Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação Departamento de Matemática, Estatística e Informática Curso de Licenciatura Plena em Matemática Fábio José Escórcio Pinto Vinícius Pereira Gonçalves Cônicas em Belém do Pará: Uma visão através do Google Earth Belém 2009 Fábio José Escórcio Pinto Vinícius Pereira Gonçalves Cônicas em Belém do Pará: Uma visão através do Google Earth Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção da Licenciatura em Matemática, Universidade do Estado do Pará. Orientador: Prof. MSc. Gilberto Emanoel Reis Vogado. Belém 2009 Fábio José Escórcio Pinto Vinícius Pereira Gonçalves Cônicas em Belém do Pará: Uma visão através do Google Earth Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção da Licenciatura em Matemática, Universidade do Estado do Pará. Data de Aprovação: 06/02/2009 Banca Examinadora __________________________________________ Prof. Gilberto Emanoel Reis Vogado - Orientador MSc. em Geofísica Universidade do Estado do Pará __________________________________________________ Prof. Fábio José da Costa Alves Dr. em Geofísica Universidade do Estado do Pará/ Universidade da Amazônia __________________________________________ Prof. Rosineide de Souza Jucá MSc. em Educação Matemática Universidade do Estado do Pará AGRACEDIMENTOS A Deus pela sua presença constante em nossas vidas, por ter nos auxiliado nas escolhas que tomamos e ter nos confortado nas horas difíceis. A nossa família pelo amor, carinho e apoio incondicionais. Em especial, aos nossos pais Maria José Escórcio Pinto e Raimundo Luiz Pinto (Fábio) e Luciclea Pereira Gonçalves e Clovis da Silva Gonçalves (Vinícius). Vocês são os melhores pais do mundo! Amamos muito vocês! Ao nosso Orientador Prof. Msc. Gilberto Emanoel Reis Vogado pela orientação, apoio, confiança e sugestões. A Maria Eunice, secretária do curso de Matemática, pela força de vontade apoio, incentivo, amizade, descontração e sugestões sempre que necessitávamos. A Profª. Msc. Eliane de Oliveira pela atenção, apoio e sugestões sempre imprescindíveis. A Msc. Lucélia Pereira Gonçalves pela atenção, apoio e sugestões sempre imprescindíveis. Aos professores do curso de Licenciatura em Matemática por todo conhecimento transmitido. As famílias Bichara, Matos, Cardoso, Thiago Vanzeler, Adelson Luis e todos os alunos pela confiança, carinho, dedicação e apoio. Aos nossos amigos da turma pela força. A todos que de forma direta ou indireta contribuíram para a realização deste trabalho, nosso muito obrigado! “As grandes coisas são feitas por pessoas que tem grandes idéias e saem pelo mundo para fazer com que seus sonhos se tornem realidades” Ernest Holmes “Sempre faço o que não consigo fazer para aprender o que não sei” Pablo Picasso RESUMO GONÇALVES, Vinícius. ; PINTO, Fábio. Cônicas em Belém do Pará: Uma visão através do Google Earth. 2009. 73 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Licenciatura em Matemática) - Universidade do Estado do Pará, Belém, 2009. O presente trabalho teve como objetivo apresentar a história das cônicas enfatizando a origem destas formas geométricas, assim como os principais matemáticos envolvidos no desenvolvimento destas curvas; além de abordar os mais importantes conceitos e demonstrações referentes à hipérbole, parábola, elipse e circunferência e ainda fazer uma análise a cerca destas secções cônicas. Para isto, foram observados e selecionados alguns lugares da cidade de Belém do Pará, com o auxílio do Google Earth, que através de imagens de satélites permitiu a captura de determinadas formas cônicas presentes em construções da capital paraense. Palavras-chave: Cônicas. Google Earth. Geometria. Construções. Observação aérea. Belém. ABSTRACT GONÇALVES, Vinícius. ; PINTO, Fábio. Cônicas em Belém do Pará: Uma visão através do Google Earth. 2009. 73 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Licenciatura em Matemática) - Universidade do Estado do Pará, Belém, 2009. This study aimed to present the history of the origin of the conical emphasizing geometric shapes and the principal involved in the development of mathematical curves; addition to addressing the most important concepts and statements concerning the hyperbola, parabola, ellipse and circle and still do analysis to some of these conical sections. To this, were selected and some places of the city of Belem of Para, with the help of Google Earth, which through satellite images allowed the capture of certain forms conical constructions in the capital Para. Key-words: Conic. Google Earth. Geometry. Construction. Aerial observation. Belém. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 2.1 - Secção. ....................................................................................................... 15 Figura 2.2 - Cone Circular Oblíquo. ................................................................................ 18 Figura 2.3- Cone Circular Oblíquo. ................................................................................. 19 Figura 3.1 - Secção Cônica. ........................................................................................... 21 Figura 3.2 - Mostra dos sete pontos eqüidistantes à F. .................................................. 22 Figura 3.3 - Elementos da Parábola. .............................................................................. 22 Figura 3.4 - Elementos da Parábola. .............................................................................. 23 Figura 3.5 - Parábola com concavidade voltada para cima. ........................................... 24 Figura 3.6 - Parábola com concavidade voltada para baixo. .......................................... 24 Figura 3.7 - Eixo da Parábola é o eixo dos x. ................................................................. 25 Figura 3.8 - Parábola com concavidade voltada para direita. ........................................ 26 Figura 3.9 - Parábola com concavidade voltada para esquerda. ................................... 26 Figura 3.10 - Translação de Eixos. ................................................................................. 27 Figura 3.11 - Translação de Eixo da Parábola paralelo à y. ........................................... 28 Figura 3.12 - Translação de Eixo da Parábola paralelo à x. ........................................... 29 Figura 3.13 - Secção Cônica. ......................................................................................... 30 Figura 3.14 - Elipse. ....................................................................................................... 30 Figura 3.15 - Elementos da Elipse. ................................................................................ 31 Figura 3.16 - Circunferência. .......................................................................................... 31 Figura 3.17 – Triângulo para demonstração................................................................... 33 Figura 3.18 - Excentricidade........................................................................................... 35 Figura 3.19– Elipse com eixo maior sobre x................................................................... 36 Figura 3.20 - Elipse com eixo maior sobre y. ................................................................. 38 Figura 3.21 – Elipse com centro fora da origem e paralelo a x. ..................................... 39 Figura 3.22 – Elipse com centro fora da origem e paralelo a y. ..................................... 40 Figura 3.23 – Triangulo para demonstração................................................................... 42 Figura 3.24 – Hipérbole. ................................................................................................. 45 Figura 3.25 - Hipérbole Curva de Dois Ramos. .............................................................. 45 Figura 3.26 – Pontos de interseção da Hipérbole com a reta......................................... 46 Figura 3.27 – Hipérbole e seus elementos. .................................................................... 47 Figura 3.28 - Hipérbole com um retângulo inscrito na circunferência. ............................ 48 Figura 3.29 - Hipérbole sobre o eixo x. .......................................................................... 49 Figura 3.30 - Hipérbole sobre o eixo y. .......................................................................... 51 Figura 3.31 - Hipérbole de centro fora da origem paralelo a x. ...................................... 53 Figura 3.32 - Hipérbole de centro fora da origem paralelo a y. ...................................... 54 Figura 4.1 - Google Earth. .............................................................................................. 55 Figura 4.2 - Google Maps. .............................................................................................. 56 Figura 4.3 - Estádio Olímpico do Pará. .......................................................................... 57 Figura 4.4 - Aldeia de Cultura Amazônica Davi Miguel. ................................................. 59 Figura 4.5 - Reservatório da Praça Floriano Peixoto. ..................................................... 61 Figura 4.6 - Memorial Magalhães Barata. ...................................................................... 63 Figura 4.7 - Viaduto da Av. Almirante Barroso esquina com a Av. Dr. Freitas. .............. 64 Figura 4.8 - Praça Presidente Kennedy. ........................................................................ 66 Figura 4.9 - Cruzamento da Av. Generalíssimo Deodoro com a Rua Antônio Barreto. .. 