RECORTES DO COTIDIANO: O OLHAR DOS EDUCADORES SOBRE SUA
PRÁTICA PEDAGÓGICA.
*Acadêmicas
**Professora Orientadora
Resumo
Este artigo resulta de uma pesquisa de campo, e tem como objetivo identificar, por
amostragem, as percepções de diferentes profissionais da educação que atuam no ensino
fundamental e médio da educação básica, em diferentes redes de ensino. Para tal utilizou-se
como metodologia a pesquisa etnográfica que consiste na observação direta pelo
pesquisador, permitindo assim, reconstruir os processos e as relações que configuram a
experiência escolar diária. Foram encontradas cinco categorias de pesquisa assim
organizadas: a primeira categoria de pesquisa aborda a formação e a área de atuação de
professores da educação básica, a segunda categoria de pesquisa diz respeito ao tempo de
atuação dos professores no magistério e escola que atualmente lecionam, a terceira
categoria aborda a prática dos conteúdos desenvolvidos nos cursos de capacitação, a quarta
categoria da pesquisa aborda a metodologia de ensino, a na quinta categoria de pesquisa
aborda a relação entre professores e alunos.
Palavras-chave:
relacionamento,
professor,
aluno,
conhecimento,
capacitação,
contextualização, atuação.
Introdução
Tendo em vista a pluralidade do cotidiano escolar e as diversas nuances deste cenário,
procuramos identificar, dentro de um grupo de amostragem, as percepções que cada
profissional tem de sua prática, do seu cotidiano e da imagem que tem de seus alunos. Esta
investigação nos leva a um caminho que percorre tendências abordagens, conceitos e préconceitos deste universo, em que todos nós, ou grande maioria, foi, é ou será um agente de
interação.
*Aline Moreira Peres, Ana Paula Alencastro, Arilda Loskar Dias, Bibiana Ness dos Santos, Carina Cardoso
da Silva, Edna Sasso Viegas, Elisane Silva, Graziele Corrêa, Juliana Pires, Lediane Santos, Márcia Benites,
Maria Helena Pires, Nádia Pereira, Patrícia Grehs, Sheila Debom.
** Líbia Maria Serpa Aquino.Pedagoga. Professora Mestre em Educação pela Faced/UFRGS.Docente na
Disciplina de Metodologia do Ensino das Ciências Sociais e Humanas.
Na pesquisa desenvolvida utilizou-se como metodologia a pesquisa etnográfica que
consiste na observação direta pelo pesquisador. Permitindo assim, reconstruir os processos
e as relações que configuram a experiência escolar diária. Segundo Marli E. D. A. de André
Através das técnicas etnográficas de observação participante e de entrevistas
intensivas é possível documentar o não documentado, isto é, desvelar os
encontros e desencontros, prática escolar, descrevendo ações e representações de
seus atores sociais, reconstruir a sua linguagem, suas formas de comunicação e os
significados que são criados e recriados no cotidiano de seu fazer pedagógico.
(ANDRÉ, apud OLIVEIRA, 1993 p. 110).
Como instrumento de pesquisa utilizou-se a observação e a entrevista. Através delas
se tem um contato direto, formal ou informal, com os diretores, professores e com o pessoal
técnico administrativo.
As entrevistas foram realizadas em quatorze escolas, sendo que duas APAEs, sete
escolas da rede estadual de ensino e quatro da rede municipal, e uma escola privada, sendo
que vinte e nove professores participaram.
