SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO PESADA NO ESTADO DE MINAS GERAIS SICEPOTMG 9912297310 -DR / MG NOTÍC I AS Divulgação Sicepot-MG Visita à nova sede Nova sede recebeu visita dos ex-presidentes, diretoria e funcionários Página 5 ETE Arrudas Arte no Canteiro Andrade Gutierrez realiza obras de ampliação 3 Lauro Nogueira Diretoria do Sindicato recebeu mais de Trabalhadores1200 exercitam Secretário de Obras da convidados no Expominas segurança com humor 6 PBH fala de investimentos Envelope fechado pode ser aberto pela ECT ANO 10 • Nº 45 • MAR/ABR 2013 8 EDITORIAL O RDC e seus problemas Inicialmente projetado para as obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil, o RDC – Regime Diferenciado de Contratações – vem sendo estendido para a contratação de outras obras no País. A Lei nº 12.462 de agosto de 2011, de iniciativa do Poder Executivo, que pretende conferir maior agilidade, eficácia e competitividade nas contratações públicas, trouxe novos riscos e dúvidas para nossas empresas. A legislação, mesmo já completando quase dois anos de sua implantação, ainda é novidade e tema constante de debate entre os empresários. A subjetividade na interpretação da Lei, na análise das propostas e na remuneração das empresas são pontos a serem observados e motivos de preocupação para o setor. O RDC trouxe incertezas e inseguranças para as empresas, que passaram a assumir, no escopo da contratação, a responsabilidade pela elaboração dos projetos. Sendo assim, os atuais orçamentos referenciais das obras potencializam os riscos das construtoras ao assumirem contratos sem a possibilidade de aditivos frente aos imprevistos. Vale ressaltar, mais uma vez, que os baixos valores orçados vêm comprometendo a rentabilidade das nossas empresas. Presidente Alberto José Salum 1º Vice-presidente Antônio Venâncio Neto Vice-presidente de Planejamento e Desenvolvimento João Jacques Viana Vaz Diretores Jorge Salum Jorge Luiz Libânio Sander ALBERTO JOSÉ SALUM PRESIDENTE DO SICEPOT-MG Recente exemplo dessa modalidade de contratação em nosso estado é a duplicação da BR-381 Norte, em andamento, que transfere a responsabilidade do projeto dos 11 lotes da rodovia para as empresas, num prazo exíguo para sua elaboração. Porém, o fato de não termos ainda nenhuma obra concluída dentro do novo regime de contratação, adia avaliações mais definitivas. O governo implementou o RDC como um dos sistemas de contratação, portanto, é preciso atentar-nos para os riscos dessa modalidade. O assunto será novamente discutido em nosso Sindicato, no dia 6 de maio, abordando temas conceituais e práticos para que nossos associados possam conhecer os critérios e especificidades do RDC. Porém, as discussões não se encerram com esse debate. Vamos continuar estudando o assunto e acompanhando seus desdobramentos, esperando que seu funcionamento entre em consonância com as necessidades dos nossos associados. Vice-presidentes de Obras Rodoviárias Emir Cadar Filho Gonçalo Duque Estrada Frauche Diretores Edson Fernando Maciel Tavares Marco Aurélio Rocha Sousa Carlos Eduardo Staico de Andrade Santos Marcos Antônio Delgado Vice-presidente de Obras Urbanas Jarbas Matias dos Reis Diretores Bruno Baeta Ligório Danilo Felício Pereira Vice-presidente de Saneamento José Orlando Andrade Teixeira Júnior Diretores Marcos Vaz de Oliveira Moutinho Paulo Henrique Caramati Manata Vice-presidente de Obras de Arte Especiais João Batista Ríspoli Alves Diretor Ronaldo Andrade Bichuette Vice-presidente de Obras de Edificações Públicas Rômulo Rodrigues Rocha Diretor Eduardo Luiz Ramos Nascimento Conselho Fiscal EFETIVOS Antônio Celso Ribeiro Rafael Vasconcelos Moreira da Rocha Eduardo Pretti Figueiredo Neves SUPLENTES Danilo Miguel Curi André Luiz de Sousa Franco Rodrigo Pinto de Sousa Conselho Consultivo EX-PRESIDENTES Herbert Engler Marcos Villela de Sant’Anna José Guido Figueiredo Neves Reynaldo Arthur Ramos Ferreira Roberto Maluf Teixeira Jamil Habib Curi Emir Cadar Luiz Augusto de Barros Marcus Vinícius Salum MEMBROS Félix Ricardo Gonçalves Moutinho Helvécio Neves Marins Márcio Duarte Câmara Edmundo Mariano da Costa Lanna SICEPOTMG NOTÍCIAS 02 Assessoria de Comunicação Social Sandra M. Polastri Ferreira Assessoria de Imprensa Gisele Serra Coordenação Editorial Lélio Fabiano e Associados Jornalista Responsável Lélio Fabiano dos Santos MG 01143JP Redação Gisele Serra Projeto Gráfico AVI Design Editoração Eletrônica AVI Design Impressão Gráfica Del Rey Comitê Editorial João Jacques Viana Marcelo Cerqueira Lélio Fabiano dos Santos Gisele Serra Sandra M. Polastri Ferreira SICEPOT-MG Rua Santos Barreto, 45 Santo Agostinho CEP 30 170-070 Belo Horizonte - Minas Gerais Telefone (31) 2121 0400 [email protected] www.sicepot-mg.com.br Delegados Representantes Junto à Fiemg EFETIVOS Alberto José Salum Marcus Vinicius Salum SUPLENTES João Jacques Viana Vaz Emir Cadar Diretor Executivo Marcelo de Cerqueira Viana Obras no Estado ETE Arrudas