67 Figura 4.10 - Av. Júlio César. ......................................................................................... 69 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11 2 HISTÓRIA DAS CÔNICAS ..................................................................................... 14 3 DEFINIÇÕES DAS CÔNICAS ................................................................................ 21 3.1 PARÁBOLA ......................................................................................................... 21 3.1.1 Composição da Parábola ............................................................................. 22 3.1.2 Equação da Parábola de Vértice na Origem do Sistema ............................. 23 3.1.2.1 O Eixo Y sendo o Eixo da Parábola ...................................................... 23 3.1.2.2 O Eixo X sendo o Eixo da Parábola ...................................................... 25 3.1.3 Translação de Eixos ..................................................................................... 27 3.1.4 Equação da Parábola de Vértice Fora da Origem do Sistema ..................... 28 3.1.4.1 O Eixo da Parábola é Paralelo ao Eixo Y .............................................. 28 3.1.4.2 O Eixo da Parábola é Paralelo ao Eixo X .............................................. 29 3.2 ELIPSE ................................................................................................................ 29 3.2.1 Composição da Elipse .................................................................................. 30 3.2.2 Circunferência .............................................................................................. 31 3.2.2.1 Área da Circunferência .......................................................................... 32 3.2.3 Excentricidade .............................................................................................. 35 3.2.4 Equação da Elipse de Centro na Origem do Sistema .................................. 35 3.2.4.1 O Eixo Maior está sobre o Eixo dos X ................................................... 35 3.2.4.2 O Eixo Maior está sobre o Eixo dos Y ................................................... 37 3.2.5 Equação da Elipse de Centro Fora da Origem do Sistema .......................... 38 3.2.5.1 O Eixo Maior da Elipse é Paralelo ao Eixo dos X .................................. 39 3.2.5.2 O Eixo Maior da Elipse é Paralelo ao Eixo dos Y .................................. 40 3.2.6 Área da Elipse .............................................................................................. 41 3.3 HIPÉRBOLE ........................................................................................................ 44 3.3.1 Composição da Hipérbole ............................................................................ 46 3.3.2 Equação da Hipérbole de Centro na Origem do Sistema ............................. 49 3.3.2.1 O Eixo Real está sobre o Eixo dos X .................................................... 49 3.3.2.2 O Eixo Real está sobre o Eixo dos Y .................................................... 51 3.3.3 Equação da Hipérbole de centro Fora da Origem do Sistema ..................... 53 3.3.3.1 O Eixo Real é Paralelo ao Eixo dos X ................................................... 53 3.3.3.2 O Eixo Real é Paralelo ao Eixo dos Y ................................................... 54 4 CÔNICAS ATRAVÉS DO GOOGLE EARTH ......................................................... 55 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 ESTÁDIO OLÍMPICO DO PARÁ .......................................................................... 56 ALDEIA DE CULTURA AMAZÔNICA DAVI MIGUEL ........................................... 58 RESERVATÓRIO DA PRAÇA FLORIANO PEIXOTO.......................................... 60 MEMORIAL MAGALHÃES BARATA ................................................................... 62 VIADUTO DA AV. ALMIRANTE BARROSO COM A AV. DR. FREITAS ............... 64 PRAÇA PRESIDENTE KENNEDY....................................................................... 65 4.7 CRUZAMENTO DA AV. GENERALÍSSIMO DEODORO COM A RUA ANTÔNIO BARRETO .................................................................................................................. 67 4.8 AV. JÚLIO CESAR ............................................................................................... 68 5 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 71 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 73 11 1 INTRODUÇÃO As cônicas tiveram origem durante o período helenístico e segundo diversos historiadores como Boyer (1989) e Eves (2004) os primeiros estudos sobre secções cônicas foram elaborados por Euclides, Arquimedes e o considerado “pai das cônicas”, Apolônio de Perga. Hoje, é notória a influência destas curvas nas avenidas e nos principais monumentos das grandes cidades, como por exemplo, na capital paraense, objeto de estudo desta pesquisa, onde se procura observar em suas várias construções as diversas formas cônicas. Por conseguinte, este trabalho além da parte histórica, aborda as principais características da parábola, da elipse, da circunferência e da hipérbole com suas respectivas demonstrações. Todavia, é evidente a importância da geometria no estudo de cônicas conforme já afirmou Camargo e Boulos (2005). Geometria analítica é o estudo da geometria pelo método cartesiano (René descarte, 1956-1950), que consiste em associar equações aos entes geométricos, e do estudo dessas equações (com o auxilio da álgebra, portanto) tirar conclusões a respeito daqueles entes geométricos (CAMARGO e BOULOS, 2005, p.10). Assim sendo é importante ressaltar a afirmação desses autores, já que neste trabalho se utiliza das formas, do plano cartesiano e das relações geométricas, que servem de base para a demonstração das equações das cônicas e aplicações por meio de imagens aéreas da cidade de Belém. Além disso, tem-se que para as figuras consideradas fechadas como circunferência e elipse estão propostos os cálculos de suas áreas e suas equações, assim como, para as demais curvas estão geradas apenas suas respectivas equações para cada situação. Não obstante, é interessante destacar a relevância de softwares na observação aérea de países e cidades, como é o caso do Google Earth, uma ferramenta desktop utilizada neste trabalho para o estudo das cônicas, através de imagens de satélites de cruzamentos de ruas e construções localizadas na cidade de Belém. Assim sendo, é possível identificar nessas fotos, formatos cônicos que estão sendo usados para cálculos de áreas e equações destas curvas presentes na capital paraense. Portanto essa ferramenta que é de fundamental para o desenvolvimento desta pesquisa, além das cônicas, pode também auxiliar na observação e análise de 12 outras formas geométricas assim como no estudo de outras áreas da matemática. Todavia, esse software, além das imagens de satélite, oferece também uma série de funcionalidades que permitem, por exemplo, rotacionar as figuras; portanto durante o desenvolvimento deste trabalho algumas imagens sofreram rotações no plano cartesiano para facilitar a visualização e os cálculos das formas cônicas. No entanto, é de fundamental importância nessa pesquisa outra funcionalidade também presente nesse software livre, denominada de régua, que fornece as medições quase que precisas necessárias para trabalhar com as cônicas. Ela tem a função de medir a distância entre dois pontos de uma localidade e, portanto auxilia na obtenção das medidas dos componentes das cônicas (diâmetro, raio, eixo), facilitando no cálculo da área da elipse ou circunferência e da equação das cônicas. Além disso, essa ferramenta permite que os locais medidos fiquem tracejados e coloridos. O foco principal dessa pesquisa refere-se a localização, identificação e o uso do Google Earth para obtenção de informações matemáticas a cerca das cônicas e seus cálculos. Destacando essa ferramenta (Google Earth) para analisar e selecionar por meio de imagens de satélite construções em Belém do Pará que apresentem formatos cônicos e mostrar que é possível o cálculo da área e das equações destas curvas. Um dos motivos pelo qual se escolheu o tema em estudo é a afinidade pelos cálculos matemáticos em especial pelo conteúdo das cônicas que desperta o interesse de fazer uma pesquisa mais aprofundada, abordando a história, construções geométricas, cálculos e suas respectivas demonstrações. Sendo assim, opta-se pela capital paraense, porque os pesquisadores são da cidade em estudo; facilitando então, a localização dos lugares mostrados nas imagens. Outro fato bastante relevante é o da cidade possuir uma grande quantidade de construções, as quais se visualizam de forma clara arquiteturas em formatos cônicos. Por conseguinte, este trabalho se fundamenta em estudos bibliográficos a livros de renomados escritores matemáticos. Sendo acrescido de informações de artigos, dissertações de mestrado e teses de doutorado referente ao tema em estudo. 