A primeira categoria de pesquisa aborda a formação e a área de atuação de
professores da educação básica, sendo que dos vinte e nove entrevistados, cinco têm o
segundo grau em magistério e destes, dois atuam nas séries iniciais e três na Educação
Infantil; um tem magistério e capacitação para trabalhar com deficientes mentais e atua na
Educação Especial e na EJA; um tem magistério e Licenciatura em Matemática e Ciências
e especialização em gestão escolar, lecionando Matemática e Ciências nas séries finais; um
formado em Letras atuando nas séries iniciais, numa segunda série e numa quarta série
(nesta com Língua Portuguesa e literatura Infantil); um formado em Letras e atuando nas
séries finais com Língua Portuguesa e Literatura Brasileira; um formado em Letras com
Pós-Graduação em língua Portuguesa e Literatura atuando nas séries finais com Literatura;
um com Licenciatura em Matemática e Ciências atuando no Ensino Médio com Matemática
e nas séries finais do ensino Fundamental; um com Licenciatura em Ciências, Licenciatura
Plena em Química, Pós-Graduação em Química, Mestrado em Ciências e Matemática,
capacitação em Química Industrial, lecionando Química no Ensino Médio; um profissional
na área da Educação Física, atuando nesta área, com um projeto social com crianças de sete
a quatorze anos; dois formados em Pedagogia: Magistério da Educação Infantil e dos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental, trabalhando com turmas de Educação Infantil; um com
formação em Pedagogia em Orientação Educacional e especialização em Psicopedagogia,
atuando na Orientação Educacional de uma escola de Ensino Fundamental; um formado em
Pedagogia: Magistério, Supervisão e Gestão Educacional, na vice-direção de uma escola de
Ensino Fundamental; três com formação em Pedagogia: Magistério, Supervisão e Gestão
Educacional atuando na Supervisão Escolar; um com Pedagogia: Magistério da Educação
Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, lecionando Língua Portuguesa e
Educação Artística nas séries finais; um formado em Pedagogia: Magistério da Educação
Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental atuando na Educação Infantil e séries
iniciais; um com formação em Pedagogia: Magistério da Educação Infantil e dos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental e Psicopedagogia, trabalhando com uma segunda série e na
APAE; um formado em Pedagogia: Magistério da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do
Ensino Fundamental e Teologia, lecionando numa primeira série e atuando na Supervisão
das séries iniciais, na SME do município de Guaíba; um com formação em Pedagogia:
Magistério da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental atuando nas
séries iniciais; um formado em Pedagogia: Magistério, Supervisão e Gestão Educacional
lecionando numa terceira série das séries iniciais; um com formação em Pedagogia:
Magistério da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental atuando na
Educação Especial; um com Pós-graduação em Enfermagem e atuando com Pedagogia no
SENAC, na área de aprendizagem comercial.
A segunda categoria de pesquisa diz respeito ao tempo de atuação dos professores no
magistério e na escola que atualmente lecionam. Foram entrevistadas vinte e oito pessoas.
Com relação ao tempo de atuação no magistério, duas pessoas atuam a dois anos e outras
três atuam a três anos. Notadamente outras nove pessoas atuam a diferentes tempos a saber:
quatro anos, cinco anos, seis anos, dez anos, onze anos, treze anos, dezesseis anos,
dezenove e vinte e dois anos. Duas pessoas atuam a doze anos, duas pessoas atuam a
dezessete anos e outras três atuam a dezoito anos. Três pessoas atuam a vinte anos, duas
pessoas atuam a vinte e três anos e por fim três pessoas atuam a vinte e cinco anos.
Com relação ao tempo de atuação na escola hoje, sete pessoas atuam há diferentes
tempos a saber: um mês, dois meses, um ano, seis anos, sete anos, treze anos e dezesseis
anos. Duas pessoas atuam a doze anos, outras duas atuam a dois anos e outras a cinco anos.
Duas pessoas atuam há dez anos, duas pessoas atuam há onze anos, duas pessoas atuam há
quinze anos e outras duas atuam há vinte e um anos. Três pessoas atuam a oito anos e por
fim quatro pessoas atuam há três anos. Uma pessoa trabalhou durante dezoito anos e hoje
atua na área administrativa.
