Técnicas de Atendimento, Promoção e Negociação Coordenação do Programa Formare Coordenação Pedagógica Coordenação da Área Técnica – UTFPR Elaboração e edição Coordenação Geral Coordenação Técnica deste caderno Revisão Pedagógica Autoria deste caderno Produção Gráfica Apoio D375t Beth Callia Zita Porto Pimentel Alfredo Vrubel VERIS Educacional S.A. Rua Vergueiro, 1759 2º andar 04101 000 São Paulo SP www.veris.com.br Marcia Aparecida Juremeira Conrado Rosiane Aparecida Marinho Botelho Joaquim Roberto Neves Campos Nizi Voltareli Morselli Sergio Alberto Del Mazza Joaquim Roberto Neves Campos Amadeu dos Santos Eliza Okubo Aldine Fernandes Rosa MEC – Ministério da Educação FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação PROEP – Programa de Expansão da Educação Profissional Del Mazza, Sergio Alberto Técnicas de Atendimento, Promoção e Negociação: Projeto Formare / Sergio Alberto Del Mazza; Joaquim Roberto Neves Campos – São Paulo: Veris Educacional, 2007. 190p. :il. Color.:30cm. (Fundação Iochpe / Cadernos Formare) Inclui exercícios e glossário Bibliografia ISBN 978-85-60890-62-0 1. Ensino Profissional 2. Técnicas de atendimento 3. Técnicas de vendas, promoção e negociação comercial 4. Empreendedorismo I. Campos, Joaquim Roberto Neves II. Projeto Formare III. Título IV. Série CDD-371.426 Iniciativa Realização Fundação IOCHPE Al. Tietê, 618 casa 3, Cep 01417-020, São Paulo, SP www.formare.org.br Formare: uma escola para a vida Ensinar a aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria. A alegria não chega apenas com o encontro do achado, mas faz parte do processo de busca. Paulo Freire Hoje a educação é concebida em uma perspectiva ampla de desenvolvimento humano e não apenas como uma das condições básicas para o crescimento econômico. O propósito de uma escola é muito mais o desenvolvimento de competências pessoais para o planejamento e realização de um projeto de vida do que apenas o ensino de conteúdos disciplinares. Os conteúdos devem ser considerados na perspectiva de meios e instrumentos para conquistas individuais e coletivas nas áreas profissional, social e cultural. A formação de jovens não pode ser pensada apenas como uma atividade intelectual. É um processo global e complexo, onde conhecer, refletir, agir e intervir na realidade encontram-se associados. Ensina-se pelos desafios lançados, pelas experiências proporcionadas, pelos problemas sugeridos, pela ação desencadeada, pela aposta na capacidade de aprendizagem de cada um, sem deixar de lado os interesses dos jovens, suas concepções, sua cultura e seu desejo de aprender. Aprende-se a partir de uma busca individual, mas também pela participação em ações coletivas, vivenciando sentimentos, manifestando opiniões diante dos fatos, escolhendo procedimentos, definindo metas. O que se propõe, então, não é apenas um arranho de conteúdos em um elenco de disciplinas, mas a construção de uma prática pedagógica centrada na formação. Nesta mudança de perspectiva, os conteúdos deixam de ser um fim em si mesmos e passam a ser instrumentos de formação. Essas considerações dão à atividade de aprender um sentido novo, onde as necessidades de aprendizagem despertam o interesse de resolver questões desafiadoras. Por isso uma prática pedagógica deve gerar situações de aprendizagem ao mesmo tempo reais, diversificadas provocativas. Deve possibilitar, portanto, que os jovens, ao dar opiniões, participar de debates e tomar decisões, construam sua individualidade e se assumam como sujeitos que absorvem e produzem cultura. Segundo Jarbas Barato, a história tem mostrado que a atividade humana produz um saber “das coisas do mundo”, que garantiu a sobrevivência do 3 ser humano sobre a face da Terra e, portanto, deve ser reconhecido e valorizado como a “sabedoria do fazer”. O conhecimento proveniente de uma atividade como o trabalho, por exemplo, nem sempre pode ser traduzido em palavras. Em geral, peritos têm dificuldade em descrever com clareza e precisão sua técnica. É preciso vê-los trabalhar para “aprender com eles”. O pensar e o fazer são dois lados de uma mesma moeda, dois pólos de uma mesma esfera. Possuem características próprias, sem pré-requisitos ou escala de valores que os coloquem em patamares diferentes. Teoria e prática são modos de classificar os saberes insuficientes para explicar a natureza de todo o conhecimento humano. O saber proveniente do fazer possui uma construção diferente de outras formas que se valem de conceitos, princípios e teorias, nem sempre está atrelado a um arcabouço teórico. Quando se reconhece a técnica como conhecimento, considera-se também a atividade produtiva como geradora de um saber específico e valoriza-se a experiência do trabalhador como base para a construção do conhecimento naquela área. Técnicas são conhecimentos processuais, uma dimensão de saber cuja natureza se define como seqüência de operações orientadas para uma finalidade. O saber é inerente ao fazer, não uma decorrência dele. Tradicionalmente, os cursos de educação profissional eram rigidamente organizados em momentos prévios de “teoria” seguidos de momentos de “prática”. O padrão rígido “explicação (teoria) antes da execução (prática)” era mantido como algo natural e inquestionável. Profissões que exigem muito uso das mãos eram vistas como atividades mecânicas, desprovidas de análise e planejamento. Autores estão mostrando que o aprender fazendo gera trabalhadores competentes e a troca de experiências integra comunidades de prática nas quais o saber “distribuído por todos” eleva o padrão da execução. Por isso, o esforço para o registro, organização e criação de uma rede de apoio, uma teia comunicativa de “relato de práticas” é fundamental. Dessa forma, o uso do paradigma da aprendizagem corporativa faz sentido e é muito mais produtivo. A idéia da formação profissional no interior do espaço de trabalho é, portanto, uma proposição muito mais adequada, inovadora e ousada do que a seqüência que propõe primeiro a teoria na sala de aula, depois a prática. Atualmente, as empresas têm investido na educação continuada de seus funcionários na expectativa de que esse esforço contribua para melhorar os negócios. A formação de quadros passou a ser, nesses últimos anos, atividade central nas organizações que buscam o conhecimento para impulsionar seu desenvolvimento. No entanto, raramente se percebe que um dos conhecimentos mais importantes é aquele que está sendo construído pelos seus funcionários no exercício cotidiano de suas funções, é aquele que está concentrado na própria empresa. 4 A empresa contrata especialistas, adquire tecnologias, desenvolve práticas de gestão, inaugura centros de informação, organiza banco de dados, incentiva inovações. Vai acumulando, aos poucos, conhecimento e experiências que, se forem apoiadas com recursos pedagógicos, darão à empresa a condição de excelência como “espaço de ensino e aprendizagem”. Criando condições para identificar, registrar, organizar e difundir esse conhecimento, a organização poderá contribuir para o aprimoramento da formação profissional. Convenciona-se que a escola é o lugar onde se ensina e a empresa é onde se produz bens, produtos e serviços. Deste ponto de vista, o conhecimento seria construído na escola, e caberia à empresa o aprimoramento de competências destinadas à produção. Esta é uma visão acanhada e restritiva de formação profissional que não reconhece e não explora o potencial educativo de uma organização. Neste cenário, a Fundação IOCHPE, em parceria com a UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, desenvolve a proposta pedagógica Formare, que apresenta uma estrutura curricular composta de conteúdos integrados: um conjunto de disciplinas de formação geral (Higiene, Saúde e Segurança; Comunicação e Relacionamento; Fundamentação Numérica; Organização Industrial e Comercial; Informática e Atividades de Integração) e um conjunto de disciplinas de formação específica. O curso Formare pretende ser uma escola que ofereça aos jovens uma preparação para a vida. Propõe-se desenvolver não só competências técnicas, mas também habilidades que lhes possibilitem estabelecer relações harmoniosas e produtivas com todas as pessoas, que os tornem capazes de construir seus sonhos e metas, além de buscar as condições para realizá-los no âmbito profissional, social e familiar. A proposta curricular tem a intenção de fortalecer, além das competências técnicas, outras habilidades: 1. Comunicabilidade – Capacidade de expressão (oral e escrita) de conceitos, idéias e emoções de forma clara, coerente e adequada ao contexto; 2. Trabalho em equipe – Capacidade de levar o seu grupo a atingir os objetivos propostos; 3. Solução de problemas – Capacidade de analisar situações, relacionar informações e resolver problemas; 4. Visão de futura – Capacidade de planejar, prever possibilidades e alternativas; 5. Cidadania – Capacidade de defender direitos de interesse coletivo. Cada competência é composta por um conjunto de habilidades que serão desenvolvidas durante o ano letivo, por meio de todas as disciplinas do curso. 