13 Ainda vale ressaltar que foram selecionados dois locais para a identificação de cada tipo de cônicas, sendo identificadas as imagens que melhor visualizam a elipse, circunferência, parábola ou hipérbole. Este trabalho está organizado em cinco capítulos, onde no primeiro tem-se a introdução; no segundo a história e os principais matemáticos que durante a antiguidade pesquisaram as cônicas; no terceiro os conceitos e as características das cônicas, bem como as deduções das fórmulas dessas curvas; já o capítulo quatro apresenta as aplicações das cônicas por meio de imagens de satélites da cidade de Belém, enfatizando a observação, as definições expostas e os cálculos deduzidos no capítulo três e o capítulo cinco apresenta as conclusões, discutindo as contribuições deste trabalho, e as considerações finais dos autores. Portanto o próximo capítulo aborda vários pesquisadores em matemática que atribuíram em diversas épocas conhecimentos para que se construísse a história sobre as secções cônicas. 14 2 HISTÓRIA DAS CÔNICAS Segundo Boyer (1989) na idade Helenística se destacaram três grandes matemáticos, Euclides, Arquimedes e Apolônio de Perga e foi devido aos grandes feitos desses matemáticos que esse período foi chamado de “Idade áurea da matemática grega”. Dentre os quais o matemático que mais se destacou no estudo das cônicas foi Apolônio de Perga, considerado o “pai das Cônicas”, no que diz respeito às evidências de sua passagem pelo mundo quase não se têm vestígios de sua história, a não ser na introdução de seus livros, que relatavam um pouco de sua vida. É importante destacar que não foi somente Apolônio que estudou as cônicas, elas foram estudadas por vários matemáticos, dentre os quais pode-se citar Menaecmus, Aristeu, Euclides de Alexandria e outros, mas apenas Apolônio de Perga teve sucesso em suas publicações. Em relação à Menaecmus: “Na verdade, havia uma família de curvas adequadas, [...] cortando um cone circular reto por um plano perpendicular a um elemento de cone. Isto é, parece ter descoberto as curvas que mais tarde foram chamadas, elipse, parábola e hipérbole “(BOYER, 1989, p.69). Esse fragmento que destaca-se da obra de Boyer (1989) refere-se a Menaecmus que descobriu uma importante família de curvas, isso deixa evidente que antes mesmo de Apolônio já existiam outros tratados sobre cônicas, mas muito se perdeu. A primeira experiência com a elipse parece ter sido demonstrada por Menaecmus, como um produto referente a pesquisas da hipérbole e parábola que ofereciam as propriedades precisas à solução do problema de Delos. Para Boyer (1989) não se sabe como Menaecmus descobriu outras e essa propriedade em y2 = / X, onde / é uma constante que depende da distância ao plano do vértice do cone usando apenas elementos da geometria analítica. Seja ABC o cone cortado segundo a curva EDG por um plano perpendicular ao elemento ADC do cone (figura 2.1). Então por um ponto P qualquer da curva será traçado um plano horizontal, que cortará o cone segundo o Círculo PVR e seja Q o outro ponto de interseção da curva (parábola) com o círculo. Das simetrias envolvidas resulta que a reta PQ é perpendicular a RV em Q. Logo OP é a média proporcional entre RO e OV. Além disso, a semelhança dos triângulos OVD e BCA segue-se que 15 OV/DO = BC/AB e da semelhança dos triângulos R’DA e ABC resulta R’D/ AR’ = BC/ AB. Se OP=Y e OD = X são coordenadas do ponto P, tem-se y2 = RO * OV ou substituído tem-se: y2 = R’D * OV = AR’ * BC/AB * DO * BC/AB = AR’ * BC2 * X / AB2 Como os segmentos AR’, BC e AB possuem o mesmo valor nos pontos P da curva EQDPG então a equação da curva pode ser definida como y2 = / X, secções de cone retângulo (orthotome), onde / é uma constante,mais tarde chamado lactus rectum da curva de forma semelhantes pode-se deduzir as fórmulas Y2 = / X – b2 X2 / a2 para secções de cone acutângulo (oxytome) ou Y2 = / X + b 2X2 / a2 para secções de cone obtusângulo (amblytome), sendo a e b constantes. Para Boyer (1989) Menaecmus não sabia que uma equação em duas quantidades incógnitas determina uma curva e também deslocando o plano de secção (figura 2.1) pode-se achar uma parábola com qualquer lactus rectum. Figura 2.1 - Secção. Fonte: Boyer, 1989 Boyer (1989) afirma que em relação aos tratados escritos por Euclides de Alexandria mais da metade se perdeu inclusive os tratados que se referiam as secções cônicas e as obras escritas por Aristeu que escreveu o mais antigo tratado “Lugares sólidos” (nome dado as secções cônicas, provavelmente advindo da definição esteriométrica das curvas na obra de Menaecmus) que também se perdeu 16 provavelmente devido a importância que foi dada as obras escritas de Apolônio de Perga. Arquimedes de Siracusa, data provável (287 a.c), também fez estudos sobre cônicas e em sua obra sobre espirais ocupava-se do método da exaustão. Dos tratados de Arquimedes o mais conhecido era a quadratura da parábola, sendo que na antiguidade conseguiu quadrar uma secção cônica. “Só o maior matemático da antiguidade conseguiu resolver a questão de quadrar uma secção cônica – um segmento de parábola...” (BOYER, 1989, p.94). É bem interessante observar que Arquimedes conseguiu determinar a área de uma elipse inteira e os volumes dos segmentos cortados de um elipsóide, parabolóide ou hiperbolóide de revolução em torno do eixo principal, mas não determinou a área geral de um segmento determinado por elipse ou parábola. Boyer (1989) afirma que o Grande Geômetra, Apolônio de Perga, nasceu em Perga em Panfília (sul da Ásia Menor), viveu de 262 a.C. - 190 a.C. e foi além de matemático um respeitado astrônomo grego da escola de Alexandrina, que também era categorizado como o sexto homem da lista dos doze homens mais notáveis do seu tempo. Teve seu grande momento como autor, de pesquisas científicas, quando lançou o conhecido Tratado das Secções Cônicas, o qual foi uma obra prima da geometria pura da época. Não obstante o célebre astrônomo asiático teve um verdadeiro arcabouço de publicações e tratados, os quais apenas dois desses últimos se perpetuaram até os dias atuais. Halley, um amigo de Newton, publicou no século XVIII uma tradução de suas obras para o Latim; esse era o início da imortalidade de Apolônio e de "As Cônicas". As cônicas eram estudadas por vários matemáticos, mas apenas Apolônio de Perga teve sucesso em suas publicações. O “pai das cônicas” influenciou diretamente na matemática através de suas sistemáticas pesquisas, que deram origem a uma coleção de oito livros concernentes a essas curvas, que se davam através de suas notórias demonstrações oriundas apenas da geometria euclidiana. Segundo Boyer (1989, p.107), na história da matemática os conceitos são mais importantes que a terminologia, mas a mudança de nome das secções cônicas devida a Apolônio teve significado profundo do que o usual. Durante cerca de um 17 século e meio as curvas não tinham tido designações além de descrições banais do modo pelo qual tinham sido descobertas – secções de cone acutângulo(oxytome), secções de cone retângulo (orthotome) e secções de cone obtusângulo (amblytome)”. Foi então que esse matemático sugeriu os nomes elipse, parábola e hipérbole e propôs pela primeira vez muitas das propriedades das cônicas – Se um ramo de uma hipérbole intersecta os dois ramos de uma outra hipérbole, o ramo aposto da primeira hipérbole não encontrará nenhum dos ramos da segunda em dois pontos. Segundo Boyer (1989) Apolônio e outros matemáticos demonstravam as cônicas através de cones ao desenvolver essas demonstrações propôs inicialmente a utilização de um cone circular, entretanto restringir a demonstração a esse tipo de cone não e relevante já que ao utilizar um cone elíptico ou um quádrico qualquer também é possível chegar ao objetivo da demonstração através da secção plana do cone. Sendo assim, é possível inferir a partir do que esta proposto por Apolônio em seu livro, que além da grande quantidade de secções paralelas circulares a base de um cone circular oblíquo, também é pertinente abstrair uma ilimitada quantidade de secções subcontrárias. Conforme Boyer (1989, p.108) “seja BFC a base do cone circular obliquo e seja ABC uma secção triangular do cone (figura 2.2). Seja P qualquer ponto de uma secção circular DEP paralela à BFC e seja HPK uma secção por um ponto tal que os triângulos AHK e ABC são semelhantes, mas de orientações contrárias. Apolônio chamou a secção HPK de secção subcontrária e mostrou que é um circulo”. Por conseguinte, a corroboração disto poderia facilmente se fazer a partir da semelhança dos triângulos HMD e EMK, obtendo como resposta que HM . MK = DM . ME = PM², caracterizando o circulo. Assim sendo, correlacionando essas variáveis com a geometria analítica, tem-se que: HM = x, HK = a, e PM = y, portanto y² = x(a - x) ou x² + y² = ax (equação do círculo). As Cônicas, Livro I, Proposição 5. 