A terceira categoria aborda a prática dos conteúdos desenvolvidos nos cursos de
capacitação, onde a pergunta ‘ você consegue por em prática os conhecimentos adquiridos
em oficinas ou cursos de capacitação?’, fez parte de um questionário elaborado para
entrevistas efetuadas com profissionais da educação. Constatando que, de 29 educadores
entrevistados, 18 afirmam conseguir pôr em prática os conhecimentos adquiridos nas
oficinas. Já três deles, disseram que só conseguem algumas vezes, duas disseram que nem
sempre, outras duas dentro do possível e uma sempre que possível . E completando os
vinte e nove, apenas um educador assumiu não praticar os conhecimentos adquiridos em
cursos de capacitação.
Cinco das dezoito professoras que responderam sim, afirmaram que praticam o que
aprendem nos cursos de capacitação, contextualizando os conteúdos com a realidade em
que se trabalha e dos alunos. Duas das cinco, reconhecem as dificuldades que existem, mas
conseguem superá-las a partir do momento em que contextualizam a nova proposta ou
metodologia com a realidade. Isso demonstra que estas professoras não se acomodaram em
seu ofício e ainda o exercem com responsabilidade procurando se atualizarem não apenas
com o intuito de acrescentarem mais “pontos” ou títulos ao seu currículo, mas
principalmente com o comprometimento de contribuir de forma positiva para a educação e
consciência da sua função como educador.
Neste grupo de entrevistados, percebemos que existe um certo desinteresse em
desenvolver um trabalho diferenciado com os alunos, talvez não acreditem num novo
conceito de ensino/aprendizagem, pois nas dificuldades que se deparam - como a falta de
apoio da escola, de recurso financeiro e resistência dos alunos – encontram uma barreira
para estas práticas. “Quais são nossas intenções educacionais? O que pretendemos que
nossos alunos consigam?” (ZABALA, pág. 27)
A quarta categoria da pesquisa aborda a metodologia de ensino. A questão
apresentada foi:
- Na sua prática diária, qual a metodologia que considera mais viável e qual a que você
utiliza?
Considerando as entrevistas, observamos que a maioria das entrevistadas não
souberam/entenderam a pergunta, constantemente desviando a resposta, sem coerência com
a questão proposta.
Na verificação das vinte e nove respostas, observamos que sete profissionais
trabalham com Projetos, oito com Método Tradicional, quatro com Construtivismo e as
nove restantes não souberam expor sua metodologia, além de uma professora utilizar-se do
Método Etnográfico.
Inicialmente analisamos as questões referentes a nove entrevistadas, as quais
revelam não utilizar uma metodologia específica e sim trabalham utilizando o diálogo, a
intervenção professor-aluno, respeito à realidade e experiências individuais, realização de
atividades que despertem o interesse do educando para uma melhor aprendizagem.
Portanto, é possível observar que há um relativo número de profissionais
“ecléticas”, que utilizam uma miscelânea de práticas em nome do método.
Sete das entrevistadas utilizam a Metodologia de Projetos. Acreditamos neste
método, pois através dele o aluno se torna participante direto e ativo na construção,
desenvolvimento e elaboração do conhecimento, facilitando o interesse pela aprendizagem.
Sabe-se que a Pedagogia de Projetos não é uma coisa nova, ela data do Séc. XVIII.
Não identificamos nas entrevistas qual a tendência pedagógica e a respectiva abordagem de
ensino utilizada pelas profissionais entrevistadas.
Oito entrevistadas utilizam o Método Tradicional. Devido à grande acomodação da
maioria dos profissionais de ensino, não há preocupação em inovar seus métodos para
despertar nos alunos o interesse pela aprendizagem. Por isso acreditamos não ser este o
método mais adequado para contribuir com a formação de cidadãos críticos e construtores
ativos de uma nova realidade e capazes de formar suas próprias opiniões.