5 Para finalizar, ao integrar o ser, o pensar e o fazer, os cursos Formare ajudam os jovens a desenvolver competências para um bom desempenho profissional e, acima de tudo, a dar sentido à sua própria vida. Dessa forma, esperam contribuir para que eles tenham melhores condições para assumir uma postura ética, colaborativa e empreendedora em ambientes instáveis como os de hoje, sujeitos a constantes transformações. Equipe FORMARE 6 Sobre o caderno Você, educador voluntário, sabe que boa parte da performance dos jovens no mundo do trabalho dependerá das aprendizagens adquiridas no espaço de formação do Curso em desenvolvimento em sua empresa no âmbito do Projeto Formare. Por isso, os conhecimentos a serem construídos foram organizados em etapas, investindo na transformação dos jovens estudantes em futuros trabalhadores qualificados para o desempenho profissional. Antes de esse material estar em suas mãos, houve a definição de uma proposta pedagógica, que traçou um perfil de trabalhador a formar, depois o delineamento de um plano de curso, que construiu uma grade curricular, destacou conteúdos e competências que precisam ser desenvolvidos para viabilizar o alcance dos objetivos estabelecidos e então foram desenhados planos de ensino, com vistas a assegurar a eficácia da formação desejada. À medida que começar a trabalhar com o Caderno, perceberá que todos os encontros contêm a pressuposição de que você domina o conteúdo e que está recebendo sugestões quanto ao modo de fazer para tornar suas aulas atraentes e produtoras de aprendizagens significativas. O Caderno pretende valorizar seu trabalho voluntário, mas não ignora que o conhecimento será construído a partir das condições do grupo de jovens e de sua disposição para ensinar. Embora cada aula apresente um roteiro e simplifique a sua tarefa, é impossível prescindir de algum planejamento prévio. É importante que as sugestões não sejam vistas como uma camisa de força, mas como possibilidade, entre inúmeras outras que você e os jovens do curso poderão descobrir, de favorecer a prática pedagógica. O Caderno tem a finalidade de oferecer uma direção em sua caminhada de orientador da construção dos conhecimentos dos jovens, prevendo objetivos, conteúdos e procedimentos das aulas que compõem cada capítulo de estudo. Ele trata também de assuntos aparentemente miúdos, como a apresentação das tarefas, a duração de cada atividade, os materiais que você deverá ter à mão ao adotar a atividade sugerida, as imagens e os textos de apoio que poderá utilizar. No seu conjunto, propõe um jeito de fazer, mas também poderá apresentar outras possibilidades e caminhos para dar conta das mesmas questões, com vistas a encorajá-lo a buscar alternativas melhor adequadas à natureza da turma. Como foi pensado a partir do planejamento dos cursos (os objetivos gerais de formação profissional, as competências a serem desenvolvidas) e dos planos de ensino disciplinares (a definição do que vai ser ensinado, em que seqüência e intensidade e os modos de avaliação), o Caderno pretende auxiliá-lo a realizar um plano de aula coerente com a concepção do Curso, preocupado em investir na formação de futuros trabalhadores habilitados ao exercício profissional. 7 O Caderno considera a divisão em capítulo apresentada no Plano de Ensino e o tempo de duração da disciplina, bem como a etapa do Curso em que ela está inserida. Com esta idéia do todo, sugere uma possibilidade de divisão do tempo, considerando uma aula de 50 minutos. Também, há avaliações previstas, reunindo capítulos em blocos de conhecimentos e oferecendo oportunidade de síntese do aprendido. É preciso não esquecer, no entanto, que a aprendizagem é avaliada durante o processo, através da observação e do diálogo em sala de aula. A avaliação formal, prevista nos cadernos, permite a descrição quantitativa do desempenho dos jovens e também do educador na medida em que o “erro”, muitas vezes, é indício de falhas anteriores que não podem ser ignoradas no processo de ensinar e aprender. Recomendamos que, ao final de cada aula ministrada, você faça um breve registro reflexivo, anotando o que funcionou e o que precisou ser reformulado, se todos os conteúdos foram desenvolvidos satisfatoriamente ou se foi necessário retomar algum, bem como outras sugestões que possam levar à melhoria da prática de formação profissional e assegurar o desenvolvimento do trabalho com aprendizagens significativas para os jovens. Esta também poderá ser uma oportunidade de você rever sua prática como educador voluntário e, simultaneamente, colaborar para a permanente qualificação dos Cadernos. É um desafio-convite que lhe dirigimos, ao mesmo tempo em que o convidamos a ser co-autor da prática que aí vai sugerida. Características do Caderno Cada capítulo ou unidade possui algumas partes fundamentais, assim distribuídas: Página de apresentação do capítulo: Apresenta uma síntese do assunto e os objetivos a atingir, destacando o que os jovens devem saber e o que se espera que saibam fazer depois das aulas. Em síntese, focaliza a relevância do assunto dentro da área de conhecimento tratada e apresenta a relação dos saberes, das competências e habilidades que os jovens desenvolverão com o estudo da unidade. A seguir, as aulas são apresentadas através de um breve resumo dos conhecimentos a serem desenvolvidos em cada aula. Sua intenção é indicar aos educadores o âmbito de aprofundamento da questão, sinalizando conhecimentos prévios e a contextualização necessária para o tratamento das questões da aula. No interior de cada aula aparece a seqüência de atividades, marcadas pela utilização dos ícones que seguem: 8 _____________________________________________ Indica quais serão os objetivos do tópico a ser abordado, bem como o objetivo de cada aula. _____________________________________________ Exploração de links na internet – Remete a pesquisas em sites onde educador e aluno poderão buscar textos e/ou atividades como reforço extraclasse ou não. _____________________________________________ Apresenta artigos relacionados à temática do curso, podendo-se incluir sugestões de livros, revistas ou jornais, subsidiando, dessa maneira o desenvolvimento das atividades propostas. Permite ao educador explorar novas possibilidades de conteúdo. Se achar necessário, o educador poderá fornecer esse texto para o aluno reforçando, assim, o seu aprendizado. _____________________________________________ Traz sugestão de exercício ou atividade para fechar uma aula para que o aluno possa exercitar a aplicação do conteúdo. _____________________________________________ Traz sugestão de avaliação extraclasse podendo ser utilizada para fixação e integração de todos os conteúdos desenvolvidos. _____________________________________________ Traz sugestão de avaliação, podendo ser apresentada ao final de um conjunto de aulas ou tópicos; valerão nota e terão prazo para serem entregues. _____________________________________________ Indica, passo a passo, as atividades propostas para o educador. Apresenta as informações básicas, sugerindo uma forma de desenvolvê-las. Esta seção apresenta conceitos relativos ao tema tratado, imagens que têm a finalidade de se constituir em suporte para as explicações do educador (por esse motivo todas elas aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações dos conteúdos, textos de apoio que podem ser multiplicados e entregues aos jovens, sugestões de desenvolvimento do conteúdo e atividades práticas, criadas para o estabelecimento de relações entre os saberes. No passo a passo, aparecem oportunidades de análise de dados, observação e descrição de objetos, classificação, formulação de hipóteses, registro de experiências, produção de relatórios e outras práticas que compõem a atitude científica perante o conhecimento. _____________________________________________ 9 ______________________________________________ Indica a duração prevista para a realização do estudo e das tarefas de cada passo. É importante que fique claro que esta é uma sugestão ideal, que abstrai quem é o sujeito ministrante da aula e quem são os sujeitos que aprendem, a rigor os que mais interessam nesse processo. Quando foi definida, só levou em consideração o que era possível no momento: o conteúdo a ser desenvolvido, tendo em vista o número de aulas e o plano de ensino da disciplina. No entanto você juntamente com os jovens que compõem a sua turma têm liberdade para alterar o que foi sugerido, adaptar as sugestões para o seu contexto, com as necessidades, interesses, conhecimentos prévios e talentos especiais do seu grupo. ______________________________________________ O glossário contém informações e esclarecimentos de conceitos e termos técnicos. Tem a finalidade de simplificar o trabalho de busca do educador e, ao mesmo tempo, incentivá-lo a orientar os jovens para a utilização de vocabulário apropriado referente aos diferentes aspectos da matéria estudada. Aparece ao lado na página em que é utilizado e é retomado ao final do Caderno, em ordem alfabética. ______________________________________________ Remete para exercícios que objetivam a fixação dos conteúdos desenvolvidos. Não estão computados no tempo das aulas, e poderão servir como atividade de reforço extraclasse, como revisão de conteúdos ou mesmo como objeto de avaliação de conhecimentos. ______________________________________________ Notas que apresentam informações suplementares relativas ao assunto que está sendo