18 Figura 2.2 - Cone Circular Oblíquo. Fonte: Boyer, 1989 Seja ABC uma secção triangular de um cone circular oblíquo (figura 2.2) e seja P qualquer ponto sobre uma secção HPK cortando todos os elementos do cone. Prolongue-se HK até tocar em BC em G e por P passe um plano horizontal que corte o cone no círculo DPE e o plano HPK na reta PM. Traça- se de DME um diâmetro do círculo perpendicular a PM. Por semelhança de triângulos MEK e KCG observa-se que ME/MK= CG/KG. Pela propriedade do círculo tem-se que PM2 = DM * ME, logo PM2 = (HM * BG /HG) (MK * CG) / KG . Se PM= Y e HM = X e HK = 2 a então Y2 = KX (2 a – X) que é reconhecida como a equação de uma elipse com H como Vértice e HK como eixo maior. De modo análogo a essa demonstração Apolônio obteve uma equação equivalente para a hipérbole: Y2 = KX (X + 2 a) 19 Figura 2.3- Cone Circular Oblíquo. Fonte: Boyer, 1989 O nome dado as cônicas foi denominado por Apolônio e teve derivação de terminações de termos pitagóricos, como relata o trecho: Os nomes elipse, parábola e hipérbole foram introduzidos por Apolonio e foram tomados da terminologia antiga referente à aplicação de áreas. Quando os pitagóricos aplicavam um retângulo a um segmento de reta eles diziam que se tinham um caso de “ellipsis”, “parabole” ou “hiperbole” conforme a base do triângulo [...] (EVES, 2004, p.199). Apolônio foi um dos maiores se não o maior estudioso das cônicas, pois mesmo sem todas as tecnologias de atualmente fez grandes descobertas partindo de secções de um cone, essas descobertas se faz presente e de forte influencia conforme a citação “Apolônio usou um cone circular obliquo duplo trabalhou com o plano de corte inclinado, ampliou assim os conceitos e formando uma base sólida para um assunto que assumiria grande importância para os matemáticos do século XVII” (CONTADOR, 2006, p.330) Para Contador (2006) Apolônio foi um grande geômetra que soube organizar suas idéias sobre a hipérbole fazendo incríveis estudos, já que explorava as propriedades da hipérbole, como por exemplo, com dois ramos e um par de retas que se aproximam da curva sem nunca tocá-la. 20 Todavia o conceituado docente e matemático grego Apolônio de Perga fez referência as propriedades fundamentais das cônicas com bastante ênfase e amplitude, em sua obra, se comparado às publicações da época. Isso pode ser claramente constatado em sua primeira publicação que aborda a teoria dos diâmetros conjugados, que segundo Boyer (1989, p.108), “Apolônio mostrou que os pontos médios de um conjunto de cordas paralelas a um diâmetro de uma elipse ou hipérbole formarão um segundo diâmetro, os dois sendo chamados diâmetros conjugados”. Portanto, as cônicas se construíram as maiores descobertas matemáticas de todos os tempos, estudadas pelos maiores matemáticos da antiguidade estão presentes em quase tudo na vida atual desde a Arquitetura, monumentos, estradas e outros se fazem presente às secções cônicas (parábola, elipse e hipérbole). Portanto, tem-se que vários pesquisadores abordaram as secções cônicas no decorrer das épocas, para que estas servissem de base para a evolução dos conceitos e demonstrações da atualidade. Logo, o próximo capítulo aborda essas definições e deduções resolvidas por métodos mais modernos do que os usados por matemáticos da antiguidade. 21 3 DEFINIÇÕES DAS CÔNICAS Este capítulo tem por objetivo abordar a classificação e a dedução das cônicas. Sendo assim, em geometria, cônicas são as curvas geradas ou encontradas, na intersecção de um plano que atravessa um cone, ou melhor, um lugar geométrico dos pontos de um plano cuja razão entre as distâncias a um ponto fixo F e a uma reta fixa d é igual a uma constante não negativa e. As cônicas de Apolônio foram caracterizadas por suas propriedades focais (lugares geométricos), que dependendo do corte classificam-se em: Parábolas, Elipses e Hipérboles. 3.1 PARÁBOLA A parábola é uma secção cônica (figura 3.1) gerada pela interseção de uma superfície cônica de segundo grau e um plano paralelo a uma linha geradora do cone. Assim sendo, é possível inferir que uma parábola é o conjunto de todos os pontos do plano que são eqüidistantes do foco e da reta diretriz. Figura 3.1 - Secção Cônica. Fonte: www.wikipedia.org Concernente a obtenção das parábolas, é possível observar que na figura 3.2 estão assinalados sete pontos que são eqüidistantes do ponto F e da reta d e sendo P’ o pé da perpendicular baixada de um ponto P do plano sobre a reta d conforme esta visível na figura 3.3, obedecendo a definição acima, P pertence à parábola se, e somente se: d(P, F) = d(P, P’), assim como PF = PP ' e considerando o fato de F ∉ d, pois caso contrário, a parábola se degeneraria numa reta. 22 Figura 3.2 - Mostra dos sete pontos eqüidistantes à F. Fonte: Steinbruch, 1987 3.1.1 Composição da Parábola Tomando por base a figura 3.3, tem-se que o ponto F é o foco; a reta d é a diretriz; o eixo é a reta que passa pelo foco e é perpendicular à diretriz e o ponto V de interseção da parábola com seu eixo é o vértice. Portanto: d(V,F) = d(V, A) Figura 3.3 - Elementos da Parábola. Fonte: Steinbruch, 1987 23 3.1.2 Equação da Parábola de Vértice na Origem do Sistema 3.1.2.1 O Eixo Y sendo o Eixo da Parábola P Seja P(x,y) um ponto qualquer da parábola (figura 3.4) do foco F 0, . 2 Como PF = PP ' ou FP = P' P Figura 3.4 - Elementos da Parábola. Fonte: Steinbruch, 1987 P Assim sendo P’ x,− , tem-se: 2 P P x − 0, y − = x − x, y + 2 2 2 (x − 0) + y − P = 2 2 ou (x − x ) + y + P 2 2 2 Elevando ambos os membros, tem-se: (x − 0)2 + y − P 2 P 2 = (x − x ) + y + 2 2 2 ou x 2 + y 2 − py + P2 P2 = y 2 + py + 4 4 e, portanto: x 2 = 2 py Portanto esta é a equação reduzida da parábola e constitui a forma da equação da parábola de vértice na origem tendo para eixo o eixo dos y. 24 Não obstante é possível inferir, levando em consideração que 2py sempre será positivo ou nulo, já que é igual a x² ≥ 0, os sinais de p e de y são sempre iguais. Conseqüentemente, se p > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima (figura 3.5) e, se p < 0, a parábola tem concavidade voltada para baixo (figura 3.6). Onde o parâmetro da parábola é um número real p ≠ 0. Figura 3.5 - Parábola com concavidade voltada para cima. Fonte: Steinbruch, 1987 Figura 3.6 - Parábola com concavidade voltada para baixo. Fonte: Steinbruch, 1987 Este número real p ≠ 0 é conhecido como parâmetro da parábola. 25 3.1.2.2 O Eixo X sendo o Eixo da Parábola Tomando P(x,y) como um ponto qualquer da parábola (figura 3.7) de foco P F ,0 , obtém-se de forma análoga, ao caso em que o eixo da parábola é o eixo dos 2 Y, a equação: y 2 = 2 px Figura 3.7 - Eixo da Parábola é o eixo dos x. Fonte: Steinbruch, 1987 Por conseguinte de acordo com o sinal de p, é possível inferir que para p > 0 a parábola tem concavidade voltada para a direita (figura 3.8) e, se p < 0, a parábola tem concavidade voltada para a esquerda (figura 3.9). 26 Figura 3.8 - Parábola com concavidade voltada para direita. Fonte: Steinbruch, 1987 Figura 3.9 - Parábola com concavidade voltada para esquerda. 27 Fonte: Steinbruch, 1987 3.1.3 Translação de Eixos Partindo de um plano cartesiano que possua os eixos Ox e Oy e um ponto O’, arbitrário; que define a construção de novos eixos paralelos a si mesmo, ou melhor, eixos com a mesma direção e mesmo sentido e que usem a mesma unidade é interessante observar a ocorrência de uma translação de eixos (figura 3.10). Por conseguinte, os eixos dados Ox e Oy foram transladados aos eixos O’x’ e O’y’ com nova origem O’ = (h,k) em relação aos eixos dados. Figura 3.10 - Translação de Eixos. Fonte: Steinbruch, 1987 Seja um ponto P qualquer do plano, tal que suas coordenadas são: x e y em relação ao sistema xOy; e x’ e y’ em relação ao sistema x’O’y’. A partir da figura 3.10 obtém-se x = x’ + h ou x’ = x - h e y = y’ + k ou y’ = y – k; que são as formulas que calculam a mudança de coordenadas de um sistema para outro. 28 Não obstante o principal objetivo da transformação de coordenadas e modificar a forma de equação, como por exemplo, as equações geométricas das cônicas. 3.1.4 Equação da Parábola de Vértice Fora da Origem do Sistema 3.1.4.1 O Eixo da Parábola é Paralelo ao Eixo Y Para uma parábola de vértice V(h, k) e eixo paralelo ao eixo dos y, sendo h e k coordenadas de V em relação ao sistema xOy. Figura 3.11 - Translação de Eixo da Parábola paralelo à y. Fonte: Steinbruch, 1987 Sendo P(x, y) um ponto qualquer desta parábola; tomando um novo sistema x’O’y’ com a origem O’ em V nas condições estabelecidas na figura 3.11. Por conseguinte, a equação da parábola referida ao sistema x’O’y’ é x’² = 2py’, Entretanto: x’ = x – h e y’ = y – k, logo: (x - h)² = 2p(y - k), que é a forma padrão da equação de uma parábola de vértice V(h, k) e eixo paralelo ao eixo dos y. 29 3.1.4.2 O Eixo da Parábola é Paralelo ao Eixo X Seguindo um método análogo ao do item 3.1.4.1, obtém-se (figura 3.12): (y - k)² = 2p(x - h) Tendo que se (h, k) = (0, 0), retorna-se ao caso particular 3.1.2. Figura 3.12 - Translação de Eixo da Parábola paralelo à x. Fonte: Steinbruch, 1987 3.2 ELIPSE A elipse é um lugar geométrico (figura 3.13) formado por um conjunto de pontos do plano cuja soma das distâncias a dois pontos fixos é constante (2a) e maior do que à distância entre eles, ou seja, dados dois pontos fixos F1 e F2 de um plano (figura 3.14), tais que a distancia entre estes pontos seja igual a 2c > 0, denomina-se elipse, à curva plana cuja soma das distancias de cada um de seus pontos P à estes pontos fixos F1 e F2 é igual a um valor constante 2a , onde a > c. 30 Figura 3.13 - Secção Cônica. Fonte: www.wikipedia.org Figura 3.14 - Elipse. Fonte: Steinbruch, 1987 3.2.1 Composição da Elipse Concernente a representação elíptica da figura 3.15, tem-se que F1 e F2 são os focos da curva; o comprimento 2c é a distância focal e o centro é o ponto médio C do seguimento F1F2. Além disso, é possível observar que o seguimento A1A2, de comprimento 2a, que contém os focos e os seus extremos pertencem à elipse é o eixo maior; em contrapartida o eixo menor é o seguimento B1B2, de comprimento 2b, perpendicular a A1A2 no seu ponto médio. E por fim os vértices são os pontos,A1 ,A2 B1 e B2. 31 Figura 3.15 - Elementos da Elipse. Fonte: Steinbruch, 1987 3.2.2 Circunferência A circunferência é o conjunto de todos os pontos em um plano, eqüidistantes de um ponto fixo. Esse ponto fixo é chamado de centro e a distância fixa é o raio da circunferência. Figura 3.16 - Circunferência. 