Durkheim sugeria que a ação educativa funcionasse de forma normativa. A criança
estaria pronta para assimilar conhecimentos e o professor bem preparado, dominando as
circunstâncias. “A criança deve exercitar-se a reconhecer a curiosidade na palavra do
educador e a submeter-se a seu ascendente.”
Quatro entrevistadas utilizam a proposta Construtivista. É difícil acreditar que esses
profissionais trabalhem somente o Construtivismo, pois as escolas pesquisadas não revelam
ser espaços construtivistas. Acreditamos que haja uma confusão entre uma sala de aula
onde as crianças em determinados momentos podem criar e uma sala de aula onde há
criação e construção do conhecimento em todos os momentos.Para Coll e Solé (1997), a
concepção construtivista não é uma teoria, mas um referencial explicativo que, partindo da
consideração social e socializadora da educação escolar, integra contribuições diversas cujo
denominador comum é constituído por um acordo em torno dos princípios construtivistas.
Apenas uma entrevistada aborda o Método Etnográfico, provavelmente a educadora
em questão nem saiba que se utiliza deste método. Nesta Metodologia, a pesquisa se
caracteriza pelo contato direto do pesquisador com a situação pesquisada através da
observação, permitindo reconstruir os processos e as relações que configuram a experiência
escolar diária (Marli de André, 1991).
A quinta categoria de pesquisa aborda a relação entre professores e alunos. Para
obter dados consistentes na elaboração desta, professores da educação básica foram
questionados sobre a importância desta relação no processo de ensino aprendizagem. A
pergunta foi respondida por 29 professores atuantes nas redes públicas e privada da
educação básica que, em totalidade, consideram importante que o aluno tenha um bom
relacionamento com o seu professor. A pesar de concordarem positivamente com esta
relação e com a sua influência no aprendizado do aluno, os professores destacaram aspectos
distintos dentro de seus relacionamentos com os discentes.
Entre a diversidade das respostas dos 29 educadores entrevistados, o aspecto mais
citado foi a existência da afetividade em sala de aula, com sete citações. Diferentemente
dos professores de períodos anteriores, como confirma a teoria La Salleana, o professor
atual mostra valorizar esta questão. Segundo eles, o laço afetivo facilita o processo de
ensino, bem como a aprendizagem:
“... após estabelecermos laços afetivos com os alunos tudo fica mais fácil, tanto para o
professor quanto para o aluno.”
Com seis citações, a relação de respeito é, também, salientada pelos professores. Eles
consideram que o respeito é parte integrante de uma boa relação, acreditando que isto deve
ser visto como uma idéia recíproca entre docente e discente, mas nunca deve ser
confundida com medo, falta de amizade ou carinho:
“A observação do conteúdo por parte dos alunos depende, de certa forma, de como os
professores tratam a eles e ao que estão ensinando, além do carinho. Não devemos
confundir respeito com a frieza.”
Segundo De Vries & Zen (1998), as crianças que são obrigadas a fazer algo pelo
adulto mantêm por ele um sentimento de chefia. O respeito que se tem pelo professor
confunde-se com a figura autoritária que muitas vezes se tem do adulto em casa. A
afetividade ameniza o sentimento de obrigatoriedade ou castigo com relação às atividades
escolares, que, então, seriam recebidas com maior simpatia.
Com menos freqüência, cinco citações, aparece a palavra confiança, designada para
configurar a necessidade que o aluno atual demonstra em expressar suas idéias e dúvidas,
como em:“...é baseado em um elo de afetividade e cumplicidade que a aprendizagem
acontece, é desta forma que o aluno estabelece confiança para desenvolver-se bem neste
processo.”
Em quarto lugar, o diálogo foi mencionado por três professores entrevistados, que o
consideram fundamental para que haja troca de conhecimento entre professor e aluno;
“A relação tem de ser aberta ao diálogo, se não há troca o aluno não consegue
aprender.”