Arquivo Copasa será das maiores do País Ampliação da ETE Arrudas Uma das maiores e mais modernas Estações de Tratamento de Esgoto do país, a ETE Arrudas, está sendo ampliada. A empresa Andrade Gutierrez é a responsável pelas obras na Estação que ocupa uma área de 63,8 hectares, localizada no final da Avenida dos Andradas, em Sabará. As obras começaram em novembro do ano passado e deverão estar concluídas até o fim de 2014, com investimentos de R$ 186 milhões. A ampliação da capacidade da ETE foi planejada, de acordo com a Copasa, para atender a expansão demográfica, gerar economia de energia elétrica e diminuir a poluição do meio ambiente. Hoje, cerca de 60% do esgoto produzido em Belo Horizonte e 40% dos esgotos de Contagem são recebidos e tratados na ETE Arrudas, beneficiando cerca de 1,5 milhão de habitantes. A ampliação proporcionará um aumento de 50% na capacidade de tratamento do esgoto. A capacidade de tratamento atual, de 2,3 m³ por segundo e 194,4 milhões de litros de esgoto por dia passará para 3,3 m³ por segundo e 285 milhões de litros por dia. As obras serão realizadas no tratamento preliminar e no tratamento primário e secundário. Na primeira etapa do tratamento são retirados os lixos grosseiros e areia. Em seguida, é feito um processo biológico para a remoção da poluição. Nos decantadores primários são removidos os sólidos em suspensão sedimentáveis, sólidos flutuantes e parte da matéria orgânica dos esgotos. Nos secundários ocorre a separação sólido/líquido do efluente do Área de 63,8 hectares Empresa: Andrade Gutierrez População beneficiada: 1,5 milhão de habitantes Previsão de conclusão: Fim de 2014 Valor: R$ 186 milhões Tratamento atual: 2,3 m³ por segundo Tratamento após obras: 3,3 m³ por segundo reator biológico, de modo a sedimentar e concentrar os flocos biológicos (lodo) no fundo do tanque e permitir a clarificação do líquido a ser enviado ao corpo receptor. As intervenções para a ampliação compreendem: instalação de raspador e parafuso classificador na caixa de areia, instalação de peneiras no tratamento preliminar, construção de um reator de lodo ativado com seus acessórios, ampliação da elevatória de lodo, construção de flotadores para o lodo secundário e acessórios, construção de digestores primários e um secundário, instalação de sistemas de mistura e de coleta de gás, construção de dois decantadores secundários, instalação de mais uma centrífuga, substituição das comportas de fibras de vidro, substituição dos stop log dos reatores de lodo ativado, adequação da interligação entre os reatores de lodo ativado e decantadores secundários. Além do investimento para as obras de ampliação, a ETE Arrudas já recebeu R$ 270 milhões em investimentos, incluindo recursos para a central termoelétrica, somando R$ 456 milhões. 03 NOTAS Sondagens anunciam metrô na Zona Sul de BH Governador anuncia investimentos O solo de alguns pontos movimentados da Zona Sul de Belo Horizonte vem sendo objeto de trabalho de sondagem desde setembro do ano passado com o objetivo de se estabelecer por onde passarão as duas novas linhas do metrô, com as obras previstas para 2014. As perfurações, mecanizadas ou manuais, usam grandes máquinas para estudos sobre a estrutura do subsolo, através de pequenos furos com cerca de 10 centímetros de diâmetro e profundidade variável de 30 a 50 m, dependendo do túnel a ser escavado. Com as amostras dos solos, rochas e outras informações, será possível identificar os obstáculos à passagem do metrô. As perfurações vão custar R$ 6,4 milhões (do Governo do Estado e PBH) e buscam dar subsídios ao projeto de engenharia, que vai desenhar o trajeto das novas linhas do metrô. As sondagens fazem parte dos estudos para a construção das linhas 2 e 3, que irão até o Barreiro e à Savassi, aumentando a capacidade de 200 mil passageiros/dia para 980 mil passageiros/dia, passando dos atuais 28 km para 44 km de percurso. De acordo com a Setop, as análises iniciais demonstram que o solo “não é impeditivo aos trabalhos do metrô”. Os trechos que podem apresentar maiores dificuldades para a construção do metrô são os mais próximos do Ribeirão Arrudas. O governador Antonio Anastasia apresentou para os secretários as principais propostas de investimentos nas áreas de seu governo em 2014. Serão investidos R$ 28 bilhões para melhorar as condições de vida dos mineiros e ampliar a competitividade do Estado, atraindo empreendimentos que gerem emprego, renda e desenvolvimento. Do total, R$ 9 bilhões são provenientes de operações de crédito e R$ 19 bilhões de recursos do orçamento do Estado e de empresas estatais. No setor de transportes, serão implantados, através do programa Caminhos de Minas, 1.070 km de rodovias, em 37 trechos e conclusão de projeto executivo para outros 39 trechos, com investimentos de R$ 3,75 bilhões. Nesse montante, estão incluídos R$ 263 milhões para a conclusão de dez trechos do Proacesso, completando 216 municípios beneficiados. A