32 Sendo o centro da circunferência C(h, k) e o raio r, basta usar a fórmula da distância dos pontos da geometria analítica (figura 3.16). O ponto P(x, y) está na circunferência se e somente se, |PC|= r isto é, isto é, se e somente se: ( x − h) 2 + ( y − k ) 2 = r Essa equação é verdadeira se e somente se: (x-h)2 + (y-k)2 = r2 para r > 0, logo a circunferência de centro C (h, k) e raio r tem como equação (x-h)2 + (y-k)2 = r2 3.2.2.1 Área da Circunferência Sendo a circunferência de equação x2 y 2 + = 1 , pois a =b. Tem-se que: a2 a2 x2 y 2 + =1 ⇒ a2 a2 x2 y2 a2 + = ⇒ a2 a2 a2 x2 + y 2 = a2 ⇒ y2=a2-x2 ⇒ ⇒ y = a 2 − x 2 , pois deve ser uma função. Calculando 1/4 da área da circunferência, devido a simetria da figura, facilitando assim o seu calculo, obtem-se: b S = ∫ f ( x )dx ⇒ a a S = a 2 − x 2 dx ⇒ 4 ∫0 33 a S = ∫ a2 − x2 4 0 a Calculando, ∫ a 2 − x 2 dx , e utilizando as seguintes substituições: 0 Figura 3.17 – Triângulo para demonstração. a2 − x2 ⇒ a 2 − x 2 = a.senα (figura 3.17) a senα = cos α = x dx d(a. cos α ) ⇒ x = a. cos α ⇒ ⇒ = a dα dα dx = −a.senαdα a S = a 2 − x 2 dx ⇒ 4 ∫0 a S = −a.senα .a.senα dα ⇒ 4 ∫0 a S = −a 2 ∫ sen 2α .dα ⇒ 4 0 Mas como 0 ≤ x ≤ a, e x = a.cosα, logo: 0 ≤ a. cos α ≤ a ⇒ 0 ≤ cos α ≤ 1 ⇒ Portanto: π ≤α≤0 2 34 0 S = − a 2 ∫ sen 2α .dα ⇒ 4 π /2 S = a2 4 π /2 ∫ sen α .dα ⇒ 2 0 Lembrando que: sen 2 α = 1 − cos 2 α ⇒ sen 2 α + sen 2 α = 1 − cos 2 α + sen 2 α ⇒ 2sen 2 α = 1 − (cos 2 α − sen 2 α) ⇒ 2sen 2 α = 1 − cos 2α ⇒ sen 2 α = 1 − cos 2α 2 Finalmente: S = a2 4 π /2 ∫ 0 1 − cos 2α .dα ⇒ 2 π /2 π /2 1 S cos 2α = a 2 ∫ dα − ∫ .dα ⇒ 4 2 0 0 2 π /2 S α sen2α = a2 − ⇒ 4 4 0 2 S S π /2 S π π / 2 senπ = a2 − = a2 ⇒ = a2 ⇒ 4 4 4 2 4 4 2 Adotando a = r , logo a equação obtida é: S = π r2 ⇒ S = π a2 35 3.2.3 Excentricidade Uma relevante característica da elipse é a sua excentricidade, que é definida pela relação: ε= c a (0 < ε < 1, sendo ε a letra grega épsilon) Tendo que a e c são positivos e c < a, depreende-se que 0 < ε < 1. Portanto quanto mais próximo de zero for o valor de ε, mais a elipse se aproxima de uma circunferência. Porém, quanto mais achatada for elipse, mais o valor de ε se aproxima de 1. Por conseguinte, uma vez fixo o valor de a, há uma correspondência entre o valor de ε e a distância focal (figura 3.18), ou seja, quanto mais a elipse se aproxima de uma circunferência, menor é a distância entra os focos; e quanto mais achatada for a elipse, maior é a distância entre os focos. Figura 3.18 - Excentricidade. Por conseguinte, é fácil concluir quanto aos valores extremos do domínio de ε que, se ε = 0 tem-se uma circunferência de diâmetro 2a e os focos F1 e F2 coincidem com o centro da circunferência, ou ε = 1tem-se um seguimento retilíneo F1F2. 3.2.4 Equação da Elipse de Centro na Origem do Sistema 3.2.4.1 O Eixo Maior está sobre o Eixo dos X Seja P(x, y) um ponto qualquer de uma elipse (figura 3.19) de focos F1(-c, 0) e F2(c, 0), portanto de acordo com a definição, tem-se: d(P, F1) + d(P, F2) = 2a ou F1 P + F2 P = 2a 36 Figura 3.19– Elipse com eixo maior sobre x. Fonte: Steinbruch, 1987 ou ainda, através de coordenadas: (x + c )2 + ( y − 0)2 + (x − c )2 + ( y − 0 )2 = 2a x 2 + y 2 + 2cx + c 2 = 2 a − x 2 + y 2 − 2cx + c 2 ( x 2 + y 2 + 2cx + c 2 ) = (2a − 2 x 2 + y 2 − 2cx + c 2 ) 2 x 2 + y 2 + 2cx + c 2 = 4a 2 − 4a x 2 + y 2 − 2cx + c 2 + x 2 + y 2 − 2cx + c 2 4a x 2 + y 2 − 2cx + c 2 = 4a 2 − 4cx a x 2 + y 2 − 2cx + c 2 = a 2 − cx (a x 2 + y 2 − 2cx + c 2 ) = (a 2 2 − cx ) 2 37 ( ) a 2 x 2 + y 2 − 2cx + c 2 = a 4 − 2a 2cx + c 2 x 2 a 2 x 2 + a 2 y 2 − 2a 2cx + a 2c 2 = a 4 − 2a 2cx + c 2 x 2 a 2 x 2 − c 2 x 2 + a 2 y 2 = a 4 − a 2c 2 (a Todavia: 2 ) ( − c2 x2 + a2 y 2 = a2 a2 − c2 ) a2 − c2 = b2 b 2 x 2 + a 2 y 2 = a 2b 2 Dividindo ambos os membros da equação por a 2b 2 , obtém-se: x2 y 2 + =1 a2 b2 Que é a equação reduzida da elipse de centro na origem e eixo maior sobre o eixo dos x. 3.2.4.2 O Eixo Maior está sobre o Eixo dos Y Adotando um procedimento análogo ao do item 3.2.3.1, obtém-se a equação reduzida: x2 y 2 + =1 b2 a2 38 Figura 3.20 - Elipse com eixo maior sobre y. Fonte: Steinbruch, 1987 Assim sendo, a 2 = b 2 + c 2 , segue-se que: a2 > b2 , logo: a > b Portanto, em geral o maior dos denominadores na equação reduzida representa o número a², onde a é a medida do semi-eixo maior (figura 3.20). Não obstante, se na equação de eixo da elipse o número a² é denominador de x², a elipse tem seu eixo maior sobre o dos X. 3.2.5 Equação da Elipse de Centro Fora da Origem do Sistema No item anterior foi deduzido a equação da elipse de centro na origem do sistema cartesiano, a partir desse item será abordado a equação de uma elipse de centro fora da origem do sistema, nos seguintes casos: 39 3.2.5.1 O Eixo Maior da Elipse é Paralelo ao Eixo dos X Considerando uma elipse de centro C (h, k) e seja P (x, y) um ponto qualquer da elipse, segundo a figura 3.21. Figura 3.21 – Elipse com centro fora da origem e paralelo a x. Fonte: Steinbruch, 1987 x2 y 2 Como foi demonstrada anteriormente a equação da elipse 2 + 2 = 1 é a b utilizada para elipse com o centro C (0,0), e maior eixo sobre o eixo x. Portanto a equação matemática a seguir expressa o eixo paralelo ao eixo do x, mas de centro fora da origem da elipse, sendo o centro dado por C (h, k) a equação da elipse é: Usando translação de eixo para a elipse da figura 3.21 obtém-se a demonstração da equação da elipse de centro fora da origem e paralelo ao eixo x. x2 y 2 Adotando a equação da elipse de centro C(0,0) que é 2 + 2 = 1 a b Observam-se também quando o eixo maior for paralelo ao eixo dos x e o centro for C(h, k), a equação será: x '2 y '2 + = 1, a 2 b2 mas se x’= x-h e y’= y-k daí, substituindo x’ e y’ na equação da elipse de centro C ( 0, 0), tem: ( x − h) 2 ( y − k ) 2 + =1 a2 b2 40 Logo essa é a equação da elipse de centro fora da origem do sistema e paralelo ao eixo x. 3.2.5.2 O Eixo Maior da Elipse é Paralelo ao Eixo dos Y A figura 3.22 expressa uma elipse com o centro C (h, K), porém com o eixo paralelo ao eixo das ordenadas. Figura 3.22 – Elipse com centro fora da origem e paralelo a y. Fonte: Steinbruch, 1987 Tem-se a seguir a demonstração da elipse fora do centro e com o eixo maior paralelo ao eixo y. ( x − h) 2 ( y − k ) 2 + =1 b2 a2 Usando translação de eixo para a elipse da figura 3.22 obtém-se a demonstração da equação da elipse de centro fora da origem e paralelo ao eixo y. Adotando a equação da elipse de centro C(0,0) que é x2 y2 + =1 b2 a2 Observam-se também quando o eixo maior for paralelo ao eixo dos y e o centro for C(h, k), a equação será: x '2 y '2 + = 1, b2 a2 41 mas se x’= x-h e y’= y-k daí, substituindo x’ e y’ na equação da elipse de centro C (0, 0), tem: ( x − h) 2 ( y − k ) 2 + =1 b2 a2 Logo essa é a equação da elipse de centro fora da origem do sistema e paralelo ao eixo y. 3.2.6 Área da Elipse Para se calcular a área de uma elipse, é necessário partir da equação da elipse do seguinte modo: Sendo a elipse de equação x 2 y2 + = 1 . Tem-se que: a 2 b2 x 2 y2 + =1⇒ a 2 b2 b2x 2 a 2y2 + =1 ⇒ a 2b2 a 2b2 b2x 2 + a 2y2 = a 2b2 ⇒ y= y2 = a 2b2 − b2x 2 ⇒ a2 y=± b2 a 2 − x 2 ⇒ a2 ( ) b 2 a − x 2 , pois deve ser uma função. a 42 Calculando 1/4 da área da elipse, devido à simetria da figura, facilitando assim o seu calculo, obtém: b S = ∫ f ( x )dx ⇒ a a S b 2 =∫ a − x 2 dx ⇒ 4 0a a S b 2 =∫ a − x 2 dx ⇒ 4 0a a S b = ∫ a 2 − x 2 dx 4 a0 a Calculando, separadamente, ∫ a 2 − x 2 dx , e utilizando 0 substituições: Figura 3.23 – Triangulo para demonstração. senα = cos α = a2 − x2 ⇒ a 2 − x 2 = a.senα (Figura 3.23) a x ⇒ x = a. cos α ⇒ dx = d (a.cos α ) ⇒ a as seguintes 43 dx = −a.senαdα Tem-se que, a S b = − a.senα.a.senαdα ⇒ 4 a ∫0 x=a S b = − a 2 ∫ sen 2α .dα ⇒ 4 a x =0 x=a S = − ab ∫ sen 2α .dα ⇒ 4 x =0 Mas como 0 ≤ x ≤ a, e x = a .cos α, logo: 0 ≤ a. cos α ≤ a ⇒ 0 ≤ cos α ≤ 1 ⇒ π ≤α≤0 2 Portanto: 0 S = −ab ∫ sen 2 α.dα ⇒ 4 π/2 π/ 2 S = ab ∫ sen 2 α.dα ⇒ 4 0 Lembrando que: sen 2 α = 1 − cos 2 α ⇒ sen 2 α + sen 2 α = 1 − cos 2 α + sen 2 α ⇒ 44 2sen 2 α = 1 − (cos 2 α − sen 2 α) ⇒ 2sen 2 α = 1 − cos 2α ⇒ sen 2 α = 1 − cos 2α 2 Finalmente: S = ab 4 π/2 ∫ 0 1 − cos 2α .dα ⇒ 2 π/2 π/2 1 S cos 2α = ab ∫ .dα − ∫ .dα ⇒ 4 2 0 0 2 π/2 S α sen 2α = ab − 4 4 0 2 ⇒ S π/2 S π S π / 2 senπ = ab − = ab = ab ⇒ ⇒ S = πab ⇒ 4 4 4 2 4 4 2 3.3 HIPÉRBOLE Quando o plano secante for paralelo a duas geratrizes, ele interceptará ambas as folhas de um cone e a secção cônica obtida será uma hipérbole. Logo, se entende por hipérbole (figura 3.24) o conjunto dos pontos de um plano, cujo valor absoluto das distâncias entre eles a dois pontos fixos desse plano é constante. Os dois pontos fixos são chamados de focos. 45 Figura 3.24 – Hipérbole. Fonte: www.wikipedia.org Tomando dois pontos distintos F1 e F2, distancia entre os focos, tal que a distância d(F1, F2) = 2c. Seja um número real a tal que 2a < 2c. Os pontos P(x, y) representa um ponto qualquer dos planos tais que: | d(P, F1 ) – d ( P, F2 ) | = 2 a, ou ||PF1 | - | PF2 || = 2a dá-se o nome de hipérbole (figura 3.25). Figura 3.25 - Hipérbole Curva de Dois Ramos. Fonte: Steinbruch, 1987 Percebe-se que a hipérbole é uma curva que é representada por dois ramos, qual que de acordo com a equação |d(P, F1) – d(P, F2) | = 2a um ponto P está na hipérbole se, e somente se: d(P, F1) – d (P, F2) = 46 Quando P estiver localizado no ramo da direita terá valor +2a, e quando estiver no ramo da esquerda, serão -2 a. Seja considerada a reta P1P4 que passa por F1 e F2 e sejam A1 e A2 os pontos de interseção da hipérbole com a reta F1F2. Considera-se outra reta perpendicular a esta passando pelo ponto médio C do seguimento F1F2. De acordo com a figura 3.26. Figura 3.26 – Pontos de interseção da Hipérbole com a reta. Fonte: Steinbruch, 1987 Concluí-se pela figura 3.26 que a hipérbole é uma curva simétrica as retas P1P4 e F1F2, e simétrica em relação ao ponto C. Se P1 é um ponto da hipérbole, existe os pontos P2, P3 e P4 tal que P2 é simétrico de P1 em relação a reta horizontal, P3 é simétrico de P1 em relação à reta vertical, e P4 é simétrico de P1 em relação ao ponto C. Então, d (A1, F1) = d (A2, F2) Logo, d(A1, A2) = 2 a 3.3.1 Composição da Hipérbole A hipérbole apresenta os seguintes elementos: Focos: São os pontos F1 e F2. 