Logo após com igual freqüência, duas citações, estão a amizade, a cumplicidade e o
carinho. Considerando a amizade um instrumento primordial para a aproximação entre o
aluno, o professor e a aula por ele ministrada, os profissionais acreditam também em
sentimentos integrantes de uma amizade leal, como a cumplicidade e o carinho.
“... No meu tipo de trabalho os alunos necessitam, antes de qualquer coisa, de
amizade, atenção e carinho que não recebem em suas casas...”
Completando todos os elementos citados pelos professores para caracterização das
suas relações com seus alunos, surgem, com uma citação, amor e compreensão. Os
docentes acreditam que o amor e a compreensão tornam a relação construtiva para o aluno.
Concluímos que protagonizar a Pedagogia Brasileira, não é uma tarefa individual. É
necessário que os personagens da educação, sejam eles professores diretores, supervisores e
orientadores, assumam o seu devido papel e partam para transformação, deixando para trás
o continuísmo excludente e assumindo uma postura política.
REFERÊNCIAS BILBLIOGRÁFICAS
ALVES, Nilda. Formação de Professores – Pensar e Fazer. SP: Cortez Editora, 1992.
ANDRÉ, Marli E. D. A de. Professora da Faculdade de Educação da USP. A Contribuição
da Pesquisa Etnográfica para a Construção do Saber Didático.
ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre. Imagens e Auto- imagens. RJ: Editora Vozes,
2000.
COLL, César. O Construtivismo em sala de aula. SP: Ática, 1997.
DE VRIES, Rheta. A ética na educação. Poá: Artmed, 1998.
FREIRE, Paulo. Professor sim tia não. 4ª ed. SP: Editora Artmed, 1998.
LINHARES, Célia Frazão Soares. A escola e seus profissionais. SP: Agir,2000.
MARTINS, Jorge Santos. O Trabalho com Projeto de Pesquisa do Ensino Fundamental ao
Ensino Médio. 3ª ed. Papirus, 2003.
OLIVEIRA, Maria Rita Neto Sales (org). Didática: Ruptura, compromisso e pesquisa. 4ª
ed. Campinas, SP: Papiros, 1993.
PIAGET, J. Lês relations entre L’afective et L’intelligence dans lê developpement mental
de L’enfanti. Paris: Centre de documentation Universitaire, 1981.
ZABALA, Antoni. A Prática Educativa – Como ensinar. SP: Artmed, 1998.
www.centroeducacional.com.br.
Texto de Arthur Guimarães e Heloisa Gomyde.
POSTER
UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
ULBRA-GUAÍBA
COMPONENTE CURRICULAR:METODOLOGIA DO ENSINO DAS CIÊNCIAS
SOCIAIS E HUMANAS
RECORTES DO COTIDIANO: O OLHAR DOS EDUCADORES SOBRE SUA
PRÁTICA PEDAGÓGICA.
*Acadêmicas
**Professora Orientadora
Introdução
Tendo em vista a pluralidade do cotidiano escolar e as diversas nuances deste cenário,
procuramos identificar, dentro de um grupo de amostragem, as percepções que cada
profissional tem de sua prática, do seu cotidiano e da imagem que tem de seus alunos. Esta
investigação nos leva a um caminho que percorre tendências abordagens, conceitos e préconceitos deste universo, em que todos nós, ou grande maioria, foi, é ou será um agente de
interação.
Objetivos
Este trabalho de pesquisa tem como objetivo identificar, por amostragem, as
percepções de diferentes profissionais da educação que atuam no ensino fundamental e
médio da educação básica, em diferentes redes de ensino
Metodologia
Na pesquisa desenvolvida utilizou-se como metodologia a pesquisa etnográfica que
consiste na observação direta pelo pesquisador. Permitindo assim, reconstruir os processos
e as relações que configuram a experiência escolar diária. Segundo Marli E. D. A. de André
Através das técnicas etnográficas de observação participante e de entrevistas
intensivas é possível documentar o não documentado, isto é, desvelar os
encontros e desencontros, prática escolar, descrevendo ações e representações de
seus atores sociais, reconstruir a sua linguagem, suas formas de comunicação e os
significados que são criados e recriados no cotidiano de seu fazer pedagógico.