rede de metrô receberá R$ 750 milhões na ampliação da participação da modalidade metroviária na matriz de transporte da RMBH, contribuindo para a melhoria da mobilidade urbana. Palestra com Max Geringher O administrador e especialista em gestão de carreiras, Max Geringher, dará uma palestra, no dia 16 de maio, aos associados do Sicepot-MG. O encontro acontecerá no auditório do Museu Inimá de Paula, às 19h30. A ação faz parte do calendário de comemorações dos 45 anos do Sindicato. Max Gehringer é administrador de empresas e escritor, autor de diversos livros sobre carreiras e gestão empresarial. Tornou-se conhecido por suas colunas em revistas, rádio e no programa Fantástico, da TV Globo. Formado em Administração de Empresas, foi um dos cinco finalistas do prêmio Top of Mind em 2005 e 2006 na categoria Palestrante. 04 Nova sede Diretoria e funcionários visitam futura casa Divulgação Sicepot-MG A diretoria, o conselho, os ex-presidentes e os funcionários do Sicepot-MG visitaram, no dia 1º de março, as obras da futura sede do Sindicato, na Barão Homem de Melo, 3.080, no bairro Estoril. A arquiteta da obra, Ana Machado, e o engenheiro responsável da EPO, construtora que está executando o projeto, Gilberto Vieira, apresentaram os detalhes da obra, passando por todos os setores. O diretor-presidente da EPO, Gilmar Dias, também acompanhou a visita. O prédio, com seis pavimentos, terá três andares de estacionamento para aproximadamente 350 carros e outros três andares de serviços. Ana Machado explicou que a fachada, seguindo o projeto, será de vidro, com iluminação natural, seguindo uma solicitação da secretaria municipal de Meio Ambiente. Além da fachada, os amplos espaços privilegiam a iluminação e ventilação natural, contando também com sistema inteligente, que acionará e desligará luz e ar condicionado automaticamente. O ar condicionado central poderá ser regulado em todas as salas. “O prédio terá o selo verde. Teremos um teto verde, sistema de irrigação automatizada nos canteiros e um reservatório para reaproveitamento de água de chuvas com capacidade para 36 mil litros”, enumera Ana Machado. O presidente do Sicepot-MG, Alberto Salum, explicou que a nova sede terá espaço para atender a todas as demandas dos associados, incluindo três auditórios, salas multiuso e um espaço externo para exposição de máquinas e equipamentos: “Na atual conjuntura, é fundamental termos espaço para atender bem os associados, funcionários, assessorias e comissões do Sindicato. Crescemos bastante nos últimos anos e nossa atual sede acabou ficando modesta para os serviços que prestamos para o associado”. Os serviços de alvenaria e rebocos foram concluídos no dia 15 de março, finalizando toda a parte de estrutura. A previsão de entrega das obras e mudança da sede é para o final deste ano. 05 Saúde e Segurança ENTREVISTA Luciana Serra Trabalhadores exercitam SEGURANÇA com humor e alegria Luvas, capacetes, botas e outros equipamentos ganharam vida para demonstrar para os empregados das empresas de construção, com humor e criatividade, o que fazer no trabalho para evitar acidentes e manter a segurança. O Projeto Arte no Canteiro, desenvolvido pelo SESI, para as empresas da construção, foi levado para os canteiros de obras, com o objetivo de prevenir acidentes de trabalho, além de combater o desperdício de materiais nas obras. Os equipamentos de segurança são utilizados em peças de teatro itinerantes em mais de cem canteiros de obras espalhados pelo Estado, atingindo um público estimado em 30 mil trabalhadores. As ferramentas ganham vida no palco como protagonistas de várias histórias curiosas e educativas, que levam os operários a refletir sobre a segurança em suas próprias rotinas de trabalho. Outras questões delicadas como o alcoolismo, por exemplo, também são abordadas nas encenações, demonstrando o risco de morte e prejuízos físicos para o trabalhador. O SESI é o responsável pela infraestrutura, montagem e atores, que se apresentam para os trabalhadores durante 35 minutos. O palco foi desenvolvido em estrutura metálica em formato de andaime. Um guindaste de construção transporta os atores, que são suspensos por cabos de aço e os trabalhadores têm como arquibancada baldes típicos da construção. A iniciativa do Sesi nasceu da preocupação com o aumento do número de acidentes com os trabalhadores nos canteiros de obras, 06 número proporcional ao crescimento do mercado da construção, o setor que mais emprega no país atualmente. O Gestor da Qualidade e Informação João Carlos Rocha, da Proart Engenharia, uma das empresas associadas ao SicepotMG que solicitaram a apresentação do projeto, falou sobre a importância da iniciativa: “A peça foi muito bem recebida pelos nossos colaboradores que ficaram extremamente satisfeitos com a apresentação que, além de divertida e instrutiva, é muito didática - com música e bonecos-personagens ‘conhecidos’ da turma. A apresentação ocorreu de uma forma extremamente profissional, bem estruturada e com uma equipe nota 10. A iniciativa foi muito importante para a conscientização dos nossos trabalhadores”. 