás Natural Veicular, 11 encontraram-se as seguintes vantagens: a vantagem do custo por quilômetro rodado em relação aos outros combustíveis e a quantidade de emissão de poluentes em virtude à combustão dos veículos produzidos pelos motores. A Tabela 1 mostra os valores pesquisados comparando o abastecimento com Gasolina e GNV entre um veiculo de modelo Kombi e outro Gol, conforme Tabela1: Tabela1- Quadro Comparativo Despesas com Abastecimento. Gasolina Modelo GNV Economia Consumo¹ Custo³ Consumo² Custo³ R$/100 (km/L) (R$/Km) (km/m³) (R$/Km) km km km Kombi 8 0,324 9,75 0,138 18,60 186,00 1.860,00 Gol 10 0,259 13 0,104 15,50 155,00 1.550,00 R$1.000 R$/10.000 (1) Departamento de Transportes do TJERJ. (2) Gás Motors do Brasil. Estimativas de consumo médias, variáveis em função das condições mecânicas do veículo e da forma de se dirigir. (3) Considerando-se para os cálculos o preço da gasolina de R$ 2,59 por litro e do GNV R$ 1,35 por m3 segundo cotação realizada nos postos de Goiânia-GO em 15/09/2008. Fonte: Modificado de Volkswagen (2000). A tabela 1 foi concebida dentro de parâmetros aceitáveis, sendo feita uma comparação entre 02 veículos movidos á Gasolina e GNV, na qual uma Kombi movida à gasolina possue consumo de 8Km/L com um custo médio de R$0,324 por quilômetro rodado e um Gol possue um consumo de 10Km/L com um custo médio de R$0,259 por quilômetro rodado. Já estes veículos à GNV fariam 9,75Km/m3 com um custo médio de R$0,138 por quilômetro rodado e 13Km/m3 com custo de R$0,104 por quilômetro rodado, respectivamente, obtendo economia de 50% em relação a utilização da gasolina como combustível. A Tabela 2 relata os fatores de emissão de veículos leves novos a gasolina comparados com os movidos a GNV. 12 Tabela 2- Fatores de Emissão de Veículos Leves Novos a Gasolina, em gramas/km. ANO Monóxido de Hidrocarbone Carbono tos (g/Km) (g/Km) Óxidos de Nitrogênio (g/Km) Aldeídos Totais (g/Km) 1980 (Gasolina) 33,0 3,0 1,4 0,050 1990 (Gasolina) 13,3 1,4 1,4 0,040 1995 (Gasolina) 4,7 0,6 0,6 0,025 2000 (Gasolina) 0,73 0,13 0,21 0,004 2004 (Gasolina) 0,35 0,11 0,09 0,004 2006 (GNV) 0,19 0,08 0,02 0,001 Fonte: Compagás (2006). Neste sentido, observa-se o decréscimo das emissões de gases liberados pela queima de gasolina no decorrer dos anos pesquisados. Esta redução se dá devido à adoção de novas tecnologias de controle de poluição empregadas nos motores dos veículos nacionais. Com as novas e atuais tecnologias, fazendo-se um quadro comparativo da gasolina com o GNV, pode observar claramente a viabilidade ambiental em optar pelo GNV. A indústria automobilística nacional, norteada pelo PROCONVE - Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, criado por Resolução do CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente em 1986 e implantado em 1988, reduziu em muito a emissão de poluentes dos veículos, automotores, principalmente os movidos à GNV. Aproximou-os bastante dos comercializados nos mercados norte americano e europeu, com a incorporação de tecnologia, tal como: [i] sistemas de injeção digitais com sensor de oxigênio livre, que mantém a correta mistura estequiométrica ar-combustível em qualquer regime de funcionamento do motor; [ii] ignição mapeada digitalizada, que 13 mantém o correto avanço da ignição também em qualquer regime de funcionamento do motor, pois o GNV não provoca depósitos de carbono nas partes internas do motor, assim os veículos conseguem funcionar com uma eficiência máxima, emitindo menos poluentes que outros combustíveis. 5) CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Conclui-se sobre as seguintes vantagens da utilização do Gás Natural Veicular: [i] no ponto de vista econômico, analizando-se a menor corrosão dos equipamentos, o menor custo de manutenção, o elevado rendimento energético e o menor consumo de combustível; [ii] já no ponto de vista ambiental, tratar-se-á da baixíssima presença de contaminantes, da combustão mais limpa, não exigindo tratamento dos gases de combustão, e do emprego em veículos automotivos como forma de diminuir a poluição urbana por emitir menos poluentes do que outros combustíveis. Neste contexto, o consumidor deve ser sempre orientado sobre as vantagens de um veículo utilizar GNV, uma vez que são necessárias informações, estatísticas, estudos sólidos e campanhas visando o esclarecimento do GNV e incentivando o consumidor a utilizá-lo. O risco de uma explosão é muito menor com o GNV, enquanto o álcool se inflama a uma temperatura de 200°C, a gasolina a 300°C, o gás se queima a 620°C, além disso, o abastecimento é feito sem que o produto entre em contato com o ar, o que elimina a possibilidade de combustão. Assim deverão ser realizados projetos voltados para viabilização econômica e ambiental para os postos de combustíveis de Goiânia ofertarem mais uma opção de combustível, sendo que atualmente só existe em Goiânia um posto para abastecimento dos veículos à GNV. Finalmente, importante afirmar que o gás natural veicular para o suprimento de energia e combustível é uma opção bastante aceitável para o desenvolvimento econômico e ambiental do Brasil. Portanto faz-se necessário que o consumidor fique atento pela busca de fontes alternativas, visando reduzir as emissões de poluentes e um preço mais eficaz em relação a outros combustíveis. 14 REFERÊNCIAS AGECOM – Bomba adaptada para abastecimento de GNV. Goiânia, 2006. AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO (ANP) - Qualidade do gás natural veicular, Janeiro de 2003. Disponível em http://www.anp.gov.br/gas/qualidade.asp. Acesso em setembro de 2007. AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO (ANP) – Notícias de substâncias gasosas. Goiânia, 2005. CENOFISCO - Reajustes não tiram a vantagem de preço do gás natural veicular (2006). Disponível em http://www.cenofisco.com.br/noticias/noticias/default.asp?noticia_id=23247&m=1. Acesso em setembro de 2007. CETESB – Fatores de emissões de veículos (2004). Disponível em www.cetesb.com.br. Acesso em setembro de 2008. CETEST – Conversões nos motores. Goiânia, Novembro de 2002. COMGÁS – Gás natural veicular, em 15 de Setembro de 2007. 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