(ANDRÉ, apud OLIVEIRA, 1993 p. 110).
Como instrumento de pesquisa utilizou-se a observação e a entrevista. Através delas
se tem um contato direto, formal ou informal, com os diretores, professores e com o pessoal
técnico administrativo.
As entrevistas foram realizadas em quatorze escolas, sendo que duas APAEs, sete
escolas da rede estadual de ensino e quatro da rede municipal, e uma escola privada, sendo
que vinte e nove professores participaram.
Resultados
Foram encontradas cinco categorias de pesquisa assim organizadas: a primeira
categoria de pesquisa aborda a formação e a área de atuação de professores da educação
básica, a segunda categoria de pesquisa diz respeito ao tempo de atuação dos professores no
magistério e na escola que atualmente lecionam, a terceira categoria aborda a prática dos
conteúdos desenvolvidos nos cursos de capacitação, a quarta categoria da pesquisa aborda a
metodologia de ensino, a quinta categoria de pesquisa aborda a relação entre professores e
alunos
Conclusões
Completando todos os elementos citados pelos professores para caracterização das
suas relações com seus alunos, surgem, com uma citação, amor e compreensão. Os
docentes acreditam que o amor e a compreensão tornam a relação construtiva para o aluno.
Concluímos que protagonizar a Pedagogia Brasileira, não é uma tarefa
individual. É necessário que os personagens da educação, sejam eles professores
diretores, supervisores e orientadores, assumam o seu devido papel e partam
para transformação, deixando para trás o continuísmo excludente e assumindo
uma postura política.
___________________________________________________________
*Aline Moreira Peres, Ana Paula Alencastro, Arilda Loskar Dias, Bibiana Ness dos Santos, Carina
Cardoso da Silva, Edna Sasso Viegas, Elisane Silva, Graziele Corrêa, Juliana Pires, Lediane Santos,
Márcia Benites, Maria Helena Pires, Nádia Pereira, Patrícia Grehs, Sheila Debom
** Líbia Maria Serpa Aquino. Pedagoga. Professora Mestre em Educação pela Faced/UFRGS. Docente
na Disciplina de Metodologia do Ensino das Ciências Sociais e Humanas.
REFERÊNCIAS BILBLIOGRÁFICAS
ALVES, Nilda. Formação de Professores – Pensar e Fazer. SP: Cortez Editora,
1992.
ANDRÉ, Marli E. D. A de. Professora da Faculdade de Educação da USP. A
Contribuição da Pesquisa Etnográfica para a Construção do Saber Didático.
ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre. Imagens e Auto- imagens. RJ: Editora
Vozes, 2000.
COLL, César. O Construtivismo em sala de aula. SP: Ática, 1997.
DE VRIES, Rheta. A ética na educação. Poá: Artmed, 1998.
FREIRE, Paulo. Professor sim tia não. 4ª ed. SP: Editora Artmed, 1998.
LINHARES, Célia Frazão Soares. A escola e seus profissionais. SP: Agir,2000.
MARTINS, Jorge Santos. O Trabalho com Projeto de Pesquisa do Ensino
Fundamental ao Ensino Médio. 3ª ed. Papirus, 2003.
OLIVEIRA, Maria Rita Neto Sales (org). Didática: Ruptura, compromisso e
pesquisa. 4ª ed. Campinas, SP: Papiros, 1993.
PIAGET, J. Lês relations entre L’afective et L’intelligence dans lê developpement
mental de L’enfanti. Paris: Centre de documentation Universitaire, 1981.
ZABALA, Antoni. A Prática Educativa – Como ensinar. SP: Artmed, 1998.
www.centroeducacional.com.br.
Texto de Arthur Guimarães e Heloisa Gomyde.
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