45 ANOS SICEPOT-MG: 45 anos de história Às 10 horas da manhã, do dia 9 de março de 1968, acontecia a primeira reunião da Associação Profissional da Indústria da Construção de Estradas, Pontes, Portos, Aeroportos, Barragens, Terraplenagem e Pavimentação de Minas Gerais, primeira entidade representativa do setor, pioneira no Brasil. Já tendo sido representados pela FIEMG, pela Associação Comercial de Minas Gerais, pelo Sinduscon-MG e pelo Sinicon, pequenas e médias empresas comaçaram a se organizar para ter uma representação formal própria. A reunião inicial teve a participação de 55 empresas construtoras e, em poucos meses, a Associação já contava com 88 associados. A nova entidade foi autorizada a atuar como sindicato a partir de 1973, com a autorização do ministro do Trabalho Júlio Barata. Os segmentos de Obras Urbanas e Saneamento só começaram a fazer parte do Sindicato a partir de 1984, dois anos após o Sindicato conquistar sua independência financeira. Atualmente, o Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG) conta com 325 associados. Nesses 45 anos, o Sicepot-MG consolidou-se como a entidade representativa das construtoras de todos os portes com obras no Estado. Além da representação junto aos órgãos contratantes, o Sicepot-MG oferece serviços e consultorias aos seus associados: “O Sindicato cresceu muito nesses 45 anos. Hoje conseguimos oferecer aos associados consultorias de acordo com a demanda das empresas e criamos grupos de trabalho para que o setor esteja cada vez mais coeso e forte. Evoluímos bastante e nossa mudança para uma nova sede reflete isso. Contudo, ainda existem desafios e gargalos a serem enfrentados. Os desafios mudam com os anos. Hoje, temos obras que não tínhamos há alguns anos, mas continua sendo preciso lutar permanentemente pela rentabilidade das empresas”, destaca o presidente Alberto Salum. 1968 – o ano do surgimento do Sicepot-MG As Olimpíadas eram realizadas no México e o filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço – era lançado nos cinemas, enquanto o Brasil lançava o Tropicalismo. Por outro lado, o ano de 1968 ficou marcado pelo AI-5, o início do período mais negro da ditadura militar e ponto de partida para uma série de transformações políticas e sociais no Brasil e no mundo. O mundo enfrentava a Guerra Fria e a Guerra do Vietnã. O Brasil vivia em meio à ditadura militar no governo Costa e Silva. O AI-5 suprimia toda a liberdade democrática e colocava o Congresso em recesso, enquanto vários parlamentares tinham seus mandatos cassados. 07 ENTREVISTA ENTREVISTA José Lauro Nogueira Terror Secretário de Obras e Infraestrutura da Prefeitura de Belo Horizonte fala de recursos e futuras obras na capital mineira O atual secretário municipal de Obras e Infraestrutura, José Lauro Nogueira, 52 anos, é graduado em Engenharia pelo Cefet/RJ e pós-graduado em Finanças pela PUC/MG. Entre outros cargos, já foi secretário municipal adjunto de Planejamento e Controle e é superintendente interino da Sudecap. Como está a previsão de investimentos a curto e longo prazos? Onde os recursos já estão assegurados e o que falta? Para levar à frente os programas presentes no Plano de Governo 2013-2016, a equipe da prefeitura vem construindo cenários já há vários anos, desde a campanha de 2008. O Plano de Investimentos para obras, projetos, desapropriações e manutenções gira em torno de R$ 5,5 bilhões para todo o 2° mandato, podendo sofrer revisões para patamares mais elevados. Há uma concentração natural nos dois primeiros anos. Mais de 80% destes recursos estão assegurados. Qual é a previsão de conclusão e como está o andamento das obras do BRT? Vemos dezembro de 2013 como chave para que o Sistema BRT seja entregue para a BHTRANS, para dar início à operação nos primeiros dois meses de 2014. As obras estão aceleradas desde o final de 2012 e os volumes de recursos aumentarão progressivamente durante o 1° semestre, para garantir as metas fundamentais. Algumas obras complementares serão entregues no início de 2014, mas o principal objetivo é ter o núcleo do sistema BRT pronto para início da operação em todos os seus corredores. Qual o papel da PBH nas obras de ampliação do metrô? A PBH participa da Metrominas, iniciativa liderada pelo Governo de MG que também conta com a participação da Prefeitura de Contagem. A PBH, em função do peso de BH no projeto, colabora nas definições do empreendimento além de contribuir com uma parcela dos recursos que serão investidos. Como funcionará a parceria entre Governo e PBH para as obras anunciadas? Quais são os desafios da mobilidade e infraestrutura de Belo Horizonte? Os desafios são aqueles naturais a um grande centro urbano comprimido por sua dimensão territorial limitada a 330 Km², que viveu as últimas décadas sem obras de infraestrutura coerentes com o seu potencial de desenvolvimento econômico. As exigências da mobilidade e outros serviços básicos necessários à preservação da competitividade da cidade nos cenários nacional e internacional demandam uma grande concentração de esforços pensados no Plano de Governo do Prefeito Marcio Lacerda. 