47 Distância focal: é a distância 2c entre os focos. Centro: é o ponto médio C do segmento F1 F2. Vértices: são os pontos A1 e A2 Eixo real ou transverso: é o segmento A1 A2 de comprimento 2b. Tomando como base o triangulo rachurado da figura 3.25, se calcula o valor de “b” por teorema de Pitágoras Onde a relação é dada por c2 = a2 + b2 em que a, b e c são as medidas dos lados do triângulo retângulo B2 CA2 (figura 3.27). Figura 3.27 – Hipérbole e seus elementos. Fonte: Steinbruch, 1987 Seja uma circunferência de raio c e centro C da hipérbole. Atribui-se um valor arbitrário para “a” e marcando os pontos A1 e A 2, como sendo os vértices da hipérbole. Seja traçado pelos pontos A1 e A 2 cordas perpendiculares ao diâmetro F1F2. Logo as quatro extremidades destas cordas são os vértices de um retângulo MNPQ inscrito na circunferência, como na figura 3.28. O retângulo formado na figura 3.28 tem dimensões 2a e 2b e a relação c2 = a2 + b2 está presente no triângulo retângulo rachurado. As assíntotas da hipérbole são reconhecidas através das retas r e s, que contêm as diagonais do retângulo estudado (figura 3.28). 48 Figura 3.28 - Hipérbole com um retângulo inscrito na circunferência. Fonte: Steinbruch, 1987 As retas que a hipérbole se aproxima à medida que os pontos se afastam dos focos recebe o nome de se assíntotas. Elas em relação à hipérbole é continua e lenta de forma que a tendência da hipérbole é tangenciar suas assíntotas no infinito. O ângulo Ө presente na figura 3.28 é abertura da hipérbole. Chama-se excentricidade da hipérbole ao número “e” dado por e = c /a, mas c > a e também e > 1. A abertura da hipérbole está diretamente ligada a sua excentricidade. Observando a figura, se verifica que a circunferência tem raio c. mantendo o raio c e atribuindo um valor para “a” menor de que o anterior, o novo retângulo MNPQ será mais “estreito” que o anterior e conseqüentemente a abertura Ө do ângulo será maior. Se diminuir o valor de “a” e mantendo “c” significa aumentar o valor de e = c/a. Logo a excentricidade e a abertura são diretamente para os ramos da hipérbole. Em caso de a = b, o retângulo MNPQ se transforma num quadrado e as assíntotas terão ângulo “equilátera”. Ө = 90 °. Logo nesse caso a hipérbole é chamada de 49 3.3.2 Equação da Hipérbole de Centro na Origem do Sistema 3.3.2.1 O Eixo Real está sobre o Eixo dos X Observando a figura 3.29 Figura 3.29 - Hipérbole sobre o eixo x. Fonte: Steinbruch, 1987 Adota-se P(x, y) sendo um ponto qualquer de uma hipérbole de focos F1 (-c, 0) e F2 (c,). Por definição, tem-se: | d (P, F1) – d (P, F2)| = 2 a Ou em coordenadas: ( x + c) 2 + ( y − 0) 2 − ( x − c ) 2 + ( y − 0) 2 = 2a ( x + c ) + ( y − 0) 2 2 − ( x − c ) + ( y − 0) 2 2 = 2a ( x + c ) 2 + ( y − 0) 2 = 2 a + ( x − c) 2 + ( y − 0) 2 ( x + c ) 2 + y 2 = 2a + ( x − c) 2 + y 2 50 ( ( x + c)2 + y 2 ) = ( 2a + 2 ( x − c)2 + y 2 ) 2 x 2 + y 2 + 2cx + c 2 = 4a 2 + 4a ( x − c ) 2 + y 2 + x 2 + y 2 − 2cx + c 2 4a x 2 + y 2 − 2cx + c 2 = 4cx − 4a 2 (/4) a x 2 + y 2 − 2cx + c 2 = cx − a 2 ( a x 2 + y 2 − 2cx + c 2 ( ) 2 ( = cx − a 2 ) 2 ) a 2 x 2 + y 2 − 2cx + c 2 = a 4 − 2 a 2 cx + c 2 x 2 a 2 x 2 − 2a 2 cx + a 2 y 2 + a 2 c 2 = a 4 − 2a 2 cx + c 2 x 2 a 2 x 2 − c2 x 2 + a 2 y 2 = a 4 − a 2c2 (c 2 ) ( * (-1) − a2 x2 − a2 y2 = a2 c2 − a2 ) Todavia: b 2 = c 2 − a 2 b 2 x 2 − a 2 y 2 = a 2b 2 Dividindo ambos os membros da equação por a 2b 2 , obtém-se: x2 y 2 − =1 a 2 b2 51 Logo essa é a equação reduzida da hipérbole de centro na origem e eixo real sobre o eixo x. 3.3.2.2 O Eixo Real está sobre o Eixo dos Y Na figura 3.30 que o eixo real A1A2 está sobre o eixo do y e conseqüentemente os focos também estão localizados no mesmo eixo. Nesse caso a equação da hipérbole é semelhante a anterior, a única coisa que difere é a posição das variáveis , a demonstração é feita de modo parecido (figura 3.30). Figura 3.30 - Hipérbole sobre o eixo y. Fonte: Steinbruch, 1987 Tem-se então a equação: | d (P,F1) – d (P,F2 )| = 2 a Ou em coordenadas: ( x − 0) 2 + ( y + c) 2 − ( x − 0) 2 + ( y − c) 2 = 2a ( x − 0) + ( y + c ) 2 2 − ( x − 0) + ( y − c ) 2 2 = 2a 52 ( x − 0)2 + ( y + c ) 2 = 2a + ( x − 0) 2 + ( y − c )2 x 2 + ( y + c) 2 = 2a + x 2 + ( y − c ) 2 ( x 2 + ( y + c)2 ) = ( 2a + 2 x 2 + ( y − c)2 ) x 2 + y 2 − 2cy + c 2 = 4a 2 + 4a x 2 + ( y − c) 2 + x 2 + y 2 − 2cy + c 2 4a x 2 + y 2 − 2cy + c 2 = 4cy − 4a 2 (b/4) (a x 2 + y 2 − 2cy + c 2 ) 2 ( = cy − a 2 ) 2 a 2 ( x 2 + y 2 − 2cy + c 2 ) = a 4 − 2a 2 cy + c 2 y 2 a 2 x 2 − 2a 2 cy + a 2 y 2 + a 2 c 2 = a 4 − 2a 2 cy + c 2 y 2 a 2 y 2 − c 2 y 2 + a 2 x 2 = a 4 − a 2c 2 (a Todavia: 2 ) * ( -1) ( − c2 y 2 + a 2 x2 = a 2 a 2 − c2 ) −b 2 = a 2 − c 2 −b 2 y 2 + a 2 x 2 = −a 2b 2 Dividindo ambos os membros da equação por ( −a b ) , obtém-se: 2 2 53 y2 x2 − =1 a2 b2 3.3.3 Equação da Hipérbole de centro Fora da Origem do Sistema 3.3.3.1 O Eixo Real é Paralelo ao Eixo dos X Vendo a figura 3.31. Figura 3.31 - Hipérbole de centro fora da origem paralelo a x. Fonte: Steinbruch, 1987 Considera-se a hipérbole de centro C(h, k) e seja P (x, y) um ponto qualquer da mesma. A equação com eixo maior paralelo ao x e centro C(h.k) é feita baseada na equação da hipérbole de centro na origem, segundo a equação x2 y2 − = 1. a2 b2 Sendo demonstrada de modo análogo a translação de eixo e também a demonstração da elipse paralela ao eixo x. Adotando o centro como C (h, k) obtém-se a equação: ( x − h) 2 ( y − k ) 2 − =1 a2 b2 54 3.3.3.2 O Eixo Real é Paralelo ao Eixo dos Y Observando a figura 3.32 Figura 3.32 - Hipérbole de centro fora da origem paralelo a y. Fonte: Steinbruch, 1987 A demonstração da equação da hipérbole paralela ao eixo y é feita de modo análogo a translação de eixo e também a demonstração da elipse paralela ao eixo x. Adotando o centro como C (h, k) obtém-se a equação: ( y − k ) 2 ( x − h) 2 − =1 a2 b2 A representação através das fórmulas é de fundamental importância para o desenvolvimento das aplicações em qualquer assunto da matemática. Portanto, este capítulo fez jus a essas representações preparando assim, a base para o capitulo posterior, que trata sobre a identificação da parábola, da hipérbole, da elipse e da circunferência através de uma visão aérea, usando o Google Earth, da capital paraense. 55 4 CÔNICAS ATRAVÉS DO GOOGLE EARTH Um software livre que tem se popularizado muito na localização e observação de cidades pelo mundo é o Google Earth (figura 4.1), que é uma ferramenta desktop desenvolvida pela empresa Google, cuja função é apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre construído a partir de imagens, capturadas de satélites, com uma altíssima qualidade. Figura 4.1 - Google Earth. Fonte: http://earth.google.com.br Por conseguinte, esse programa permite ao usuário identificar lugares, construções, cidades, paisagens, entre outros elementos. O Google Earth é semelhante, entretanto mais complexo, ao serviço também oferecido pela Google conhecido como Google Maps (figura 4.2). 56 Figura 4.2 - Google Maps. Fonte: http://maps.google.com.br Assim sendo, esse software é uma espécie de navegador integrado a uma ferramenta de busca que permite ao usuário girar uma imagem, marcar os locais que conseguiu identificar para visitá-los posteriormente e até mesmo calcular a distância entre dois pontos de uma determinada localidade. Não obstante, no início do ano de 2006 essas imagens de satélite sofreram uma atualização e, portanto uma grande parte do Brasil já está em alta resolução, como é o caso da cidade de Belém do Pará (INFO, 2006). Sendo assim, este trabalho de conclusão de curso propõe à observação da aplicação das cônicas na capital paraense, através de uma visão aérea da cidade, assim como, a abordagem de alguns cálculos de cônicas das imagens visualizadas. Conforme é possível observar abaixo: 4.1 ESTÁDIO OLÍMPICO DO PARÁ O Estádio Estadual Jornalista Edgar Augusto Proença (Mangueirão), localizado na Rodovia Augusto Montenegro, foi oficialmente inaugurado em 1978. Todavia, a conclusão do antigo Estádio do Mangueirão só ocorreu 24 anos depois desta data. Hoje, após a reinauguração em 2002, foi rebatizado como Estádio Olímpico do Pará e conta com uma pista olímpica oficial, em formato de elipse, conforme é possível observar através da imagem de satélite, na figura 4.3. 