apresentado. ______________________________________________ Idéias que objetivam motivar e sensibilizar o educador para outras possibilidades de explorar os conteúdos da unidade. Têm a preocupação de sinalizar que, de acordo com o grupo de jovens, outros modos de fazer podem ser alternativas consideradas para o desenvolvimento de um conteúdo. ______________________________________________ Traz as idéias-síntese da unidade, que auxiliam na compreensão dos conceitos tratados, bem como informações novas relacionadas ao que se está estudando ______________________________________________ Apresenta materiais em condições de serem produzidos e entregues aos jovens, tratados, no interior do caderno, como texto de apoio. ______________________________________________ 10 Em síntese, você educador voluntário precisa considerar que há algumas competências que precisam ser construídas durante o processo de ensino aprendizagem, tais como: conhecimento de conceitos e sua utilização; análise e interpretação de textos, gráficos, figuras e diagramas; transferência e aplicação de conhecimentos; articulação estrutura-função; interpretação de uma atividade experimental. Em vista disso, o conteúdo dos Cadernos pretende favorecer: conhecimento de propriedade e de relações entre conceitos; aplicação do conhecimento dos conceitos e das relações entre eles; produção e demonstração de raciocínios demonstrativos; análise de gráficos; resolução de gráficos; identificação de dados e de evidências relativas a uma atividade experimental; conhecimento de propriedades e relações entre conceitos em uma situação nova. Como você deve ter concluído, o Caderno é uma espécie de obra aberta, pois está sempre em condições de absorver sugestões, outros modos de fazer, articulando os educadores voluntários do Projeto Formare em uma rede que consolida a tecnologia educativa que o Projeto constitui. Desejamos que você possa utilizá-lo da melhor forma possível e que tenha a oportunidade de refletir criticamente sobre ele, registrando sua colaboração e interagindo com os jovens de seu grupo a fim de investirmos todos em uma educação mais efetiva e na formação de profissionais mais competentes e atualizados para os desafios do mundo contemporâneo. 11 12 Sumário 1 Técnicas de Atendimento Primeira Aula A Era da Comunicação ......................................................................................17 Segunda Aula A entrevista ........................................................................................................18 Terceira Aula Comunicando com objetivo ................................................................................20 Quarta Aula Conceitos de Comunicação ...............................................................................21 2 Técnicas de Vendas, promoção e negociação comercial Primeira Aula As formas de comunicação ................................................................................25 Segunda Aula Cultura e postura................................................................................................27 Terceira Aula Dica para atendimento telefônico.......................................................................28 Quarta Aula Fazendo uso da comunicação ...........................................................................29 Quinta Aula Teoria do comportamento ..................................................................................31 Neurolingüística..................................................................................................32 Sexta Aula Atitudes e posturas.............................................................................................33 Sétima Aula Vendas efetivas..................................................................................................35 Oitava Aula Ações para venda ..............................................................................................37 Apresentação – A chave para o sucesso em vendas ........................................39 Nona Aula Impulsos de consumo “Por que as pessoas compram” .....................................40 Por que as pessoas compram ou aceitam idéias?.............................................41 13 Décima Aula As pessoas compram ou aceitam idéias por necessidades...............................43 Décima Primeira Aula Necessidades.....................................................................................................45 Décima Segunda Aula Negociação e fechamento..................................................................................47 Orientação..........................................................................................................48 Décima Terceira Aula Definição de consumidor....................................................................................51 Direitos básicos do consumidor ........................................................................52 Décima Quarta Aula Como e quando usar o Código de Defesa do Consumidor................................54 Décima Quinta Aula Avaliação Teórica...............................................................................................58 Glossário ................................................................................................................. 61 Referências ............................................................................................................ 63 14 1 Técnicas de Atendimento Serão estudados conceitos relativos à comunicação em função dos objetivos e cultura da empresa, fornecendo ao jovem os primeiros conceitos de interação para uma entrevista pessoal pela observação de técnicas apropriadas e procedimentos coordenados descritos no texto a seguir. Objetivos Conceituar comunicação. Acompanhar o treinamento oral. Praticar comunicação com objetivo Desenvolver habilidades de comunicar-se. 15 16 Primeira Aula Nessa aula serão estudados conceitos relativos à era da comunicação. Passo 1 / Aula teórica 30 min A Era da Comunicação Desde os primórdios da humanidade houve a necessidade permanente de comunicação. O homem trocava seus conhecimentos e experiências por meio da comunicação. Sua própria sobrevivência era garantida pela manifestação de desejos, idéias e outras demonstrações que o colocavam em sociedade, num cenário primitivo e adverso. A evolução das formas de comunicação trouxe um desenvolvimento para o homem que busca um aperfeiçoamento até os dias de hoje. À semelhança de outras formas de vida, o homem adaptou códigos e linguagens que traduziram seu cotidiano, possibilitando-lhe atravessar os tempos com registro de fatos e conhecimentos que privilegiaram o desenvolvimento de gerações posteriores. A mais conhecida das formas de comunicação é a comunicação oral, estabelecida por sons emitidos segundo um código preestabelecido conhecido por idioma. A escrita foi a sucessora da linguagem oral, sendo a mais extraordinária conquista da humanidade, podendo passar indelével por milênios, transmitindo dados, contando a história. Aliás, a pré-história separa-se da história com o aparecimento da “escrita”. Os recentes avanços tecnológicos determinam a linguagem eletrônica, fazendo de nossa época a “Era das Comunicações”. O tema comunicação é vasto e um estudo aprofundado dele passaria desde as pinturas rupestres, as cantigas de roda e escritas cuneiformes às transmissões interestelares e digitais. 17 Porém, existe a parte conceitual da comunicação que se refere aos itens básicos, sem os quais a comunicação não se estabelece. Passo 2 / Atividade 20 min Educador, abra uma discussão com os jovens sobre a “Era da Comunicação”. Pergunte-lhes o que entendem por “Era da Comunicação” e como está envolvida essa “Era” no seu cotidiano. Segunda Aula Nessa aula os jovens colocarão em prática, por meio de exercícios, a comunicação oral. 18 Passo 2 / Aula teórica 20 min Educador, faça uma explanação clara sobre a figura a seguir. Ela determina o fluxo da comunicação. Fig. 1 Assim tem-se: • o emissor (aquele que emite a comunicação); • o receptor (aquele que recebe a comunicação); • a mensagem (aquilo que é compreendido entre emissor e receptor); • o canal (que é o meio adequado pelo qual se comunica); • o feeedback é entendido como resposta do receptor ao estímulo provocado pelo emissor na comunicação. Feedback É o retorno da mensagem em forma de resposta, ou seja, é a manifestação de um receptor à mensagem de um emissor. Tendo todos esses elementos, a comunicação se completa. 19 Terceira Aula Essa aula tem como objetivo desenvolver e estimular o entendimento dos meios de comunicação indo além dos modos convencionais. Passo 1 / Aula teórica 30 min Comunicando com objetivo O termo comunicação vem do latim e significa “tornar comum”. Dessa maneira, para que haja comunicação deve haver sempre dois pontos, ou melhor, duas pessoas. Não há uma só atividade humana que não seja afetada pela comunicação. Seja ela qual for, cada palavra, cada gesto, cada página lida, cada imagem de TV, cada som de rádio, cada cartaz, cada cheiro, o silêncio e a própria falta de comunicação são formas de comunicação. 