08 Os convênios recentemente anunciados alocam recursos em empreendimentos considerados prioritários. Algumas das obras serão executadas pela PBH, enquanto outras serão gerenciadas pelo Governo do Estado. Teremos obras no Boulevard Arrudas, Vetor Norte, Parque Municipal, Viaduto de Santa Teresa e Via 710. (Veja matéria na página ao lado) O que está previsto para o orçamento participativo deste ano? Pelo menos R$ 200 milhões serão investidos em 2013. Em 2014, os investimentos serão ainda maiores, pelo menos R$ 300 milhões. A PBH vem buscando recursos financeiros para intensificar as obras neste segmento de forma agressiva, como já anunciado pelo Prefeito. INVESTIMENTO BH terá R$ 177 milhões em obras até 2015 O governador Antonio Anastasia anunciou investimentos de R$ 177 milhões em obras de mobilidade, intervenções no Parque Municipal e no Viaduto de Santa Tereza. Do valor anunciado, R$ 145 milhões serão investidos na implantação de um novo trecho do Boulevard Arrudas, na construção de dois viadutos e uma ponte para acesso ao Bairro Ribeiro de Abreu. O restante será investido na criação do espaço multiuso no Parque Municipal Américo Renné Gianetti, obras na interseção da Via 710 com Avenida Cristiano Machado e revitalização do Viaduto de Santa Tereza. As obras do Parque Municipal, da interseção da Via 710 com a Avenida Cristiano Machado e a revitalização do Viaduto Santa Tereza, ficarão sob a responsabilidade da Prefeitura de Belo Horizonte. As demais serão executadas pelo Governo de Minas. Boulevard Arrudas Acesso ao Bairro Ribeiro de Abreu Investimento: R$ 80 milhões Obra: implantação de trecho do Boulevard Arrudas (800 m), na Avenida dos Andradas, entre a Alameda Ezequiel Dias e o Centro de Especialidades Médicas. Previsão de início: julho de 2013 Conclusão: dezembro de 2014 Investimentos: R$ 35 milhões Obra: Ponte sobre o Córrego do Onça - Rua Antônio Ribeiro de Abreu - permitindo novo acesso ao bairro Ribeiro de Abreu, diques para contenção de terra e implantação de pista para caminhada. Previsão de início: setembro de 2013 Conclusão: prazo de dois anos Vetor Norte Espaço Multiuso do Parque Municipal Américo Renné Gianetti Investimento: R$ 30 milhões Obra: Dois viadutos no cruzamento das avenidas Cristiano Machado e Waldomiro Lobo para desafogar o trânsito na região Previsão de início: setembro de 2013 Conclusão: outubro de 2014. Viaduto de Santa Tereza Investimentos: R$ 5 milhões (R$ 4,5 milhões do Estado) Obra: recuperação da estrutura do viaduto e o revestimento original, com pó de pedra, será refeito. Instalação de equipamentos destinados à prática de lazer e esportes, anfiteatro e mini-circuito de bicicleta, além de salas multiuso. Reforma das instalações sanitárias, revitalização da escadaria e a instalação de um posto da Polícia Militar. Previsão de início: agosto de 2013 Conclusão: julho de 2014 Investimentos: R$ 15 milhões (R$ 13,5 milhões do Estado) Obra: O prédio, em formato circular, será construído com materiais que proporcionam leveza e transparência. Capacidade para receber até 3 mil pessoas, serão 3,2 mil metros quadrados de área construída, com palco para shows e apresentações teatrais, auditório para 250 pessoas, salas para cursos, biblioteca com o acervo do Parque Municipal, lanchonete e um grande terraço descoberto. Previsão de início: abril de 2013 Conclusão: setembro de 2014 Interseção da Via 710 Investimentos: R$ 12 milhões (R$ 10,8 milhões do Estado) Obra: Será recuperado o pavimento da Avenida Pedro Serafim Ferreira e da Rua Professor Patrocínio Filho e implantada nova alça de acesso ao viaduto da Cristiano Machado e à Avenida Bernardo de Vasconcelos. Também inclui a implantação da continuidade da Rua Arthur de Sá, que servirá de ligação com o sistema a ser readequado quando da obra de implantação do sistema viário da via 710, construção de alças e trincheiras de acesso e recuperação do pavimento da Rua Álvares da Silva. Previsão de início: outubro de 2013 Conclusão: outubro de 2014 09 OBRAS NA CIDADE O BRT está chegando, enquanto o metrô não vem Em obras desde 2011, Belo Horizonte se prepara para receber os corredores do BRT – Bus Rapid Transit, passando pelas Avenidas Antônio Carlos, Pedro I, Cristiano Machado e área central da capital. Na Avenida Antônio Carlos, o corredor terá 16 km e 25 estações, ligando o centro de BH ao estádio do Mineirão e ao aeroporto de Confins. Cerca de 40% das obras estão concluídas. Na área Central, a nova via passará pelas avenidas Santos Dumont e Paraná e terá seis estações. Na Avenida Cristiano Machado, será implantada uma BRT em números 35 países 146 cidades no mundo 25 cidades no país 23,6 milhões de passageiros