57 Figura 4.3 - Estádio Olímpico do Pará. Fonte: http://earth.google.com.br Com o auxilio da ferramenta Google Earth, é possível determina a medida do eixo maior (reta branca, na figura 4.3), assim como do eixo menor (reta amarela, na figura 4.3) da elipse, para auxiliar no desenvolvimento do cálculo de sua área e de sua equação. Nesta situação, considera-se que o eixo maior da elipse é paralelo ao eixo das ordenadas; esta figura geométrica pertence ao 1º quadrante e é tangente aos eixos X e Y, os quais estão representados pelas retas em vermelho. Para calcular a área da elipse do Mangueirão é necessário saber o valor de “a” e de “b” e conforme está demonstrado no capítulo 4 deste trabalho em que a área é dada por S=חab. Verifica-se na figura 4.3 que o segmento amarelo e paralelo ao eixo x tem valor de 97,29 m então se divide 97,29 por 2 para obter o valor de b que é 48,645 e como o segmento de cor branca paralelo ao eixo y tem valor de 173,56 m, então para se obter o valor de “a” é só dividir 173,56 por 2, logo a = 86,78 m. De posse do valor de “a” e “b” e adotando PI igual a 3,14. Calcula-se a área da elipse do seguinte modo: 58 S=חab S =3,14 *86,78*48,645 S= 13255,24 m2 Logo, a equação que determina a elipse do Estádio Mangueirão é dada por: ( x − h) 2 ( y − k ) 2 + =1 b2 a2 Portanto, para deduzir a equação da elipse figura 4.3 é preciso perceber que o centro da elipse não está na origem do sistema cartesiano, portanto se adota C (h, k), fazendo os cálculos, o valor do eixo y até o centro da elipse é 48, 645 m(segmento amarelo), então o ponto da abscissa, h, e o valor que vai do eixo x até o centro da elipse é 86,78 m(segmento branco) representa o ponto k, logo o centro dessa elipse é C(48, 645; 86,78) e de posse do valor de a = 86,78 e b = 48, 645. Deduz-se a equação da Elipse para a figura 4.3, tendo o eixo maior paralelo ao eixo y, tem-se: ( x − 48, 645) 2 ( y − 86, 78) 2 + =1 (48, 645)2 (86, 78) 2 4.2 ALDEIA DE CULTURA AMAZÔNICA DAVI MIGUEL O Sambódromo da cidade de Belém do Pará, mais conhecido como Aldeia Cabana, foi inaugurado em 1999 e é um projeto inspirado nas ocas de tribos indígenas da região amazônica. Além disso, esse espaço cultural, localizado no Bairro da Pedreira, foi rebatizado com o nome de Aldeia de Cultura Amazônica Davi Miguel e também pode ser observado em 3D através do Google Earth, onde é interessante visualizar a sua forma elíptica (figura 4.4). 59 Figura 4.4 - Aldeia de Cultura Amazônica Davi Miguel. Fonte: http://earth.google.com.br Não obstante, é possível determina com esta ferramenta a medida do eixo maior (reta branca, na figura 4.4), assim como do eixo menor (reta amarela, na figura 4.4) da elipse, para auxiliar no desenvolvimento do cálculo de sua área e de sua equação. Para calcular a área da elipse da Aldeia Cabana é preciso saber o valor de “a” e de “b” e conforme está mostrado no capítulo 4 desta pesquisa a área da elipse é dada por S=חab. Verifica-se na figura 4.4 que o segmento de reta em amarelo paralelo ao eixo y é 33,81 m então se divide 33,81 por 2 para obter o valor de b que é 16,905 e como a reta branca que está paralela ao eixo x o valor é 117,17 m, então para se obter o valor de “a” é só dividir 117,17 por 2, logo a=58, 585 m. Calculando-se o valor de “a” e “b” e adotando PI igual a 3,14 tem-se a área da elipse fora da origem do plano cartesiano do seguinte modo: 60 S=חab S =3,14 *58, 585*16,905 S= 3109,79 m2 Como a elipse possui seu centro fora da origem e o eixo maior é paralelo ao eixo dos X, portanto a equação que forma a elipse da Aldeia de Cultura da Amazônia é dada por ( x − h) 2 ( y − k ) 2 + =1 a2 b2 Todavia, para deduzir a equação da elipse da figura 4.4 é preciso perceber que o centro da elipse não está na origem do sistema cartesiano, portanto se adota C (h, k), fazendo os cálculos o valor de que vai de y até a origem da elipse é 58,585 m, então é o ponto da abscissa h, e o valor que vai do eixo x até o centro da elipse é 16,905 representa o ponto k, logo o centro dessa elipse é C(58, 585; 16,905) e de posse do valor de a = 58,585 e b =16,905. Deduz-se a equação da Elipse para a figura 4.4 (Aldeia Cabana), tendo o eixo maior paralelo ao eixo x, tem-se: ( x − 58,585) 2 ( y − 16,905)2 + =1 (58,585)2 (16,905) 2 4.3 RESERVATÓRIO DA PRAÇA FLORIANO PEIXOTO O Reservatório possui uma estrutura em ferro forjado que é sustentada por colunas de ferro fundido. Esse grande símbolo do abastecimento de água no estado do Pará é de abril 1885. Segundo Herbeth (2006), “foi fabricado na Europa e transportado para Belém”. O Reservatório da Praça Floriano Peixoto conhecido como a Caixa d'Água de São Brás, possui uma forma cilíndrica, bastante propícia para a observação aérea de uma circunferência, conforme pode ser constada na figura 4.5. 61 Figura 4.5 - Reservatório da Praça Floriano Peixoto. Fonte: http://earth.google.com.br Por conseguinte, ainda com o auxílio do Google Earth, é possível determina com precisão a medida do diâmetro desta circunferência, para facilitar o desenvolvimento do cálculo de sua área. Além disso, para esta situação considera-se que esta figura geométrica está tangente ao eixo das abscissas e ao eixo das ordenadas e pertence ao 1º quadrante. Para determinar a área da circunferência ilustrada na figura 4.5 é necessário saber o valor do raio; observando a figura 4.5 tem-se que o diâmetro da caixa d’água está representado pelo segmento de reta amarelo, que é medido pela régua do Google Earth, possuindo valor de 26,68 m, mas para se calcular a área se necessita do valor do raio, já que a expressão da circunferência é dada por A= חr2 e o diâmetro é dado por d = r/ 2, como ele tem valor de 26,68 m então se divide por 2 para saber o valor do raio, ou seja, 26,68 / 2 =13,34 m e adotando valor de PI igual a 3,14, calcula-se a área da figura 4.5 pela fórmula A=3,14(13,34)2, desenvolvendo os cálculos conclui-se que a área ilustrada pelo Google Earth do reservatório da praça Floriano Peixoto é: 62 A=558,7806 m2 No cálculo da equação da circunferência nota-se que o reservatório da figura 4.5 tem diâmetro de 26,68 m, então o raio vale 13,34 m e como a circunferência está tangente aos eixos cartesianos, então o centro da circunferência é equidistante ao eixo x e ao eixo y e, portanto o centro da circunferência é (13,34; 13,34), logo a equação é: (x-13, 34)2 + (y-13, 34)2 = (13,34)2 4.4 MEMORIAL MAGALHÃES BARATA Memorial em homenagem ao ex-governador do Estado do Pará, Magalhães Barata, foi inaugurado em 1988 e está localizado na Praça da Leitura. Segundo MONTEIRO (2005) “o memorial foi o ápice das comemorações pelo centenário de nascimento do mais famoso governador do estado do Pará”. Esta construção faz alusão a um dos símbolos típicos do major interventor federal, o capacete que segundo Monteiro (2005) “ele sempre usava, desde 1930, em sua primeira inventoria, até 1956, fim do seu último governo”. Por conseguinte, a partir de uma visão aérea deste capacete é interessante observar o seu formato em circunferência (figura 4.6). 63 Figura 4.6 - Memorial Magalhães Barata. Fonte: http://earth.google.com.br Assim sendo, fazendo uso da ferramenta Google Earth, é possível determina com precisão a medida do diâmetro desta circunferência, para auxiliar no desenvolvimento do cálculo de sua área. Semelhante a situação da figura 4.5, considera-se também que circunferência pertence ao 1º quadrante e é tangente aos eixos X e Y. Para se determinar a área da circunferência ilustrada na figura 4.6 que é representado pela base do Chapéu do Barata é preciso saber o valor do raio, todavia observando a figura 4.6 tem-se que o diâmetro do chapéu está representado pelo segmento de reta amarelo, que é medido pela régua do Google Earth possuindo valor de 27,15 m, mas para se calcular a área se necessita do valor do raio, já que a expressão da circunferência é dada por A= חr2 e o diâmetro é dado por d = r/ 2, como ele tem valor de 27,15 m ,então se divide por 2 para saber o valor do raio, ou seja, 27,15 / 2 =13,575 m e adotando valor de PI igual a 3,14, calcula-se a área da figura 4.6 pela fórmula A=3,14(13,575)2, desenvolvendo os cálculos conclui-se que a área da 64 circunferência da base do chapéu do memorial Magalhães Barata ilustrada pelo Google Earth é: A=578,64 m2 Para calcular a equação da circunferência tem-se que na figura 4.6, o Chapéu do Barata apresenta o diâmetro de 27,15 m, logo o raio vale 13, 575 m; como a circunferência é tangente as abscissas e as ordenadas então o centro da circunferência é (13, 575; 13 575); logo a equação fica: (x-13, 575)2 + (y-13, 575)2 = (13, 575)2 4.5 VIADUTO DA AV. ALMIRANTE BARROSO COM A AV. DR. FREITAS O viaduto da Av. Almirante Barroso esquina com a Av. Dr. Freitas foi inaugurado em Outubro de 2001 e se caracteriza como o primeiro viaduto urbano da capital paraense. Esta construção em concreto, quando observada a partir de uma visão aérea, presente na figura 4.7, apresenta a forma de uma parábola. Figura 4.7 - Viaduto da Av. Almirante Barroso esquina com a Av. Dr. Freitas. Fonte: http://earth.google.com.br 65 Conforme é possível observar, na figura 4.7 considera-se que a parábola possui sua concavidade voltada para cima e que o eixo Y é o eixo da parábola. Fazendo uso do Google Earth, é possível determina a distância entre o vértice da parábola e seu foco, que de acordo com o capítulo 3 deste trabalho é semelhante à distância entre o vértice desta cônica e a reta diretriz (reta amarela, paralela ao eixo dos X, na figura 4.7). Estas informações são bastante pertinentes para gerar a equação da parábola. A equação da parábola expressa na figura 4.7 é do tipo x2 = 2py pode se deduzir primeiro considerando as observações: o segmento de reta de cor amarela que é perpendicular ao eixo y é chamado de diretriz da parábola, o segmento sobreposto ao eixo y de cor amarela representa o eixo que vai do foco até a diretriz e tem valor 38,74 m. Para se deduzir a equação precisa-se do valor de p, pois se tem p /2, como o valor do segmento sobreposto é 38,74 é só dividir por 2 para te a medida da origem até o foco da parábola, porém o valor é 19,37 m Assim, 38,74/2 = 19,37, então p/2 = 19,37 logo, p=38,74 m. De posse do valor de p = 38,74 e da equação x2 = 2py, então: x2 = 2 * 38,74y Logo, a equação que expressa à parábola que identificada no viaduto é: x2 = 77,48y 4.6 PRAÇA PRESIDENTE KENNEDY A Praça Presidente Kennedy está localizada no bairro do Reduto próximo ao Porto de Belém, em uma área que abrigava grandes fábricas durante o período da Belle Époque. Sua forma cônica é bastante evidente, se observada a partir de uma visão superior (figura 4.8). 