20 Quarta Aula Nessa aula serão estudados conceitos relativos à era da comunicação. Passo 1 / Aula teórica 40 min Conceitos de Comunicação Utilizar formas de teatralização usando textos de apresentação dos produtos ou serviços estudados. Forma de ouvir – Aprenda a ouvir sem falar. Ouça tudo até o fim. Abra sua mente com boa vontade. Relaxe, enquanto ouve. Preste atenção com o olhar em quem está falando. Forma de ler – Leia muito sempre. Leia de tudo. Compreenda o que estiver lendo. Seja crítico do que lê. Compare o que está lendo com o que já leu do mesmo assunto. Forma de falar – A maneira de falar de cada um é absolutamente individual e pessoal. Forma de escrever – Escrever é uma questão de estilo, estilo é uma questão de treino. Escrever nada mais é do que registrar o que se fala. Escreva como você fala. Não tente impressionar com palavras rebuscadas. Leia tudo que você escreveu várias vezes, com espaço de tempo grande entre uma leitura e outra. Passo 2 / Exercício 10 min Individualmente, devem ser preparados documentos com as informações de vendas para que se verifique a total e completa adequação do que se quer vender com todas as características do produto ou serviço. 21 Utilizar folhetos, fôlderes, apresentações da própria empresa Educador, não se esqueça de preparar um exemplo (texto para ler, texto escrito com letras de forma, manuscritas, recorte de jornal, de revista, etc.), ou seja, de cada item visto na aula teórica sobre as formas de comunicação (ouvir, falar, etc.). 22 2 Técnicas de Vendas, Promoção e Negociação Comercial Serão estudados conceitos relativos ao comportamento do consumidor, como iniciar uma venda e as ações necessárias para concretizá-la. Conhecer a empresa, o mercado e o material de vendas. Conhecer os tipos de consumidores, compreendendo porque as pessoas compram e assim aprendendo a fazer uma boa negociação e fechá-la de maneira que o consumidor tenha confiança no vendedor e no produto que ele adquiriu. Conhecer o Código do Consumidor, seus deveres, direitos e obrigações. Objetivos Entender o comportamento de um consumidor. Conhecer o processo de iniciação de uma venda. Conhecer a empresa, o mercado e o material de venda. Compreender como se faz uma negociação e o fechamento de uma venda. Aplicar as técnicas de negociar no mercado comercial com o comprador Conhecer o Código do Consumidor. Aplicar os conceitos do Código do Consumidor. 23 24 Primeira Aula Nessa aula, a partir do conceito de comunicação, os jovens irão aprender as formas de comunicação. Deverão fazer exercícios para melhorar a comunicação e desenvolver a aplicação focada nos sinais de mensagens nas atividades humanas. Passo 1 / Aula teórica 20 min As formas de comunicação Primária – Quando se usa das técnicas orais e de escrita para se comunicar. Secundária – Quando a forma de apresentação da comunicação transcende a comunicação primária; é o 25 que se percebe sem ser dito. Assim conhecida por comunicação analógica. Como melhorar a comunicação Concentrando o estudo na forma de comunicação, onde o contato vendedor e cliente será sempre o mais importante, observa-se o seguinte: A representação de nosso gestual, ou seja, a linguagem corporal representa 58% do processo de comunicação. O tom de voz usado na comunicação representa 38%. O conteúdo transmitido pela palavra dita representa apenas 7% . Passo 2 / Exercício 10 min Para o exercício a seguir leve em consideração os seguintes itens: • Quanto maior for a atenção dispensada ao diálogo, melhor será o entendimento das mensagens e maiores serão as chances de uma eventual correção da comunicação. • Para tanto, é preciso exercitar condicionamentos que despertem uma concentração dirigida, evitando dispersões instintivas de, por exemplo, ruídos ou movimentos que desviem a atenção em momentos preciosos da conversação. • Essa energia psíquica deve focalizar com determinação os elementos importantes que compõem o campo de trabalho, ou seja, o cliente, o objeto da venda e o cenário/ambiente onde se desenrola a cena da venda. • Utilizando essas técnicas de atenção concentrada, serão percebidos sinais que facilitarão a venda. Observe e pense. Educador, providencie peças publicitárias da empresa ou da própria apresentação de produtos para que os jovens respondam, oralmente ou por escrito, o que entenderam delas. Pra esse exercício é necessário que seja providenciado o material antecipadamente. Faça um fechamento do exercício, comentando se os seus itens iniciais foram aplicados. 26 Segunda Aula Nessa aula será estudada a importância da cultura na vida das pessoas e de que forma ela pode auxiliar na venda de um produto ou serviço. Passo 1 / Aula teórica 30 min Cultura e postura • Cultura geral – Necessidade de estar à altura do conhecimento geral da sociedade, numa posição conveniente para discutir de forma inteligente assuntos, os mais variados possíveis. • Adequação – Que a comunicação seja feita dentro de um ajustamento social, sem cargas emocionais que possam desvirtuar o seu entendimento. • Direcionamento – Ter um pensamento organizado, sempre dentro da lógica e do bom senso, evitando interferências de procedimentos ou opiniões difusas sem fundamentos. A comunicação pode ser melhorada quando o objetivo é demonstrar um produto. Além da visualização do objeto, podem-se utilizar desenhos, gráfico, ilustrações, fotos, catálogos e manuais. Outro recurso importante é um ambiente que induza a um cenário favorável, com displays, banners, cartazes, etc. Educador, não esqueça de colocar em local bem visível da sala de aula os materiais de propaganda da empresa ou outros exemplos de outras empresas. As atitudes dirigidas ao atendimento são muito importantes: • Um cumprimento agradável e receptivo. • Apresentação identificando nome e função. 27 • Colocar-se à disposição na intenção de auxiliar. • Ter a habilidade de perguntar e focar o assunto a ser tratado. • Verificar a urgência e a necessidade do interlocutor. • Anotar as informações que possam facilitar o desenvolvimento da comunicação. • Ter a iniciativa para buscar soluções e encaminhamento das solicitações com resoluções concretas e positivas. Educador, faça um fechamento abrindo um debate sobre as atitudes abordadas na aula. Terceira Aula Nessa aula serão abordadas todas as orientações necessárias para se manter uma conversa por telefone, pois essa é uma das principais ferramentas da comunicação. Passo 1 / Aula teórica 30 min Dica para atendimento telefônico Para situações onde o telefone seja ferramenta principal de comunicação valem as mesmas orientações, com os seguintes adicionais: • Cuidados com os aspectos da voz, controlando o tom e transmitindo cortesia e atenção. • Observar “sorriso” na voz. • Ouvir com extrema atenção. • Ser claro e usar ótima dicção. • Ter ritmo ao pronunciar. • Ter todas as informações à mão. 28 Passo 2 / Exercício 20 min Exercício de observação Divida a sala em duplas, de forma que fiquem posicionados de costas uns para os outros e enfatize que a única ferramenta de trabalho é a voz. Providencie textos (folhetos, manuais, catálogos etc) onde os itens descritos acima possam ser praticados. Observe os seguintes aspectos: • espontaneidade; • sentido de urgência; • receptividade; • tolerância; • conhecimento. Quarta Aula Nessa aula serão introduzidos os aspectos de controle e entendimento cultural na entrevista de venda, observando variáveis de comportamento e conceito de avaliação de desempenho da entrevista. Passo 1 / Aula prática 30 min Será desenvolvida uma dinâmica com a participação dos componentes, que responderão perguntas dirigidas a todos: Portanto, pergunte-se: • Estou sendo entendido perfeitamente? • Falo rápido demais? • Falo lento demais? • Falo demais? • Falo pouco? • Falo com as mãos? 29 • Gosto da minha voz? • Gosto de falar em público? Educador, não se esqueça de ressaltar aos jovens que eles devem estar conscientes de que estão sendo observados e, portanto, devem ter o controle de sua postura, principalmente dominar as técnicas de “ênfase” sobre os momentos mais importantes da conversa. Por exemplo: Dar um tom de seriedade em alguma frase. Fortalecer uma palavra com um gesto especial. Demonstrar o efeito de slogan ou frases que adquirem um sentido próprio que retratem valores e conceitos da empresa. 