por dia no mundo 16 milhões de passageiros por dia no país (em quatro anos) 700 mil passageiros por dia em BH 930 quilômetros de corredores de ônibus no Brasil R$ 15,1 bilhões em investimentos no Brasil 10 pista de concreto no trecho entre o Túnel da Lagoinha e a Estação São Gabriel, com a construção de 12 estações e de novas passarelas. A expectativa da BHTrans é transportar pelo menos 700 mil passageiros/dia, sendo 400 mil através das Avenidas Antônio Carlos/Pedro I e 300 mil pela Cristiano Machado. O gerente de Coordenação da Mobilidade Urbana da BHTrans, Rogério Carvalho, explica que o BRT foi escolhido pela capacidade de atendimento da demanda, tempo de implantação e custos menores. “A tecnologia do BRT já é dominada no Brasil, não é um transporte novo. E vale lembrar também que é um meio de transporte complementar, enquanto o metrô não vem”, destaca Carvalho. O projeto prevê, ao todo, 186 km de percurso. Atualmente, estão sendo implantados 27 km, nos corredores das avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado. O projeto do BRT na Av. Pedro II, previsto inicialmente, foi adiado, mas não descartado: a avenida terá uma faixa exclusiva, mais simplificada do que as das avenidas Cristiano Machado e Antônio Carlos, onde foram construídos corredores com grande número de desapropriação. Outros estudos e projetos contemplam a implantação da modalidade nas avenidas Amazonas, Raja Gabaglia, Nossa Senhora do Carmo e até Contorno. “Antes de falarmos em expansão, precisamos viabilizar recursos para que, assim que terminarmos os atuais, possamos dar início a outros. O horizonte para tudo isso é 2030” finaliza Carvalho. BRT Antônio Carlos Início: fevereiro de 2011 Conclusão: final de 2013 Extensão: 16 km – 25 estações Capacidade: 400 mil passageiros/dia Custo: R$ 588,2 milhões Empresa: Cowan Frota operacional: 210 convencionais, 166 padron e 98 articulados divulgação BHTrans BRT Cristiano Machado BRT Área Central Início: setembro de 2011 Conclusão: final de 2013 Extensão: 6 km – 10 estações Capacidade: 300 passageiros/dia Custo: R$ 51 milhões Empresas: Consórcio Constran/Convap Frota operacional: 274 convencionais, 142 padron e 77 articulados Início: março de 2012 Conclusão: final de 2013 Extensão: 7,3 km – 6 estações Capacidade: 135 mil passageiros/dia Custo: R$ 58 milhões Empresas: Consórcio Tratenge/Cetenco Frota operacional: 644 convencionais, 340 padron e 35 articulados 11 o valor de nossa gente Mário Sérgio, o coringa da Sant’Anna há mais de 30 anos Ele conta como chegou, como aprendeu e como hoje ensina os colegas O encarregado fala com admiração da empresa, que completou 60 anos de sua fundação em janeiro deste ano, e da família que a dirige há três gerações. Conta que quando entrou na Sant’Anna muitos dos que hoje a dirigem ainda eram crianças ou adolescentes. Recorda-se que logo no primeiro dia de trabalho, saiu para fazer serviços de banco e, para agilizar, foi de moto. Voltou tão rápido que ganhou o apelido de Ligeirinho. Modesto, hoje ele afirma que a falta de movimento na agência também contribuiu para a sua ligeireza. Já foi responsável pelas contas das sete empresas do Grupo Sant’Anna, onde atua como um coringa, já tendo, por exemplo, coberto férias no Departamento Pessoal. Mário Sérgio reconhece que o fato de entender bem todos os processos, o faz ser muito procurado por todos, particularmente, pelos novos funcionários que sempre lhe pedem orientação. Para 2013, ele pretende fazer treinamentos nas obras da empresa para que as notas e Aos 52 anos de idade, Mário Sérgio da Rocha Faria, documentos cheguem corretamente até ele. encarregado administrativo, já acumula 33 anos de trabalho Mário Sérgio é autodidata e didático, talvez por isso na Construtora Sant’Anna. Natural de Lavras, ingressou na tenha trabalhando com ele três menores aprendizes. empresa aos 19 anos na própria cidade, como auxiliar de Gosta de ensinar e não esconde o que sabe. Para facilitar escritório. Em seu segundo trabalho, Mário já se aposentou, seu trabalho, e o dos outros, criou, por conta própria, mas ainda não faz planos de parar. uma apostila detalhando o passo a passo de cada um Durante 16 anos, acompanhou as obras da empresa em de seus procedimentos: “Assim, mais de dez cidades de Minas Gerais. quando preciso me ausentar, Sempre se mudava para a cidade com “Não é certo guardar para si o ninguém passa aperto sem saber a esposa, sem a certeza de quanto conhecimento. Temos que dividir. como fazer. Também não é certo tempo ali permaneceria. Já ocorreu O conhecimento é da empresa” guardar para si o conhecimento. de morar apenas um mês em algumas Temos que dividir. O conhecimento localidades. Em 1998, mudou-se para é da empresa”, explica Mário. Mas Belo Horizonte com a esposa e os três admite que tem o cuidado ao escolher quem ficará em filhos. A paixão pela cidade natal falou mais alto e a seu lugar: sempre que tira férias, aplica uma prova com os família acabou voltando, recentemente, para a casa recém candidatos a substitutos, incluindo inclusive pegadinhas. construída em Lavras. Agora, Mário Sérgio se divide entre “Faço perguntas comentadas. O objetivo é avaliar, mas BH e a cidade do Sul de Minas, morando na capital mineira também ensinar, e temos sempre que ver se estão mesmo no alojamento da empresa e retornando para Lavras nos atentos”, finaliza Mário Sérgio. fins de semana. 