66 Figura 4.8 - Praça Presidente Kennedy. Fonte: http://earth.google.com.br Para a situação descrita na figura 4.8, tem-se uma parábola com a concavidade voltada para o lado esquerdo em que o eixo X é o eixo da parábola. Ainda utilizando a ferramenta Google Earth, determina-se a distância entre o vértice da parábola e seu foco, que é congruente à distância entre o vértice e a diretriz. Para que seja possível a determinação da equação desta cônica. A equação da parábola expressa na figura 4.8 é do tipo y2 = 2px pode se deduzir primeiro considerando as observações: o segmento de reta de cor amarela que é perpendicular ao eixo x é chamado de diretriz da parábola, o segmento sobreposto ao eixo x de cor amarela representa o eixo que vai do foco até a diretriz e tem valor 14,06m e como a parábola está voltada para o lado esquerdo p tem sinal negativo. Para se deduzir a equação precisa-se do valor de p, pois se tem p/2, como o valor do segmento sobreposto é 14,06 m é só dividir por 2 para te a medida da origem até o foco da parábola. 67 Assim, 14,06/2 = 7,03 então p/2 = 7,03 logo, p = -14,06. De posse do valor de p= -14,06 m e da equação y2=2px, então: y2 = 2 * (-14,06)x. Logo, a equação que expressa à parábola que identificada no viaduto é: y2 = -28,12x 4.7 CRUZAMENTO DA AV. GENERALÍSSIMO DEODORO COM A RUA ANTÔNIO BARRETO O cruzamento da Av. Generalíssimo Deodoro com a Rua Antônio Barreto está localizado em um dos bairros centrais de Belém, o Umarizal, que quando observado através de uma imagem de satélite, na figura 4.9, tem no detalhe deste cruzamento a forma de uma hipérbole. Figura 4.9 - Cruzamento da Av. Generalíssimo Deodoro com a Rua Antônio Barreto. Fonte: http://earth.google.com.br 68 De acordo com a figura 4.9, considera-se que esta hipérbole apresenta seu centro na origem do sistema e que o eixo real está sobre o eixo dos X. Por intermédio do Google Earth, tem-se a medida da distância entre o vértice da hipérbole e o seu foco, assim como a distância entre os vértices desta cônica. Portanto, com estes dados é possível determinar a equação da hipérbole. A equação de uma hipérbole com eixo real sobre o x é regida pela fórmula x2 y 2 − = 1 . Porém, para determinar a equação da hipérbole presente na figura 4.9 se a 2 b2 observa que os segmentos de retas de cor amarelo representam as distancias dos vértices (A1, A 2) ao foco ( F1 , F2) da hipérbole, e o segmento de cor vermelho localizado entre os de cor amarelo é a distancia de um vértice ao outro que tem valor de 18,63 m, já que as medidas dos vértices são iguais é só dividir o valor de 18,63 m por 2, obtendo a distancia do vértice a origem do eixo cartesiano, então A1=9,315 e A2=9,315 logo, a = A1 = A2 = 9,315, como já foi deduzido o valor de a = 9,315, então se calcula o valor de b da seguinte forma, lembrando que a2 = c2 - b2 tem-se (9,315)2 = (16,825)2-b2 (lembrando que c = F1 = F2 = 16,825) então o valor de b é 14,01m. Logo a equação que rege a hipérbole presente na figura 4.9 é: x2 y2 − =1 (9,315) 2 (14,01) 2 4.8 AV. JÚLIO CESAR A Av. Júlio César está localizada no bairro de Souza e traz em seu nome uma homenagem ao inventor paraense Júlio Cezar Ribeiro de Souza, que segundo a Scientific American (2003), “foi o pioneiro no desenvolvimento da dirigibilidade aérea”. Esta avenida quando observada através de uma visão aérea, na figura 4.10, mostra no detalhe de um cruzamento a forma cônica de uma hipérbole. 69 Figura 4.10 - Av. Júlio César. Fonte: http://earth.google.com.br Todavia, para esta situação, leva-se em consideração que a hipérbole possui seu centro na origem do sistema e que o eixo real está sobre o eixo dos Y. Assim sendo, é possível determinar com o Google Earth a distância entre o vértice da hipérbole e o seu foco, assim como a distância entre os vértices desta cônica; para então gerar a equação da hipérbole. A equação de uma hipérbole com eixo real sobre o eixo dos y é regida pela fórmula y 2 x2 − = 1 . Porém, para determinar a equação da hipérbole presente na figura a 2 b2 4.10, que ilustra a Avenida Júlio César; observa-se que os segmentos de retas de cor amarela no eixo y representam as distancias dos vértices (A1, A2) ao foco (F1, F2) da hipérbole, e o segmento de cor vermelho localizado entre os de cor amarelo é a distancia de um vértice ao outro que tem valor de 73,37m, já que as medidas dos vértices são iguais é só dividir o valor de 73,37m por 2, obtendo a distancia do vértice a origem do eixo cartesiano, então A1 = 36,685 e A2 = 36,685 logo, a = A1 = A2 = 36,685m, como já foi deduzido o valor de a = 36,685m então se calcula o valor de b da seguinte 70 forma, lembrando que a2 = c2 - b2 tem-se (36,685)2 = (45,305)2 – b2 (lembrando que c = F1 = F2 = 36,685 + 8,62 = 45,305) então o valor de b é 26,585m. Logo a equação que rege a hipérbole presente na figura 4.10 é: y2 x2 − =1 (36,685) 2 (26,585) 2 Em síntese, a visualização da matemática pelos alunos em seu cotidiano é de suma importância para uma melhor compreensão e aceitação dos conteúdos. Então, esse capítulo abordou a aplicação das secções cônicas, mostrando imagens nas quais foram identificadas as parábolas, hipérboles, elipses e circunferências e seus respectivos cálculos, possibilitando assim ao aluno perceber a inserção do conteúdo matemático em seu dia a dia. 71 5 CONCLUSÕES O objetivo dessa pesquisa é o uso do Google Earth para a identificação e localização de imagens cônicas através de vistas aéreas da cidade de Belém e com o auxilio destas fazer cálculos matemáticos como área e equação das hipérboles, parábolas, elipses e circunferências. Neste trabalho foi apresentado a origem e o desenvolvimento das cônicas, assim como, os principais matemáticos envolvidos no surgimento dessas curvas, para então iniciar a abordagem teórica e proporcionar base para suas respectivas aplicações. Também foram desenvolvidas as demonstrações chegando assim nas equações que representam matematicamente as cônicas, firmando a base para o desenvolvimento dos cálculos nesta pesquisa. Foi usado o Google Earth, como ferramenta para coleta das imagens que foram utilizadas durante o desenvolvimento deste trabalho, assim como, para obtenção de todas as medidas necessárias à realização dos cálculos dessas figuras geométricas. Portanto, foi realizada a análise e coleta de imagens aéreas da cidade de Belém que apresentam em sua composição formas cônicas, com o objetivo de verificar os conceitos e os cálculos pertinentes a essas aplicações. O Google Earth é um software livre e qualquer pessoa pode ter acesso, então se opta pelo uso dele no desenvolvimento dessa pesquisa, entretanto têm-se outras ferramentas que podem desenvolver pesquisas matemáticas como, o Rived ou Cabri Géometre, mas implicaria num custo alto, tornando assim o estudo das cônicas de difícil acessibilidade para a comunidade escolar em geral. Neste trabalho o Google Earth foi usado para desenvolver cálculos com a elipse, circunferência, parábola e hipérbole, porém, podem-se trabalhar outros assuntos da matemática como a geometria plana, matrizes, plano cartesiano, desenvolvendo assim atividades de ensino com essa ferramenta. Diante disso, cabe ao professor de matemática ou de qualquer outra disciplina usar a criatividade com os recursos que são oferecidos pelo Google e desenvolver pesquisas ou atividades a cerca do assunto que se quer trabalhar. Como sugestão é que este trabalho seja aplicado para alunos do ensino médio em laboratórios de informática, já que durante o desenvolvimento desta pesquisa 72 foi usado um software livre, o Google Earth, para realizar a observação e as medidas necessárias para os cálculos das cônicas. Assim sendo, propõe-se a divulgação dessa pesquisa, pois se usou uma ferramenta que não implicará em ônus financeiro para auxiliar nos cálculos matemáticos; contribuindo para o desenvolvimento de trabalhos futuros por outros pesquisadores que queiram ter embasamento teórico sobre o uso desse software livre na aplicação das cônicas ou de qualquer outro trabalho de pesquisa. Além disso, podem ser inseridas como aplicações das cônicas: fachadas de prédios, de casarões, de teatros e de construções existentes na capital paraense com o objetivo de ampliar e corroborar os conceitos abordados, assim como enfatizar a estreita relação da geometria com as construções, em especial na cidade de Belém do Pará. Por último, pode-se propor aos professores e pesquisadores interessados a utilização desta pesquisa como atividade prática em suas aulas e pesquisas. 73 REFERÊNCIAS BOYER, Carl Benjamin. História da Matemática. 8. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1989. CAMARGO, Ivan de. ; BOULOS, Paulo. Geometria Analítica. 3. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005. CONTADOR, Paulo Roberto Martins. Matemática, uma breve história. 2. ed. São Paulo: Livraria da Física, 2006. V. 1. EVES, Howard Whitley. Introdução à História da Matemática. Campinas: Unicamp, 2004. FORTES, Débora. Google – A fórmula mágica da empresa de tecnologia mais influente do mundo. Revista Info, São Paulo, n. 238, p. 38 - 53. 2006. HAUBERT, Marcelo Calixtro. Geometria I. Porto Alegre. Apresenta importância da geometria em projetos. Disponível em: <http://mathematikos.psico.ufrgs.br>. Acesso em: 02 jan. 2009. HERBETH, Jorge. Caixa d'água de São Brás se torna patrimônio da capital paraense. Belém, 2006. 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