30 Quinta Aula Nessa aula os jovens aprenderão como o comportamento do vendedor na comunicação é importante para que ele possa desempenhar com sucesso uma venda. Passo 1 / Aula teórica 30 min Teoria do comportamento Linguagem corporal O corpo fala ... e como fala !!!!! A comunicação verbal não é a única forma de expressão entre as pessoas. Existe outra linguagem que se passa através do corpo. O corpo fala. Pela linguagem do corpo podem-se dizer muitas coisas aos outros. A linguagem corporal, para um bom observador, pode ser muito reveladora; ela não mente. É parecido com o que se diz a respeito de pessoas que bebem e dizem coisas que não teriam coragem de dizer se estivessem sóbrias: “in vino veritas”! Durante o processo de educação a linguagem corporal pode ser inibida, o que faz com que as pessoas fiquem dissociadas do que os outros emitem a partir de seu gestual, de seu olhar e também daquilo que estão passando para os outros. Saber expressar-se pela linguagem do corpo é muito importante para a concretização de nossos objetivos. Saber o significado de gestos e outros movimentos corporais é fundamental para descobrir o outro e compreendê-lo melhor. É comum prestarmos mais atenção às palavras e relegarmos os movimentos do corpo a um segundo plano. As pessoas se manifestam não somente pelo que dizem, mas principalmente pela maneira como as palavras são ditas, ou seja, nos gestos, na expressão do rosto, no jeito de falar, na entonação da voz. 31 Saiba que quando se fala, o que mais influencia a comunicação é a linguagem corporal que define a percepção das intenções do interlocutor. Neurolingüística Na linguagem da Programação Neurolinguística, as pistas não verbais são as “metamensagens”. O processo fundamental da comunicação envolve a transmissão das duas mensagens, as que levam o conteúdo e as metamensagens (mensagens em nível superior ao conteúdo). As metamensagens são fundamentais para a interpretação da mensagem. Há uma diferença entre aquilo que a pessoa “diz” e aquilo que ela quer ou pretende dizer. A mensagem recebida nem sempre é a mensagem transmitida. E, na realidade, o significado da comunicação é aquilo que a outra pessoa recebeu, independente da intenção do transmissor. Na comunicação perante a presença física de uma pessoa, as metamensagens são mais transmitidas não verbalmente. As pessoas estão constantemente transmitindo metamensagens, mesmo quando não estão falando. As diversas culturas têm metamensagens diferentes. Por exemplo, foram estudadas as interações entre as pessoas em pubs ingleses e bistrôs franceses. Os franceses se tocaram, em média, 110 vezes por hora e os ingleses, em média, três vezes por hora. Nos EUA o toque “tapinha nas costas” não é aceito como no Brasil, e esse gesto tem uma rejeição quase que imediata. Passo 2 / Exercício 20 min Faça um fechamento da aula abrindo um debate sobre a linguagem corporal, colocando exemplos para serem discutidos. Mímica é a atividade principal para a discussão: Pedir carona. Análise do que o indivíduo está vestindo. Fisionomias de agrado e desagrado. 32 Sexta Aula Nessa aula os jovens estudarão a importância de atitudes e posturas adequadas para poderem desempenhar da melhor maneira possível seu trabalho como profissional de vendas. Passo 1 / Aula teórica 30 min Atitudes e posturas • Comportamentais A seguir estão os movimentos corporais mais comuns. As características descritas são apenas indicações da personalidade de uma pessoa. Não são, de modo algum, definições irrefutáveis. • Arrogância/Humildade A essência da arrogância é a tentativa de se colocar acima dos outros. Assim, as pessoas arrogantes se preocupam excessivamente com aparência e nível social e procuram sempre se separar dos outros; as pessoas humildes, ao contrário, relacionam-se com outras pessoas normalmente, independente do nível social. As pessoas arrogantes são excessivamente competitivas; as humildes são mais compreensíveis e compassivas. Pessoas arrogantes geralmente são vaidosas, fazem gestos amplos e espalhafatosos, ficam mais distantes dos outros fisicamente, têm movimentos e posturas sexualmente sugestivos, adotam ares afetados. Pessoas mais amadurecidas geralmente sabem ouvir, têm uma aparência tranqüila, sabem rir de si mesmas, são gentis. • Timidez A timidez sempre é percebida, embora as pessoas que estão envergonhadas tentem disfarçá-la a todo custo. Muitas vezes é difícil identificar os sinais de timidez, pois se pode facilmente confundi-la com raiva, defesa ou nervosismo. É muito comum também confundirmos antipatia com timidez. 33 Sinais de timidez: rir nervosamente, balançar a cabeça, ficar ruborizado, evitar as pessoas, evitar entrar num ambiente cheio. • Medo O medo é uma das sensações básicas do ser humano. Pessoas diferentes respondem ao medo de formas diferentes. Numa mesma situação, uma pessoa pode ficar paralisada e outra pode gritar ou fugir (ataque ou fuga). Sinais de medo: segurar uma das mãos com a outra ou apertar fortemente um objeto, recuar, tremer, respiração pesada, taquicardia, sudorese, dar passos pequenos e hesitantes, olhar ao redor. Passo 2 / Fechamento da Atividade 10 min Faça um fechamento da atividade comentando o que foi realizado pelos jovens na atividade prática, relacionando com a neurolinguistica. Sétima Aula Nessa aula serão definidas as vendas no seu conceito de atendimento e realização de resultados, indicando responsabilidades e áreas de competência do vendedor e treinando atitudes e comportamentos positivos para a venda. 34 Passo 1 / Aula teórica 30 min Vendas efetivas Vendas é um conjunto de atividades que convergem para a apresentação de serviços ou produtos que estejam adequados às necessidades manifestadas pelo cliente e a sua posterior satisfação com o ato da compra. A venda não se encerra no ato de vender. É preciso planejamento anterior a qualquer tipo de abordagem de venda, com informações e dados que possibilitem um trânsito confortável até o fechamento da venda. É preciso verificar, periodicamente, o grau de satisfação do cliente e obter dele informações que possam subsidiar o atendimento nos serviços e nos mercados com o propósito de resolver os problemas gerados na transação. Deve-se lembrar de que a venda é uma atividade contínua na vida das pessoas. Elas estão sempre vendendo, seja a sua imagem, seja seu produto, suas vontades e desejos, e seus propósitos. É necessário que se esteja atento, administrando os clientes com objetivos e direcionamento de esforços. O ato de vender pressupõe a busca da identificação da necessidade, manifesta ou não, daquele que potencialmente pode consumir um bem ou serviço, com maior número de informações a respeito de cada situação de venda. Devem ser apresentados os valores e as vantagens do que se oferece e garantir a satisfação do cliente continuadamente, pois hoje em dia tudo importa e interfere na negociação: a marca, a tradição, a garantia, os serviços, a assistência técnica, a velocidade de atendimento, a entrega; tudo determinando preço e prazo. Por tudo isso ao vendedor não basta ser vendedor, tem de ser um consultor de vendas. A identificação de necessidades do cliente, a apresentação de benefícios dos seus produtos e a satisfação dessas necessidades com os produtos fazem na venda um circuito perfeito que tenderá a se repetir com facilidade e maior velocidade. Portanto, vendas é uma ação estratégica que tem objetivos sérios de fechar um negócio. 35 Vender é manter um cliente satisfeito para sempre!! Fig. 1 Passo 2 / Atividade 20 min Desenvolver o questionamento sobre o produto apresentado na verificação de valores externos ao produto propriamente dito. A partir daqui deve-se identificar cada detalhe, ou seja, se sua empresa possui ou não os atributos questionados. • Venda está diretamente ligada a ter ou não ter na loja ou no ponto-de-venda o produto a ser vendido, portanto é fundamental saber das disponibilidades de estoques e das promoções. • Valorização da venda se dá também com serviços adicionais, como a instalação do produto ou a entrega rápida ou personalizada. • Ter conhecimento do produto em todos os aspectos, tanto técnicos quanto às garantias e outras alternativas de bem servir o seu cliente. • Preocupação em disponibilizar produtos que auxiliem a instalação ou o bom funcionamento do que está sendo vendido. • Fornecedores de qualidade ganham espaço no mercado oferecendo produtos e serviços abrangentes que atendam a todas as necessidades do cliente. • Produtos de alta tecnologia exigem treinamento mais rigoroso na apresentação de benefícios e vantagens. 36 O fornecedor deve conhecer fortemente tudo sobre o produto. Vender atendimento sob a ótica de segurança e credibilidade, conhecendo e dando alternativas que convençam, agregando valor pelo “saber tudo” sobre o que se está vendendo. Oitava Aula Nessa aula os jovens aprenderão as fases do processo de venda na interação da entrevista e as necessidades principais de conhecimento do vendedor. Passo 1 / Aula teórica 40 min Ações para venda Fases do processo de venda na interação da entrevista e as necessidades principais de conhecimento do vendedor. Tem-se apenas o tempo da queima de um palito de fósforo para ganhar a atenção do cliente. Portanto, devese sempre causar uma boa impressão no primeiro momento e preparar-se com minúcias importantes para ter a tranqüilidade de uma conversa pró-ativa. Assim, é necessário: • fazer um pequeno roteiro de ação; • pensar nos pontos que o cliente pode contestar; • imaginar o cenário onde será a conversa; • manter a calma; • avaliar a postura; • cumprimentar com segurança e firmeza; • posicionar-se em condições favoráveis para poder executar a apresentação do material; • controlar os movimentos; • falar olhando nos olhos; • ouvir o cliente com interesse; • observar o ambiente e seus sinais; • evitar o “eu”, a impressão de uma opinião pode parecer muito pessoal; • atentar para a vestimenta (elegância); 37 • ser gentil, cortês e controlado; • ter garra/determinação/domínio. Garantir conhecimentos especiais nas seguintes áreas: • Conhecimento da empresa O orgulho do profissional bem-sucedido pela sua empresa é percebido pelo cliente. • Conhecimento de mercado ° Posição da empresa do cliente no segmento ° Participação e volume de venda ° Posição dos concorrentes ° Linhas futuras de produção/comercialização ° Tipo de consumidores ° Tipos de produtos/ mercados • Conhecimento do material de vendas ° Material