12 Obras na Cidade Comissões de Trabalho Comissão lança manual de compras O Manual de Compra de Equipamentos e Caminhões já está disponível para os associados do Sicepot-MG. O guia foi lançado pela Comissão de Equipamentos do Sindicato, no dia 11 de março, integrando a comemoração de 45 anos do Sicepot-MG e 25 anos da Comissão de Equipamentos, a comissão de trabalho mais antiga do Sicepot-MG. O coordenador da Comissão, Marcílio Marques, apresentou o trabalho, que foi desenvolvido conjuntamente pelos membros do grupo. Marques ainda ressaltou que a Comissão vem produzindo outros materiais que ficarão disponíveis, em breve, para o associado no site, como o Estudo da Curva de Descarte de Equipamentos, trabalho técnico desenvolvido pelo engenheiro Genilson Elias Pereira (Infrater Engenharia), integrante da Comissão. O Superintendente do Sicepot-MG, Jurandir dos Santos, destaca que este é um trabalho único: “Não existe nenhum manual com esse nível de qualidade, que aborda desde a engenharia financeira até os aspectos técnicos. Temos que fazer circular este manual, pois ele é uma vitrine da nossa Comissão e do sério trabalho que ela presta para nossos associados”. O Manual foi elaborado pela primeira vez no final dos anos 80 e revitalizado no fim de 1999. A nova edição exprime novas realidades de mercado, de aprimoramento tecnológico dos equipamentos e avanço nas técnicas de negociação. Ele foi reescrito pelos componentes da Comissão de Equipamentos, baseando-se nas experiências de diversos profissionais e aborda uma série de sugestões técnico-comerciais, para proporcionar melhor aproveitamento do investimento, levando em consideração as variáveis do mercado da construção, a redução das margens de lucro e a mudança da oferta de crédito. 13 corrida sicepot Será no dia 5 de maio, a partir das 8h30, a 3ª edição da Corrida e Caminhada no Parque JK, para 700 participantes. A novidade este ano é a 1ª Corrida Kids, para 180 crianças. Os adultos percorrerão 5 km e as crianças terão a distância variável de acordo com a idade. A verba arrecadada com a inscrição será revertida novamente para o Projeto Querubins. As inscrições custam R$ 60,00 para os adultos e R$ 20,00 para as crianças e podem ser feitas no site www.corridasicepotjk.com.br. A Corrida e Caminhada Sicepot no Parque JK tem o patrocínio master do SESI-FIEMG, os patrocínios do Pasi e da Tracbel, os apoios da Dinâmica, Copasa, Elemídia, Sleepy’s Store, Supernosso, o apoio institucional da Rede Globo Minas e organização da TBH Esportes. Guia de Boas Práticas em Sustentabilidade A CBIC lançou, na sede do Seconci-Rio, o primeiro Guia de Boas Práticas em Sustentabilidade na Indústria da Construção. O livro, parceria entre a CBIC e a Fundação Dom Cabral (FDC), reúne um conjunto de iniciativas empresarias que se tornaram referência ao alcançar resultados significativos nas áreas ambiental, econômica e social. O objetivo é estimular as mais de 170 mil empresas que integram o setor, para que incorporem os conceitos e práticas de sustentabilidade corporativa ao seu cotidiano. O Guia organiza as boas práticas em seis grupos: Gestão Empresarial e Governança, Relacionamento com os Stakeholders, Melhorias no Processo Construtivo, Saúde e Segurança do Trabalhador, Formação de Mão de Obra e Desenvolvimento Imobiliário Urbano. Foram reunidas 29 boas práticas, em quatro regiões do país (Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-oeste). O Guia de Boas Práticas em Sustentabilidade na Indústria da Construção está disponível para download gratuito no site da CBIC (www.cbic.org.br). ARTIGO OBRAS DE ARTE ESPECIAIS, PORQUE TÃO ESPECIAIS? José Antonio Marfará e Jurandir S. A. Silva* A história da engenharia se confunde com a história da humanidade. Desde a confecção das primeiras ferramentas, do domínio do fogo, do represamento das águas, a engenharia nas suas mais diversas formas, se apresenta às vezes de maneira explícita, em outras de forma sutil, singela e quase desapercebida, no curso do desenvolvimento humano. Nas civilizações antigas como a egípcia e maias, por todo o globo, ao que parece, houve uma explosão das grandes construções, cujos métodos construtivos até hoje permanecem em alguns casos, como um grande mistério. A necessidade de comunicação, as trocas, a interação comercial e mesmo a ocorrências das guerras, ao longo dos séculos, estimularam as civilizações a abrirem caminhos para esses encontros através de grandes obras. Mais recente no tempo, os romanos ocuparam toda a Europa, Ásia, África e Oriente Médio