A GUINADA MORAL-IDEOLÓGICA DO POVO BRASILEIRO E DE SUAS ELITES VAlte(Ref) Sergio Tasso Vásquez de Aquino Da Academia Brasileira de Defesa e do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil Transcorre hoje o centésimo vigésimo terceiro aniversário da República no Brasil, mas os tristes fatos que têm toldado nossa realidade político-econômico-social-militar, nos mais recentes vinte e dois anos, fazem com que seja cada vez mais lembrada, com imensa saudade e amplificado respeito, a figura justa, sábia e magnânima do nosso último monarca, Dom Pedro II. Os patriotas verdadeiros, que se devotaram a vida inteira a defender, promover e elevar a Pátria, encontram-se tristes e perplexos, sentem-se sós e abandonados diante do caótico quadro de desmazelo moral, desrespeito às leis e aos direitos dos semelhantes, corrupção e violência generalizadas, perversão ideológica que tudo vai levando de roldão, diante da mansa aceitação e até aplauso e apoio político da maioria desavisada e ignara do povo e das elites inertes, quando não coniventes e ativas participantes da destruição da alma nacional. QUANDO TUDO COMEÇOU? Onde foi o ponto de inflexão, de abandono da nossa trajetória de povo altivo, senhor dos seus destinos, soberano, independente, justamente orgulhoso da nossa portentosa herança nacional, dos nossos valores, costumes e tradições, dos grandes heróis que escreveram com honra as páginas gloriosas de nossa História e foram capazes de, com seus feitos e o sacrifício do seu sangue, construir o colosso verde-amarelo? Onde e quando deixamos de sonhar e de perseguir o sonho de grandeza, do país do futuro e da terra da esperança, estribado no valoroso trabalho honrado do dia a dia, na dedicação e na capacidade de sacrifício sem limites e nos talentos dos filhos da terra amada? Depois de muito meditar sobre o assunto, creio ter chegado a uma conclusão aceitável: foi na Constituinte e na consequente Constituição de 1988 que foram infiltrados as sementes e os meios para desviar o Brasil dos seus destinos e criar o ambiente propício para a destruição que, desde 1990, vem sendo sistemática, deliberada, eficaz e eficientemente levada a efeito para minar o moral, a moral, a ética nacionais, permitir os agravos inaceitáveis à soberania e a interferência externa crescente e indevida nos assuntos nacionais e o bem sucedido assalto da esquerda radical ao poder. Nomeado representante da Marinha perante a Assembleia Nacional Constituinte em 1987, tive oportunidade de combater, com sucesso, a mando e em nome das Três Forças Armadas então, o projeto de criação do Ministério da Defesa, ideia estimulada de fora, por fontes externas de poder, que gozava também do amplo apoio dos revanchistas de esquerda vencidos nas lutas cruentas e políticas das décadas de 1960-1970, e que visava a reduzir a participação militar na vida nacional e a neutralizar a vigilante atuação das Forças em defesa do primado da lei e da ordem estabelecida, da soberania e da independência. Os representantes das Três Forças e do EMFA na Assembleia Nacional Constituinte, cumprindo as ordens recebidas dos escalões militares superiores da época e utilizando os sólidos, respeitáveis e patrióticos argumentos derivados da Doutrina Militar e dos impostergáveis e exclusivos compromissos com a defesa da Pátria, conseguiram assegurar a permanência de princípios e conceitos que diziam diretamente respeito aos interesses fundamentais da expressão militar e da sua atuação específica. Na ocasião, tive oportunidade de propor que o foco de atenção fosse expandido, para abarcar o conjunto total da nova Constituição em elaboração, a fim de utilizar o zelo patriótico militar para prevenir a ocorrência de possíveis agravos ou atentados atinentes às demais expressões do Poder Nacional no futuro. Infelizmente, o tempo confirmou meus temores, já que a Carta Magna elaborada incorporou influências e ideias, caras aos seguidores antinacionais da associação neocolonialesquerdista radical, como da ampla demarcação das terras indígenas, de salvaguarda de pretensos direitos históricos de supostos quilombolas, de incentivo a divisões e conflitos com base racial, de relativismo moral e de aceitação de teses deletérias “politicamente corretas“ associadas, de leniência com as ideias e práticas esquerdistas radicais e revanchistas, que pouco a pouco moldaram o caráter das gentes, modificaram suas maneiras de pensar, sentir e agir, segundo o modelo de Gramsci, e dominaram a conjuntura nacional. Daí havermos chegado ao preocupante momento que vivemos, devido aos agravamentos decorrentes das más práticas político-administrativas adotadas nos anos 1990-2002 e, principalmente, 2002-2012, associadas aos efeitos da ampla, geral e irrestrita lavagem cerebral propiciada pelas custosas e bem urdidas mensagens propagandísticas e publicitárias de cunho oficial nos períodos citados. A ignorância, a incultura, a mentira, a demagogia, o revisionismo histórico, a luta pela subversão da ordem estabelecida passaram a ser motivos de aplauso, apoio político e idolatria para a maioria dos eleitores e a ditar os rumos e resultados das eleições nacionais, estaduais e municipais. Nenhuma instituição de peso e seus responsáveis levantam-se para restabelecer a verdade e promover a virtude. Apenas o STF e os corajosos e respeitáveis Ministros que condenaram e puniram o mensalão devolvem-nos a esperança por melhores dias, junto com a luta constante dos velhos militares, na reserva e reformados, encanecidos no fiel serviço à Pátria, que teimam em perseverar nas suas crenças e nos compromissos assumidos com o Brasil e em combater o bom combate. É estranho e doloroso perceber que, em âmbito geral, a mentira transforma-se em verdade, o vício em virtude, os vilões em heróis e os heróis em vilões por efeito das vencedoras versões da totalizante máquina propagandística a serviço das trevas! É preciso rezar e crer que, apesar de tudo, e mercê de Deus, o Brasil haverá de despertar, novas lideranças fortes, corajosas e puras haverão de surgir, para devolver nossa Terra aos caminhos de paz, prosperidade, justiça e fraternidade. O STF apontou o caminho! Rio de Janeiro, RJ, 15 de novembro de 2012, Dia da Proclamação da República. 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