de apoio ° Documentos de comprovação ° Folhetos / Literatura • Conhecimento do produto 38 ° Características ° Peculiaridades ° Histórico da empresa X produto ° Métodos de fabricação ° Tempo envolvido ° Embalagem ° Entrega X distribuição ° Preço ° Mídia, promoção e propaganda ° Participação de mercado Apresentação – A chave para o sucesso em vendas A apresentação é a base de qualquer entrevista de vendas, pois ela corresponde a 50% do processo, já que quando não se tem uma boa apresentação não se consegue ser ouvido e conseqüentemente não serão obtidos os outros 50% que restam para efetuar a venda. Além da aparência pessoal, o processo de apresentação começa sem rodeios e deve-se mostrar logo ao cliente os benefícios oferecidos por quem vende e pelo produto oferecido, ou seja, ir direto às informações mais importantes. Os primeiros segundos são essenciais para sua apresentação. Na maioria das vezes se programa fazer uma ótima apresentação, e aí a surpresa, lá vem o cliente com aquelas perguntas e intromissões fora de hora. “Bem que ele deveria esperar um pouco para que eu acabasse a brilhante apresentação que treinei a noite pássada em frente ao espelho”… mas sabe-se que não funciona assim. A única forma de ultrapassar tais barreiras é estar preparado, e isso só se consegue com muita informação. Você sabe qual a semelhança do médico, do analista e do executivo de vendas? Todos necessitam estar se reciclando, pois o médico que termina a faculdade e não continua buscando novos métodos e drogas mais poderosas para conter e erradicar as doenças está fora do mercado, e os executivos de vendas, da mesma forma, têm a obrigação de conhecer as tendências do mercado, novas técnicas de persuadir o cliente, enfim, buscar a automotivação diária. Deve-se entender que o método que resultou em sucesso ontem é o mesmo que gera o fracasso hoje. Vale ressaltar mais dois itens importantíssimos no processo de apresentação. O primeiro é levar em consideração que o horário da manhã é o melhor para se fechar negócios, porque a mente do vendedor e a do cliente estão mais tranqüilas, gerando facilidade para absorver informações. O segundo item é que quando se apresentam imagens ao cliente, a sua atenção irá se fixar mais 39 na pessoa que as apresenta independente do canal de percepção que impere nele, sendo ele visual ou não. Passo 2 / Atividade 10 min Como fechamento da aula, abra uma discussão ou debate sobre o processo de encantar o cliente. Nona Aula Nessa aula os jovens compreenderão o que leva uma pessoa a comprar algum produto mesmo sem ter a necessidade de adquiri-lo. Passo 1 / Aula teórica 30 min Impulsos de consumo “Por que as pessoas compram” Nas relações comerciais a comunicação se estabelece em grande parte entre pessoas que não se conhecem inteiramente. É preciso entender que as pessoas interagem levando em conta alguns conceitos que são definidos por uma série de fatores: • Status reconhecido. Seja quem for, tem sempre um conjunto de valores e características de personalidade que nas suas relações humanas quer que sejam reconhecidos e respeitados. • Valorização de opiniões e idéias. Todos acham ser importante sua contribuição pessoal para com o mundo. Todos gostam de apoio às próprias idéias. E gostam de sentir-se valorizados na opinião dos demais. Todo mundo cria um cenário que representa suas vidas, seus gostos, suas preferências. O mundo está cercado de sinalizações próprias que identificam cada ser humano de maneira pessoal. Seja pelo perfume que usam, pela 40 roupa que vestem, a forma pela qual falam as comidas que mais querem, onde moram, seus móveis, seu carro, etc. Tudo isso, e muito mais, faz parte da personalidade do homem, e essas pequenas diferenças que há em relação aos outros é que fazem com que cada ser humano seja um indivíduo. Para o vendedor, a observação cuidadosa de dois itens, relações humanas e contexto social em que se vive, podem dar pistas certas para a condução de suas vendas, atingindo com precisão o alvo principal que é o impulsor de consumo de cada indivíduo. Impulsor de consumo é a tradução dos anseios e necessidades de cada um. É o desejo de atingir-se o algo mais, o melhor de vida. É o como buscar a satisfação das necessidades de cada um. Passo 2 / Atividade 20 min Mas como descobrir o impulsor de consumo de cada um? Por meio da observação e estudo dos sinais. Basta responder à seguinte pergunta. Por que as pessoas compram ou aceitam idéias? Educador, para essa atividade abra um debate ou discussão sobre as questões propostas ou peça para que cada jovem responda às perguntas como se fosse um consumidor. Depois faça um fechamento sobre o que foi respondido pelos jovens e finalize com a argumentação sobre o item A lógica, a seguir. A lógica A princípio, a lógica é tudo aquilo que é bem aceito pela maioria das pessoas. É o que não traz polêmica nem conflito; algo de consenso. Portanto, aplicar a lógica nada mais é do que estar em harmonia com o social. 41 Para o vendedor, a lógica é mais uma ferramenta para descobrir seus caminhos de argumentação junto ao mercado potencial. O mais interessante da lógica é a decorrência dos sinais visíveis para o elemento não visível. É descobrir pelas pistas o que vem depois. Usando a lógica isso é possível, pois se conhece parte e essa parte é o consenso de um todo; com a lógica descubro o meio e o final. É lógico, não é ? Décima Aula Nessa aula os jovens irão estudar como garantir a vinculação de dois conceitos no “modelo de pensamento do vendedor”: A lógica e a observação inteligente. 42 Passo 1 / Aula teórica 20 min As pessoas compram ou aceitam idéias por necessidades Utilizando-se da lógica, descobre-se o impulsor de consumo do cliente. Na observação dos sinais que cada cliente apresenta usando a lógica percebe-se o motivo que o faz comprar. Por exemplo, a sala de um comprador onde tudo é moderno, limpo e organizado. Provavelmente o impulsor de consumo dele será: status / qualidade / modernidade. Uma sala de difícil acesso, com seguranças na porta, crachás, etc. sinaliza como impulsor de consumo: segurança / economia. Assim, pode-se desenvolver uma argumentação que seja alinhada com a lógica do cliente, e então explorar a necessidade que ele possa ter, segundo o cenário lógico apresentado, ou seja, abordar o cliente com a apresentação de benefícios que o produto ou serviço tenham que possam satisfazer à necessidade dele segundo a lógica do impulsor de consumo. Se ele apresenta necessidade de status e qualidade, deve-se satisfazê-lo com argumentos que comprovem a atuação de seu produto junto às classes sociais mais elevadas da sociedade, realçando detalhes de produção e acabamento. 43 Se ele apresenta um cenário de camaradagem e simpatia, deve-se assegurando a certeza de confiança de bom serviço como uma boa amizade merece. Como definir o conjunto de impulsores de consumo de cada cliente ou comprador? • Análise do cenário físico. (instalações) • Informes com subordinados. (secretária/recepcionista) • Informações de outros vendedores. (sala de espera) • Informações com outros concorrentes dele. • Informações bancárias. • Cadastro. • Publicações do segmento. • Uso da lógica segundo a avaliação dos aspectos principais do que o cliente está buscando. A argumentação de venda deve basear-se em: de que maneira o cliente “compra” e qual o objetivo que ele quer alcançar com o resultado da compra. Observando a lógica num cenário apresentado e com uso de relações humanas em bom nível, pode-se montar um perfeito conjunto de argumentos para compra. Para cada cliente, um conjunto de sinais que o cercam revelará o como ele pode vir a comprar. Quais são as suas preferências, quais são seus hábitos e desejos. Sabido isso, é só conduzir a argumentação baseada no que mais agrade ao cliente, reforçando os pontos que seu produto ou serviço possam satisfazer às necessidades identificadas. Passo 2 / Aplicação 10 min Faça um fechamento com os jovens sobre a atividade realizada na aula e sobre o item como definir o conjunto de impulsores de consumo de cada cliente ou comprador. 44 Décima Primeira Aula Nessa aula os jovens estudarão as técnicas de vendas baseadas na identificação de necessidades e negociação considerando o perfil do cliente, orientando atitudes e comportamentos perante a entrevista de venda. Passo 1 / Aula teórica 40 min Necessidades Conceito Falta de algo útil ou problema não resolvido. O cliente tem necessidades, o produto tem características. A venda consiste em apresentar os benefícios proporcionados pelas características do produto que resolvam ou atendam às necessidades do cliente. O cliente compra solução para seu problema. O mais importante é lembrar que não se compra nada sem necessidade. Ao vendedor, é importante descobrir o porquê se compra. Qual necessidade deve ser satisfeita. Isso só se faz com a habilidade de um bom diálogo, com perguntas inteligentes e absolutamente interessadas. Nunca com um interrogatório frio e focado no “eu quero vender”. • Venda pela identificação de necessidades É preciso perguntar com critério ao cliente com o propósito de identificar essas necessidades. O conceito de saber ouvir dará ao vendedor material para argumentar solidamente e possibilitará haver uma conversa consistente sobre um assunto ou problema a ser resolvido. • Características X Benefícios A apresentação do produto ou serviço deve ser baseada no aspecto de tornar atraente o que está sendo oferecido no conceito de benefício e vantagem, e não no sentido de características técnicas. Muitas vezes o cliente não compreende dados e especificações próprios de fabricação, assim como não tem a vivência empresarial do vendedor. 