com estradas pavimentadas, aquedutos e pontes monumentais. As construções realizadas por artífices, únicas, por oposição às construções “normais” (uma casa, um prédio, p.e.), designavam as “obras de arte especiais”, cuja expressão é especialmente aplicada naquelas que adquirem porte e originalidade apreciável. Portanto, o termo “obras de arte especiais” remonta à época em que tais estruturas eram concebidas por artífices cuja intuição e criatividade concebiam obras maravilhosas. Com o desenvolvimento das ciências, a física e a matemática alcançaram patamares que propiciaram o estudo das forças atuantes e o comportamento de vários tipos de materiais, para obter resultados otimizados para vencer grandes vãos e beleza plástica expressiva. Desde os romanos, passando pela Idade Média e Revolução Industrial, a execução das obras de arte especiais evoluiu com a utilização de processos e materiais os mais diversos possíveis. Na Era Moderna, acentuou-se o aporte tecnológico neste tipo de obra. A Torre Eiffel, o Canal do Panamá, as pontes de NYC, o Eurotúnel, são marcos da grande engenharia mundial dos séculos XIX, XX e XXI. Hoje, com advento da tecnologia aplicada aos cálculos da engenharia, os softwares de desenho em 3D, etc., permitem que os arquitetos, projetistas e calculistas exerçam o verdadeiro “estado da arte” para a concepção e viabilidade técnico-econômica, com segurança, solidez e perenidade. Da mesma forma os estudos geológicos, sísmicos e geotécnicos permitem o adequado dimensionamento das fundações e escolha dos melhores processos construtivos. Trazendo para o cenário brasileiro, pode-se exemplificar com a Ponte Rio-Niterói, a Ponte de Brasília, a Ponte sobre o Rio Pinheiros em São Paulo. No Brasil, os processos construtivos mais escolhidos para as pontes e viadutos, têm sido a utilização de vigas premoldadas, balanços sucessivos (com aduelas concretadas in loco ou premoldadas) e as pontes estaiadas. As pontes em balanços sucessivos tiveram seus primeiros exemplares a partir de 1930, construídas pelo Engº Emílio Baumgart, inicialmente em concreto armado e tendo grande incremento a partir da década de 50 com o uso do concreto protendido. A Ponte Rio-Niterói, já na década de 70, foi construída com aduelas premoldadas, lançadas com uma treliça da empresa francesa Campenon Bernard, que as içava e posicionava para serem coladas e protendidas. Na Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo, ainda na década de 70, foram lançadas vigas pré-moldadas com utilização de treliça lançadeira da empresa italiana SICET. A partir de então, esta técnica foi muito difundida, em vista da sua praticidade, economia de mão de obra, prazos reduzidos de execução das obras, conduzindo à fabricação de treliças similares e mais avançadas no Brasil. A década de 90 inaugurou a era das pontes estaiadas no Brasil, em vista da sua versatilidade e beleza, com a possibilidade de vencer grandes vãos, tendo como exemplos mais marcantes entre nós a Ponte sobre o Lago Paranoá em Brasília e a ponte sobre o Rio Pinheiros em São Paulo. As fundações, ao par das novas técnicas construtivas, tem evoluído em substituição ao tubulão, para a solução de estaca escavada mecanicamente, com uso de perfuratriz do tipo WIRTH, capaz de perfurar rocha, com a consequente concretagem submersa ou, por outro lado, com a utilização das estacas metálicas cravadas. Os concretos bombeados de alto desempenho, as protensões utilizando cabos de aço produzidos com controle de qualidade cada vez mais apurado e equipamentos apropriados para lançamento das peças, propiciam meso e superestruturas cada vez mais plásticas nas pontes ou viadutos projetados. Por sua vez os projetos devem contemplar estudos geológicos, geotécnicos e hidrológicos, bem como tirar partido de todo desenvolvimento da tecnologia de cálculo e desenho propiciados pela engenharia computacional. A engenharia de orçamento deve, por sua vez, acompanhar e refletir os processos construtivos, pois os serviços que podem, em princípio, ter similaridade com outros de obras “normais”, aqui, no caso das obras de arte especiais, devem e precisam ter outro tratamento em consonância com as dificuldades peculiares de aplicação deste concreto. Ressalte-se, finalmente, que as obras de arte especiais, tanto como quaisquer outras, ao longo de sua vida útil, devem ser objeto de conserva e manutenção preventiva. Essa manutenção passa por inspeções da estrutura, aparelhos de apoio, juntas, fundações, pilares, vigas, pontos de corrosão, fissuras, dentre outros, requerendo, uma vez detectados, imediata correção. *José Antonio Marfará é consultor e Jurandir S. A. Silva é superintendente de desenvolvimento e planejamento do Sicepot-MG 15 Nossa História Convite para a inauguração da sede do Sindicato, à Rua da Bahia, 1.148. Rua Santos Barreto, 45 | Santo Agostinho | Belo Horizonte | Minas Gerais | CEP 30170-070 www.sicepot-mg.com.br | [email protected] Fone.: 31. 2121.0400