Federação Espírita Brasileira
Estudo Sistematizado
da Doutrina Espírita
PROGRAMA FUNDAMENTAL
Módulo XIII: Lei de Destruição e
Lei de Conservação
ROTEIRO 3
Instinto e
Inteligência
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
•Conceituar instinto, instinto de conservação
e inteligência.
•Explicar a diferença existente entre instinto e
inteligência.
CONCEITO DE INSTINTO:
• O instinto é a força oculta que solicita os seres
orgânicos a atos espontâneos e involuntários,
tendo em vista a conservação deles.
Allan Kardec: A gênese. Cap. 3, item 11.
• O instinto de conservação diz, especificamente, respeito à sobrevivência e à perpetuação
das espécies. É uma lei da natureza e todos [...]
os seres vivos o possuem, qualquer que seja o
grau de sua inteligência. Nuns, é puramente
maquinal, raciocinado em outros.
Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão 702.
CONCEITO DE INTELIGÊNCIA:
• A inteligência se revela por atos voluntários, refletidos,
premeditados, combinados, de acordo com a
oportunidade das circunstâncias.
Allan Kardec: A gênese. Cap. 3, item 12.
• A inteligência é [...] incontestavelmente um atributo
exclusivo da alma. [...] O instinto é guia seguro, que
nunca se engana; a inteligência, pelo simples fato de ser
livre, está, por vezes, sujeita a errar. Ao ato instintivo
falta o caráter do ato inteligente; revela, entretanto, uma
causa inteligente, essencialmente apta a prever [...].
Allan Kardec: A gênese. Cap. 3, item 12.
1. Instinto
A Doutrina Espírita nos ensina que o [...] instinto é a
força oculta que solicita os seres orgânicos a atos
espontâneos e involuntários, tendo em vista a conservação
deles. Nos atos instintivos não há reflexão, nem combinação,
nem premeditação. É assim que a planta procura o ar, se
volta para a luz, dirige suas raízes para a água e para a terra
nutriente; que a flor se abre e fecha alternativamente,
conforme se lhe faz necessário; que as plantas trepadeiras
se enroscam em torno daquilo que lhes serve de apoio, ou se
lhe agarram com as gavinhas. É pelo instinto que os animais
são avisados do que lhes convém ou prejudica; que buscam,
conforme a estação, os climas propícios; que constroem, sem
ensino prévio, com mais ou menos arte, segundo as
espécies, leitos macios e abrigos para as suas progênies,
armadilhas para apanhar a presa de que se nutrem; que
manejam destramente as armas ofensivas e defensivas de
que são providos; que os sexos se aproximam; que a mãe
choca os filhos e que estes procuram o seio materno. No
homem, só em começo da vida o instinto domina com
exclusividade; é por instinto que a criança faz os primeiros
movimentos, que toma o alimento, que grita para exprimir as
suas necessidades, que imita o som da voz, que tenta falar e
andar. No próprio adulto, certos atos são instintivos, tais
como os movimentos espontâneos para evitar um risco, para
fugir a um perigo, para manter o equilíbrio do corpo; tais
ainda o piscar das pálpebras para moderar o brilho da luz, o
abrir maquinal da boca para respirar, etc.
A gênese. Cap. 3, item 11, p. 89.
2. Instinto de Conservação
O instinto de conservação existe nos animais e na
espécie humana, porque [...] todos têm que concorrer para
cumprimento dos desígnios da Providência. Por isso foi que
Deus lhes deu a necessidade de viver. Acresce que a vida é
necessária ao aperfeiçoamento dos seres. Eles o sentem
instintivamente, sem disso se aperceberem.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Questão 702, p. 379.
O temor da morte e o suprimento das necessidades
fisiológicas representam [...] um efeito da sabedoria da
Providência e uma conseqüência do instinto de conservação
comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não
se está suficientemente esclarecido sobre as condições da
vida futura, como contrapeso à tendência que, sem
esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e a
negligenciar o trabalho terreno que deve servir ao nosso
próprio adiantamento. Assim é que, nos povos primitivos, o
futuro é uma vaga intuição, mais tarde tornada simples
esperança e, finalmente, uma certeza apenas atenuada por
secreto apego à vida corporal.1 No Espírito atrasado a vida
material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às
aparências, o homem não distingue a vida além do corpo,
esteja embora na alma a vida real; aniquilado aquele, tudo se
lhe afigura perdido, desesperador.
KARDEC, Allan. O céu e o inferno. Cap. 2, item 4, p. 22-23.
3. Inteligência
Os Espíritos Superiores nos esclarecem: A inteligência
é um atributo essencial do espírito.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Questão 24, p. 74.
Sabemos, no entanto, que a inteligência não é um
atributo exclusivo da espécie humana. Os animais também
possuem inteligência, a despeito de ser uma inteligência
rudimentar. Endossando essa afirmativa, os Espíritos
Orientadores afirmam: A inteligência é uma faculdade
especial, peculiar a algumas classes de seres orgânicos e
que lhes dá, com o pensamento, a vontade de atuar, a
consciência de que existem e de que constituem uma
individualidade cada um, assim como os meios de
estabelecerem relações com o mundo exterior e de proverem
às suas necessidades.10 Entretanto, existe uma grande
diferença entre a inteligência animal e a inteligência humana.
Os [...] animais só possuem a inteligência da vida material.
No homem, a inteligência proporciona a vida moral.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Questão 604-a, p. 335.
4. Instinto e Inteligência
Em síntese, podemos afirmar: [...] os sentimentos são
os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua
origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e
corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado,
tem sentimentos [...].
KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 11, item 8, p. 205-206.
O instinto e a inteligência pouco a pouco se
transformam em conhecimento e responsabilidade e
semelhante renovação outorga ao ser mais avançados
equipamentos de manifestação...
XAVIER, Francisco Cândido. Entre a terra e o céu. Pelo Espírito André Luiz. 21. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2003. Cap. 21 (Conversação edificante), p. 172.
CONCLUSÃO:
O instinto é uma inteligência rudimentar, que difere da
inteligência propriamente dita, em que suas manifestações
são quase sempre espontâneas, ao passo que as da
inteligência resultam de uma combinação e de um ato
deliberado. O instinto varia, em suas manifestações,
conforme às espécies e às suas necessidades. Nos seres
que têm a consciência e a percepção das coisas exteriores,
ele se alia à inteligência, isto é, à vontade e à liberdade.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Cap. 4. Questão 75.
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Rot.3_Instinto e Inteligência - ESDE