45 • Solução de problemas O vendedor deve ser um solucionador de problemas, um prestador de serviços. Não deve satisfazer a seus interesses de venda, servindo-se do cliente para garantir sua remuneração. • Satisfação de necessidades O cliente só se considera satisfeito quando seu problema é resolvido. A compra em si não é razão de garantia da satisfação, mas sim a solução, o convencimento de que aquilo resolverá sua necessidade. • Oportunidade de venda Quando se estabelece uma harmonia entre vendedor e comprador naturalmente. Caso seja diferente, a ação não será venda e sim compra, ou seja, a ação não será do vendedor e sim do comprador. • Identificar a ligação possível entre o que o cliente quer e como o produto o satisfaz É a tarefa mais importante do vendedor: Ter a habilidade de oferecer com benefícios e vantagens, transformando detalhes técnicos em argumentos bem aceitos pelo cliente. • Construção de um caminho/colecionando “sims” A direção da conversa/entrevista deverá ser monitorada de forma que se obtenha a concordância do cliente em cada etapa a fim de se assegurar um prosseguimento focado nos objetivos do vendedor com a aceitação do comprador. • A cada necessidade pressuposta, uma solução apresentada. O vendedor deverá estar preparado para solucionar todas as dúvidas e necessidades apresentadas a cada momento da entrevista. 46 • Despertar a necessidade no cliente. Ter habilidade de desenvolver no cliente desejos e interesses por produtos ou serviços que possam atender às necessidades manifestadas. Passo 2 / Atividade 10 min Faça um fechamento com os jovens sobre os conceitos estudados na aula, promova uma discussão ou um debate sobre o que foi estudado na aula. Décima Segunda Aula Nessa aula os jovens estudarão como se faz uma negociação e o fechamento de uma venda. Passo 1 / Aula teórica 50 min Negociação e fechamento Não é guerra, não deve ter perdedor ou vencido. E sim a colaboração para solução de problemas. Fundamentos • Respeite o outro sempre. • Use a consideração positiva. • Considere cada situação (tempo, lugar, momento, pessoas) acima das normas e procedimentos. • Seja firme e autêntico nos seus contatos pessoa a pessoa. Entusiasmo e sinceridade são importantes. • Comece logo, para dar tempo para que o consenso se desenvolva. • Seja caloroso, cuidadoso e positivo em relação às necessidades dos outros. • Pratique a empatia profunda. 47 • Evite desprezar dados. • Lembre-se de que as pessoas normalmente preferem a cooperação ao conflito. Educador, passe as orientações a seguir com bastante ênfase , exemplificando cada uma delas. Orientação • Adote postura positiva de ser a favor das coisas. Observe a seqüência: o Primeiro as mensagens positivas, depois as negativas ou desagradáveis. o Primeiro os prós (para o outro lado), depois os contras. o Primeiro os tópicos de acordo fácil, depois os mais controversos. Construção da confiança • Procure conhecer dados importantes sobre a pessoa com quem você irá negociar antes de entrar em contato com ela. • Mostre interesse genuíno pela pessoa e pelas necessidades dela antes de falar de seus próprios interesses. • Adote como regra básica: falar menos e ouvir mais. • Use paráfrases (repetir com suas próprias palavras o que o outro disse). • Encoraje com sinais verbais e não verbais o outro a falar. • Não tire conclusões apressadas. • Insista quando não entender. • Pense antes de falar. • Organize seus pensamentos antes de tentar persuadir o outro, mas esteja preparado para mudá-los se a situação demandar. • Trate os assuntos “pesados” com suavidade e os assuntos “leves” com profundidade. 48 • Seja paciente e tolerante. Esteja disposto até a “engolir sapos” se isso for necessário para um acordo excepcional. Educador, passe as orientações a seguir com bastante ênfase, exemplificando cada uma delas. Erros a evitar em negociação 1. Ser apressado, querer acordo rápido. 2. Superestimar sua capacidade de “fazer cálculos de cabeça” (os números enganam muito). 3. Dizer “tenho certeza” em coisas das quais não se está seguro. 4. Falar demais. 5. Começar negociações com comentário negativo/descortês. 6. Negociar com “assessores” incapazes/fracos ao seu lado. “Antes só do que mal acompanhado”. 7. Misturar suposições com fatos: “Acho que...”. 8. Achar que a outra parte conhece seus pontos fracos. 9. Ficar intimidado por “status”. 10. Deixar burrice e chatice atrapalharem sua atitude de “fazer o melhor”. 11. Revelar ao outro o problema que terá, se der impasse. 12. Aceitar da outra parte coisas do tipo “isso é inegociável”, “é princípio da companhia...”. 13. Fazer concessões sem saber todas as necessidades. 14. Acreditar que concessão dada tem de ser mantida até o fim. 15. Achar que se a outra parte deu, você também deverá dar para ser justo. 49 Décima Terceira Aula Nessa aula os jovens conhecerão a definição de consumidor, produto, serviço e fornecedor, o que é o Código do Consumidor e quais seus direitos básicos. 50 Passo 1 / Aula teórica 40 min Definição de consumidor Segundo o dicionário Houaiss, consumidor significa o que consome ou aquele que adquire mercadorias, riquezas e serviços para uso próprio ou de sua família; comprador, freguês, cliente. Destinatário Aquele a quem se envia algo. Preceito Aquilo que se recomenda praticar; regra, norma Por definição, consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final, onde: • Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. • Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração. • Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Um exemplo com a aplicação desses conceitos: Imagine que um consumidor tenha se deslocado até uma loja de materiais de construção para comprar uma caixad’água. Neste caso, tem-se um bem móvel (a caixa) que será entregue em sua residência. Para instalar esse produto ele vai precisar contratar os serviços de um profissional qualificado, ou, se tiver habilidade, ele mesmo poderá executar o serviço. O Código Civil estabelece que os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam a sua qualidade de móveis. Materiais provenientes de demolição também readquirem essa qualidade. Então, seguindo este preceito e aplicando-o no exemplo acima, a caixa-d’água, após a instalação, adquire a qualidade de um bem material imóvel. Nesse exemplo, que, aliás, é bem simples, está a aplicação do conceito de produto e serviço. Agora, o que irá realmente amparar o consumidor na compra de um produto com defeito ou de um serviço mal executado? Entra em cena o já comentado Código de Defesa do Consumidor (CDC) que estabelece as normas de proteção e defesa dos consumidores. 51 Em março de 1991 entrou em vigor a Lei nº. 8.078/90, mais conhecida por - O Código de Defesa do Consumidor. Direitos básicos do consumidor Os direitos básicos do consumidor, conforme estabelece o próprio Código de Defesa do Consumidor, são: 1 – Proteção da vida e da saúde Antes de comprar um produto ou utilizar um serviço o consumidor deve ser avisado, pelo fornecedor, dos possíveis riscos que podem oferecer à sua saúde ou segurança. 2 – Educação para o consumo O consumidor tem o direito de receber orientação sobre o consumo adequado e correto dos produtos e serviços. 3 – Liberdade de escolha de produtos e serviços O consumidor tem todo o direito de escolher o produto ou serviço que achar melhor. 4 – Informação Todo produto deve trazer informações claras sobre sua quantidade, peso, composição, preço, riscos que apresenta e sobre o modo de utilizá-lo. Antes de contratar um serviço o consumidor tem direito a todas as informações de que necessitar. 5 – Proteção contra publicidade enganosa e abusiva O consumidor tem o direito de exigir que tudo o que for anunciado seja cumprido. Se o que foi prometido no anúncio não for cumprido, o consumidor tem direito de cancelar o contrato e receber a devolução da quantia que havia pagado. A publicidade enganosa e a abusiva são proibidas pelo Código de Defesa do Consumidor. São consideradas crime (art. 67, CDC). 6 – Proteção contratual Quando duas ou mais pessoas assinam um acordo ou um formulário com cláusulas pré-redigidas por uma delas, concluem um contrato, assumindo obrigações. O Código protege o consumidor quando as cláusulas do contrato não forem cumpridas ou quando forem prejudiciais ao consumidor. Neste caso, as cláusulas podem ser anuladas ou modificadas por um juiz. 52 O contrato não obriga o consumidor caso este não tome conhecimento do que nele está escrito. 7 – Indenização Indenizado Significa ressarcido, compensado, recompensado, remunerado. Quando for prejudicado, o consumidor tem o direito de ser indenizado por quem lhe vendeu o produto ou lhe prestou o serviço, inclusive por danos morais. 8 – Acesso à Justiça Violado Significa desrespeitar lei, contrato, norma, promessa, etc. com seu descumprimento, não-aplicação, ou aplicação incorreta; infringir, transgredir. O consumidor que tiver os seus direitos violados pode recorrer à Justiça e pedir ao juiz que determine ao fornecedor que eles sejam respeitados. 9 – Facilitação da defesa dos seus direitos Ônus Significa obrigação, encargo ou dever que pesa sobre algo ou alguém que está obrigado a respeitá-lo ou a cumpri-lo. O Código de Defesa do Consumidor facilitou a defesa dos direitos do consumidor, permitindo até mesmo que, em certos casos, seja invertido o ônus de provar os fatos. 10 – Qualidade dos serviços públicos Existem normas no Código de Defesa do Consumidor que asseguram a prestação de serviços públicos de qualidade, assim como o bom atendimento do consumidor pelos órgãos públicos ou empresas concessionárias desses serviços. Educador, no final do caderno há um anexo com a Cartilha do consumidor, que também está disponível no site: http://www.consumidorbrasil.com.br/consumidorb rasil/textos/dicasconsumo/cartilha.htm#Direitos. O Código completo pode ser encontrado no site: http://www.mj.gov.br/DPDC/servicos/legislacao/pdf/cdc.pdf 53 Décima Quarta Aula Nessa aula os jovens aprenderão quando e como poderão usar o Código de Defesa do Consumidor e como ler e interpretar um termo de garantia seja de produto ou serviço. Passo 1 / Aula teórica 40 min Como e quando usar o Código de Defesa do Consumidor O consumidor pode se valer da aplicação do Código de Defesa do Consumidor sempre que um dos seus direitos básicos citados na aula anterior não for respeitado. O consumidor não precisa de advogado para que seus direitos sejam respeitados ou cumpridos, basta ele ir até o estabelecimento onde adquiriu o produto e/ ou serviço e mostrar que alguma cláusula ou item do termo de garantia ou contrato não foi cumprido pelo estabelecimento. Caso ele não seja atendido devidamente pelo estabelecimento, ou queira primeiro conhecer seus direitos, pode ir a algum órgão de Defesa do Consumidor de sua cidade ou na cidade mais próxima, que possua esse serviço. A política nacional de proteção ao consumidor é coordenada pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), da Secretaria de Direito Econômico, do Ministério da Justiça. Os órgãos que fazem parte do SNDC são: • os Procons (Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor) e similares nos Estados e Municípios; • a Vigilância Sanitária e Agropecuária; • o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade - INMETRO, e os Institutos de Pesos e Medidas - IPEM; • os Juizados Especiais, além da Justiça comum; • as Promotorias de Justiça, órgãos do Ministério Público; • as Delegacias de Polícia especializadas; • as entidades civis de defesa do consumidor; 54 • a Embratur (portal brasileiro do turismo) vinculada ao Ministério do Turismo; • a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. Órgão do governo brasileiro responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguros. Como ler um termo de garantia No Código de Defesa do Consumidor existem dois tipos de garantia: a legal e a contratual. A garantia legal não depende do contrato que foi feito, pois já está prevista na lei (artigos 26 e 27, CDC). A garantia contratual completa a legal e é dada pelo próprio fornecedor. Chama-se termo de garantia (artigo 50, CDC). O termo de garantia deve explicar: • o que está garantido; • qual é o seu prazo; • qual o lugar em que ele deve ser exigido. O termo de garantia deve ser acompanhado de um manual de instrução ilustrado, em português, e de fácil entendimento. Não entregar termo de garantia devidamente preenchido é crime (artigo 74, CDC). Educador, a seguir os artigos 26 e 27 do código de defesa do consumidor, que se referem à garantia legal para ser explicado aos jovens. Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos não duráveis; II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos duráveis. § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. § 2° Obstam a decadência: I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca; II - (Vetado). III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. § 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. 55 Educador, a seguir o artigo 50 do código de defesa do consumidor, que se refere a termo de garantia para ser explicado aos jovens. Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada, em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações. Educador, a seguir o artigo 74 do Código de Defesa do Consumidor, que se refere a não entregar o termo de garantia preenchido, para ser explicado aos jovens, Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo; Pena - Detenção de um a seis meses ou multa. Décima Quinta Aula Nessa aula será realizada avaliação referente aos conteúdos abordados anteriormente. 56 57 PROJETO ESCOLA FORMARE CURSO: ......................................................................................................................... ÁREA DO CONHECIMENTO: Técnicas de Atendimento, Promoção e Negociação Nome ........................................................................................ Data: ......./......./ ....... Avaliação Teórica 1 O que é “feedbak” na comunicação? ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. 2 O que são características técnicas do produto? ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. 3 O que são benefícios e vantagens? ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. 58 4 O que é Negociação? ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. 5 O que é Lógica? .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... .......................................................................................................................................... 59 60 Glossário Byte(B) Os computadores "entendem" impulsos elétricos, positivos ou negativos, que são representados por 1 e 0, respectivamente. A cada impulso elétrico, damos o nome de Bit (BInary digiT). Um conjunto de 8 bits reunidos como uma única unidade forma um Byte. O Byte também é usado para especificar o tamanho ou quantidade da memória ou da capacidade dearmazenamento de um computador, independentemente do tipo de dados lá armazenados Capitalista O detentor dos meios de produção. Proprietário do empreendimento. A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, causada pela a implantação do capitalismo, inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e acúmulo de capital. Cyber café (ou Ciber café) é um local que, podendo funcionar também como bar ou lanchonete, oferece a seus clientes acesso à internet, mediante o pagamento de uma taxa, usualmente cobrada por hora. Empreendedor Pessoa que buscam oportunidades para gerar riqueza, dispostas a correr riscos motivados pela criatividade e inovação. São agentes de mudança e motores do desenvolvimento econômico. Lan house O conceito de lan house foi inicialmente introduzido e difundido na Coréia em 1996 (1998 no Brasil). Utilizando a moderna tecnologia como meio, a LAN house iniciou uma revolução nas opções de entretenimento, permitindo a interação entre dezenas de jogadores através de uma rede local de computadores. Mortalidade das empresas Termo usado para designar o percentual de empresas que encerraram as suas atividades SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 61 62 Referências ARNOLD, J. R. Tony – Administração de Materiais Uma Introdução, 1ª. Edição 1999, SP, Ed. Atlas SA BALLOU, Ronald H – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, 5ª. Edição 2003, RS, Ed. Bookman BISSOLI, Paulo Ruggero Luiz – Apostila IBTA - ESTOQUE - 2 EST 1T 1 CAIXETA, José Vicente; MARTINS, Ricardo Silveira (Organizadores) – Gestão logística do transporte de cargas, São Paulo, Atlas, 2001. DOLABELA, F. O segredo de Luisa. São Paulo. Editora Cultura, 2002 DORNELAS, J.C.A. Empreendedorismo – Transformando Idéias em Negócios. Rio de Janeiro. Elsevier, 2001 -12ª reimpressão FEIGENBAUM, Armand Vallin – “Controle da Qualidade Total”, Volume I, São Paulo (1994), Makron Books FEIGENBAUM, Armand Vallin – “Controle da Qualidade Total”, Volume III, São Paulo (1994), Makron Books GONÇALVES, Paulo Sérgio; SCHWENBER, Enrique – Administração de Estoques, 1ª. Edição 1979, RJ, Ed. Interciência Ltda. KOTLER, P. Administração de Marketing. São Paulo. Atlas:1996 KUME, H – “Métodos Estatísticos para Melhoria da Qualidade”, Rio de Janeiro, Editora Gente, (1993). MARK, M. Davis; AQUILANO, Nicholas J.; CHASE, Richard B. – Fundamentos da Administração de Produção, 3ª. Edição 2001, RS, Ed. Bookman MOREIRA, Daniel A. – Administração da Produção e Operações, 1ª. Edição 1993, SP, Ed. Pioneira SALIM, Cesar S. Construindo Plano de Negócios. 2ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003 SLACK, Nigel; SHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert – Administração de Produção, 2ª. Edição 2002, SP, Ed. Atlas SA “Statistical Process Control (SPC) - Reference Manual”, Chrysler Corporation, Ford Motor Company and General Motors Corporation (1995). TELES, Wanderley – Apostila IBTA - MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS - 2 MAM 1T 1 VALLIUM FILHO, Arnaldo R.A. – Apostila IBTA – CUSTOS - 2 CTS 2T 1 Sites para consulta http://www.sebrae.com.br/br/home/index.asp http://www.sebraesp.com.br http://www.endeavor.org.br/ http://www.planodenegocios.com.br/home.asp 63 http://www.dolabela.com.br/ http://www.geranegocio.com.br/ 64